segunda-feira, 30 de novembro de 2015

O artesão de si próprio

Qual sua motivação para querer evo­luir e superar li­mites? Você nutre a ideia de que é um ser imper­feito que tende à perfei­ção? Você considera que é um “eu inferior” e quer se tornar o “eu superior”? Sob essas diretivas, a mo­tivação de superar os pró­prios limites – de progre­dir – parte de um estado de insatisfação e se dirige a um estado (projetado, imaginado) de satisfação e realização. Ok, motiva­ção é motivação, e se nós nos movemos em favor da nossa realização integral, conside­remos válida, pois objetivamos que você re­alize a beleza e a harmonia de sua existência, porém, vamos pensar um pouco.
Tenho uma dica: parta da aceitação para a vontade de realização. Explico: vi muitas pes­soas que escolheram progredir porque não aceitavam suas vidas e nem a si próprios. In­divíduos que partiram da rejeição de suas re­alidades, para buscar a satisfação que com­pensasse seus sentimentos de rejeição.
O que houve? Sofreram e sentiram-se sem norte várias vezes, pois partiram do desamor para realizar a evolução determinada pela vontade. E esse é um caminho do amor. Se não houver amor, haverá dor e muitos tropeços. Recomendo que ame seu ponto de partida, seu presente, e a partir desse amor, defina uma meta bem clara de crescimento e progresso.
Essa natureza “inferior, imperfeita” e esse “eu inferior”, além da vida como se apresenta, trouxeram você até esse momento. Você não chegaria à autêntica vontade de progredir e de modificar o modo que vive se não fossem esses elementos. Além disso, o que é entendido como as­pectos imperfeitos é a ma­téria-prima para realizar o ser humano integral.
Pense no artesão que não rejeita o barro que usará para modelar um belíssimo vaso. Você con­sidera um artesão tendo raiva do barro? Da maté­ria-prima? Como poderia? O barro é o belíssimo va­so em potencial! Um arte­são começa com a maté­ria-prima em estado bruto, sendo um sem fim de obras de arte em potencial, modela­do com destreza, mas com respeito e carinho por sua matéria-prima.
Essencialmente, você é o artesão, e tudo que você rejeita é o barro que você usará pa­ra modelar o Ser Integral que você é – o eu saudável, realizado e participativo. Portan­to, parta da aceitação. Se achar difícil amar a si próprio, sua vida e sua relação com a vi­da, ao menos tente aceitar.
Você é uma obra de arte, de tamanha be­leza, de tamanha perfeição, e é exatamente agora, a matéria-prima que encerra em si es­sa obra de arte perfeita, e ainda por cima, é o hábil artesão de si próprio. Parta da acei­tação para chegar ao amor e realizar a obra mais perfeita e linda do mundo: você! 
(Artigo do psicoterapeuta holístico Marcelo Hindi)


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