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terça-feira, 22 de junho de 2021

Conscientização e conhecimento são os primeiros passos para o tratamento da asma

 


Em 21 de junho é celebrado o Dia Mundial de Controle da Asma, uma das doenças crônicas mais comuns. Segundo dados epidemiológicos da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), ela acomete cerca de 300 milhões de pessoas entre crianças e adultos a nível mundial. No Brasil, estima-se que em torno de 20 milhões de brasileiros sejam asmáticos, acarretando em média 350 mil internações no Sistema Único de Saúde (SUS) anualmente.

Trata-se de uma doença de trato respiratório, que desencadeia um processo inflamatório nas vias aéreas. A causa da asma ainda não é conhecida, mas acredita-se que seja um conjunto de fatores genéticos e ambientais, que podem agravar ou desencadeá-la. Os fatores ambientais são os mais comuns, como a exposição à poeira, mofo, fungos, poluição e períodos sazonais do ano. Nas questões genéticas, observamos o histórico familiar de asma e rinite, além da obesidade.

Um paciente com asma apresenta os seguintes sintomas:

-    Falta de ar ou dificuldade para respirar;
-   Chio no peito, popularmente chamado de gato no peito
-    Sensação de peito pesado ou aperto
-    Tosse

Estes sintomas normalmente apresentam-se mais comumente nas primeiras horas da manhã ou à noite, pode piorar com a prática de exercícios físicos ou exposição do indivíduo à alérgenos como citados anteriormente, mofo, poeira, poluição.

O diagnóstico da doença é realizado pelo médico, através da história do paciente juntamente com a realização do exame de espirometria. Vale ressaltar que o diagnóstico de asma não é realizado através de radiografia de tórax ou somente baseado na história clínica do paciente. A radiografia de tórax muitas vezes é solicitada pelo médico, entretanto, ela é realizada com intuito de descartar outras patologias como tumores e não para diagnóstico da asma. A história clínica detalhada é de suma importância para fechar o diagnóstico. Nele, é importante observar quando o paciente relata apresentar os sintomas, períodos do dia, em alguma estação do ano, em algum ambiente específico, até mesmo para se descobrir ou dar indícios dos possíveis desencadeadores dos sintomas.

O exame específico é a espirometria, também conhecido como prova de função respiratória. Trata-se de um exame simples no qual o paciente realizará diversas expirações, e este volume de ar exalado será transcrito em números e gráficos para análise. Muitas vezes este exame é repetido, porém com o uso de um broncodilatador para acompanhar uma possível melhora nos volumes pulmonares avaliados, e desta forma verificar se a medicação será ou não eficaz, para uma possível reversão de um quadro agudizado.

 A asma possui diferentes graus de gravidade, classificados em quatro graus. O primeiro tem sintomatologia mais leve e períodos sem agudização do quadro, o grau quatro há presença de sintomas mais graves, com importante redução da ventilação pulmonar e sem períodos de cessação da crise.

A doença não tem cura, entretanto, com o tratamento adequado, os sintomas podem melhorar e até mesmo desaparecer ao longo do tempo. O importante nestes pacientes é, além da medicação rotineira, o autoconhecimento e o autocuidado a fim de evitar fatores desencadeantes da crise asmática, mantendo assim a melhor qualidade de vida.

No tratamento medicamentoso são utilizadas as famosas bombinhas, medicações inalatórias a base de broncodilatadores ou corticoides inalatórios que conseguem ser administradas em doses pequenas e com ótima eficácia, tanto no controle quanto na reversão e em boa parte das crises asmáticas.

Desde de 2011, o SUS fornece tratamento gratuito aos asmáticos por meio do Programa Farmácia Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dirpoprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol podem ser obtidos, gratuitamente, com a apresentação do CPF e da receita médica.

Outra conduta importante para o paciente asmático é a prática de exercícios aeróbicos, sempre autorizada pelo médico e realizada de forma supervisionada. O objetivo é ter um melhor condicionamento cardiorrespiratório, auxiliando na redução de episódios de crise.

sábado, 19 de junho de 2021

Minha tontura é labirintite?

 


Citada de maneira equivocada pela maioria das pessoas que sofrem de tontura, a labirintite pode, na verdade, esconder outras doenças do labirinto, que é a parte interna do ouvido, responsável pela audição, percepção e equilíbrio do corpo.

De acordo com o otoneurologista Ricardo Dorigueto, do Hospital Paulista, o termo labirintite é geralmente utilizado de modo incorreto por pacientes e, até mesmo, por alguns profissionais da saúde, como sinônimo de tontura.

O especialista faz um alerta para os riscos de doenças neurológicas, psiquiátricas, cardíacas, hormonais e metabólicas, manifestadas com os mesmos sintomas. De fato, a maioria dos pacientes que se queixa de tontura possui doenças localizadas no labirinto ou em suas conexões com o sistema nervoso, mas não é a labirintite, caracterizada pela inflamação do labirinto.

Segundo o dr. Dorigueto, é importante que, ao sentir tontura, o indivíduo procure um médico, que pode ajudar a identificar a doença ou qual condição de saúde que está causando este sintoma.

"Erros alimentares, estresse emocional, automedicação e hábitos inadequados de sono e postura devem ser corrigidos. Neste momento de isolamento social, é necessário ficar atento também ao nervosismo, insônia e ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, nicotina e doces", destaca o especialista.

A patologia, no entanto, pode ser evitada por meio da adoção de hábitos saudáveis, praticados no dia a dia, além de uma dieta equilibrada, livre de gordura e açúcares; e da prática de atividades físicas regulares.

Diagnóstico

A melhor forma de diagnosticar a tontura é por meio de avaliação médica minuciosa. Como os sintomas costumam ser bastante comuns em pessoas que sofrem de outras patologias, como diabetes, hipertensão e até esclerose múltipla, é comum que ela seja facilmente confundida com outra doença.

"Caso haja algum desses sintomas, é importante que o paciente procure um profissional o quanto antes. A avaliação médica é importante não só para diagnosticar a labirintite, mas qualquer uma das doenças mencionadas", ressalta o médico.

Segundo o dr. Ricardo, o diagnóstico da tontura pode ser auxiliado por meio de exames complementares sofisticados, como a videonistagmografia, o vHIT (teste do impulso cefálico com vídeo) e o VEMP, indicados pelo profissional caso haja necessidade.

 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Mês de Conscientização da Fibromialgia

 


Além de conviver com dores crônicas e fadiga, o paciente preciso driblar o preconceito de quem acha que suas queixas são "imaginárias". Não é à toa que, no dia 12 de maio, foi instituída uma data específica para a conscientização da Fibromialgia, doença caracterizada por queixas de dores musculoesquelética difusas e persistentes. Estima-se que a doença acometa em torno de 4% da população mundial, incidindo principalmente em mulheres, entre 35 e 44 anos, e sedentárias. Os homens, no entanto, também podem ter a condição. No Brasil, cerca de 4,8 milhões de pessoas possuem Fibromialgia, mas apenas 2,5% dos pacientes recebem tratamento adequado.

Quem possui fibromialgia costuma sentir dores musculares fortes em diferentes regiões do corpo, além de fadiga crônica, sensação de formigamento nas mãos e nos pés, enxaqueca, rigidez muscular, dor após qualquer esforço físico e anormalidades no sono. Pesquisas também indicam os efeitos à saúde mental da doença, inclusive questões acentuadas durante a pandemia e o isolamento social.

"Muitas vezes desacreditados por se queixar de dor sem outros sintomas aparentes, o paciente sofre preconceito de familiares amigos ou por colegas de trabalho. Um gatilho para quadros depressivos, ansiedade, deficiência de memória e desatenção. Estudos clínicos, inclusive, apontam o aumento de estresse na vida dessas pessoas, inclusive se multiplicando na pandemia", alerta o dr. Marcelo Valadares, neurocirurgião, médico da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Hospital Israelita Albert Einstein.
"Uma vez que os sintomas são similares aos de outras doenças, como tendinite, ou à prática inadequada e intensa de exercícios, a fibromialgia nem sempre é diagnosticada e tratada como o esperado", complementa o neurocirurgião.

O médico explica, ainda, que consultar neurocirurgião funcional ou um neurologista pode ser valioso para o tratamento. "A fibromialgia é uma doença que envolve, entre outras coisas, uma alteração nos centros do cérebro de percepção dolorosa. O paciente possui, portanto, uma sensação aumentada à dor. Embora hoje a fibromialgia seja tratada por especialidades como reumatologia e medicina da dor, ela é, também, um problema de origem neurológica", conclui.

Embora ainda não tenha cura, há tratamentos promissores para controlar os sintomas da fibromialgia. Alongamentos, exercícios físicos de baixa intensidade e o uso de medicações apropriadas, como os analgésicos, por exemplo, são opções eficazes, bem como a acupuntura. Mas o ideal é procurar ajuda médica para obter um tratamento personalizado e condizente com as necessidades de cada paciente.

terça-feira, 4 de maio de 2021

Saiba como aliviar os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável


A Síndrome do Intestino Irritável (SII) está presente na vida de até 20% da população adulta brasileira, mas muitas pessoas ainda vivem com o desconforto sem serem diagnosticadas. Com sintomas que incluem dores, inchaço abdominal e episódios intercalados de constipação e diarreia, o distúrbio não é considerado uma doença, mas traz perda na qualidade de vida. "A síndrome causa uma desordem funcional no intestino, mas não provoca nenhuma alteração ou lesão que possa ser detectada em exames. É mais comum em mulheres e pode estar diretamente relacionada a momentos de estresse emocional. E embora não haja nenhum exame para comprovar a SII, é preciso procurar o médico para excluir a possibilidade de outras doenças", explica a nutricionista ortomolecular Claudia Luz, da Via Farma. 

Após feito o diagnóstico por eliminação, é possível amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida por meio de algumas mudanças nos hábitos, principalmente na alimentação. "Já que a síndrome também pode ser agravada por gatilhos emocionais, em alguns casos também são indicadas abordagens terapêuticas para aliviar o estresse e a ansiedade, além de acompanhamento psicológico", pontua a nutricionista. 

Cuidados essenciais 

As causas da Síndrome do Intestino Irritável ainda não são completamente esclarecidas, mas acredita-se que sua origem seja multifatorial. "Além da alimentação e da questão emocional, a desordem também pode estar ligada a fatores genéticos e desequilíbrios na flora intestinal" explica Claudia. Por isso, o tratamento adequado deve contar com um acompanhamento multidisciplinar, que inclua o médico e também o nutricionista. 

A mudança da alimentação é um dos fatores mais importantes, já que algumas escolhas na hora das refeições podem piorar os sintomas. "Estudos têm mostrado que dietas ricas em alimentos altamente fermentáveis, conhecidos no meio científico como FODMAPs, trazem pioras significativas nos quadros de SII. Por isso, uma das estratégias nutricionais indicadas é justamente reduzir o consumo desses alimentos", diz Claudia. O grupo dos FODMAPs é grande, e inclui desde alguns tipos de frutas até leite e derivados, leguminosas e carboidratos. De acordo com a especialista, a dieta para reduzir o consumo desses alimentos pode amenizar as crises intestinais, mas não deve ser feita por muito tempo e precisa do acompanhamento de um nutricionista. 

Dentro do plano alimentar, é preciso priorizar as opções naturais, dando atenção especial à hidratação ao longo do dia. E na hora de temperar os preparos, também é importante dar preferência aos condimentos naturais, já que as versões industrializadas podem ser prejudiciais para a saúde do intestino e do organismo como um todo. Para potencializar os resultados de uma alimentação balanceada, a suplementação de probióticos também pode ser indicada pelo nutricionista e desenvolvida de forma personalizada em farmácias de manipulação. "O uso desse tipo de nutracêutico é muito eficaz no reequilíbrio da flora intestinal e no alívio de dores, distensões, constipação e diarreia. A cepa Saccharomyces cerevisiae (Bowell), por exemplo, conta com estudos que apontam a melhora dos sintomas nos primeiros 15 dias de uso", finaliza Claudia

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Doenças cardiovasculares podem ser silenciosas

 


Maior causa de mortes no mundo, as doenças cardiovasculares fazem mais de 17 milhões de vítimas a cada ano, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). As mais comuns são o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto. Porém, existem diversas doenças que afetam o coração e que podem ser fatais, como a insuficiência cardíaca (IC), que afeta cerca de 3 milhões de brasileiros e os leva a internações constantes. Por isso, fazer um acompanhamento com o cardiologista é fundamental, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais chances o paciente terá de iniciar o tratamento correto antes que o problema se agrave.

Existem diversos tipos de doenças cardiovasculares, e saber diferenciá-las é um passo importante na escolha do tratamento adequado. "As doenças cardiovasculares são aquelas que envolvem o estreitamento ou bloqueio dos vasos sanguíneos, o que pode levar o paciente a um ataque cardíaco ou AVC. Porém, existem também as doenças cardíacas que afetam o músculo e o ritmo cardíaco, como é o caso da insuficiência cardíaca", explica o cardiologista dr. Múcio de Oliveira, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo e Chefe da unidade hospital dia do Instituto do Coração de São Paulo (InCor).


Outra doença que atinge o coração é a cardiomiopatia crônica da doença de Chagas (CCDC). A tripanossomíase americana, ou doença de Chagas, ocorre por meio da infecção decorrente da picada de um inseto triatomíneo, ou por via oral ou mucosa ocular. Uma vez infectado, o paciente pode desenvolver uma miocardite aguda que evolui para uma miocardite crônica fibrosante. "Os danos causados ao coração progridem até o paciente desenvolver a cardiomiopatia crônica da doença de Chagas. Cerca de 30% dos infectados pelo triatomíneo desenvolvem a CCDC, sendo que a morte súbita e a insuficiência cardíaca são os maiores causadores de óbito nesses pacientes", alerta o médico.


Dentro das doenças cardiovasculares encontramos também a aterosclerose, que ocorre quando há um bloqueio nas artérias impedindo que o sangue chegue ao coração e ao cérebro. Oliveira explica que a aterosclerose pode causar infarto e derrame. "Como as artérias levam o sangue e oxigênio para todo o corpo, quando há uma obstrução, os tecidos sofrem com a redução de sangue que chega até ele, provocando enfraquecimento e até mesmo morte das células. " Esse bloqueio, geralmente, é causado pelo acúmulo de gordura nas artérias. "Os maiores fatores de risco são tabagismo, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, o colesterol alto e a propensão familiar", diz o especialista.


Assim como a Insuficiência Cardíaca (IC), a aterosclerose e outras doenças cardiovasculares também podem ser silenciosas. Fadiga, falta de ar, desconforto ou dor no peito são alguns dos sinais de alerta para que o paciente verifique a saúde do coração. "Não devemos esperar até que algum sintoma apareça para procurar ajuda médica. É importante que todos façam acompanhamento com um cardiologista, especialmente aquelas pessoas que já têm histórico de doenças cardíacas, ou estão no grupo de risco, pois, muitas vezes, o paciente não sabe que o cansaço que ele sente não é causa da idade, mas um sintoma de uma doença do coração que pode e deve ser tratada", enfatiza o dr. Múcio de Oliveira

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

AVC: sete fatos que talvez você não conheça

 


Todo mundo já ouviu falar e conhece alguém que teve, seja vizinho, amigo, parente, conhecido ou até mesmo celebridade. Esse contato dos brasileiros com o acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido popularmente como derrame, se explica em números: a doença é a segunda maior causa de morte no Brasil¹ e estima-se que, a cada seis segundos, uma pessoa morra por essa causa no mundo². Por aqui, são aproximadamente 400 mil casos por ano que resultam em 100 mil mortes³ - bem mais do que os cânceres de mama (18,4 mil)5 e de próstata (16,7 mil)v, por exemplo.

Mesmo com o aumento do fluxo de informações nos últimos anos quanto às principais causas do AVC, como preveni-lo e a importância de procurar atendimento médico nos primeiros sinais da doença, muitas dúvidas ainda rondam a população, e a informação segue como o principal meio de evitar que mais pessoas corram esse risco. Com o auxílio do dr. Hélio Penna, médico especialista em emergência e presidente da ABRAMEDE (Associação Brasileira de Medicina de Emergência), listamos abaixo 7 fatos sobre o AVC que devem ser amplamente difundidos para conscientização do público:

1- Existem dois tipos
O AVC pode ocorrer de duas formas. "Quando há a obstrução do vaso e interrupção do fluxo sanguíneo em uma área do cérebro, é conhecido como AVC isquêmico. Já quando ocorre um rompimento do vaso e extravasamento do sangue, temos um AVC hemorrágico", explica o dr. Hélio. Enquanto o primeiro representa a grande maioria dos casos, 84%, o segundo é mais raro, mas tem impactos mais complicados e um maior índice de óbitos¹.

2- É uma doença multifatorial
Não há uma causa definida para a ocorrência do AVC, e sim vários fatores correlacionados: doenças do coração, sedentarismo, diabetes, pressão alta, tabagismo, colesterol descontrolado, sexo, história de doença vascular prévia, uso de anticoncepcional, abuso de álcool e drogas, entre muitos outros¹.

3- Ao primeiro sinal, é necessário procurar ajuda médica
Os sintomas mais comuns são paralisia de um lado do corpo, dificuldade para falar, desequilíbrio, vertigem, alterações da visão e da sensibilidade. Se você estiver dentro de um dos fatores de risco e sentir algum desses sintomas, procure ajuda médica imediata¹. O tempo é crucial quando se trata da doença: uma vez com o quadro instaurado, uma pessoa com AVC pode perder até 2 milhões de neurônios por minuto por falta de oxigenação5.

4- AVC e COVID-19 podem ter uma relação perigosa
Muitos fatores de risco para o desenvolvimento de um AVC são os mesmos para casos graves de infecção pelo coronavírus, tais como diabetes, tabagismo, obesidade e doenças cardiovasculares. Para além disso, há uma relação direta da COVID-19 com o AVC: "o coronavírus aumenta a coagulação do sangue e, consequentemente, a formação de trombos, que podem, eventualmente, causar AVC", revela o médico. O vírus também é responsável por instaurar um quadro de inflamação que pode descompensar condições - como as cardíacas e o diabetes - o que acaba aumentando as chances de um acidente vascular cerebral.

5- Algumas doenças do coração estão diretamente relacionadas aos casos de AVC
Pacientes com arritmias, como a fibrilação atrial, espécie de descompasso nos batimentos cardíacos, têm até cinco vezes mais chances de sofrer um AVC6. No Brasil, cerca de 1,5 milhão de pessoas convivem com essa doença, que é responsável por 20% dos casos de AVC 7, 8 .

6- 90% dos casos poderiam ser evitados com prevenção
O uso de anticoagulantes, como parte do tratamento da fibrilação atrial, reduz em aproximadamente 60% a incidência de AVC nos pacientes9. Estima-se que a extensão ampliada a outros fatores de risco poderia ampliar para até 90% a proteção para o AVC10 . "Isso inclui o tratamento correto e recorrente de arritmias, outras doenças cardíacas e do diabetes, além da redução do tabagismo, sedentarismo e estímulo de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física regular", detalha Penna.

7- Nem 30% dos pacientes chegam ao hospital em 3 horas
Do primeiro sinal de AVC ao início do atendimento de emergência, o paciente deve levar, no máximo, três horas para evitar sequelas mais graves e até o óbito. Entretanto, apenas 22% conseguem atendimento médico dentro do período recomendado. "Em tempos de pandemia, temos percebido que as pessoas tendem a postergar ainda mais uma ida ao hospital com medo do contágio, mas é imprescindível que se procure a emergência imediatamente ao perceber algum dos sinais", reitera o especialista.


1 Protocolo de tratamento AVC - Espírito Santo Agosto/2001.
2 de Carvalho JJ et al. Stroke Epidemiology, Patterns of Management, and Outcomes in Fortaleza, Brazil. Stroke. 2011 Dec;42(12):3341-6. doi: 10.1161/STROKEAHA.111.626523. Epub 2011 Nov 3
3 Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares.
4 WHO. International Agency for Research on Cancer. The Global Cancer Observatory. Disponível em: http://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/populations/76-brazil-fact-sheets.pdf. Acesso em 30 de março de 2020.
5 WebMD. Timeline of a Stroke. Disponível em http://www.webmd.com/stroke/stroke-symptoms-timeline. Acessado em 08/07/2020
6 Mansur Ade P1, Favaratto D1. Trends in Mortality Rate from Cardiovascular Disease in Brazil, 1980-2012. Arq Bras Cardiol. 2016 Jul;107 (1) 20-5. Doi:105935/abc.20160077.Epub2016 May 24.
7 Zimerman LI, Fenelon G, Martinelli Filho M, Grupi C, Atié J, Lorga Filho A, et al; Sociedade Brasileira de Cardiologia. 8 Diretrizes brasileiras de fibrilação atrial. Arq Bras Cardiol. 2009;92(6 supl 1):1-39 - acesso em: 19 de setembro de 2017.
8 Gouveia CA, Filho RL, Fantini FG, fantini PR. Rev Bras Neurol, 45 (1): 5-11. 2009.
9 Granger C B , Armaganijan L V Circulation 2012;125:159-164.
10 Secretaria de Saúde do Distrito Federal. AVC pode ser evitado em 90% dos casos. Disponível em http://www.saude.df.gov.br/avc-pode-ser-evitado-em-90-dos-casos. Acessado em 28/04/20.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Saiba as diferenças entre asma e rinite



Uma pesquisa realizada pelo Ibope apontou que 44% dos brasileiros convivem com doenças respiratórias. Entre elas, a asma e a rinite parecem ser as mais comuns e fazem parte da rotina de milhares de brasileiros por meio de crises que, por causarem falta de ar e espirros persistentes, atrapalham tarefas diárias e geram visitas ao médico, como aponta o DATASUS. Segundo o departamento, a asma chega a ser a terceira causa de hospitalização pelo SUS em algumas faixas etárias.
A asma é uma doença comum das vias aéreas causada pela inflamação dos brônquios. A doença não tem cura e provoca sintomas como falta de ar, dificuldade para respirar, sensação de aperto do peito, chiado e tosse. Já a rinite alérgica é uma inflamação do nariz causada por alergias respiratórias que podem variar de causa, e, entre os sintomas estão espirros persistentes, obstrução nasal, coriza e coceira no nariz, que também podem ser acompanhados de coceiras nos olhos, garganta e ouvidos.
Embora seus sintomas sejam diferentes, a asma e a rinite possuem gatilhos em comum. Conheça algumas das principais causas de crises:
Ácaros, fungos e pólen – Podem provocar crises de rinite porque estressam o sistema respiratório como um todo e, consequentemente, causam reações alérgicas. Já os asmáticos, sofrem com o aparecimento de sintomas, pois passam por um processo de aumento da inflamação dos brônquios. Os ácaros são comuns em locais com acúmulo de poeira, como colchões, travesseiros e carpetes; os fungos, comuns principalmente no fim do verão e outono, crescem em locais escuros e úmidos; já o pólen se torna mais intenso na primavera.
Animais de estimação – a pelagem dos animais é o principal vilão. Por si só provocam reações alérgicas, mas também contribuem para o acúmulo de ácaros. O que diferencia é que o grau e a frequência da exposição podem causar mais ou menos crises e também influenciar na intensidade delas.
Fumaça de cigarro e poluição – mesmo que o paciente com asma ou rinite não fume, o contato com a fumaça que sai da ponta do cigarro, bem como aquela dissipada no ar de grandes metrópoles, é suficiente para provocar crises e aumentar a gravidade e frequência delas.
Por serem manifestações de uma mesma doença, a alergia respiratória, é comum o aparecimento de sintomas tanto da asma quanto da rinite de forma simultânea. Por isso é preciso estar atento para saber diferenciar as doenças.
“Tanto a asma quanto a rinite são doenças crônicas que não têm cura. Algumas características que podem ajudar a identificar se a pessoa está tendo uma crise de asma ou de rinite são o chiado no peito e retrações intercostais, ou seja, a pele entre as costas repuxa durante a respiração”, explica o pneumologista Clystenes Odyr. “Já a rinite, embora possa produzir sintomas similares, desenvolve mais reações como espirros e coceira no sistema respiratório”.
O melhor a fazer é evitar o contato com esses gatilhos. Ácaros, fungos e pólen podem ser controlados com a limpeza e arejamento adequado do ambiente, bem como pela exclusão de tapetes, carpetes e objetos que favoreçam o acúmulo de poeira.
Quanto aos animais de estimação, restrinja o contato a ambientes abertos e ventilados, evite dormir com os cães ou gatos na cama. “O tabagismo é extremamente desencorajado para pacientes que convivem com essas doenças por motivos claros, já que o hábito sobrecarrega ainda mais o sistema respiratório”, reforça o especialista. “Já no caso da poluição, evite as janelas abertas no trânsito intenso e procure frequentar locais mais arborizados sempre que possível”.
Vale lembrar que manter a hidratação em dia, praticar atividades físicas regularmente e, mais importante, fazer o controle dessas doenças com o auxílio de um especialista, são medidas essenciais para manter a qualidade de vida.
Saiba mais sobre a asma
Desenvolvida pela Chiesi, grupo farmacêutico que oferece soluções terapêuticas de ponta para o tratamento dos variados níveis de asma, a Campanha Você Sem Asma traz informações e conteúdos relevantes, compartilha dicas de controle da doença para que o paciente “dê um chega para lá na asma”. O espaço também oferece informações sobre a obtenção de medicamentos para asma de maneira gratuita via Farmácia Popular. Saiba mais por meio dos canais – website, fanpage e twitter



sábado, 20 de outubro de 2018

Gravidez melhora os sintomas da endometriose?



Embora durante muito tempo, havia a crença de que a gravidez tinha um papel na melhora ou até mesmo na remissão dos sintomas da endometriose, um estudo recente, apresentado durante o VI Congresso Brasileiro de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva, que aconteceu em São Paulo, no mês de setembro, as evidências atuais disponíveis sugerem que a gestação não resulta em benefícios ou melhora dos quadros de endometriose. O estudo, publicado no jornal científico Human Reproduction, foi uma revisão da literatura disponível sobre gravidez e endometriose, entre os anos de 1966 e 2017.

Segundo o ginecologista Edvaldo Cavalcante, médico assistente do Ambulatório de Algia Pélvica da Universidade Estadual de São Paulo (UNIFESP), a endometriose é cercada de mitos, sendo um deles a questão da gravidez como recurso para melhora dos sintomas.   

“O estudo mostrou que os resultados a respeito dos efeitos da gravidez na endometriose são controversos. Também apontou que há evidências crescentes de que a endometriose pode interferir no sucesso da gravidez. Assim, é preciso orientar corretamente as pacientes sobre o assunto”, comenta o dr. Edvaldo. “Isso porque em 55% dos casos, a endometriose pode levar à infertilidade. Além disso, enquanto algumas lesões da endometriose apresentam regressão durante a gravidez, outras podem permanecer estáveis ou ainda aumentarem. O único efeito claro é que na gravidez, por conta da amenorreia (cessação da menstruação), não surgem novos focos de endometriose”.

O estudo apresentado durante o congresso não foi conclusivo e novas pesquisas serão feitas para entender os efeitos da gravidez nas mulheres com endometriose.

Endometriose, aborto espontâneo e outras intercorrências na gravidez

Quando se fala de gravidez e endometriose, há outros aspectos que precisam ser bem avaliados. Segundo um estudo, quando a mulher tem endometriose profunda, ou seja, a forma mais agressiva da doença, há taxas mais elevadas de placenta prévia, aborto espontâneo, restrição do crescimento intrauterino, parto prematuro e distúrbios hipertensivos.

O que realmente melhora os sintomas da endometriose?

“Nem todas as mulheres apresentam manifestações clínicas da endometriose. Outro ponto é que há pacientes com endometriose profunda sem sintomas e há outras com pequenos focos e manifestações importantes”, comenta o especialista.

A dor pélvica crônica é a principal queixa e afeta cerca de 70% das mulheres diagnosticadas com a endometriose. O tratamento pode ser feito com medicamentos.

"Quando não há resposta ou ainda quando há contraindicação para o uso da terapia hormonal, a cirurgia é recomendada para remover os focos da endometriose. O procedimento também ajuda as mulheres que pretendem engravidar, já que esse grupo não pode usar os hormônios para alívio dos sintomas”, explica o cirurgião ginecológico.

Por fim, dr. Edvaldo lembra que a gravidez de uma mulher com endometriose deve ser acompanhada de perto, com cuidados mais intensos durante o pré-natal, em vista das evidências que sugerem os riscos aumentados de intercorrências.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Osteoporose: conheça os sintomas, causas e tratamento



Em 20 de outubro é celebrado o Dia Mundial de Combate à Osteoporose para conscientizar as pessoas sobre os riscos da doença e as formas de prevenção. A osteoporose é caracterizada pela redução da massa óssea, que tem como consequência um maior risco de fraturas nos ossos.

Entre os sintomas estão dores ósseas, deformidades, redução da estatura e até situações mais graves como as fraturas ósseas. A patologia, porém, também pode ser assintomática e silenciosa. O principal método de diagnóstico é e realização do exame de densitometria óssea, que mede a densidade mineral óssea em pontos estratégicos (coluna lombar e colo do fêmur).

As causas são variadas e, na maioria das vezes, são hormonais, como alterações na produção de PTH (hormônio da paratireoide), redução dos níveis dos hormônios sexuais (menopausa e andropausa) e disfunções na produção de cortisol.

Outras situações, no entanto, podem se tornar fatores de risco, como sedentarismo, alimentação deficiente em cálcio, baixos níveis de vitamina D, tabagismo, alcoolismo, baixo peso e a ingestão de alguns medicamentos (anticonvulsivante, corticoide, hormônio tireoidiano, heparina). A osteoporose também pode estar associada a outras doenças, entre elas a artrite reumatoide, diabetes e algumas neoplasias malignas.

A endocrinologista e metabologista do Hapvida Saúde Aline Garcia explica o tratamento varia de caso a caso. "Como a osteoporose pode ter diferentes causas, é indispensável determinar a condição primária que levou à doença para propor o tratamento mais adequado. Tratada a causa inicial, o objetivo final é impedir a progressão da desmineralização óssea e/ou recalcificar o que foi perdido", afirma.

Durante a recuperação, diversos medicamentos podem ser recomendados. "A reposição de cálcio e vitamina D são opções muito utilizadas. A reposição dos hormônios sexuais, quando indicada, também é uma ferramenta de auxílio no tratamento da osteoporose", completa a médica.

A prática de hábitos saudáveis ao longo da vida é crucial para a prevenção da doença. Alimentação rica em cálcio, controle do peso e atividade física regular (aeróbica e com carga) previnem não somente a osteoporose, mas diversas outras complicações de saúde. "Vale ressaltar que a exposição ao sol apropriada – ou seja, suficiente para aporte adequado de vitamina D – também é fator de prevenção adicional", conclui Aline.


quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Tratamento do TOC alia medicamentos e terapia



Longe de ser uma simples mania de fácil tratamento, o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um problema sério que afeta a qualidade de vida e as relações sociais. O transtorno, que atinge cerca de 3% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem causas multifatoriais, que vão desde histórico familiar a interferências ambientais, como traumas na infância.

A doença é caracterizada pelo pensamento obsessivo e recorrente, que segundo, a psicóloga do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Marina Arnoni Balieiro, acaba gerando um sentimento de sofrimento.

"Não se trata de uma ação feita no automático, muitas vezes o paciente sabe que está fazendo algo excessivo e intenso, como lavar as mãos muitas vezes ao dia, mas não consegue evitar, pois o fato de não praticar o ritual traz sintomas de sofrimento e angústia. Essa situação acaba forçando-o a realizar a ação de forma repetitiva", diz.

Apesar de não ter cura, o transtorno pode ser controlado, permitindo assim, uma melhora na qualidade de vida. Para alcançar resultados no tratamento, Marina Arnoni enfatiza a importância de aliar o uso de medicamentos com a terapia, a fim de amenizar os sintomas e identificar os pontos comportamentais que são capazes de serem mudados.

Ela alerta que quando esse caminho do tratamento não é seguido, o quadro tende a piorar e atrelar-se a outros problemas. "Além dos prejuízos à qualidade de vida, o TOC, caso não acompanhado por um especialista, pode se transformar em depressão, facilitar o surgimento de pensamentos suicidas e a dependência de drogas", afirma a especialista.



segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Vamos falar de Alzheimer




Doença considerada muito comum no Brasil, o Mal de Alzheimer afeta 1,2 milhões de brasileiros, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz). O problema é neurodegenerativo, o que significa uma diminuição gradativa de células e conexões nervosas. O principal sintoma do paciente é a perda de memória. Portanto, quanto antes a doença for percebida, menos danos serão causados. E este é um assunto sério, que vem bem a calhar no dia de hoje, 1º de outubro, Dia Internacional do Idoso.

Alguns sinais de que a pessoa está com a doença são mais precoces e, se reconhecidos, valem uma avaliação médica especializada. O neurologista do Hospital Santa Catarina, Maurício Hoshino, reuniu sete sinais típicos que podem indicar que a pessoa pode ser um portador de Alzheimer.

Repetições de falas e ações: devido aos problemas de memória, pessoas com Alzheimer tendem a repetir as mesmas frases e ações, já que a doença costuma afetar principalmente a memória recente.

Problemas para realizar tarefas simples: uma simples tarefa como fazer café pode se tornar um problema para o portador de Alzheimer. Até mesmo a utilização dos utensílios corretos na cozinha passa a ser um obstáculo. Passa a ter dificuldade em manipulação do dinheiro, senhas e para elaborar as compras do supermercado ou padaria.

Esquecimento frequente de palavras: em um estágio um pouco mais avançado, o portador de Alzheimer passa a esquecer palavras básicas. A degeneração constante das células no cérebro leva a essa condição.

Mudança repentina de humor: é comum uma pessoa que tenha o Mal de Alzheimer ficar facilmente irritada e chateada, com falta de confiança e sentindo-se frustrada.

Não saber onde está ou o que está fazendo em determinada situação: é recorrente que o portador da doença neurodegenerativa perca a noção de onde está, esquecendo-se totalmente de seu propósito na situação e no local presente. É costume encontrar uma explicação para suas falhas, embora não justifique a frequência com que ocorrem.

Falta de higiene pessoal: algumas mudanças no comportamento são típicas do portador de Alzheimer, por exemplo esquecer-se de tomar banho ou de fazer seus procedimentos básicos de higiene (e frequentemente argumenta que já o fez). Colocar as mesmas roupas também é habitual, assim como a falta de preocupação com a própria imagem.

Mudança de linguagem e dificuldade na fala: a pessoa com Alzheimer tende a utilizar uma linguagem mais simplificada, utilizando cada vez menos palavras e apresenta nítida dificuldade de construir frases coesas. O vocabulário fica mais simplificado.


terça-feira, 18 de setembro de 2018

Imobilidade prolongada é a grande vilã da trombose



A trombose, caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos (trombos) que podem impedir o fluxo sanguíneo, é responsável por uma a cada quatro mortes no mundo, sendo que uma pessoa morre em decorrência da doença a cada 37 segundos. Entretanto, apesar da alta incidência, pouco se fala da principal causa da enfermidade, que é a imobilidade prolongada.

No Brasil, estima-se que cerca de 180 mil novos casos de trombose venosa ocorram a cada ano. Dentre os fatores de risco para a doença estão a idade, obesidade, uso de anticoncepcionais combinados, gravidez e pós-parto, câncer, fatores genéticos e a imobilização prolongada, seja devido a internações, traumas, cirurgias, fraturas ou viagens de duração acima de oito horas. Na verdade, a imobilização prolongada é um dos fatores de risco mais comuns de trombose no mundo. “Uma pessoa imobilizada, seja por qualquer causa, por mais de três dias, estará em um risco aumentado de sofrer trombose”, explica Suely Meireles Rezende, hematologista, professora do departamento de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro do conselho diretor da International Society on Thrombosis and Haemostasis (ISTH).

Para a dra. Rezende, hoje, a nossa tendência é ficar mais imóvel, pois temos escadas rolantes, elevadores, controle remoto para tudo, entre outras facilidades. Assim, há uma diminuição natural dos esforços do dia a dia. “O ideal é que as pessoas se movimentem e façam exercícios com as pernas a cada hora, especialmente se a pessoa trabalha muito sentada ou de pé imóvel. Este movimento pode ser uma simples caminhada para ir ao banheiro ou pegar uma água, por exemplo”, alerta a especialista.

Segundo estudo recente das universidades de Minnesota, Vermont e da Carolina do Norte, passar muito tempo vendo televisão dobra o risco do tromboembolismo venoso. Mas, obviamente, não é a televisão que ocasiona a trombose e sim os longos períodos de imobilidade. Vale ressaltar que a incidência de trombose em crianças e adolescentes é bem mais baixa que em adultos e idosos, pois ela aumenta com a idade. Entretanto, temos vivenciado uma epidemia de obesidade também em crianças e adolescentes, o que pode elevar o risco de trombose nesta população quando aliado à maior imobilidade.

A trombose venosa ocorre mais comumente nas pernas ou no pulmão. Quando ocorre nas pernas, os sintomas mais comuns são dor no local onde a trombose está acontecendo com “inchaço” no local, acompanhado ou não por vermelhidão e aumento da temperatura no local. Os sintomas são progressivos, assim, a medida em que o tempo vai passando, a pessoa fica com a “batata da perna” ou coxa endurecida, dolorida e inchada. Mas é importante ficar alerta porque doença pode acontecer em qualquer lugar do corpo e, algumas vezes, ser pouco sintomática. Em alguns casos mais graves, a trombose pode se estender para a coxa, virilha e pulmões, levando a embolia pulmonar, que é um quadro potencialmente grave.

“O investimento em prevenção deve ser estimulado. Aos pacientes internados, é importante avaliar o risco de cada um em desenvolver trombose e, mediante um risco alto, deve-se receitar medicamentos anticoagulantes até que o paciente receba alta ou comece a andar. Para todas as pessoas recomenda-se andar e mexer as pernas frequentemente no seu dia-a-dia, mantendo-se ativo. Essa é a melhor forma de prevenir a doença”, complementa a especialista.

Sobre a trombose
Existem dois tipos de trombose: a arterial - relacionada um coágulo sanguíneo que se ocorre em uma artéria; e a venosa - por coágulos que ocorrem em uma veia. Dentro desta categoria podemos destacar a trombose venosa profunda (TVP), por ser a mais comum, seguida pela embolia pulmonar. Os locais mais comuns para a formação de coágulos, neste caso, são as pernas.