quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Como identificar e prevenir sintomas de depressão infantil em sala de aula




Desde 2015 o Brasil se volta à importância da prevenção do suicídio. A campanha Setembro Amarelo é incentivada e liderada do dia 1º ao 30 por uma das mais antigas ONGs do país, a CVV - Centro de Valorização da Vida. A organização lembra que falar sobre o tema e saber sobre suas causas são as primeiras providências para lutarmos contra estatísticas devastadoras, como um estudo realizado pela Unicamp que mostrou que 17% dos brasileiros, em algum momento, pensaram seriamente em dar um fim à própria vida e, que 32 pessoas tiram suas vidas todos os dias. 

A primeira medida preventiva é a educação. "Existem debates entre profissionais de saúde mental sobre quais seriam os sintomas que poderiam levar as crianças a uma tendência ao suicídio. E a atenção à depressão infantil, inclusive na escola, se tornou essencial", destaca a coordenadora pedagógica da Mind Lab, Miriam Sales. Conforme a Fiocruz, estima-se que 2% das crianças e 5% dos adolescentes no mundo todo sofram com a doença. Pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), durante a pandemia, apontou que uma em cada quatro crianças e adolescentes passaram a sofrer de depressão e ansiedade.
 
Parte dos especialistas defende que os sintomas infantis são os mesmos da depressão verificada em pessoas adultas, como humor deprimido na maior parte do dia, desinteresse nas atividades diárias, alteração de sono e apetite, dificuldade de se concentrar e até alternação na atividade motora. No entanto, alguns estudiosos acreditam que no caso de crianças e jovens, há sintomas diferenciados, o que torna o diagnóstico mais desafiador. Esses sintomas seriam facilmente confundidos com malcriação, pirraça, birra, mau-humor, tristeza e agressividade. Esse ramo acredita que a lista de sintomas a seguir seria mais adequada para ser observada por profissionais em sala de aula.
 
A ideia de suicídio ou pensamento de tragédias e mortes estão na lista, mas podem ser mais difícil de ser acessada. Assim como sentimentos de desesperança e baixa autoestima e sentimento de inferioridade. Diferente da falta de apetite, prazer em executas atividades, apatia, agressividade, pessimismo, alterações no sono, cansaço, apatia e queixa de dores.
 
Para facilitar o processo de identificação e alimentar o diálogo em um ambiente em que crianças e adolescentes passam boa parte do seu tempo, a escola, a Miriam Sales, que também é pesquisadora sobre a importância das neurociências para o fazer docente, destaca três frentes:
 
Diferenciar depressão de tristeza
Muitos dos sintomas listados acima podem ser facilmente confundidos com a tristeza natural do dia a dia de uma criançaComo estabelecer essa diferença, então? Segundo os especialistas, a principal diferença está na intensidade dos sintomas, na persistência por longos períodos e nas mudanças que operam em hábitos normais da vida da criança. Assim, quando os pais ou responsáveis percebem a ocorrência desses sintomas de forma recorrente, devem procurar uma avaliação médica para diagnóstico.
 
Destacar o papel do professor
O professor não é um profissional de saúde e não tem o conhecimento necessário para diagnosticar casos de depressão entre crianças e jovens. Entretanto, na sala de aula, ocupa uma posição privilegiada para notar mudanças no desempenho, no comportamento e no humor de seus alunos e alunas.
Conhecendo os sintomas listados acima, um educador atento pode perceber os primeiros sinais de que algo está acontecendo com a criança ou o jovem. "O seu papel, nesse caso, é disparar o alarme, chamando os familiares para conversar sobre as alterações percebidas e tentando entender se os pais ou responsáveis também observaram mudanças recentes. Muitas vezes eles já estão atentos e até conseguem apontar causas para essas mudanças", destaca Miriam.
 
Incluir a educação socioemocional
O desenvolvimento dessas habilidades atua como prevenção à depressão entre crianças e jovens. Ao desenvolver competências como persistência, foco, entusiasmo, confiança, autoconfiança e ampliar a tolerância ao estresse, a educação socioemocional ajuda a fortalecer a saúde mental dos jovens e crianças. Por isso, com essas competências bem desenvolvidas, elas ampliam a sensação de bem-estar, satisfação e felicidade consigo mesmas.
Se os sintomas persistirem, é indicado que a família procure ajuda especializada com profissionais de saúde e mantenha o professor avisado sobre os desdobramentos e possíveis diagnósticos. "A parceria entre família e escola é fundamental para ajudar a criança ou adolescente a superar uma situação de depressão", ressalta a profissional.


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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Sangramentos nasais podem indicar pressão alta e até tumor


A nova onda de calor que se faz presente em todo o território nacional, ao longo desta semana, demanda atenção redobrada em relação aos casos de sangramento nasal, que se tornam mais recorrentes e não podem ser ignorados.
 

De acordo com o Dr. Arnaldo Braga Tamiso, otorrinolaringologista do Hospital Paulista, as altas temperaturas favorecem a dilatação dos vasos sanguíneos e, por isso, o problema tende a ocorrer com maior frequência nessas ocasiões.
 
"Isso acontece porque, no tempo quente, os vasos sanguíneos se dilatam e o sangramento tende a ocorrer com maior frequência", explica o médico, acrescentando que feridas, inflamações e o ressecamento das vias nasais costumam ser as principais causadoras dessas hemorragias.
 
É importante atenção! 
 
Ainda assim, o especialista recomenda uma investigação mais aprofundada para esse tipo de ocorrência – principalmente quando ela persiste. Isso porque podem estar associadas a quadros de aumento da pressão, desidratação, problemas respiratórios ou até mesmo questões mais graves.  
 
"O sangramento nasal também pode ser um sinal de alerta para tumores, como nasoangiofibromas, pólipos e hemangiomas, entre outros. Eles estão entre as causas menos prevalentes, mas não podem ser descartados", alerta.
 
Dr. Arnaldo explica que a hemorragia, por si só, já deve ser encarada como um sintoma de que algo com a saúde não está bem. "Quando os sangramentos nasais acontecem repetidamente, eles não podem ser considerados comuns. Pelo contrário, merecem preocupação e, seja qual for a intensidade, devem ser analisados por um otorrino."
 
O que fazer? 
 
O médico esclarece que, quando os sangramentos acontecem esporadicamente, ao assoar o nariz, por exemplo, não há motivos para alarde. "Nesses casos, é necessário manter a cabeça sempre posicionada para frente, nunca para trás, para evitar engasgos. O paciente também pode apertar as narinas por dois minutos para ajudar a cessar o sangramento e, ao soltar, colocar gelo por 10 minutos", ressalta.
 
Nesses dias de calor intenso, segundo Dr. Arnaldo, a principal recomendação para evitar essas hemorragias é hidratar o nariz com soro fisiológico. "Caso perceba alguma sujeira ou corpo estranho, evite cutucá-lo, principalmente em dias de tempo seco. O ideal é lavá-lo com água corrente."
 
Já nos casos de hemorragias frequentes, o especialista reforça a importância de consultar um otorrinolaringologista. "Isso é essencial para o diagnóstico e tratamento adequados, que pode demandar o uso de medicamentos, cauterizações e até cirurgias nasais", finaliza.


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terça-feira, 19 de setembro de 2023

Como voltar a contribuir para o INSS por conta própria: um guia para autônomos

 


Contribuir para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é essencial para garantir a proteção social e a segurança financeira no futuro. Se você é um trabalhador autônomo que interrompeu suas contribuições ou deseja começar a contribuir para o INSS por conta própria em 2023, este guia fornecerá informações úteis sobre como retomar suas contribuições previdenciárias.

* Entenda a importância da contribuição previdenciária.  A contribuição para o INSS assegura a cobertura de benefícios como aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte, entre outros. Além disso, manter as contribuições em dia é fundamental para contar com uma renda futura que complemente seus recursos financeiros.

* Defina sua categoria de contribuinte. Antes de começar a contribuir para o INSS, é necessário verificar a sua categoria de contribuinte. Se você é um trabalhador autônomo, pode se enquadrar como contribuinte individual. Caso esteja formalmente registrado como Microempreendedor Individual (MEI), a contribuição é feita por meio do DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional).

* Escolha a base de cálculo. Ao voltar a contribuir para o INSS, você deve definir qual será a base de cálculo da sua contribuição. Isso pode variar de acordo com a categoria de contribuinte. Para contribuintes individuais, a base de cálculo pode ser o salário mínimo vigente ou um valor superior (até o teto da Previdência Social).

* Acesse o portal "Meu INSS". Para iniciar ou retomar suas contribuições ao INSS, é importante criar uma conta no portal "Meu INSS" (https://meu.inss.gov.br/). Essa plataforma digital oferece diversos serviços e permite a emissão de guias de pagamento, consulta de informações previdenciárias e acompanhamento do histórico de contribuições.

* Emita as guias de pagamento. No portal "Meu INSS" você encontrará a opção de emitir as guias de pagamento. Para os contribuintes individuais, é necessário selecionar a opção "Guia da Previdência Social - GPS" e preencher as informações corretamente, como o código de pagamento, competência e valor a ser recolhido.

* Escolha a forma de pagamento. Após emitir a guia de pagamento, você poderá escolher a forma de efetuar o recolhimento. É possível pagar a guia em agências bancárias, casas lotéricas, caixas eletrônicos ou via internet banking. Certifique-se de realizar o pagamento dentro do prazo estabelecido para evitar juros e multas.

* Mantenha a regularidade das contribuições. É fundamental manter a regularidade das contribuições ao INSS. Para garantir a cobertura de benefícios previdenciários, é necessário efetuar os pagamentos mensalmente. O não pagamento pode resultar na perda de direitos e benefícios.

* Busque orientação especializada. O direito previdenciário é complexo e cada situação pode ter particularidades. Portanto, é recomendável buscar a orientação de um advogado especialista em direito previdenciário para esclarecer dúvidas e obter aconselhamento adequado, garantindo assim seus direitos previdenciários e uma melhor qualidade de vida na terceira idade.


Para dúvidas ou saber mais sobre o tema acesse: www.mariaangelica.adv.br ou entre em contato pelo telefone: (11) 93036-5568 (WhatsApp).


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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Fisioterapia pélvica para incontinência urinária pós-prostatectomia

 


A incontinência urinária é definida como qualquer perda involuntária de urina, sendo comum após a prostatectomia (retirada da próstata). O câncer de próstata é a malignidade mais comumente detectada em homens, e a prostatectomia radical é o método de tratamento mais eficaz para esse tipo de câncer. Porém, o procedimento cirúrgico pode causar algumas complicações, entre elas a incontinência urinária.

 Dentre as incontinências, pode-se observar a perda de urina aos esforços e a de urgência. A primeira acontece ao realizar exercícios que exigem pressão maior da bexiga, como uma gargalhada, espirro ou até mesmo erguer peso. Já a de urgência acontece quando espasmos e contrações involuntários da bexiga promovem uma súbita necessidade de urinar.

 O tratamento para o paciente com incontinência urinária após a retirada da próstata é de extrema importância, devendo ser realizado de forma interdisciplinar por profissionais da medicina, psicologia e fisioterapia pélvica capacitados para melhor atendê-lo.

O tratamento conservador para a incontinência urinária pós-prostatectomia tem sido o mais preconizado nos últimos anos e trata as sequelas urinárias pós-cirúrgicas.

Dentro desse método são realizadas sessões de treinamento muscular do assoalho pélvico, eletroestimulação , terapia comportamental, educação/orientação para paciente, dentre outras intervenções, visando devolver a qualidade de vida, fortalecer a musculatura pélvica e promover conscientização do paciente incontinente.



Por Raquel Piovesana (Crefito 78132-F), fisioterapeuta, especialista em fisioterapia pélvica. . Contatos: 11-3395-5955, fisiolife.fisioterapia@yahoo.com

 

domingo, 17 de setembro de 2023

Aprenda a cuidar dos cabelos cacheados

 


Cuidar dos cabelos cacheados não é uma tarefa fácil, mas também não é impossível. Esse tipo de cabelo é majoritário no país segundo De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Beleza Natural em parceria com a Universidade de Brasília (UNB), 70% dos brasileiros apresentam cabelos cacheados, crespos ou ondulados.

Já em 2017, dados do Google BrandLab apontavam que a busca pelo termo "cabelos cacheados" superou o de "cabelos lisos" e cresceu mais de 200%.

 

Muitas mulheres alegam ter mais dificuldade em cuidar dos cabelos cacheados do que dos lisos, por exemplo, mas será que realmente é mais difícil? Para ajudar nessa questão, a hair stylist Tamara Zavareze respondeu diversas dicas sobre como cuidar dos cachos.

 

"Quando não temos conhecimento e experiência sobre alguma situação, ela sempre se apresenta mais difícil do que realmente é. Eu diria que cuidar de um cabelo cacheado requer um pouco mais de dedicação até você entender que a dinâmica é completamente diferente. Por exemplo, você é obrigada a fazer uma finalização, isso quer dizer, que você vai precisar aplicar produto (s) e dividir o cabelo em partes para conseguir um resultado satisfatório e com durabilidade. Mas, depois que você entende como o seu cabelo funciona e pega o jeitinho de fazer, não tem mistério", explica Tamara.

 

Segundo a hair stylist, a principal diferença entre os cabelos lisos e cacheados são as particularidades de ambos. "Cabelos cacheados tem algumas particularidades. Por exemplo, só devem ser penteados enquanto molhados, deve-se evitar pentear os fios a seco, porque desse modo se estraga a definição", conta.

 

Tamara ressalta que por terem uma espessura de médio a grosso, os cabelos cacheados costumam ser mais ressecados. "Isso acontece porque a estrutura física em forma de elipses não permite que a oleosidade da raiz transite para as pontas, com isso é interessante não lavar os fios todos os dias. Uma dica que funciona muito pra mim é lavar só com condicionador se estou lavando com um prazo menor do que 2 dias", explica.

 

Principais cuidados

 

Para prevenir o ressecamento, Tamara recomenda manter uma rotina de nutrição toda semana. "Além disso, ajuda muito caso a pessoa durma com touca de cetim ou ter a fronha do travesseiro nesse mesmo tecido, porque você suaviza o atrito dos fios enquanto dorme e preserva por mais tempo a finalização. Outra boa dica, que funciona muito pra mim, é não dormir em cima dos cabelos, colocá-los para fora do travesseiro ou prender com uma borrachinha bem larga e bem solta no alto da cabeça. Quanto menos atrito, menos frizz e mais tempo dura nossa finalização", recomenda a hair stylist.

 

Outra dica valiosa é evitar o uso de elásticos no cabelo, eles ajudam a arrebentar os fios.
 

Como fazer a finalização?
 

De acordo com Tamara, o primeiro passo é descobrir os produtos que funcionam nos seus cabelos. "Aplicar leave-in com os fios bem molhados ajuda na definição dos cachos e economiza na quantidade de produto. Entender como cada produto funciona e a hora certa de aplicar nos fios também é importante, às vezes você tem um ótimo produtos em mãos mas peca na quantidade ou na hora da aplicação", explica.

 

Tamara ressalta que em caso de uso de difusor, não é recomendado usá-lo para secar os fios 100%. "Porque dependendo do cabelo faz frizz. Gosto de secar uns 70% e deixar que o restante seque naturalmente", explica.

 

Cabelos cacheados e tingidos

 

A hair stilist afirma que nesses casos em que a cacheada também possui o cabelo tingido aumenta a necessidade de tratamento e os cuidados devem ser redobrados. "Uma boa dica é preparar o cabelo para lavagem aplicando algum creme nos fios antes de entrar no banho para que o impacto do shampoo seja amenizado. Com isso você preserva os pigmentos e evita o ressecamento. É importantíssimo evitar água muito quente, pois além de ressecar os fios, desbotam os pigmentos . Sempre que possível, evitar mar e piscina ou preparar os fios antes de curtir", aconselha.

 

Mudança de conceito

 

A hair stylist acredita que é necessário mudar o olhar a respeito dos cabelos cacheados, levando em conta a "falsa cultura dos fios perfeitos". "De um modo geral, os cabelos cacheados tem frizz e costumam ter curvaturas diferentes ao longo da cabeça e isso é normal. Essa falsa cultura de fios perfeitos é utopia, mas a partir do momento que aceitamos que os cabelos são a mais pura expressão do nosso ser, tiramos dos cabelos a obrigação de ser perfeito todos os dias. Afinal, somos cíclicas como a lua, horas estamos cheia e horas estamos minguante, e para os dias de lua minguante ( analogia para quando os cabelos não estão tão bonitos ) a gente tem recursos, um bom gel, uma escova e um spray fixador podem salvar qualquer mulher de 'bad hair day'", finaliza Tamara.



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sábado, 16 de setembro de 2023

Olhos sofrem com o ar mais seco



A saúde dos olhos é mantida por meio da lágrima e de algumas glândulas de gordura em volta dos cílios. Se o ar está mais seco, há uma tendência a alterações na qualidade ou quantidade de lágrimas, causando ressecamento, que pode levar ao aparecimento de doenças, em especial as alergias oculares. 

"Muitas pessoas manifestam alergias oculares e em tempos de estiagem é comum aparecerem os casos de conjuntivites alérgicas", conta dr. Hallim Féres Neto, Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

 

Segundo o médico, o verão costuma ser mais úmido e, por isso, a poeira suspensa no ar gruda nas partículas de água e, com o peso, caem no chão. Por outro lado, com o ar seco, as micropartículas ficam mais tempo em suspensão no ar, facilitando que entrem em contato com nossas mucosas (olhos, nariz e garganta), favorecendo as alergias.

 

A coceira é um dos principais incômodos sentidos pelos pacientes com alergia ocular e esse sintoma merece atenção especial: "o ato de coçar os olhos pode ser muito prejudicial, levando inclusive a algumas doenças mais graves, como o ceratocone. Além disso, é importante ressaltar que os olhos podem ser portas de entrada para vírus, incluindo o coronavírus. Assim, é fundamental evitar coçar os olhos", ressalta dr. Hallim.
 

O tratamento, no caso das crianças, pode ser iniciado com o pediatra, mas caso evolua para conjuntivite alérgica e não responda bem ao tratamento, deve ser encaminhado ao oftalmologista para que avalie se há lesões oculares que demandem outra abordagem terapêutica.

 

Outro problema que pode surgir é a síndrome do olho seco, ocasionada por uma combinação de fatores. Quem já é propenso a alergias (rinites, sinusites e dermatites de contato, por exemplo) deve ficar atento. Sintomas como ardência, coceira e visão borrada que melhora ao piscar podem indicar essa condição, além de desconfortos após assistir à televisão, ler ou usar o computador.

 

"O poder de lubrificação do olho diminui. Por isso, aparece um número maior de pacientes com olho seco nessa época. Mas é claro que existem pessoas com maior ou menor predisposição a desenvolver a doença. Geralmente, quem tem alergias tem olho seco, mas não necessariamente quem tem olho seco tem alergias", ressalta o oftalmologista.

 

Para evitar esse tipo de problema, o ideal é manter a lubrificação ocular, feita com o uso de colírios próprios. Vale a pena procurar o oftalmologista, porque existem vários tipos de colírio, alguns para olho moderado, outros para muito secos, e lágrimas artificiais.

 

Para ajudar a passar pela temporada sem crises, dr. Hallim deixa algumas dicas:

 

1. Atenção com a limpeza dos ambientes: troque a vassoura e o espanador por pano úmido e aspirador, para não levantar poeira.

 

2. Use colírios lubrificantes sem conservantes sempre que tiver vontade de coçar os olhos.

 

3. Se não tiver colírios, pode fazer uma compressa com água fria, ou até mesmo lavar o rosto na pia.

 

4. Se precisar colocar a mão nos olhos, lembrar de lavá-las muito bem antes. Mãos sujas vão levar mais alérgenos para os olhos e piorar a situação.

 

5. Use maquiagem de boa procedência e mantenha tudo sempre limpo. Também não compartilhe lápis, rímel e pincéis com ninguém!

 

6. Lembre-se de remover a maquiagem antes de dormir.

 

7. Se nada disso resolver, não espere piorar e procure logo o seu oftalmologista.



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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

É verdade que o celular escuta as conversas para mostrar anúncios?

 


É bem possível que alguma vez você tenha tido a sensação de que o celular pode ouvir o que falamos. Afinal, já deve ter acontecido de receber a indicação de um produto ou serviço relacionado a algo que tenha comentado com familiares ou amigos ao falar ao telefone, ou até mesmo em conversas ao vivo. Por esse motivo, muitos dos que afirmam estarem sendo gravados pelos smartphones acham que os celulares estão constantemente nos ouvindo e gravando o que falamos, para então categorizar e usar esse conhecimento para direcionar anúncios. Será que é isso mesmo que acontece?


De acordo com Yasodara Cordova, pesquisadora-chefe em Privacidade e Caio Gomes, diretor de Dados da Unico, empresa especializada em identidade digital, a resposta é não, os celulares não nos gravam.
 

Diferente das teorias de conspiração, a realidade é que as empresas não gravam nossas conversas, ou escutam o que falamos o tempo todo em nossos aparelhos. Na verdade, é tudo uma questão de estatística e muita coleta de dados - mas não áudio de conversas. Estes dados não são coletados sem a permissão dos usuários. É exatamente o oposto: os próprios usuários dão permissão - ao clicar e aceitar os termos de consentimento e políticas de privacidade - para que aplicativos e outros serviços conectados acessem a sensores diversos que coletam dados que informam a localização, a lista de contatos, e outros dados que são necessários para a prestação de serviços via internet.
 

Primeiramente, é crucial esclarecer que coletar todos os áudios de um celular não é economicamente viável. Se o processamento do áudio fosse centralizado na nuvem, o consumo de dados móveis seria tão elevado que o usuário notaria. Alternativamente, se o processamento ocorresse no próprio aparelho, a bateria se esgotaria rapidamente, algo que também seria facilmente percebido pelo aquecimento do dispositivo.
 

"Então, como as empresas coletam dados? Elas se concentram em metadados e padrões de comportamento. Imagine que você visite a casa de um amigo e conversem sobre uma marca de celular. A localização já indica que você esteve lá, e se seu amigo pesquisar sobre a marca posteriormente, é um sinal de que você também é um alvo para essa publicidade", explica o Diretor Caio Gomes.
 

Através da análise dessas correlações, as empresas de tecnologia montam cenários publicitários que nos impactam diariamente. No entanto, é vital reconhecer o papel do viés de confirmação em nossa percepção dessas práticas. Somos bombardeados com centenas, senão milhares, de anúncios todos os dias, a maioria dos quais ignoramos. Mas quando um anúncio se alinha com uma conversa recente, ele chama nossa atenção, criando a ilusão de que a segmentação é mais precisa do que realmente é. Tendemos a ignorar as inúmeras vezes em que a publicidade falha e focamos apenas nos acertos, o que pode distorcer nossa compreensão da realidade.
 

Levando isso tudo em conta, podemos ficar todos mais tranquilos sobre a possibilidade de gravação de áudio e escuta que porventura celulares executariam. Não só é mais eficiente fazer o direcionamento de anúncios usando dados do seu dia-a-dia, mas possivelmente mais preciso e igualmente lucrativo. É claro que toda essa paranóia tem fundamento: estamos desconfiados sobre quais dados estão sendo coletados e para quê.
 

Como já diagnosticado por vários institutos de pesquisa e reconhecido pelo World Economic Forum - ao qual a Unico é filiada, é preciso restabelecer as relações de confiança entre pessoas e instituições, incluindo empresas. Para recuperar essa confiança, é importante dar transparência sobre os dados pessoais, uma propriedade da privacidade (que é um direito humano reconhecido na constituição do Brasil). Afinal, se as pessoas tivessem facilidade para descobrir quais dados estão sendo utilizados e para quê, a relação entre pessoas usuárias e empresas seria muito mais saudável.
 

É uma forma de o anunciante avaliar a popularidade dos produtos e as variações conforme a idade, gênero, trabalho e hobbies. "Assistentes virtuais como Siri, Google Assistente ou Alexa estão instalados praticamente em todos os aparelhos e podem peneirar dados de seus usuários para a publicidade digital, uma técnica chamada Retargeting. Isso acontece através dos cookies de internet. Esses cookies são pequenos dados que os sites pedem para guardar durante sua navegação, eles também estão em todos os lugares até mesmo nos nossos celulares. No entanto, os sites sempre pedem permissão para usar esses cookies oferecendo uma experiência mais personalizada", explica a pesquisadora.
 

Lei Geral de Proteção de Dados
 

Falhas de segurança nas plataformas também podem resultar em conteúdos coletados sem autorização e um ambiente favorável para cibercriminosos. Então, quando o assunto são seus dados pessoais, as empresas precisam sempre oferecer informações claras e acessíveis.
 

No Brasil, com a aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), o uso dessas informações foi regulamentado. O tratamento de dados passou por mudanças sendo necessária a autorização do usuário e transparência por parte das organizações sobre o uso desses dados, cabendo sanções em caso de utilização indevida.
 

"O usuário preocupado com a sua privacidade deve estar atento aos termos e políticas de uso. Se o usuário estiver de acordo com a captura e utilização de seus dados, não há motivos para se preocupar. Provavelmente isso significa que existe uma relação de confiança entre a empresa e a pessoa usuária. Contudo, não é uma situação comum. Hoje em dia ainda existe uma aura misteriosa sobre como a coleta de dados para o fornecimento de serviços é feita, por qual motivo e até quando. A transparência e a segurança são cruciais para todos os envolvidos. Nós da indústria temos a obrigação de melhorar nossos serviços de privacidade", comenta Yasodara.
 

Como posso evitar?
 

Muitos aplicativos e sites precisam de determinadas informações para manter os serviços, como o WhatsApp ou Instagram, que requerem acesso às câmeras e microfones para desempenhar algumas funções. Entretanto, não são todas as plataformas que precisam disso. Na dúvida, autorize o acesso apenas aos dados necessários.
 

"Realizar uma compra, fazer um cadastro em um site, curtir ou comentar uma foto nas redes sociais, até dirigir o carro utilizando o GPS, todas essas ações e outras mais são informações que estamos provendo para que os serviços sejam prestados.. É importante revisar as permissões dos aplicativos instalados regularmente. Devemos estar atentos a nossa privacidade ao usar, por exemplo, aplicativos desenvolvidos por empresas desconhecidas ou com termos de uso duvidosos", esclarece a pesquisadora.
 

É sempre bom lembrar que as dicas de segurança básica devem ser sempre seguidas, como: não dividir a sua conta, não utilizar senhas padrão ou senhas muito fáceis, e até mesmo utilizar VPN quando necessário. São importantes e precisam ser seguidas. Outro ponto é recorrer a especialistas sempre que existirem dúvidas, pois a internet está recheada de teorias da conspiração. Na dúvida, vale ler os termos de uso e perguntar, diretamente para o provedor dos serviços, quais dados pessoais estão sendo utilizados, porque, até quando e como. É um direito básico que você deve utilizar sempre que precisar.




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