terça-feira, 30 de agosto de 2016

Esclerose Múltipla: quanto mais cedo o diagnóstico, melhor



30 de agosto é o Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. Segundo o neurocirurgião e professor de Neurocirurgia, Feres Chaddad Neto, trata-se uma doença degenerativa e que não tem cura. Portanto, quanto mais cedo o diagnóstico, melhores são as perspectivas de controle dos sintomas. 
Estima-se que no Brasil, 35 mil pessoas são portadores da enfermidade. “A esclerose múltipla uma doença crônica do sistema nervoso central que afeta o cérebro e a medula espinhal e que interfere na capacidade do cérebro e da medula espinhal para controlar funções, como caminhar, enxergar, falar, urinar e outras”, explica o médico. 
Segundo o neurocirurgião, ela afeta gravemente a qualidade de vida dos pacientes e incide geralmente entre 20 e 50 anos de idade, predominando entre as mulheres. Ela não é contagiosa ou mental (psiquiátrica). “Na esclerose múltipla, o sistema de defesa do corpo (imunológico) fica desregulado e começa a produzir uma grande quantidade de citocina, uma proteína programada para reconhecer e combater vírus e bactérias, que passa a atacar a mielina, a substância que recobre os neurônios, cuja finalidade é facilitar a transmissão dos sinais elétricos nervosos dentro do sistema nervoso”, ressalta o professor Chaddad Neto. “Quando a mielina é destruída, as fibras nervosas são também atingidas, o que altera ou interrompe os impulsos nervosos entre elas (sinapses).”
De acordo com o neurocirurgião, a fase inicial da esclerose múltipla é bastante sutil. Os sintomas são transitórios, podem ocorrer a qualquer momento e duram aproximadamente uma semana. “Tais características fazem com que o paciente não dê importância às primeiras manifestações da doença que é remitente-recorrente, ou seja, os sintomas vão e voltam independentemente do tratamento”, relata.
Os primeiros sinais que podem aparecer são pequenas turvações na visão (foto), ou pequenas alterações no controle da bexiga. Com a evolução do quadro, surgem outros sintomas, como fraqueza, tremores, formigamento nas pernas ou de apenas um lado do corpo, diplopia (visão dupla) ou perda visual prolongada, desequilíbrio e descontrole dos esfíncteres, ou mesmo alterações de comportamento, como mudanças bruscas de humor e depressão, até disfunções sexuais como impotência.
Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, o paciente necessita de acompanhamento médico e tratamento para o resto da vida. O controle medicamentoso tem como objetivos principais abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro. No primeiro caso, os corticosteróides são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, os imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos pacientes. Além disso, a fisioterapia motora, a terapia ocupacional e o tratamento fonoaudiólogo podem ser indicados em casos individuais. 
“Embora limitadora, a maioria dos pacientes com esclerose múltipla tem uma vida normal e uma expectativa de vida semelhante à população saudável“, afirma o médico. “Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito o mais breve possível, para evitar o avanço da doença e garantir a qualidade de vida dos pacientes”. 


domingo, 28 de agosto de 2016


Em 24 de agosto foi comemorado o Dia da Infância. A data proporciona uma reflexão sobre o exercício dos Direitos da Criança no Brasil. A Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) alerta para que todas as crianças possam exercer os direitos básicos como brincar, praticar exercícios físicos e frequentar a escola todos os dias.
A atuação da instituição junto ao Ministério da Saúde e demais órgãos governamentais e fiscalizadores é para que todas as crianças com hemofilia tenham acesso à profilaxia, tratamento preventivo que permite uma vida normal e plena, sem dores e nem as sequelas articulares causadas pelas hemorragias, a principal característica da coagulopatia.
Brincar não é apenas um passatempo divertido, mas também uma atividade essencial para o desenvolvimento físico e psicológico de todas as crianças. A FBH esclarece que o tratamento preventivo é fundamental para que as crianças com hemofilia possam exercer seu direito à diversão e crescerem com saúde, tornando-se adultos produtivos e felizes.
Através do brincar, a criança desenvolve capacidades importantes como a atenção, a memória, a imitação, a imaginação. Ao brincar, ela explora a realidade e a cultura na qual está inserida e, ao mesmo tempo, questiona as regras e papéis sociais. O brincar potencializa o desenvolvimento, já que assim se aprende a conhecer, fazer e a conviver. Além de tudo isso, a brincadeira desenvolve a linguagem, o pensamento e a concentração.
Para que uma criança com hemofilia adquira todos os benefícios da brincadeira sem complicações, é preciso realizar o tratamento preventivo (profilaxia), que consiste na aplicação dos fatores de coagulação do sangue que não são produzidos pelo organismo, de forma programada e regular, antes da ocorrência de um sangramento.
A hemofilia é um transtorno genético que afeta a coagulação do sangue. Há alguns anos, no Brasil, o cuidado dos pais era excessivo com as crianças, pois qualquer queda ou mínimo trauma poderia ocasionar uma hemorragia que, além de danos ortopédicos como a destruição da cartilagem articular e dos ossos, provocados pelo sangramento na cavidade articular, poderia levar a morte.
“Hoje, o quadro é completamente diferente. O Brasil dispõe de tratamento semelhante ao de países de primeiro mundo e todo tratamento é subsidiado pelo SUS, através dos Centros de Tratamento de Hemofilia (CTH’s). A FBH  atuou junto ao Ministério da Saúde, ao Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União e Comissão de Direitos Humanos para a profilaxia fosse realidade no país e hoje, essas crianças podem e devem brincar, participar de atividades físicas e esportivas na escola, na família, no seu bairro, no clube e onde quer que estejam”, explica Mariana Battazza Freire, presidente da FBH, que passou a atuar pela causa ao descobrir que o filho, que tem hemofilia, poderia ter uma vida normal, se tivesse acesso ao tratamento adequado: o tratamento profilático.
Os fatores são distribuídos pelos 183 Centros de Tratamentos de Hemofilia espalhados pelo País. A profilaxia deve ser realizada no domicílio do paciente, o que aumenta em 80% a qualidade de vida e inibe em 400% a ida emergencial aos hemocentros. “A Federação Brasileira de Hemofilia orienta aos pais das crianças com hemofilia que façam o tratamento da profilaxia em seus filhos desde bem cedo (a partir de 1 ano) e os deixem livres para brincar. Em casa, na escola ou no parquinho, sempre com a devida supervisão. Profilaxia é vida e deve ser incentivada sempre!”, ressalta Mariana. 
Para mais informações: www.hemofiliabrasil.org.br

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Homem também cuida da pele


Foi-se o tempo em que homens só usavam perfume, faziam a barba e cortavam cabelo. A época em que este era todo ritual de beleza deles ficou nos livros de história. O homem dos dias de hoje se cuida, e muito bem, e não tem a menor vergonha disso. Atualmente, os homens procuram se cuidar mais e já superam os 35% do público que busca atendimento em consultórios dermatológicos. E assim a indústria vem investindo em produtos para tratamento e cuidado com a pele do homem, produzindo linhas específicas para eles.
Segundo dados do Ibope, o homem brasileiro contemporâneo tornou-se mais consumista, gastando cerca de 15% a mais do que a mulher no cartão de crédito. Outro estudo – oGlobal Cosmetics & Toiletries - aponta que as vendas de produtos masculinos para tratamento da pele aumentaram em 41,5% no Canadá, 21,5% na França e 19,3% na Itália. O Brasil tem participação no mercado de cosméticos masculinos importante, ocupa a segunda posição no ranking mundial, segundo estudo feito pela Euromonitor.
Mas, por que os cosméticos de homens e mulheres devem ser diferentes? Será que é só jogada de marketing, para vender mais? Não mesmo! Realmente estes homens que querem se cuidar possuem características e desejos diferentes das mulheres, assim como as necessidades de cuidados. Afinal, a pele em geral é diferente, eles querem tratamentos mais sutis, mas não gostam de perder muito tempo com estes cuidados.
Por exemplo, a pele do homem tende a ser mais oleosa do que a das mulheres. E os homens não toleram, nem um pouco a sensação de pele lambuzada. Assim, os filtros solares dos homens possuem substâncias que tratam da oleosidade e possuem cosmética mais seca possível e que absorva rápido.
Outro exemplo são os hidratantes corporais. Homens, em geral, têm muitos pelos no corpo, o que dificulta a aplicação do hidratante em creme. Assim, as linhas masculinas lançaram hidratantes em loção ou spray que facilita a aplicação do produto e não deixa a pele pegajosa, pois são mais rapidamente absorvidos pela pele.
A pele dos homens em geral é mais grossa que a pele da mulher, e, assim, os cosméticos antirrugas masculinos podem ter uma concentração um pouco maior dos ativos para garantir a eficácia do produto. Um exemplo é a loção pós barba para acalmar, evitar  e tratar a irritação da barba (a foliculite), hidratar e até tratar rugas.
Além de todas estas diferenças, as indústrias ficam atentas ao cheiro do produto, formato da  embalagem (homens não gostam de potes, gostam de tubos) e também cor da embalagem (geralmente para este público as cores são preto, prata e azul).
Acho que os homens devem se cuidar mesmo. A saúde e beleza da pele é direito e todos.

Artigo da médica dermatologista Livia Pinto, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Tenho hérnia de disco lombar. Posso fazer musculação?


A hérnia de disco acomete normalmente pessoas entre 30 e 50 anos, o que não quer dizer que crianças, jovens e idosos estejam livres dela. Estudos radiológicos mostram que depois dos 50 anos, 30% da população mundial apresentam alguma forma assintomática desse tipo de afecção na coluna. As hérnias lombares são as mais comuns por ser região de sobrecarga do nosso corpo. Elas podem comprimir as raízes nervosas desencadeando dor irradiada por toda a extensão do nervo ciático.
Entre as vértebras da nossa coluna estão os discos intervertebrais, que são compostos de tecido de cartilagem e responsáveis por amortecer os impactos, evitando atritos. A discopatia mais comum é a degeneração dessas estruturas, caracterizada por redução da altura, deslocamento e rupturas periféricas que podem evoluir para o extravasamento do núcleo pulposo. O termo hérnia de disco costuma ser aplicado às degenerações mais avançadas. As discopatias degenerativas, de causa genética, geram instabilidades na coluna podendo provocar dores nas atividades diárias que podem ser agravadas por traumas, esforço repetitivo e má posturas da coluna.
Uma das intervenções mais importantes para melhorar os sintomas das dores por hérnia e prevenir a evolução ou novas crises é fortalecer os músculos paravertebrais lombares, melhorando assim a instabilidade da coluna. A musculação, academicamente conhecida como exercícios resistidos, é a forma mais segura e eficiente de fortalecer os músculos e deve fazer parte do programa de treino de pessoas que já apresentam ou tenham predisposição à problemas na coluna. Em geral, em três meses, 90% dos portadores dessas hérnias estão aptos para reassumir suas atividades rotineiras.
A recomendação é utilizar exercícios que estimulem de forma confortável os músculos paravertebrais lombares. Os cuidados devem ser com as flexões exageradas de tronco e de quadril e também com os movimentos de rotação da coluna porque tendem a agravar os sintomas ou desencadear novas crises. Inicialmente, recomendamos as remadas com pequeno movimento de extensão da coluna, e leg press ou agachamento, avaliando amplitudes que sejam confortáveis. Numa fase quase sem dor ou totalmente assintomático os exercícios de extensão lombar em máquina ou levantamento terra stiff, com peso livre podem ser experimentados.
A nossa experiência sugere que esses exercícios auxiliam de maneira eficiente o fortalecimento dos músculos lombares, mas em caso de dor, ou novas crises, devem ser retirados do programa de treino para avaliação. Os exercícios abdominais devem ser curtos, evitando flexão de tronco exagerada. Abdominais com rotação de tronco devem ser evitados.
Exercícios contínuos aeróbios, como as corridas, precisam ser evitados em fase de dor na coluna por gerar impactos nas vértebras e discos, agravando os sintomas. Ao retomar esses tipos de exercícios também é importante que isso ocorra de forma gradativa, aumentando sua frequência (tempo e dias) na medida em que a coluna for respondendo de forma positiva e assintomática, mantendo no programa o fortalecimento muscular.
Lembrando que é recomendável no acompanhamento de doenças e lesões a supervisão de um profissional especializado em treinamento resistido. 

Artigo da professora de Educação Física Sandra Nunes de Jesus, especialista em fisiologia do treinamento resistido na saúde, na doença e no envelhecimento pelo FMUSP. É coordenadora técnica do Instituto Biodelta.


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Infiltração com PRP: alternativa no tratamento da condromalacia patelar


O joelho é uma articulação que traba­lha próximo a seus limites fisioló­gicos. Qualquer sobrecarga mecâ­nica, tanto por um treino esportivo quanto pelo trabalho ou atividades do dia a dia, po­de desencadear quadro de dor e inchaço, às vezes de difícil controle.
Quando existe predisposição individual, fraqueza e desequilíbrio muscular, valgo di­nâmico, comum em mulheres, somado à so­brecarga mecânica do esporte, excesso de escadas no dia a dia, ou salto alto, a energia que seria dissipada pela massa músculo-ten­dínea passa para a articulação, desen­cadeando lesão. Quando atinge o tendão patelar, por exemplo, temos a tendinite patelar, mas, quando atin­ge a cartilagem de contato entre a pa­tela e o fêmur, po­deremos ter a con­dromalacia.
Quando a con­dromalacia torna-se sintomática, ocorrem: aumento da dor durante o treino, persistên­cia da dor em atividades da vida diária, incha­ço no joelho, dor muscular associada, atrofia do músculo anterior da coxa (quadríceps).
Um grande desafio da equipe multidisci­plinar ao tratar um esportista portador da lesão são os episódios de dor e inchaço que, muitas vezes, não permitem que se progri­da no fortalecimento muscular, essencial no tratamento e prevenção.
O PRP (Plasma Rico em Plaquetas) faz par­te do conceito da terapia biológica e foi de­senvolvido pela ideia de se injetar nas le­sões dos atletas e pacientes em geral uma concentração de fatores de reparação teci­dual do seu próprio sangue extraídos das plaquetas. As plaquetas possuem os “fato­res de regeneração tecidual”, nossos fatores de cicatrização e crescimento celular, e são o “gatilho” inicial da cicatrização de qualquer dano tecidual como, por exemplo, após um corte na pele.
O PRP foi, inicialmente, difundido entre odontologistas, principalmente na recons­trução de lesões extensas em mandíbulas e há 10 anos vem sendo usado em centros or­topédicos de excelência europeus e, apesar de ser considerado experimental pela Anvi­sa, tornou-se popular no Brasil nos últimos 5 anos. O preparo do PRP envolve coleta de sangue, centrifugação, isolamento da porção do concentrado, ativação e infusão.
O procedimen­to, assim como qualquer outro, e seu uso em de­terminadas le­sões encontra-se em estudo. Estu­dos publicados no American Journal of Sports Medici­ne e The Journal of American Me­dical Association concluem que as aplicações podem ajudar nas cicatrizações de determinadas lesões, como epicondili­tes, rupturas musculares e tendíneas, mas podem ser menos eficazes em Tendões de Aquiles degenerados, por exemplo.
O resultado dessas pesquisas nos leva a crer que o PRP teria indicação como adju­vante do tratamento de lesões quando asso­ciado a algum estímulo biológico, como por exemplo, após a realização do procedimen­to de microfraturas no tratamento de lesão cartilaginosa. O PRP estaria ligado a um me­lhor recrutamento de células tronco prove­nientes da medular óssea, aumentando as chances de uma melhor cobertura fibrocar­tilaginosa da lesão.

Artigo do dr. Marcel Ferrari Ferret (CRM 69031)


quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Estudos comprovam efeito anti-inflamatório da prática de exercícios físicos


De acordo com Claudia Forjaz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hipertensão, o evento permitiu a difusão do conhecimento cientifico que está sendo desenvolvido em todo o país sobre o exercício e a saúde cardiovascular. Conseguimos englobar temas que vão desde a pesquisa básica até aquelas aplicadas em situação real de atuação.
Pesquisadores comprovaram que o exercício físico pode contribuir para diminuição desses riscos em indivíduos obesos, sedentários e idosos – os quais fazem parte do grupo de risco cardiovascular. As teorias mais modernas preconizam a utilidade do exercício físico como efeito anti-inflamatório, isso porque o músculo que se encontra ativo com a prática de exercícios produz substâncias benéficas à prevenção de inflamações, e com isso consegue inibir as secreções inflamatórias que são produzidas pelo tecido adiposo.
Para comprovação desses benefícios, a pesquisadora dra. Cláudia Regina Cavaglieri conduziu um estudo que submeteu indivíduos obesos a seis meses de treinamento físico sem que houvesse qualquer mudança de alimentação. O que se observou é que, mesmo sem melhora na dieta, houve uma diminuição significativa nos riscos de desenvolvimento de diabetes e hipertensão.
“O exercício é efetivamente um medicamento importante, sem efeitos colaterais, que se modulado da forma correta (para que ocorra perda de massa gorda e ganho de massa magra) consegue ter esse efeito anti-inflamatório e, consequentemente, diminui o risco de desenvolvimento de doenças”, afirma Cláudia.
Outro destaque é a pesquisa do dr. Paulo Farinatti, que verificou queda na pressão nos usuários das academias que seguiam os protocolos indicados por profissionais de saúde.
De acordo com os pesquisadores, a atividade física deve ser realizada com durações, intensidades e frequências adaptadas para as necessidades de cada indivíduo. Em idosos, por exemplo, em que há menor condicionamento físico, há maior propensão ao desenvolvimento da hipertensão arterial e de doenças cardiovasculares. Nesses casos, os exercícios físicos aeróbicos são extremamente benéficos, e podem ser potencializados se somados aos exercícios de força.
No caso das mulheres mais velhas, a pesquisadora dra. Iris Callado mostra que a prática de exercícios físicos pode provocar benefícios significativos à saúde cardiovascular.
Mais informações: http://www.sbh.org.br.


terça-feira, 16 de agosto de 2016

Saiba mais sobre a ventosaterapia


Se você está acompanhando os Jogos Olímpicos e assistiu o nadador americano Michael Phelps levar para casa sua 21ª medalha de ouro olímpica, deve ter estranhado as marcas roxas cobrindo suas costas e ombros. Embora causem uma primeira impressão estranha, Michael Phelps, assim como todos os outros competidores de ponta que utilizam da técnica, não estão tendo nenhum problema com dores e locomoção.
A técnica utilizada chama-se ventosaterapia, ou cupping therapy. Segundo a fisioterapeuta Ana Gil, a terapia com ventosas provém da medicina chinesa e pode ser utilizada tanto para diagnosticar, quanto para tratar diversas enfermidades. A prática consiste em utilizar copos de vidro com fogo ou ventosas, aplicados diretamente sobre a pele, em áreas específicas do corpo ou nos meridianos da medicina tradicional oriental. Pode ser aplicada de forma fixa ou deslizante.
“O objetivo do tratamento é trazer o sangue para a periferia da pele e músculos, para induzir a troca gasosa nas células dos tecidos”, explica ela. Assim, libera-se a estagnação e permite um fluxo sanguíneo enérgico, local e sistêmico. Através de uma desintoxicação no fluxo local, elimina dores musculares, pós-exercícios, por diminuir consideravelmente a concentração de ácido lático após o esforço muscular excessivo.
“É uma técnica preventiva muito utilizada nos esportes. Ajuda a melhorar o desempenho do atleta, porque nutri as fibras musculares mais solicitadas”, diz Ana Gil. Métodos mais atuais utilizam copos de plástico e uma pistola apropriada para a sucção, que tem a vantagem de deixar menos marcas na pele, ou mais suaves, mantendo os mesmos benefícios terapêuticos.
Segundo a fundadora do Espaço Ana Gil, esse método tem eficácia comprovada e não somente no combate a dores de atletas. “O método é indicado para desintoxicação em geral. Além de reduzir as dores nas costas e promover relaxamento muscular, ajuda a combater reumatismos, enxaquecas, diminui aparência de cicatrizes e até da celulite. Além disso, também alivia ansiedade e stress”, afirma a fisioterapeuta.
A terapia com ventosas também tem seus riscos e certos grupos não são aconselhados a fazê-la. Pacientes com suspeitas de hemorragias de qualquer natureza, gestantes acima de sete meses, pacientes com dermatites – psoríase, micoses, cortes e ferimentos recentes no local da aplicação -, insuficiência cardíaca, quadros viróticos e osteoporose severa, devem procurar outras fontes de tratamento.


sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Dicas para ter unhas bem cuidadas


Unhas bem tratadas, esmaltadas, fortes e com cutículas feitas. Toda mulher vaidosa se sente bem e mais segura com mãos bonitas. No entanto, os cuidados com as unhas ainda geram muitas dúvidas, principalmente para as mulheres que optam por fazer as unhas em casa.
A técnica de manicure da Marco Boni, Renata Brandão, responde às principais dúvidas e ainda dá dicas de como a alimentação interfere na saúde das unhas.
- Meu esmalte sai muito fácil. O que posso fazer para aumentar a durabilidade?
Geralmente usamos hidratantes ou amolecedores de cutículas antes de pintar as unhas, o que deixa resíduos oleosos e faz com que o esmalte desprenda mais facilmente das unhas. O ideal é que antes de aplicar a base, a unha esteja limpa e seca, o que deve ser feito com removedor e algodão. Após a esmaltação, ao limpar, passe o palito também nas pontas das unhas, tomando cuidado para que o algodão no palito não tenha excesso de removedor.
- Mito ou verdade: unhas precisam respirar?
Sim. Para manter as unhas saudáveis e bonitas é preciso deixa-las ‘respirar’ por pelo menos um dia e, nesse intervalo, utilizar cremes para hidratar as cutículas.
- Qual o segredo na hora de fazer as unhas?
O primeiro passo é hidratar as cutículas. Para isso, os cremes a base de colágeno são uma excelente opção. A retirada da cutícula deve ser feita por inteiro, sem repicá-la ou cortá-la aos poucos, o que faz com que fique levantando pele após um ou dois dias. Uma boa base com óleo de cravo ou argan ajuda a prevenir porosidade em suas lâminas. E, após a esmaltação, é importante usar um top coat que, além de dar mais brilho, evita que o esmalte dê bolinhas ou amasse. Dica: limpe primeiro os excessos e, depois da unha semi seca, aplique o top coat. Isso evita que o esmalte escorra.
- Como melhorar a saúde das unhas?
A alimentação é uma forte aliada para nossas unhas. Se o organismo estiver carente de minerais, magnésio, zinco e cálcio, as unhas podem ficar mais fracas. Abuse de alimentos como brócolis, repolho, cereais integrais, leite e derivados, carnes magras, frutas com complexo B e vitamina C, como morango, kiwi, laranja etc. Isso auxiliará no brilho e crescimento das unhas.
Outra dica fundamental para garantir unhas saudáveis é que as ferramentas (alicates, afastador, palito e lixas) sejam de uso pessoal: isso evita qualquer tipo de contaminação.


quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Preciso usar aparelho auditivo?


Existem vários sinais que aparecem no dia a dia e indicam uma possível perda auditiva. O que devemos ob­servar? Confira as dicas da fonoaudióloga Janaína Faber Moreira (CRFa 8695) 
- Quando a pessoa não entende o que lhe é falado, tanto ao telefone quanto em locais barulhentos;
- Quando passa a achar que as pesso­as estão falando mui­to baixo;
- Quando a TV ou o rádio precisam ficar em volume alto para que se entenda o que está sendo dito;
- Se ela não enten­de a conversa e, pa­ra não ficar pedindo para o outro repetir, dá respostas erradas ou que fogem ao tema da conversa;
- Quando ela pede várias vezes para as pessoas repetirem o que disseram;
- Se ela não ouve todos os sons que as ou­tras pessoas ouvem, com o telefone, cam­painha etc.
- Se ela percebe que apareceu um zumbi­do, que é um apito ou chiado no ouvido;
- Se ela passa a se isolar das conversas;
- Quando ela diz que ouve, mas não enten­de o que foi falado.
Em quaisquer desses casos, a pessoa pre­cisa fazer o teste de audição, ou audiometria. O médico otorrinolaringologista poderá fa­zer a avaliação completa de sua audição e en­caminhar para uma fo­noaudióloga, na neces­sidade de adaptar uma prótese auditiva.


domingo, 7 de agosto de 2016

Benefícios de praticar esportes olímpicos


As Olimpíadas 2016, no Rio de Janeiro já começaram, e os esportes estarão entre os assuntos mais comentados no mundo todo. Mas, tudo isso não deve ficar apenas nas redes ou nas rodas de conversa, já que a prática regular de exercícios físicos apresenta inúmeras vantagens para o corpo, principalmente para os que têm acima de 60 anos.

Para o dr. Joaquim Grava, ortopedista do Hospital São Luiz Morumbi, os benefícios da prática esportiva, independentemente da modalidade, podem ser sentidos no mesmo grau. “Os três pontos mais importantes são: praticar com regularidade e segurança, sem se esquecer da avaliação médica antes de começar a prática”, orienta.

A prática de qualquer atividade física traz resultados visíveis ao corpo, à mente e até as relações interpessoais no ambiente familiar e profissional. O médico explica que cada atividade tem propósitos diferentes e, por isso, como é essencial o acompanhamento profissional para avaliar qual o esporte mais indicado para cada um. Confira:

Basquete
Ótimo para a saúde do coração, o basquete é uma atividade aeróbia, que ajuda no desenvolvimento do condicionamento físico. Como na corrida, trabalha quadríceps, glúteos e panturrilha. Para os membros superiores, fortalece o tríceps, o bíceps, os ombros e os punhos.

Boxe
Excelente para o desenvolvimento da coordenação motora, da resistência muscular, da força e da flexibilidade. O esporte também desenvolve habilidades como velocidade, tempo de reação e resistência cardiovascular.

Futebol
Entre os benefícios do esporte mais popular do mundo e o mais amado do Brasil estão o ganho de massa muscular, melhora no desempenho e na resistência física.

Handebol
Aprimora a coordenação motora e trabalha diversos grupos musculares, como bíceps, antebraços, tríceps, glúteos e pernas.

Judô
O esporte desenvolve força, flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio e reflexos.

Natação
Durante os movimentos na água, quase todos os grupos musculares são ativados, aumentando a frequência cardíaca e, consequentemente, o consumo de oxigênio pelo organismo.

Tênis
Atividade melhora a coordenação motora, aumenta a força muscular e fortalece ossos e articulações.

Triatlo
Está é uma opção para uma pessoa que já é atleta e deseja fazer um upgrade nos treinos. O esporte engloba três modalidades: natação, ciclismo e corrida, e você pode aproveitar os benefícios das três práticas em uma só.


sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Cuidado com a captura de pokémons!


Caçar pokémon não é tarefa fácil: são mais de 150 monstrinhos, e alguns deles só podem ser encontrados em continentes específicos, como Ásia e Oceania. Lançado ontem (3) no Brasil, o jogo de realidade aumentada funciona com um GPS, o que faz com que os aficionados saiam andando pelas ruas de olho na tela do celular e apelem pelas mais diferentes artimanhas para capturar o maior número de personagens. E é aí que mora o perigo.
Desde que o game foi lançado em outros países e virou assunto também no Brasil, o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) vem alertando de forma bem-humorada em suas redes sociais sobre os perigos de acidentes de trânsito envolvendo a distração dos jogadores.
Antes de ser iniciado, o próprio jogo emite um alerta para que não se jogue Pokémon Go enquanto dirige. Nas últimas semanas, Austrália e Estados Unidos foram alguns dos países que já noticiaram batidas e atropelamentos envolvendo a caça aos pokémons, um deles ocasionando a morte de uma garota de 22 anos. No Brasil, a história se repete: em Curitiba, no Paraná, um jovem foi atropelado na manhã desta quinta-feira enquanto jogava.
Colisões e choques são os tipos de acidentes mais frequentes no trânsito, muitos deles graves ou até mesmo fatais. E a distração é um dos principais motivos para essas batidas. Por isso, se quiser sair à caça de pokémons no trânsito, procure alternativas. Pesquisas mostram que usar o celular enquanto dirige prejudica tanto nossa capacidade de perceber e evitar perigos no trânsito como dirigir alcoolizado.
A criatividade do brasileiro já fez com que a febre se torne oportunidade de negócio. Empresas de transporte de passageiros, como táxis, já oferecem serviços especiais para que os jogadores cacem pokémons no trânsito sem se preocupar com a segurança. No Nordeste, um motoboy oferece seus serviços para rodar pela cidade com os gamers na busca por monstrinhos.
A preocupação com a distração vale e muito também para os pedestres, que jamais devem jogar enquanto atravessam a rua. No Estado de São Paulo, um em cada quatro mortos por acidente de trânsito são pedestres, segundo dados do Observatório Paulista de Trânsito, do Detran.SP. No Brasil, a proporção é de um em cada cinco.
Cuide primeiro da sua segurança ou corra o risco de não zerar o jogo e ainda por cima conquistar o prêmio Darwin (das mortes mais bizarras do mundo).


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Mitos e verdades da amamentação


A Semana Mundial do Aleitamento Materno, período entre 1 a 7 de agosto, traz a discussão sobre o desafio de conciliar trabalho e amamentação. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta e tira as principais dúvidas sobre o aleitamento materno, que além de nutrir, fortalece a relação entre mãe e bebê. Para o diretor de comunicação da entidade, Rodrigo Lima, o leite materno é essencial para o desenvolvimento saudável do bebê e deve ser o alimento exclusivo até os seis meses de idade.

Conheça os mitos e verdades sobre a amamentação:

A criança pode ser amamentada até três anos de idade ou mais.
VERDADE. Embora seja necessário introduzir outros alimentos após o sexto mês de vida, não há duração máxima para o aleitamento, sendo esta uma decisão da mãe.

É necessária a higienização das mamas antes e depois do aleitamento com água e gaze.
MITO. Não há necessidade de qualquer preparo da mama antes de oferecer o leite materno ao bebê.

A química do cigarro e álcool pode ser transmitida para o bebê pelo leite.
VERDADE. Além do álcool e de substâncias presentes no cigarro, até mesmo medicamentos podem passar para o leite materno, e o uso de substâncias deve ser discutido com o médico de confiança.

Terapias alternativas, como floral, podem influenciar na qualidade do leite.
MITO. Não existem evidências científicas confiáveis sobre isso.

Canjica e cerveja preta estimulam a produção de leite.
MITO. Não existem evidências científicas confiáveis sobre isso.

O colostro, o primeiro leite após o nascimento da criança, é rico em anticorpos e importante para o bebê.
VERDADE. O colostro tem papel importante na saúde do bebê, pois transfere anticorpos da mãe para o bebê que podem protegê-lo de infecções enquanto seu sistema imunológico ainda está em formação.

Cada mãe produz um tipo de leite diferente.
VERDADE. O leite de cada mãe é produzido de acordo com suas características corporais e hábitos de vida.

A alimentação e quantidade de água diárias influenciam na qualidade e quantidade de leite.
VERDADE.O leite é elaborado a partir dos nutrientes ingeridos pela mãe.

A produção de leite é hereditária, se a mãe não conseguiu amamentar, a filha também terá dificuldade
MITO. A produção de leite depende do estado de saúde da mãe e da estimulação do bebê.

A amamentação reforça o vínculo entre mãe e bebê.
VERDADE. O ato de amamentar aproxima a mãe do bebê, e é importante na formação do vínculo entre eles.

Amamentar dói.
MITO. Embora, em alguns casos, a amamentação possa produzir algum incômodo inicialmente, essa queixa costuma desaparecer à medida que a mãe se acostuma. A persistência de dor pode significar algum problema e deve ser comunicada ao médico de confiança.


segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Queda de cabelo aumenta no inverno


A alopecia (queda capilar) intensifica durante o inverno, já que neste período aumenta-se a temperatura da água do banho, diminui-se o número lavagens dos fios e usa-se com mais frequência secadores, boinas, chapéus, e, como consequência disso, aumenta a probabilidade de caspa, fios opacos e sem brilho, ressecamento e queda. Para compensar estes fatos, ocorre um abuso no uso de secadores de cabelos, cremes e leave in, que podem provocar irritações no couro cabeludo.
Acordar e perceber vários fios no travesseiro, a quantidade de cabelo que cai durante o banho ou ao pentear o cabelo assusta as pessoas. É normal perder de 100 a 150 fios durante o dia, porém essa quantidade podem aumentar até a 600 fios por dia durante o inverno.
A queda dos fios é parte natural do ciclo de vida dos cabelos. Este ciclo consiste em três fases de: a denominada fase anágena, que tem duração de 2 a 4 anos, podendo durar até 8 anos; repouso, também chamada de fase catágena, com duração média de 3 semanas; e queda, que constitui a fase telógena e tem duração de 3 a 4 meses.
Este tipo de queda, chamado de eflúvio telógeno, pode durar de 1 a 3 meses. O termo telógeno refere-se à fase de queda do cabelo que ocorre quando os fios que já estavam prontos para cair caem de forma excessiva em vez de caírem aos poucos.
Quantos fios temos?
São os folículos que determinam os mais variados tipos de pelos do corpo, desde a penugem até os do couro cabeludo. Essa quantidade varia de acordo com a idade da pessoa. Entre 20 e 30 anos, a cabeça humana tem, em média, 615 fios por centímetro quadrado – o que equivale a cerca de 150 mil fios. Dos 30 aos 50 anos, o número cai para 485 fios e vai diminuindo lentamente. Por exemplo, uma pessoa com 80 anos, saudável, possui 435 raízes por centímetro quadrado.
Os fios se formam muito cedo, quando o bebê ainda está na barriga da mãe. O recém-nascido tem de 100 mil a 150 mil folículos no couro cabeludo. Cada um produz um fio. Eles não desaparecem com a idade, apenas param de produzir cabelos. Esses números valem para os dois sexos e para todas as etnias. O que varia é a consistência do fio, que pode ser mais grosso ou mais crespo.
Alopecia androgenética
Há também outro tipo de queda de cabelos, em que não se nota tanto a queda, mas sim os cabelos mais “ralos”. Na alopecia androgenética os fios ficam extremamente finos e o couro cabeludo fica mais visível. Para não ficar na dúvida, é importante procurar um especialista e checar a saúde capilar. As receitas caseiras podem piorar o quadro de queda, por isso, é aconselhável sempre procurar um especialista.
O dermatologista avaliará toda a história clínica e o exame físico, que pode ser complementado com a tricodermatoscopia (exame relativamente simples, não invasivo, realizado com um aparelho chamado dermatoscópio). Em alguns casos o médico poderá solicitar exames laboratoriais: avaliação hormonal, hemograma completo, dosagem de vitaminas e minerais e, em alguns casos, biópsia da pele do couro cabeludo para definir o diagnóstico e o tratamento adequado. O tratamento é composto, basicamente, por medicações via oral e tópicas, shampoos e mesoterapia capilar (injeções intradérmicas aplicadas no couro cabeludo).

Artigo do médico dermatologista dr. Alexandre Haddad, que atua no Hospital VITA