quarta-feira, 6 de maio de 2015

Você sabe o que é o pré-diabetes?

Aproximadamente 10% da população brasileira apresentam altos riscos de desenvolver diabetes tipo dois em alguma fase da vida. Pessoas acima dos 40 anos, com sobrepeso, sedentárias e que apresentam histórico familiar fazem parte deste grupo. Mulheres que tiveram diabetes na gestação, também correm maior risco. Porém, antes do estabelecimento da doença, existe uma fase conhecida como pré-diabetes. O que poucos sabem é que já nesta fase o organismo sofre diversos danos.
“Considera-se portador de diabetes o indivíduo que apresenta um índice glicêmico em jejum acima de 125 mg/dl (nível de açúcar por decilitro de sangue). Uma pessoa saudável apresenta índices inferiores a 100 mg/dl. No intervalo entre estes dois valores, precisa-se aprofundar na investigação”, explica a dra. Suemi Marui, endocrinologista do Alta Excelência Diagnóstica (http://blog.altadiagnosticos.com.br/).
Estima-se que hoje existam aproximadamente oito milhões de brasileiros nesta faixa e nos próximos cinco anos, 35 milhões de pessoas devem desenvolver o pré-diabetes. O mais grave é que metade deles deve evoluir para a versão plena da doença e a mesma quantidade não está ciente disso. “Isso acontece porque a condição não apresenta sintomas claros e, na maior parte das vezes, só é diagnosticada após a realização da curva glicêmica ou com a análise conjunta da hemoglobina glicada”, informa a especialista.
Além do fator genético não modificável, a alimentação inadequada, o sedentarismo e a obesidade são fatores que têm favorecido o aumento de casos de diabetes tipo dois. A gordura sedimentada na região abdominal é ainda mais grave, pois dificulta a ação da insulina produzida pelo corpo. Há ainda registros de jovens desenvolvendo a doença, por conta de uma alimentação inadequada na infância.
O diabetes tipo dois apresenta complicações como insuficiência renal, doenças cardiovasculares e neuropatias (complicação que afeta os nervos das extremidades do corpo). Apesar de não apresentar riscos elevados, especialistas acreditam que durante o pré-diabetes, 50% da produção de insulina está comprometida, o que propicia o aumento progressivo dos níveis de açúcar.
Prevenção
Segundo a dra. Suemi, dietas balanceadas e a manutenção de peso adequado para a idade e altura, são fundamentais para manter o nível de açúcar normal. O excesso de peso exige uma maior produção de insulina pelo pâncreas, para manter a glicemia dentro dos valores normais. Quando a produção pelo pâncreas não é suficiente, ocorre o pré-diabetes e consequentemente em alguns anos, aparece o diabetes.
De uma forma geral, atividades físicas são essenciais e devem ser estimuladas desde cedo, já que melhoram o nível glicêmico. Trinta minutos diários de atividades aeróbicas ajudam a combater o pré-diabetes.
Exames
Glicemia em jejum: este é o exame que mede o nível de açúcar no sangue, no momento em que é realizado após pelo menos 8 horas sem se alimentar. O ideal é manter os níveis entre 70 e 99 mg/dl. Os valores entre 100 e 125 mg/dl sugerem uma investigação para excluir o pré-diabetes ou mesmo o diabetes. Valores maiores que 126 já indicam diabetes. Uma glicemia acima de 200 mg/dl, feita a qualquer hora indica diabetes.
Hemoglobina glicada: um dos métodos úteis para o diagnóstico da diabetes ou pré-diabetes é o teste de hemoglobina glicada. Observa-se elevação dos valores da hemoglobina glicada quando os valores da glicemia ficam altos. Ao contrário da dosagem de glicemia, este exame apresenta indiretamente as concentrações de açúcar nos últimos três meses. Valores entre 5,8% e 6,4% sugerem o pré-diabetes.
Teste de tolerância à glicose oral ou curva glicêmica: para realizar este exame é necessário jejum de 8h a 12h e evitar esforço físico no dia anterior. O exame mede a glicose no sangue em jejum e 2 horas após ingestão de líquido com quantidade 75 gramas de glicose. Valores entre 140 e 200 mg/dl após 2 horas indicam pré-diabetes.

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