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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Infiltração com PRP: alternativa no tratamento da condromalacia patelar


O joelho é uma articulação que traba­lha próximo a seus limites fisioló­gicos. Qualquer sobrecarga mecâ­nica, tanto por um treino esportivo quanto pelo trabalho ou atividades do dia a dia, po­de desencadear quadro de dor e inchaço, às vezes de difícil controle.
Quando existe predisposição individual, fraqueza e desequilíbrio muscular, valgo di­nâmico, comum em mulheres, somado à so­brecarga mecânica do esporte, excesso de escadas no dia a dia, ou salto alto, a energia que seria dissipada pela massa músculo-ten­dínea passa para a articulação, desen­cadeando lesão. Quando atinge o tendão patelar, por exemplo, temos a tendinite patelar, mas, quando atin­ge a cartilagem de contato entre a pa­tela e o fêmur, po­deremos ter a con­dromalacia.
Quando a con­dromalacia torna-se sintomática, ocorrem: aumento da dor durante o treino, persistên­cia da dor em atividades da vida diária, incha­ço no joelho, dor muscular associada, atrofia do músculo anterior da coxa (quadríceps).
Um grande desafio da equipe multidisci­plinar ao tratar um esportista portador da lesão são os episódios de dor e inchaço que, muitas vezes, não permitem que se progri­da no fortalecimento muscular, essencial no tratamento e prevenção.
O PRP (Plasma Rico em Plaquetas) faz par­te do conceito da terapia biológica e foi de­senvolvido pela ideia de se injetar nas le­sões dos atletas e pacientes em geral uma concentração de fatores de reparação teci­dual do seu próprio sangue extraídos das plaquetas. As plaquetas possuem os “fato­res de regeneração tecidual”, nossos fatores de cicatrização e crescimento celular, e são o “gatilho” inicial da cicatrização de qualquer dano tecidual como, por exemplo, após um corte na pele.
O PRP foi, inicialmente, difundido entre odontologistas, principalmente na recons­trução de lesões extensas em mandíbulas e há 10 anos vem sendo usado em centros or­topédicos de excelência europeus e, apesar de ser considerado experimental pela Anvi­sa, tornou-se popular no Brasil nos últimos 5 anos. O preparo do PRP envolve coleta de sangue, centrifugação, isolamento da porção do concentrado, ativação e infusão.
O procedimen­to, assim como qualquer outro, e seu uso em de­terminadas le­sões encontra-se em estudo. Estu­dos publicados no American Journal of Sports Medici­ne e The Journal of American Me­dical Association concluem que as aplicações podem ajudar nas cicatrizações de determinadas lesões, como epicondili­tes, rupturas musculares e tendíneas, mas podem ser menos eficazes em Tendões de Aquiles degenerados, por exemplo.
O resultado dessas pesquisas nos leva a crer que o PRP teria indicação como adju­vante do tratamento de lesões quando asso­ciado a algum estímulo biológico, como por exemplo, após a realização do procedimen­to de microfraturas no tratamento de lesão cartilaginosa. O PRP estaria ligado a um me­lhor recrutamento de células tronco prove­nientes da medular óssea, aumentando as chances de uma melhor cobertura fibrocar­tilaginosa da lesão.

Artigo do dr. Marcel Ferrari Ferret (CRM 69031)