sábado, 8 de novembro de 2014

Fonoaudiologia ajuda a tratar ronco e apneia

A Síndrome da Apneia e Hipoapneia Obstrutiva do Sono (SAHOS) é caracterizada, segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, por episódios recorrentes de obstrução parcial ou total das vias aéreas superiores (VAS), e é definida como sendo uma doença crônica, progressiva, incapacitante, com alta mortalidade, no qual o fluxo de ar é diminuído na hipoapneia e completamente cessado na apneia.
A SAHOS é caracterizada por sintomas noturnos e diurnos. Nos sintomas noturnos estão presentes as pausas respiratórias, sono agitado com múltiplos despertares, sudorese, engasgos, insônia noturna (mais presentes em mulheres). Entre os diurnos estão: hipersonolência diurna, cefaleia matinal, déficits neurocognitivos, déficits de memória e atenção, alterações de personalidade, redução da libido, sintomas depressivos (principalmente nas mulheres), ansiedade, hipertensão pulmonar, problemas sexuais e estresse.
O diagnóstico da SAHOS é realizado por meio da avaliação clínica e confirmado pelo estudo polissonográfico, que consiste na monitorização do sono durante uma noite, permitindo a avaliação de vários parâmetros.
A redução da tonicidade dos músculos da faringe e genioglosso promove o estreitamento das VAS, ocasionando um aumento da velocidade do fluxo aéreo, gerando uma vibração do palato mole e dos tecidos da faringe, produzindo, em última análise, o ronco, ruído que pode ocorrer durante o sono, gerado predominantemente na inspiração e causado pela vibração dos tecidos moles na orofaringe.
O portador de SAHOS apresenta ronco interrompido pelos episódios de parada respiratória (ronco cíclico e intenso), enquanto os indivíduos que não possuem a síndrome apresentam ronco suave e contínuo (menos intenso).
O tratamento convencional e mais indicado até os dias de hoje é o aparelho CPAP (aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas). No entanto, é um tratamento que apresenta baixa adesão no longo prazo, por causar desconforto, como ressecamento da mucosa nasal e oral, alguns pacientes sentem claustrofobia, e por ser um aparelho de custo elevado.
Na busca por tratamentos de baixo custo, maior aceitabilidade e resultados praticamente imediatos pelos indivíduos roncadores e apneicos, surgiu uma nova proposta de tratamento, baseada no trabalho oromiofuncional, realizado em consultório fonoaudiológico.
Tendo em vista que uma das principais causas do ronco é a deficiência muscular das partes moles da orofaringe está a especialidade que previne e reabilita deficiências musculares da face por meio de exercícios específicos para cada estrutura.
A contribuição da Fonoaudiologia nesses casos fundamenta-se na terapia miofuncional, partindo da conscientização do problema e da necessidade de sua correção, da melhora da postura corporal, da realização de exercícios específicos e, por fim, de um período de reforço visando à manutenção dos novos padrões alcançados com a fonoterapia.
(Artigo das fonoaudiólogas Laura Trippe e Vanessa Vaz )

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