domingo, 17 de maio de 2015

Aspectos emocionais do nascimento materno



O período gesta­cional dura 9 meses, 40 se­manas, e é caracteri­zado pelo aumento da produção de hormô­nios que podem trazer mudanças orgânicas e comportamentais signi­ficativas para a vida da gestante. Ele é visto co­mo uma crise no desenvolvimento femini­no, assim como a adolescência e o clima­tério. Por ser uma fase de transição bioló­gica, com alterações metabólicas, a gesta­ção também é considerada um estado de instabilidade emocional e hormonal, devi­do às adaptações necessárias, como a re­formulação familiar.
Segundo a psicóloga Raquel Benazzi, esse momento envolve a necessidade de reestruturação e reajustamento em várias áreas da vida pessoal e profissional da ges­tante, que inicia um novo papel, o de mãe. Quando a gravidez começa, também tem início a gestação de uma mãe, que tem nove meses para se adaptar e nascer junto com seu bebê.
"É importante considerar a história pes­soal da gestante, seu passado obstétrico, o contexto da gravidez, sua idade e o vínculo com o parceiro para entender o que repre­senta esse momento na sua vida. A materni­dade traz mudanças à mulher, ao casal e ao contexto familiar, que determinará a evolu­ção gestacional", diz ela.
Esse período pode ser repleto de senti­mentos, como o amor intenso e vívido, que aprofunda as relações familiares. As mudan­ças durante a gestação, físicas e psicológi­cas, podem favorecer a vivência de momen­tos frágeis na vida da mulher, que deve ser cuidada nesse período frágil.
Raquel explica que a decisão de ter um filho é tanto conscien­te quanto inconsciente, podendo ser tomada pelo casal ou somente pela mulher. Essa de­cisão pode ser pela vontade de ter um filho ou de serem pais, por quererem uma exten­são de si ou até para aprofundarem os vín­culos e laços conjugais e familiares.
A gravidez é um fenômeno natural na vida da mulher. Os nove me­ses gestacionais são divi­didos em três trimestres com aspectos diferentes e importantes. O primeiro trimestre é o momento da desco­berta e aceitação da gra­videz, quando se iniciam as mudanças de papéis familiares, se constituin­do numa nova forma de família. Nessa fase é importante a integração familiar e a comu­nicação, para um maior entrosamento du­rante a gestação.
O segundo trimestre é o mais estável emo­cionalmente, mas é o que traz mais preocu­pações sobre o desenvolvimento fetal e mu­danças corporais. Também é o trimestre da formação do vínculo mãe-bebê e o seu forta­lecimento. É importante sempre haver a par­ticipação do pai e de outros filhos. O terceiro e último trimestre é o mais frá­gil, já que com a chegada do parto a mulher tem um aumento de hormônio, o que eleva a ansiedade. Por isso ela necessita de aten­ção e compreensão familiar, principalmente do companheirismo conjugal. Depois desse trimestre, há a chegada do bebê e toda transformação familiar se dá por completa, configurando o início de uma nova família.
"Tendo tudo isso em vista, percebe-se que a gestação é um momento importante, frágil e grandioso da vida da mulher, e por isso ne­cessita de um acompanhamento tanto profis­sional quanto familiar, que dê todo o suporte necessário a essa nova mãe que nasce", ressalta a psicóloga. "Por isso, a ajuda psicológica é importan­te e muitas vezes necessária. De preferência uma ajuda especializada."

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