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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Dirija seu carro e sua vida


Sempre faze­mos planos para viver melhor, mais rea­lizados e mais fe­lizes. Que tal, en­tão, decidir por vi­ver sem medo? Me­do de altura, de sair de casa, de mudar de vida, medo de errar, medo de di­rigir… Qual é o seu medo? Seja qual for, ele o impede de dirigir a sua própria vida.
No caso do medo de dirigir um automóvel, ele impede o acesso das pessoas a diversas oportunidades na vida, limita o seu tempo e até as mantêm como dependentes de outros, o que ajuda a rebaixar a autoestima. Dirigir otimiza o tempo, viabiliza o cumprimento dos objetivos de vida, dá independência e, como consequência, autoconfiança.
"Quem tem medo de dirigir e não enfren­ta esse medo procurando ajuda, muitas ve­zes não consegue alcançar as próprias metas, pois depende do tempo de outras pessoas, e o tempo está cada vez mais curto", explica o psicólogo José Maria Cayres Lopes. "Para não con­frontar as consequências do medo, deixa de fazer planos e ter objetivos na vida, pois não tem tempo de realizá-los. E perde boas opor­tunidades de viver e se realizar plenamente.
O medo de dirigir tem várias causas: in­segurança por falta de habilidade, medo de errar, de dirigir em rampa, de que o carro “morra”, medo de quem está atrás, de bater em outro carro, trauma por algum aciden­te etc. Se essas dificuldades não forem tra­balhadas, podem criar problemas maiores. Começa pela que­da da autoestima, sentindo-se inca­paz. Mais do que assumir o contro­le do carro, tratar o medo de dirigir é ter uma vida saudá­vel em todos os as­pectos, pois a au­toestima baixa po­de comprometer o desempenho profissional, os relacionamen­tos afetivos e familiares e até chegar a uma depressão. O melhor caminho é assumir o medo e buscar ajuda."
O ideal, segundo o profissional, para quem tem medo de dirigir, é realizar um trabalho con­junto do psicólogo do trânsito e clínico e de um  educador de trânsito. "Na clínica, muitas pessoas relatam que, diante do carro, têm tremor nos braços e pernas, aumento da sudorese e do batimento cardíaco etc. Estão diante de um transtorno de ansiedade, que será tratado com técnicas da terapia cogni­tiva e da terapia comportamental", diz ele.
Superada essa etapa, começa a preparação para as aulas práticas com o educador de trânsito. O objetivo é que a pessoa se relacio­ne de forma saudável com o veículo e enfrente o trânsito com segurança e naturalidade.

sábado, 13 de setembro de 2014

Aprendendo a lidar com as perdas


Perder faz parte da vida de qualquer pessoa, mas essa é uma experiência que pode ajudar no crescimento do indivíduo? Sim, e muito. As cenas de crianças desoladas ao fim da partida de futebol como a que assistimos entre Brasil e Alemanha ilustram muito bem esse aspecto.
Situações como esta podem fazer com que crianças comecem a elaborar e compreender que para vencer, quer seja um jogo, uma competição, a conquista de um novo trabalho, uma promoção, é necessário estudar, se dedicar, planejar. Nada vem de forma mágica, como o apertar e deletar de botões de computadores, celulares e similares.
Na realidade atual, na qual os meios eletrônicos possibilitam num apertar de botões/teclas ou, num deslizar virtual, ir ao encontro de algo desejado, a frustração é algo indesejável, insuportável. Acreditar e aceitar que perdas são inevitáveis são algo que num primeiro momento tende a ser negado.
Como pais ou educadores, nossa ajuda consiste em mostrar à criança que perder, por exemplo, quando se trata de um jogo, uma brincadeira, é uma possibilidade, e nessas situações aprender a lidar com a perda pode ser menos doloroso do que uma situação de perda de um familiar ou doença grave de um familiar ou amigo.
Quando se perde, é normal ficar triste, desanimado, e se esse momento da criança ou adulto é respeitado, pais e familiares suportam conviver com a tristeza e a dor, os sentimentos duram alguns dias, e depois ela, pela sua própria capacidade, se recuperará, falará sobre o ocorrido, como os depoimentos mostraram crianças falando: “fiquei triste porque o Brasil perdeu a Copa”, ou “não fui vitorioso na competição, mas tenho meus amigos, minha família”. Enfim, ele acredita internamente que tem recursos e pode enfrentar as decepções, perdas e o sofrimento provocado.
Ganhar é muito bom, mas quando isso não é possível, ou não há possibilidade concreta de ocorrer, respeitar os limites, não tentar ir além de suas possibilidades é importante, pois ajuda o indivíduo, quer seja adulto ou criança, a encarar e saber lidar com pressões, não querer ser algo que não pode e, principalmente, não assumir atitudes onipotentes, na qual se tenta ser o que não é.
No mundo atual, as exigências são cada vez maiores. Vivemos a ditadura de ser o melhor, o mais completo, em um mundo em que não há lugar para as falhas, inseguranças, dificuldades e dúvidas, enfim, para o não dar certo. Quando uma situação coletiva desbanca toda uma nação como foi, por exemplo, o final dos jogos da Copa, é como se um sentimento coletivo invadisse cada um e cada qual, reagindo a seu modo, será capaz de mostrar como tratam as perdas por que passa na vida. Alguns reagem a elas de forma primitiva, olho por olho, dente por dente, enquanto outros ficam tristes, se deprimem, mas reagem ao fato, e novamente confiam e acreditam na possibilidade de viver novas situações, mesmo sabendo que as perdas sempre farão parte da vida.

(Artigo da psicanalista Samira Bana)