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sábado, 10 de fevereiro de 2024

Tontura ou vertigem?

 


Você já sentiu o mundo rodar? Ou ainda uma sensação de desequilíbrio inesperada? Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, a tontura é o terceiro sintoma mais comum em pronto-atendimentos, ficando atrás apenas de queixas de febre e dor. No Brasil, cerca de 40% da população relata os sintomas, geralmente classificados como tontura. O que a maioria não sabe é que muitas vezes pode estar com vertigem. Mas, afinal, existe diferença entre tontura e vertigem?

Gabriela Serrano Faria, fisioterapeuta parceira da Bem te quero 60+ e especialista em reabilitação vestibular, explica que tontura e vertigem são conceitos distintos e a diferença reside na maneira como o paciente descreve a sensação causada pelo sintoma. De acordo com a profissional, a tontura pode se manifestar de diversas formas, incluindo a sensação de instabilidade corporal, desequilíbrio ou atordoamento, enquanto a vertigem, também chamada de tontura rotatória, se caracteriza por uma falsa sensação de movimentação do ambiente, como se as coisas estivessem rodando.

Acima dos 60 anos é fundamental ter atenção e cuidado com movimentos abruptos que possam desencadear tontura ou vertigem (como levantar-se rapidamente do sofá ou de uma cadeira), pois podem desencadear desequilíbrios e quedas. De acordo com a fisioterapeuta, indivíduos que têm episódios de tontura ou vertigem devem buscar atendimento médico para investigação diagnóstica, uma vez que a tontura ou a vertigem não é a doença em si, mas um sintoma. Estudos indicam que há mais de 300 tipos de tontura e mais de duas mil causas diferentes.

As tonturas relacionadas à pressão baixa estão associadas ao sistema cardiovascular e não necessariamente ao sistema vestibular - órgão sensorial que exerce um importante papel na manutenção do equilíbrio do corpo. Os sintomas incluem sensação de fraqueza, desmaio, sudorese e visão escurecida. “Nestes casos é essencial consultar um cardiologista e realizar uma ampla investigação médica para avaliar as causas da hipotensão”, pontua a especialista.

Já a vertigem geralmente está relacionada a problemas no sistema vestibular, que pode ser do labirinto em si ou de suas conexões cerebrais. Cerca de 70% dos casos de vertigem são causados pela VPPB (Vertigem Posicional Paroxística Benigna), uma condição em que cristais no labirinto se deslocam. O diagnóstico baseia-se na anamnese sugestiva, na qual são coletas informações e percepções do paciente e no exame físico direcionado, sendo o tratamento realizado por meio de manobras para reposicionar esses cristais.

“Conhecer o diagnóstico é crucial para a eficácia do tratamento. A reabilitação vestibular desempenha um papel fundamental no gerenciamento dos sintomas e no processo de compensação vestibular. Os familiares e cuidadores de pessoas idosas devem acolher essa queixa, pois a tontura muitas vezes é considerada um sintoma comum do envelhecimento, mas não é! Trata-se de um sintoma incapacitante que gera impacto emocional, social e funcional no paciente”, enfatiza Gabriela.

A fisioterapeuta lista cinco pontos de atenção:

1.    Manter uma hidratação adequada;

2.    Evitar períodos prolongados de jejum e manter uma alimentação balanceada, evitando álcool;

3.    Observar atentamente as características da tontura para auxiliar em um diagnóstico preciso. Qual a sensação do sintoma? Há desequilíbrio? Sente pré-síncope ou atordoamento? Qual a duração das crises (minutos, horas, dias)? Há sintomas associados (zumbido, ouvido tampado, náuseas, vômito, quedas, dificuldade de marcha)?

4.    Caminhadas ao ar livre são recomendadas, mas atenção ao risco de quedas;

5.    Buscar a ajuda de um profissional especializado, pois idosos com tontura têm até 8 vezes mais risco de quedas.

 

Foto: Freepik

sábado, 19 de junho de 2021

Minha tontura é labirintite?

 


Citada de maneira equivocada pela maioria das pessoas que sofrem de tontura, a labirintite pode, na verdade, esconder outras doenças do labirinto, que é a parte interna do ouvido, responsável pela audição, percepção e equilíbrio do corpo.

De acordo com o otoneurologista Ricardo Dorigueto, do Hospital Paulista, o termo labirintite é geralmente utilizado de modo incorreto por pacientes e, até mesmo, por alguns profissionais da saúde, como sinônimo de tontura.

O especialista faz um alerta para os riscos de doenças neurológicas, psiquiátricas, cardíacas, hormonais e metabólicas, manifestadas com os mesmos sintomas. De fato, a maioria dos pacientes que se queixa de tontura possui doenças localizadas no labirinto ou em suas conexões com o sistema nervoso, mas não é a labirintite, caracterizada pela inflamação do labirinto.

Segundo o dr. Dorigueto, é importante que, ao sentir tontura, o indivíduo procure um médico, que pode ajudar a identificar a doença ou qual condição de saúde que está causando este sintoma.

"Erros alimentares, estresse emocional, automedicação e hábitos inadequados de sono e postura devem ser corrigidos. Neste momento de isolamento social, é necessário ficar atento também ao nervosismo, insônia e ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas, nicotina e doces", destaca o especialista.

A patologia, no entanto, pode ser evitada por meio da adoção de hábitos saudáveis, praticados no dia a dia, além de uma dieta equilibrada, livre de gordura e açúcares; e da prática de atividades físicas regulares.

Diagnóstico

A melhor forma de diagnosticar a tontura é por meio de avaliação médica minuciosa. Como os sintomas costumam ser bastante comuns em pessoas que sofrem de outras patologias, como diabetes, hipertensão e até esclerose múltipla, é comum que ela seja facilmente confundida com outra doença.

"Caso haja algum desses sintomas, é importante que o paciente procure um profissional o quanto antes. A avaliação médica é importante não só para diagnosticar a labirintite, mas qualquer uma das doenças mencionadas", ressalta o médico.

Segundo o dr. Ricardo, o diagnóstico da tontura pode ser auxiliado por meio de exames complementares sofisticados, como a videonistagmografia, o vHIT (teste do impulso cefálico com vídeo) e o VEMP, indicados pelo profissional caso haja necessidade.