quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A importância do brincar



Atualmente, embora a importância de brincar para o desenvolvimento infantil seja amplamente reconhecida, é comum vermos crianças de pouca idade com uma rotina atribulada, com muitas atividades e compromissos. Fica difícil encontrar um tempo para que possam ter seu espaço e tempo de brincar e acaba sendo mais fácil usar meios eletrônicos para “distrair” as crianças.
Meios eletrônicos e brinquedos de última geração estão no auge e isso é um ganho para todos, mas temos que saber dosar seu uso pelas crianças. Os games e jogos virtuais não têm a mesma dimensão simbólica de uma brincadeira de rua, boneca, carrinho e jogos interativos. Mas será que tais brinquedos ainda fazem parte da vida das crianças?
Alguns educadores, sejam pais, professores ou outro membro da família que têm o poder de educar ainda utilizam as brincadeiras e jogos antigos, por acreditar que as crianças adquirem um melhor comportamento, pois os jogos incluem regras, estratégias, foco de atenção, interação e trabalho em equipe.
A brincadeira aparece como um importante componente da educação infantil, sendo uma ferramenta de aprendizagem: as crianças acabam aprendendo a seguir regras e aceitá-las, a descrever o que é certo ou errado, a dividir os materiais, a distinguir cores, formas e tamanhos, melhoram o foco de atenção, capacidade de memorização etc.
Para as crianças de três a sete anos, as brincadeiras e os papéis nelas desempenhados são utilizados para descobrir e experenciar o mundo que as cercam, para se organizarem e socializarem, proporcionando a possibilidade de serem criativas. É por meio do brincar que as crianças tomam distância daquilo que as faz sofrer, possibilitando-lhes explorar, reviver e elaborar situações que muitas vezes são difíceis de enfrentar.
O brincar é importante, pois é um meio de expressão das crianças, contexto no qual ela elabora seus conflitos e demonstra seus sentimentos, ansiedades, desejos e fantasias. Mas há também a criança que não consegue brincar e essa deve ser um objeto de preocupação. Muitas crianças acabam sendo encaminhadas para a Psicoterapia, pois seus cuidadores percebem algo que não condiz com a “normalidade” e procuram ajuda.
É nas consultas terapêuticas que surge uma nova possibilidade de avaliação e intervenção: após formar vínculo criança-terapeuta e essa adquirir confiança, entra o lúdico, pois é pelo brincar e desenhar que ela conseguirá expressar sua angústia. O terapeuta concentra-se na obtenção e manejo dos elementos vitais que ajudem o paciente na elaboração de um sofrimento ou dificuldade.
O brincar é essencial para o desenvolvimento infantil. Disponibilizar espaço e tempo para brincadeiras significa contribuir para um desenvolvimento saudável. É importante também que os adultos resgatem sua capacidade de brincar, tornando-se mais disponíveis para as crianças enquanto parceiros e incentivadores de brincadeiras.
Não é apenas o brincar que é importante para o desenvolvimento cognitivo-comportamental das crianças, mas, com toda a certeza, é um grande aliado.

(Artigo da psicóloga Renata Preteroto)

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