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sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Viver amorosamente, a cura de todos os males


Todos os dias deparo-me, em meu con­sultório, com dores humanas. Muitas ve­zes, elas ainda não se tornaram físicas, mas é só uma ques­tão de tempo. Lo­go se tornarão, por­que o corpo físico é o grande manifesta­dor da vida interior, resultado das esco­lhas, mesmo incons­cientes. O corpo fa­rá sintomas: úlceras, cálculos renais, distúrbios intestinais, aler­gias, enxaquecas…
Busca-se ajuda e tratam-se os sintomas fí­sicos, com algum alívio, na maioria das ve­zes passageiro. Quando a manifestação já es­tá no corpo, é claro que precisamos tratar os males físicos, para isso existem médicos de­dicados ao alívio dos sintomas. Mas, e quan­do a origem está na alma, na forma como a pessoa vê a vida e como ela se vê na vida? Sim, porque a dor pode ser na alma e a dor da alma vai “estourar” no corpo, mais cedo ou mais tarde.
A dor da alma vai se instalando e nós, com­pletamente ocupados com as nossas “obriga­ções”, não nos apercebemos disso, somos en­sinados que isso, inclusive, é coisa de gente fraca. Engolimos o choro, nossas incertezas e continuamos, tomamos mais umas pílulas, compramos mais um sapato, comemos mais chocolate, e fingimos que não é com a gente. Nossa alma pede “me escuta”, a cabeça pen­sa, o corpo dói, e você corre. Onde você vai parar? Quando você vai parar?
Alguém pode dizer-lhe que isso é falta de um amor. E lá vai você em busca de um “be­nhê”, colocando todas as expectativas no re­lacionamento. E só as mulheres sabem do que são capazes de fazer para não ficar sozinhas. Engolem tudo e qualquer coi­sa, só pelo medo da solidão, e não tem na­da mais doído do que a solidão a dois.
Precisamos pri­meiramente resga­tar o amor em nós, amarmo-nos acima de todas as culpas e de todos os medos, resgatar a criança feri­da, esvaziando a dor e trazendo para a cons­ciência os ganhos das experiências vividas. Isso é a grande aprendizagem da vida. Re­escrever, ressignificar nossa infância, nos­sa adolescência, nossa sexualidade, a fim de nos tornarmos adultos verdadeiramente. Te­mos que aprender a cobrir toda nossa histó­ria pessoal com o manto do amor incondicio­nal. Precisamos nos perdoar. Viver amoro­samente sem pieguices, sem apegos. Amar-se abundantemente: esse é o grande segre­do da felicidade.
Não pergunte o que o outro pode fazer por você, mas sim o que você pode fazer pe­la sua realização, pela sua felicidade, e isso tocará profundamente a vida de quem está perto de você. Você preenchido de amor por si mesmo transbordará e tocará tudo à sua volta. Tenha coragem! Vá fundo em si mes­mo, busque as suas respostas dentro de vo­cê. A terapia é um grande aliado para isso. Não desista de você!

(Artigo da psicóloga Sandra Bittencourt)


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Quando devo procurar terapia?


Não raro, deparamo-nos com equivocados discursos, fruto de opiniões erradas e preconceituosas a respeito da terapia. Nesses discursos, propagam-se ideias de que “a terapia é coisa pra louco”, de que “a depressão é frescura”, ou de que “psicólogo é médico que mexe com a cabeça dos outros”. Discursos que refletem desconhecimento acerca do assunto.
A Associação para Ciência Psicológica defende que o estigma das doenças mentais dificulta o acesso a tratamento adequado. O desconhecimento impede o tratamento psicológico e a superação dos problemas que afligem as pessoas. Para termos melhor noção, no Brasil, pesquisa confirmou que as mortes por depressão cresceram 705% em 16 anos.
Para avaliar a necessidade de terapia, avalie a si mesmo. Caso sinta-se frequentemente angustiado, com tristeza pro¬longada, doenças psicossomáticas, baixa no sistema imunológico, conflitos de relacionamentos, busca incessante por aprovação e reconhecimento, ou ainda, sofrendo por luto, perdas e separações, depressão, fobias e ansiedade, não hesite em procurar a ajuda de um psicólogo.
A terapia consiste em ferramenta eficaz na identificação de comportamentos e atos que trazem sofrimento a pessoas. Auxilia no processo de autoconhecimento, interação social e manutenção das emoções, e ajuda a levar alegria e bem-estar à sua vida!


(Artigo da psicóloga Sônia A. R. Vellido Moterani - CRP 06/98639)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Bulimia tem cura


A bulimia nervosa é um transtorno mental que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo, seguidos por uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal, levando a pessoa a adotar condutas inadequadas e perigosas para sua saúde, como provocar vômito após se alimentar. A bulimia nervosa acomete preferentemente mulheres jovens, num índice talvez maior que a anorexia.

As causas da doença são as mais variadas, desde genéticas até psicológicas, sendo que as pessoas com tendência à bulimia geralmente demonstram um comportamento especial que pode ser detectado desde cedo: comer compulsivamente em forma de ataques de fome e às escondidas, em curto intervalo de tempo (2 horas); preocupação constante em torno da comida e do peso; condutas inapropriadas para compensar a ingestão excessiva com o fim de não ganhar peso (uso de fórmulas e remédios, laxantes, diuréticos e vômitos autoprovocados); manutenção do peso pode ser normal ou mesmo elevado; erosão do esmalte dentário, podendo levar à perda dos dentes (ácido estomacal); mudanças no estado emocional, (depressão, tristeza, sentimentos de culpa e ódio por si mesma).

O desenvolvimento dessa doença também pode se dar a partir de uma alteração psicológica devido a uma situação estressante, como a perda de um ente querido, insucesso na vida profissional ou estudantil, rompimento conjugal, adaptação profissional ruim, mudança de cidade ou de local de trabalho, relacionamento complicado com a mãe, e outros.

A bulimia parece ser mais prevalente em países ocidentais e é claramente mais frequente entre mulheres jovens, especialmente aquelas pertencentes às camadas sociais mais elevadas destas sociedades, o que fortalece sua conexão com fatores socioculturais. Alguns pesquisadores entendem os Transtornos Alimentares como síndromes ligadas à cultura. De acordo com esta concepção, a pressão cultural para emagrecer é considerada um elemento fundamental da origem desses transtornos, os quais, juntamente com fatores biológicos, psicológicos e familiares acabam gerando uma preocupação excessiva com o corpo, um medo anormal de engordar e uma ansiedade marcantemente acompanhada de alterações do esquema corporal.

Tratamento

A primeira dificuldade do tratamento é convencer a pessoa bulímica de que ela precisa de ajuda. Geralmente essas pacientes não têm consciência da gravidade do caso, e a ideia de ganhar peso lhes causa horror. A família deve tentar compreender a situação e fazer com que o ambiente se torne agradável à paciente, ao invés de simplesmente obrigá-la a comer e não provocar vômito.

Os primeiros passos para a cura podem ser dados por um médico generalista ou um pediatra, acompanhado por um psicólogo que tentará modificar as ideias da paciente sobre seu corpo e alimentação. O médico deverá encorajar hábitos alimentares normais e metas para ganho de peso, sem que este seja o único foco do tratamento. Na sequência, um psiquiatra que entenda do assunto, aliado a um nutricionista são de grande valia. Se uma internação se tornar necessária (não hesite, interne), é feita uma dieta hipercalórica, correção de alterações metabólicas e utilização de antidepressivos, geralmente que tenham como efeito colateral o estímulo do apetite.


Algumas pessoas recuperam-se completamente após um único episódio, mas na maioria dos casos as recaídas são frequentes e um acompanhamento psicológico contínuo faz-se necessário. Após o restabelecimento do peso ideal, a paciente deverá manter uma alimentação saudável e equilibrada, ingerindo um mínimo de 1200 calorias por dia, distribuídas entre carboidratos, proteínas, frutas e legumes.

(Artigo do psicólogo José Antonio de Oliveira - CRP 06/55.774-5)

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Saiba mais sobre a Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout é uma das con­sequências mais marcantes do es­tresse profissional e se caracteriza por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional). É o que poderíamos cha­mar “de saco cheio” ou “não aguento mais”.
A pessoa com esse tipo de estresse con­some-se física e emocionalmente, passando a apresentar um comportamento agressi­vo, irritadiço e completa falta de energia, ou seja, chegou ao seu limite. Com muita frequên­cia, esse quadro está associado a outros transtor­nos emocionais, geralmente com a depressão e/ ou ansiedade.
Os sintomas básicos dessa síndrome se­riam, inicial­mente , uma exaustão emocional em que pessoa sente que não pode mais dar nada de si. Em segui­da, desenvolve sentimentos e atitudes mui­to negativas, como, por exemplo, um certo cinismo na relação com as pessoas do seu trabalho e aparente insensibilidade afetiva. Posteriormente, manifesta sentimentos de falta de realização pessoal no trabalho, afe­tando sobremaneira a eficiência e habilida­de para realização de tarefas e de adequar-se à organização.
O sintoma descrito acima como exaustão emocional refere-se a um conjunto de ocor­rências, tais como sentimentos de desespe­rança e de solidão, um misto de depressão e raiva, impaciência e irritabilidade, tensão e ansiedade, diminuição da empatia, sensa­ção de baixa energia, aumento das preocu­pações, suscetibilidade para doenças físicas, tensão muscular, dores lombares ou cervicais e distúrbios do sono.
As pessoas propensas à Síndrome de Bur­nout são exatamente aquelas mais ativas e que se envolvem intensamente em tudo o que fazem. Acreditam possuir domínio da si­tuação, encaram as situações adversas com otimismo e responsabilizam-se exclusiva­mente pelo sucesso (ou insucesso).
Como vimos, o Burnout é o resultado da combinação entre as características indivi­duais com as condições do ambiente ou do trabalho, o qual geraria exces­sivos e prolon­gados momen­tos de estresse. Esse transtorno tem importân­cia na medida em que afeta a vida pessoal, se­ja por meio das repercussões fí­sicas desse es­tresse psíquico, seja no compro­metimento profissional quanto à eficiência e desempenho, seja social, na desarmonia dos relacionamentos interpessoais.
Se você se identificou com as característi­cas descritas, poderá estar com Burnout. O tratamento pode envolver férias, afastamen­tos do trabalho, mudança de emprego, me­dicamentos, psicoterapia e acupuntura. Ba­sicamente, é preciso recuperar, com estraté­gias precisas, as condições físicas, emocio­nais e psicológicas adequadas para que vo­cê volte a ter seu equilíbrio energético res­tabelecido e, assim, retornar à vida com paz e harmonia.
(Artigo escrito pelos psicólogos José Antonio de Oliveira e Rodolfo Ferraz do Prado)

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Dirija seu carro e sua vida


Sempre faze­mos planos para viver melhor, mais rea­lizados e mais fe­lizes. Que tal, en­tão, decidir por vi­ver sem medo? Me­do de altura, de sair de casa, de mudar de vida, medo de errar, medo de di­rigir… Qual é o seu medo? Seja qual for, ele o impede de dirigir a sua própria vida.
No caso do medo de dirigir um automóvel, ele impede o acesso das pessoas a diversas oportunidades na vida, limita o seu tempo e até as mantêm como dependentes de outros, o que ajuda a rebaixar a autoestima. Dirigir otimiza o tempo, viabiliza o cumprimento dos objetivos de vida, dá independência e, como consequência, autoconfiança.
"Quem tem medo de dirigir e não enfren­ta esse medo procurando ajuda, muitas ve­zes não consegue alcançar as próprias metas, pois depende do tempo de outras pessoas, e o tempo está cada vez mais curto", explica o psicólogo José Maria Cayres Lopes. "Para não con­frontar as consequências do medo, deixa de fazer planos e ter objetivos na vida, pois não tem tempo de realizá-los. E perde boas opor­tunidades de viver e se realizar plenamente.
O medo de dirigir tem várias causas: in­segurança por falta de habilidade, medo de errar, de dirigir em rampa, de que o carro “morra”, medo de quem está atrás, de bater em outro carro, trauma por algum aciden­te etc. Se essas dificuldades não forem tra­balhadas, podem criar problemas maiores. Começa pela que­da da autoestima, sentindo-se inca­paz. Mais do que assumir o contro­le do carro, tratar o medo de dirigir é ter uma vida saudá­vel em todos os as­pectos, pois a au­toestima baixa po­de comprometer o desempenho profissional, os relacionamen­tos afetivos e familiares e até chegar a uma depressão. O melhor caminho é assumir o medo e buscar ajuda."
O ideal, segundo o profissional, para quem tem medo de dirigir, é realizar um trabalho con­junto do psicólogo do trânsito e clínico e de um  educador de trânsito. "Na clínica, muitas pessoas relatam que, diante do carro, têm tremor nos braços e pernas, aumento da sudorese e do batimento cardíaco etc. Estão diante de um transtorno de ansiedade, que será tratado com técnicas da terapia cogni­tiva e da terapia comportamental", diz ele.
Superada essa etapa, começa a preparação para as aulas práticas com o educador de trânsito. O objetivo é que a pessoa se relacio­ne de forma saudável com o veículo e enfrente o trânsito com segurança e naturalidade.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Relacionamentos, respeito e compreensão



Atualmente, uma das gran­des questões pessoais são os rela­cionamentos, sejam eles amorosos, profis­sionais, familiares ou entre amigos. Muitos se queixam da falta de empatia do outro, da falta de respeito às opiniões divergentes.
O respeito é básico quando se pretende ter um bom relacionamento com alguém, pois quando ele falta, torna-se impossível qualquer relação saudável, as palavras se­rão usadas para atingir de maneira negati­va, magoando, entristecendo, podendo sur­gir sentimentos de raiva. Dessa forma geral­mente começa uma discussão que pode levar até mesmo a uma agressão física.
Os seres humanos são singulares e des­se modo muitas concordâncias podem exis­tir entre duas pessoas, mas não serão com­pletamente iguais em todos os seus enten­dimentos. Não é raro, nos dias de hoje, dis­cussões sobre religião e política. São esses temas muito comuns, em que sempre os en­volvidos tentam convencer o outro que sua ideia é a correta, como se existisse uma ver­dade absoluta, esquecendo que há várias verdades e que tudo depende de sua histó­ria de vida, de seus conceitos, de sua afini­dade, do meio ambiente em que se vive, ou seja, de sua singularidade.
Por essas questões é que temos de desen­volver a empatia, a capacidade de compre­ender o sentimento ou reação da outra pes­soa, sem necessariamente concordar com ela, mas respeitar suas opiniões e diferen­ças. E não é porque a opinião do outro é di­ferente que não deve­mos escutá-las, tentar entender seus argu­mentos e mostrar os nossos pontos de vis­ta e fazer questiona­mentos. É dessa for­ma que adquirimos e criamos conhecimento. Não podemos ser cristalizados a ponto de acreditar que já sa­bemos tudo de um determinado assunto.
Mas e quando as opiniões são divergentes e afetam ambas as partes? Tomar uma deci­são em conjunto com outras pessoas dife­rentes de nós nem sempre é fácil, mas sem­pre tem que haver bom senso, não dá para ser do jeito que todos querem. É necessário, então, conversar e chegar a um consenso. Para isso, precisamos deixar de lado o orgu­lho, a arrogância, e sermos mais flexíveis pa­ra tentar adaptar as exigências de cada um em uma que seja satisfatória para os envol­vidos. Ainda assim nem sempre conseguire­mos um acordo, e alguém precisa ceder. Ab­dicar parece algo negativo, como se alguém estivesse perdendo a discussão, mas é algo digno para se fazer em situações extremas, podendo a cada dificuldade encontrada alter­nar quem cede. Porém, muitos não têm a ma­turidade emocional para isso, o que dificulta cada vez mais o relacionamento com pesso­as diferentes, ocasionando cada vez mais dis­cussões desnecessárias, em que todos que­rem falar, mas ninguém quer ouvir.
(Artigo da psicóloga clínica Cintia Tonetti) 

domingo, 17 de maio de 2015

Aspectos emocionais do nascimento materno



O período gesta­cional dura 9 meses, 40 se­manas, e é caracteri­zado pelo aumento da produção de hormô­nios que podem trazer mudanças orgânicas e comportamentais signi­ficativas para a vida da gestante. Ele é visto co­mo uma crise no desenvolvimento femini­no, assim como a adolescência e o clima­tério. Por ser uma fase de transição bioló­gica, com alterações metabólicas, a gesta­ção também é considerada um estado de instabilidade emocional e hormonal, devi­do às adaptações necessárias, como a re­formulação familiar.
Segundo a psicóloga Raquel Benazzi, esse momento envolve a necessidade de reestruturação e reajustamento em várias áreas da vida pessoal e profissional da ges­tante, que inicia um novo papel, o de mãe. Quando a gravidez começa, também tem início a gestação de uma mãe, que tem nove meses para se adaptar e nascer junto com seu bebê.
"É importante considerar a história pes­soal da gestante, seu passado obstétrico, o contexto da gravidez, sua idade e o vínculo com o parceiro para entender o que repre­senta esse momento na sua vida. A materni­dade traz mudanças à mulher, ao casal e ao contexto familiar, que determinará a evolu­ção gestacional", diz ela.
Esse período pode ser repleto de senti­mentos, como o amor intenso e vívido, que aprofunda as relações familiares. As mudan­ças durante a gestação, físicas e psicológi­cas, podem favorecer a vivência de momen­tos frágeis na vida da mulher, que deve ser cuidada nesse período frágil.
Raquel explica que a decisão de ter um filho é tanto conscien­te quanto inconsciente, podendo ser tomada pelo casal ou somente pela mulher. Essa de­cisão pode ser pela vontade de ter um filho ou de serem pais, por quererem uma exten­são de si ou até para aprofundarem os vín­culos e laços conjugais e familiares.
A gravidez é um fenômeno natural na vida da mulher. Os nove me­ses gestacionais são divi­didos em três trimestres com aspectos diferentes e importantes. O primeiro trimestre é o momento da desco­berta e aceitação da gra­videz, quando se iniciam as mudanças de papéis familiares, se constituin­do numa nova forma de família. Nessa fase é importante a integração familiar e a comu­nicação, para um maior entrosamento du­rante a gestação.
O segundo trimestre é o mais estável emo­cionalmente, mas é o que traz mais preocu­pações sobre o desenvolvimento fetal e mu­danças corporais. Também é o trimestre da formação do vínculo mãe-bebê e o seu forta­lecimento. É importante sempre haver a par­ticipação do pai e de outros filhos. O terceiro e último trimestre é o mais frá­gil, já que com a chegada do parto a mulher tem um aumento de hormônio, o que eleva a ansiedade. Por isso ela necessita de aten­ção e compreensão familiar, principalmente do companheirismo conjugal. Depois desse trimestre, há a chegada do bebê e toda transformação familiar se dá por completa, configurando o início de uma nova família.
"Tendo tudo isso em vista, percebe-se que a gestação é um momento importante, frágil e grandioso da vida da mulher, e por isso ne­cessita de um acompanhamento tanto profis­sional quanto familiar, que dê todo o suporte necessário a essa nova mãe que nasce", ressalta a psicóloga. "Por isso, a ajuda psicológica é importan­te e muitas vezes necessária. De preferência uma ajuda especializada."

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Conheça a Abordagem Centrada na Pessoa


Na Psicologia existe uma forma diferenciada de se atender que não é muito conhecida pela sociedade. A Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) é uma filosofia em que não se usam técnicas e padrões, acreditando que a melhor maneira de se ajudar alguém é acreditando na condição natural da pessoa de sentir, pensar, escolher e direcionar o caminho das suas próprias necessidades, à medida que lhe faz bem. Por conta disso, aceita e respeita a pessoa como ela realmente é, sem julgamentos e classificações, já que as necessidades de cada um são diferentes. Assim, não enfatiza os sintomas, mas os seus significados.
Nos encontros com adolescentes e adultos o tratamento psicológico é pela conversa, na qual se oferece um ambiente facilitador para que a pessoa, junto com o terapeuta, entenda o sentido de suas ações e sentimentos para que consiga se conhecer melhor, ter outras possibilidades e se transformar.
Já com crianças, o tratamento psicológico é pela ludoterapia – por meio do brincar a criança consegue explorar seus sentimentos, atitudes e se libertar de suas tensões reprimidas, e essa experiência dá a possibilidade para a criança se perceber, amadurecendo e se desenvolvendo. Também com crianças a conversa pode ser utilizada, da mesma forma que com adolescentes. O brincar pode ser utilizado, quem escolhe o caminho dos encontros é sempre a pessoa, e o terapeuta apenas aceita e respeita a escolha.
Um diferencial que eu considero relevante é que a ACP acredita que as pessoas com necessidades especiais também conseguem pensar, sentir, resolver e direcionar suas próprias escolhas. Portanto, aceita a pessoa como ela é realmente, sem classificações pelos sintomas, valorizando-a e as suas potencialidades antes dos seus sintomas e limitações.
A ACP acredita na relação terapêutica entre a pessoa atendida e o terapeuta. Por meio dessa relação e tendo apoio em critérios facilitadores que o terapeuta dispõe, facilita a pessoa para se conhecer e, quando ela consegue se conhecer completamente, torna-se seu próprio guia.

(Artigo da psicóloga Vanessa Sardisco)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A importância do brincar



Atualmente, embora a importância de brincar para o desenvolvimento infantil seja amplamente reconhecida, é comum vermos crianças de pouca idade com uma rotina atribulada, com muitas atividades e compromissos. Fica difícil encontrar um tempo para que possam ter seu espaço e tempo de brincar e acaba sendo mais fácil usar meios eletrônicos para “distrair” as crianças.
Meios eletrônicos e brinquedos de última geração estão no auge e isso é um ganho para todos, mas temos que saber dosar seu uso pelas crianças. Os games e jogos virtuais não têm a mesma dimensão simbólica de uma brincadeira de rua, boneca, carrinho e jogos interativos. Mas será que tais brinquedos ainda fazem parte da vida das crianças?
Alguns educadores, sejam pais, professores ou outro membro da família que têm o poder de educar ainda utilizam as brincadeiras e jogos antigos, por acreditar que as crianças adquirem um melhor comportamento, pois os jogos incluem regras, estratégias, foco de atenção, interação e trabalho em equipe.
A brincadeira aparece como um importante componente da educação infantil, sendo uma ferramenta de aprendizagem: as crianças acabam aprendendo a seguir regras e aceitá-las, a descrever o que é certo ou errado, a dividir os materiais, a distinguir cores, formas e tamanhos, melhoram o foco de atenção, capacidade de memorização etc.
Para as crianças de três a sete anos, as brincadeiras e os papéis nelas desempenhados são utilizados para descobrir e experenciar o mundo que as cercam, para se organizarem e socializarem, proporcionando a possibilidade de serem criativas. É por meio do brincar que as crianças tomam distância daquilo que as faz sofrer, possibilitando-lhes explorar, reviver e elaborar situações que muitas vezes são difíceis de enfrentar.
O brincar é importante, pois é um meio de expressão das crianças, contexto no qual ela elabora seus conflitos e demonstra seus sentimentos, ansiedades, desejos e fantasias. Mas há também a criança que não consegue brincar e essa deve ser um objeto de preocupação. Muitas crianças acabam sendo encaminhadas para a Psicoterapia, pois seus cuidadores percebem algo que não condiz com a “normalidade” e procuram ajuda.
É nas consultas terapêuticas que surge uma nova possibilidade de avaliação e intervenção: após formar vínculo criança-terapeuta e essa adquirir confiança, entra o lúdico, pois é pelo brincar e desenhar que ela conseguirá expressar sua angústia. O terapeuta concentra-se na obtenção e manejo dos elementos vitais que ajudem o paciente na elaboração de um sofrimento ou dificuldade.
O brincar é essencial para o desenvolvimento infantil. Disponibilizar espaço e tempo para brincadeiras significa contribuir para um desenvolvimento saudável. É importante também que os adultos resgatem sua capacidade de brincar, tornando-se mais disponíveis para as crianças enquanto parceiros e incentivadores de brincadeiras.
Não é apenas o brincar que é importante para o desenvolvimento cognitivo-comportamental das crianças, mas, com toda a certeza, é um grande aliado.

(Artigo da psicóloga Renata Preteroto)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Autismo: sinais de sofrimento psíquico


Hoje em dia é muito comum falar de autismo ou de transtorno do espectro autista, que são expressões de traços de isolamento na relação com o outro. As manifestações são diversas, o que, por um lado, auxilia a detecção de que algo não vai bem com a criança, precisando buscar tratamento o quanto antes, mas, por outro lado, pode proporcionar o fechamento de um diagnóstico que nem sempre é verdadeiro, principalmente em bebês e crianças muito pequenas.
Como nesse período há uma grande plasticidade neuronal, é imprescindível realizar as intervenções precoces visando o estabelecimento da relação do bebê/criança com os pais e cuidadores, para que os pequenos possam ir estabelecendo laços sociais, aumentando a sua rede de relacionamentos e aumentando suas capacidades de expressão.
A criança pode, ou não, evoluir para um quadro autista. O trabalho é individual e dependerá de diversos fatores, visto que as causas são várias: condições ambientais, genéticas, emocionais, não podendo se depositar um peso único para um único fator. O importante é investir e trabalhar em conjunto com os pais e outros profissionais.
A dificuldade da pessoa com autismo é na relação, não por falta de vontade ou por falta de amor pelas pessoas próximas, já que amam seus pais, amigos e são muito carinhosas com eles, mas por incapacidade de se colocarem no lugar do outro, porque esse lugar lhe é estranho por um desconhecimento com o que ocorre com o seu próprio corpo, apesar de muitas vezes terem um conhecimento vasto sobre assuntos em gerais. O mundo pode ser muito intenso e pode ser necessário um fechamento pela violência em receber estímulos sem a capacidade de metabolizá-los da melhor forma possível para o estabelecimento do convívio social. Por isso não se pode forçar o contato quando a pessoa com autismo sinaliza seus limites. É preciso trabalhar com eles para, na medida do possível, ampliar seu contato social.
De um modo geral, é importante verificar se a criança prefere brincar sozinha na maior parte do tempo, evitando interagir com outros; se manipula objetos de maneira mecânica, sem a presença de faz-de-conta; se evita o contato visual, parecendo ter algum tipo de surdez por ficar indiferente ao chamado; se tem reações violentas quando em contato com outros. Em bebês, deve-se observar se há uma indiferença à voz materna, se evita olhar para a mãe ou não sustenta esse olhar. Muitas crianças ou bebês podem ter esses sinais sem que necessariamente eles indiquem a presença do autismo, por isso são apenas sinais de alerta a serem observados dentro de um contexto mais amplo de isolamento e recusa da relação com o outro. Procurar um profissional habilitado seria o mais indicado para melhores esclarecimentos.

(Artigo das psicólogas Fabiana S. Pellicciari e  Juliana M. Nivoloni)

domingo, 3 de agosto de 2014

Você conhece a Terapia Cognitivo Comportamental?

Em nossas vidas temos diversas atividades do cotidiano para desempenhar; mas no entanto, o que faz uma mesma tarefa ser muito fácil para uma pessoa, mas extremamente difícil e dolorosa para outra?
Isso acontece porque cada pessoa percebe o mundo e as situações de formas diferentes e atribui significados diversificados a um mesmo estímulo. Por exemplo, quando encontramos com um amigo na rua e ele não nos cumprimenta, surge em nossa mente pensamentos automáticos como “nossa, ele deve estar com muita pressa!”. Ou: “Como ele mudou, está se achando, não quero mais falar com ele!”. Na primeira situação, a interpretação não suscita nenhuma reação orgânica ou emocional de desconforto, já na segunda hipótese o pensamento pode provocar o sentimento de raiva. Dessa maneira é possível constatar que uma única situação causa percepções distintas e, consequentemente, comportamentos também.
A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é o processo terapêutico direcionado pela Teoria Cognitivo Comportamental, que tem por objetivo identificar como o indivíduo percebe a si e o mundo. A percepção está relacionada à forma como avalio as situações ao meu redor e qual significado atribuído a elas. Acredita-se que o sofrimento das pessoas tenha origem nas possíveis distorções feitas nessas avaliações.
Essa teoria concebe que a cognição (pensamentos) tem um impacto significativo sobre os sentimentos, comportamentos e reações fisiológicas, isto é, a forma como pensamos está diretamente relacionada com o que nós sentimos e como nos comportamos frente a um evento. Assim, o psicólogo ajudará na identificação de pensamentos e possíveis distorções cognitivas, para então fazer um plano de tratamento adequado a fim de minimizar os sintomas físicos, comportamentais e emocionais.
A TCC proporciona também ao paciente o autoconhecimento, uma vez que ele passa a conhecer e tornar consciente seus pensamentos e entende a causa de seus comportamentos e sentimentos. Aprender sobre quem somos e como agimos é o primeiro passo para aceitar as nossas dificuldades e a partir de então poder escolher estratégias reais para enfrentá-las. Por fim, a TCC visa desenvolver formas realistas de percepção de si e do mundo, promovendo assim uma melhor qualidade de vida ao paciente.

(Artigo da psicóloga Juliana Maximila de Paula Bueno)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Você conhece a Terapia Cognitivo Comportamental?


Em nossas vidas temos diversas atividades do cotidiano para desempenhar; mas no entanto, o que faz uma mesma tarefa ser muito fácil para uma pessoa, mas extremamente difícil e dolorosa para outra?
Isso acontece porque cada pessoa percebe o mundo e as situações de formas diferentes e atribui significados diversificados a um mesmo estímulo. Por exemplo, quando encontramos com um amigo na rua e ele não nos cumprimenta, surge em nossa mente pensamentos automáticos como “nossa, ele deve estar com muita pressa!”. Ou: “Como ele mudou, está se achando, não quero mais falar com ele!”. Na primeira situação, a interpretação não suscita nenhuma reação orgânica ou emocional de desconforto, já na segunda hipótese o pensamento pode provocar o sentimento de raiva. Dessa maneira é possível constatar que uma única situação causa percepções distintas e, consequentemente, comportamentos também.
De acordo com a psicóloga Juliana Maximila de Paula Bueno, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é o processo terapêutico direcionado pela Teoria Cognitivo Comportamental, que tem por objetivo identificar como o indivíduo percebe a si e o mundo. A percepção está relacionada à forma como avalio as situações ao meu redor e qual significado atribuído a elas. Acredita-se que o sofrimento das pessoas tenha origem nas possíveis distorções feitas nessas avaliações.
Essa teoria concebe que a cognição (pensamentos) tem um impacto significativo sobre os sentimentos, comportamentos e reações fisiológicas, isto é, a forma como pensamos está diretamente relacionada com o que nós sentimos e como nos comportamos frente a um evento. Assim, o psicólogo ajudará na identificação de pensamentos e possíveis distorções cognitivas, para então fazer um plano de tratamento adequado a fim de minimizar os sintomas físicos, comportamentais e emocionais.
A TCC proporciona também ao paciente o autoconhecimento, uma vez que ele passa a conhecer e tornar consciente seus pensamentos e entende a causa de seus comportamentos e sentimentos. Aprender sobre quem somos e como agimos é o primeiro passo para aceitar as nossas dificuldades e a partir de então poder escolher estratégias reais para enfrentá-las. Por fim, a TCC visa desenvolver formas realistas de percepção de si e do mundo, promovendo assim uma melhor qualidade de vida ao paciente.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

A doce (e difícil) tarefa de criar filhos



Sabemos que criar um filho nos dias de hoje não é tarefa fácil. A falta de tempo, o excesso de trabalho, de informação, a rotina agitada, o cansaço físico, o estresse cotidiano, entre outras características do mundo atual, mexem com toda a estrutura familiar que já não é mais a mesma de antigamente. Infelizmente, algumas crianças acabam sofrendo as consequências, passando por momentos difíceis durante o seu desenvolvimento.
Caso seu filho apresente alguns desses sinais, causando preocupação e angústia, é importante buscar ajuda e iniciar um trabalho que possa minimizar o sofrimento, auxiliar no bom desenvolvimento e oferecer, também, um espaço de escuta e acompanhamento familiar, muitas vezes evitando que problemas mais graves possam surgir ao longo do percurso.Mesmo partindo do princípio de que cada casal projeta o melhor futuro para o filho, muitas vezes o encanto acaba se quebrando, e aparece a dura realidade de que nem tudo é como o esperado ou planejado. A criança passa a dizer de diversas formas que algo não está caminhando muito bem e por isso é importante ficar atento a alguns sinais como: insônia, dificuldades na amamentação ou alimentação, recusa no olhar para mãe ou cuidador, birras insistentes e intensas, problemas na fala ou comunicação, problemas na relação com os pais e outras crianças, isolamento, inibição, apatia, agitações, problemas com limites, doenças orgânicas recorrentes etc.
Por meio do atendimento psicanalítico é possível lidar com tais questões, sem que o papel principal dos pais seja substituído por uma saber teórico e científico, ajudando-os a manter a espontaneidade e a relação única que existe entre pais e filho e que, muitas vezes, acaba sendo abalada pela culpa e pelo excesso de informações balizadas encontradas nos diversos meios de comunicação.
A realidade de uma criança que traz questionamentos não deve ser escamoteada, mas sim comunicada com o cuidado devido para evitar uma paralisação dos pais frente aos problemas do filho, garantindo suas funções parentais, assegurando um futuro digno de uma criança que possa se tornar um sujeito desejante, que faz escolhas, recusas e que enfrenta o desconhecido e os obstáculos da vida como qualquer outro cidadão!
(Artigo das psicanalistas Fabiana S. PellicciariJuliana M. Nivoloni)

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Você sabe o que é metanoia?


Metanoia é um termo utilizado pela Psicologia Junguiana que significa quebrar (meta) padrões (noia), ou seja, mudança. Trata-se de um sentimento urgente de rever a vida e que ocorre por volta dos 40 anos de idade, podendo coincidir com a saída dos filhos de casa.
Trata-se de uma crise existencial, em que os valores pessoais e sociais são colocados em xeque e que afeta não somente a pessoa em si, mas, também, o seu entorno. É um voltar-se para si. Os valores sociais começam a serem deixados de lado para que os valores pessoais emerjam. É a individuação (não confundir com individualismo).
É o momento em que se faz perguntas como: o que eu fiz de minha vida? O que eu tenho, o que eu sou me deixam feliz? Estou satisfeito (a) comigo mesmo (a)? O que eu fiz para mim e para os outros teve algum valor? O que será de minha vida daqui para frente?
Essas indagações podem levar a grandes mudanças na vida de uma pessoa, como: buscar por um novo emprego no qual se sinta mais realizado (a), estudar ou voltar a estudar algo que sempre quis, ir em busca de um sonho ou desejo deixado lá atrás com a chegada dos filhos ou com o casamento, sair de um relacionamento no qual não se veja mais sentido ou sentimento, buscar desafios. Volta-se para valores mais elevados e de caráter universal. A pessoa se espiritualiza. É um início de preparação para a morte como um ato de desapego do social/concreto para um encontro com o individual/espiritual.
Muitas pessoas passam por esse período sem o perceber. Outras, no entanto, sentem uma insatisfação, um mal-estar sem explicação, e nada que vem de “fora” traz um alívio adequado. Uma parte dessas pessoas viverá com esse incômodo e se adaptará a ele. Outras não suportarão o desejo imperioso de ir em busca de si e, de sorte, procurarão um processo psicoterapêutico em que poderão lidar de forma adequada com sua crise existencial.
O processo terapêutico que aqui se coloca é diferenciado dos que ocorrem em outros estágios da vida, pois as pessoas já “não podem mais se ocupar do passado” – ele já se foi. Daí, o caminho a seguir é o “à frente”, “adiante”.
Que se dê se a esse processo terapêutico o nome de Psicanálise, de Análise ou de Terapia, não importa. O que importa é: a quem entregar o “cuidado de mim” nessa que, talvez, seja a última oportunidade de ser eu mesmo (a)?
Minha sugestão: procure um profissional com formação adequada em Psicologia, que é a “ciência da mente e do espírito” e que engloba os processos citados acima (Psicanálise, Análise, Terapia). Para se ter certeza da formação em Psicologia e do exercício legal da profissão pelo (a) psicoterapeuta, basta acessar o site do Conselho Regional de Psicologia (www.crpsp.org) e, por meio do nome, verificar se o profissional tem seu registro ativo, ou seja, se seu nome consta no cadastro do CRP. E, então, SIGA EM FRENTE!

(Artigo do psicanalista José Antonio Oliveira)

terça-feira, 20 de maio de 2014

Como se trata a depressão?


A depressão tornou-se um fenômeno tão frequente no mundo moderno a ponto de ser considerada por alguns autores como reação normal dos tempos atuais, desde que não interfira nas nossas atividades cotidianas. Esse ponto de vista estatístico não leva em conta, porém, a gravidade do problema e as sensações que acompanham o indivíduo durante toda a vida, podendo interferir negativamente nos relacionamentos afetivos, sociais e profissionais, ensejando o desequilíbrio psicológico do indivíduo, de forma a conduzi-lo a uma vida insatisfatória e improdutiva.
Segundo o CID 10 (Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10, 1993), o indivíduo acometido por episódios depressivos usualmente sofre de humor deprimido; perda de interesse e prazer; energia reduzida levando a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída; cansaço marcante após esforços leves; concentração e atenção reduzidas; ideias de culpa e inutilidade; visões desoladas e pessimistas do futuro; ideias ou atos autolesivos ou suicídio; sono perturbado; apetite diminuído.
O paciente, geralmente, tem consciência de seu estado e sofre com isso. Além de triste, o humor pode se mostrar irritável, exteriorizando-se por sentimentos de angústia, ansiedade, medo, insegurança, incapacidade parcial ou total de sentir alegria ou prazer. Do ponto de vista somático, a maior parte do deprimidos queixa-se de diminuição da libido, insônia, inapetência ou aumento do apetite.
Para alguns autores, o núcleo da depressão está estruturado por um certo tipo de ideia que o sujeito faz da impossibilidade de realização de um desejo em que alcançaria um ideal, e como não é possível, ele se sente fracassado, arruinado, inferior, culpado.
A depressão por perdas, conhecida como luto, é decorrente da sensação de perda, real ou fantasiada, de objetos bons e/ou reasseguradores da autoestima do indivíduo. Freud (1974), em Luto e Melancolia, elabora uma comparação entre o afeto normal do luto e a melancolia. Tanto no luto como na melancolia há uma variedade de fenômenos, dentre eles, o desânimo profundamente penoso, interrupção do interesse pelo mundo externo, perda da capacidade de amar, bem como inibição às atividades em geral. No entanto, na melancolia, além desses fenômenos, encontra-se a diminuição dos sentimentos de autoestima, caracterizado por autorrecriminação, autodesvalorização e culpa, que podem levar ao delírio de autopunição.
Em linhas gerais, um tratamento antidepressivo pode ser do tipo medicamentoso ou não medicamentoso. O primeiro compreende os antidepressivos, sendo o segundo a psicoterapia, considerado básico, em qualquer caso clínico, a combinação dos mesmos como complementares. Portanto, enquanto o médico psiquiatra cuida da doença, o psicoterapeuta ocupa-se do doente ou, num outro sentido, do homem que sofre. Em termos práticos, o psicoterapeuta deve ajudar o paciente a identificar e desfazer a trama depressiva que vem construindo há muito tempo. O sujeito não se apercebe que, via de regra, escolhe a solução menos satisfatória, mais complicada, de forma a configurar a sua vida numa rede de vivências torturantes. Trata-se de um trabalho artesanal, o qual requer muita paciência e estritamente personalizado, com vista a auxiliar na remissão do episódio e, mais do que isto, encontrar um jeito melhor de funcionar.

Artigo do psicólogo Marco Túlio Silva de Oliveira

terça-feira, 13 de maio de 2014

Sexualidade: olhe para a sua!

Hoje em dia, a sexualidade humana não é mais limitada à reprodução da espécie; os tempos são outros, e agora ela está vinculada a vários fatores – biológicos, psicológicos, socioeconômicos, culturais, étnicos, espiritual e religioso.
Quando o assunto é problema sexual, a Psicologia cuida de várias patologias:
- Aversão sexual - quando a relação produz medo ou ansiedade suficiente para que o ato seja evitado.
- Compulsão sexual - impulso ou tentação de realizar atos ou fantasias sexuais, gerando alívio ou gratificação.
- Dispareunia - dores durante as relações sexuais; ocorre tanto no homem quanto na mulher.
- Ejaculação precoce - não consegue controlar a ejaculação.
- Vaginismo - espasmo da musculatura da vagina, impossibilitando a penetração do pênis, causando muita dor na mulher.
- Transtornos de identidade sexual - começa na infância e transcorre para a adolescência; é caracterizado por um intenso sofrimento quanto à sua identidade sexual.
E quando é hora de procurar ajuda profissional? Quando o problema começa a angustiar os seus dias, vai batendo uma tristeza profunda e, o pior, você começa a culpar tudo e a todos, é a hora de procurar ajuda. O tratamento não tem regra – cada caso é único e específico, e depende muito de cada pessoa.
A sexualidade influencia expressivamente na vida do casal, e quando um dois nega esse valor, a terapia é uma das ferramentas importantíssimas. O terapeuta é um mediador entre o casal estabelecendo entre eles o diálogo. Em muitos casos, ainda se amam e se desejam, mas se perderam diante de tantas ofensas e cobranças.
Ainda existe muito preconceito quando o assunto é sexo. Tanto homem quanto a mulher, por terem visões totalmente diferentes e discordarem o tempo todo, preferem não falar do assunto, gerando assim um abismo entre eles.
Os adolescentes a partir de 11 ou 12 anos procuram ajuda muitas vezes por curiosidade, e por terem vergonha ou dificuldade em falar com os pais. É um momento muito importante na vida deles e uma boa base é fundamental para um desenvolvimento do autoconhecimento de forma equilibrada e sábia.

(Artigo da psicóloga Cláudia Hallgren)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

EMDR, a terapia de resolução rápida

MDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing ou Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares) é um novo e eficaz método psicoterapêutico, que tem ajudado milhares de pessoas de várias idades em todo o mundo a resolverem, de forma rápida e duradoura, vários tipos de problemas psicológicos e emocionais, especialmente os ligados a traumas. Ele pode ser incorporado a outros métodos psicoterapêuticos, como tem sido feito por psicanalistas, psicoterapeutas comportamentais, reichianos, gestaltistas, hipnólogos etc., que buscam neste treinamento ampliar a eficácia de seus recursos, ou pode ser utilizado como única forma de atendimento ao cliente.
A sessão começa com a identificação de um problema específico a ser focalizado. O cliente é chamado a recordar-se de um tema perturbador – a lembrança de um evento ou um pensamento negativo. Procura manter em mente uma cena, um sentimento, um som, um pensamento e ainda as crenças negativas relacionadas ao problema.
Segundo a psicóloga Angela Carero, o terapeuta conduz conjuntos de movimentos oculares, pedindo ao cliente que siga o movimento de seu dedo, enquanto este mantém em mente o material perturbador, e apenas observa e relata o que surge na mente, sem fazer esforço algum para controlar, dirigir, julgar ou analisar as associações que daí surgem. O trabalho é feito pelo próprio cérebro que é ativado na direção da cura. Cada pessoa processará suas associações de forma única, baseada em sua experiência pessoal e seus valores, sendo, portanto, importante notar que o modo correto de processar é personalizado.
Os movimentos oculares, que podem ser substituídos por estímulos bilaterais, são repetidos até que a lembrança seja menos perturbadora e possa ser associada a pensamentos positivos e crenças sobre si mesmo, como: “eu fiz o melhor que pude”, “estou bem sendo eu mesmo”. Durante as sessões, o cliente pode experimentar emoções intensas, mas, ao final, a maioria reporta uma grande redução em seu nível de perturbação.
A duração do tratamento depende do tipo de problema, circunstâncias de vida e quantidade de traumas a serem tratados. Em alguns casos, uma sessão é suficiente, sendo mais comum que dure de 3 a 10 sessões, com frequência semanal ou quinzenal. Atua em: Transtorno do Estresse Pós-Traumático, ansiedade de performance, abuso físico, verbal ou sexual, transtornos de ansiedade, ataques de pânico, transtornos dissociativos, memórias perturbadoras, luto patológico, redução do stress, fobias, drogadicção, algumas depressões.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Como está sua autoestima?

acne
Autoestima é a capacidade de sentirmos a vida, estando de bem com ela. É a confiança em nosso modo de pensar e enfrentar os problemas e no nosso direito de sermos felizes. Para tanto, diz a psicóloga Silvia Iha, precisamos acreditar que somos merecedores de nossas necessidades e desejos e desfrutar os resultados de nossos esforços. É preciso ter autoconhecimento e autoconfiança. 

De acordo com a psicóloga, se um indivíduo se sente inseguro para enfrentar os problemas da vida, se não tem autoconfiança e confiança em suas próprias ideias, veremos nele uma autoestima baixa. Ou, então, se falta ao indivíduo respeito por si mesmo, se ele se desvaloriza e não se sente merecedor de amor e respeito por parte dos outros, se acha que não tem direito à felicidade, se tem medo de expor suas ideias, vontades e necessidades, novamente veremos uma autoestima baixa, não importa que outros atributos positivos ele venha a exibir. 

"Muitas vezes, a autoestima é confundida com egoísmo. Egoísta é aquela pessoa que quer o melhor, e quase sempre no sentido material, somente para si, não importando os outros", ressalta Silvia.  "Quem possui uma autoestima elevada tem, como consequência, amor e estima pelos outros. Ela quer o melhor para si e para os outros também. A autoestima fortalece, dá energia e motivação". 

Quanto maior a nossa autoestima, mais queremos crescer, não necessariamente no sentido profissional ou financeiro, mas dentro daquilo que esperamos viver durante nossa vida – como o emocional, a criatividade, o espiritual. Quanto mais baixa nossa autoestima, menos desejamos fazer e é provável que menos possamos realizar.