quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Os perigos da baixa umidade do ar

Durante o período de intenso calor, comum entre os meses de novembro a março e até mais extenso em regiões mais secas do país, a frequente baixa umidade do ar prejudica a saúde da população com diversos problemas, desde a desidratação até resfriados. A baixa umidade do ar causa desconforto porque em altas temperaturas há uma maior chance de desidratação, pois a pessoa não sente que está suando, já que o suor evapora com facilidade e não chega a deixar o corpo molhado, desta forma, há mais necessidade de hidratação.
Para combater os sintomas, a médica de família e comunidade Ana Paula Lemes, membro da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), indica ter plantas em casa, pois elas conseguem reter umidade e proporcionar menos calor e baixa umidade. “Além da desidratação, há também as crises de problemas respiratórios como asma, bronquite, rinite e os resfriados. Indiretamente, ocorrem as infecções urinárias, que são secundárias ao calor e falta de água no organismo. Os que mais sofrem são os idosos e as crianças, porque não pedem água e alguns pais ou cuidadores esquecem de aumentar a quantidade de oferta de água. Os idosos sofrem mais porque geralmente não têm por hábito beber água. Ambas as faixas etárias têm mais chance de desidratação”, explica Ana Paula.
Sobre o uso de colírios e umidificadores nasais sem prescrição médica, não há problema em utilizá-los, desde que com moderação. Mas há necessidade de observar se os umidificadores nasais são compostos somente de soro (cloreto de sódio a 0,9%) ou outro medicamento, como a nafazolina, por exemplo, que pode ser danosa à saúde. “Outra situação a ser observada é a composição por soro hipertônico (cloreto de sódio a 3%), que também pode ser muito agressivo à mucosa do nariz (a pele por dentro), que muito sensível e deve ser usado com cuidado e é melhor ser evitado em crianças. Porém, antes do uso é importante tirar as dúvidas com o seu médico de família e comunidade”, reforça.
Além das plantas, a bacia com água ou toalhas molhadas auxiliam na umidificação do ambiente doméstico. Porém, é importante lançar mão de métodos que não ofereçam riscos, já que uma bacia com água pode ser atrativa a uma criança pequena e pode causar um acidente de afogamento. Existem também umidificadores de ambiente, dentro dos quais se coloca água e, por um mecanismo, conseguem transformá-la em vapor frio.
Sobre alimentação, uma dieta composta por alimentos frios, sucos de frutas naturais e chás gelados auxilia na hidratação. Lembrando que um adulto necessita de dois a três litros de água normalmente. As crianças necessitam de 50 ml de água por quilo ao dia. Essa ingestão deve ser um pouco maior em dias secos. Existe uma regra bem prática: não esperar a sede aparecer e tomar água antes. A sede já indica que o rim (e o corpo) precisa de muita água.
Segundo Ana Paula, para a prática de atividades físicas ao ar livre, os horários ficam cada vez mais restritos. Se em dias normais o recomendado é não ser exposto ao sol das 11h às 15h, é importante prolongar mais este tempo. Cada região do país tem um “sol frio” num horário. Mas seria bom dar uma pausa das 10h às 17h nos dias secos. Exceto se as atividades sejam feitas num local extremamente arborizado.
A pressão arterial também varia bastante conforme o calor e a hidratação e isso tem uma relação indireta com esse tipo de problema. Ter pressão baixa não é uma doença, mas é uma condição que causa incômodo nas pessoas, já que podem vir a ter lipotimia, situação na qual a visão fica escura e a pessoa corre o risco de cair, quando está muito quente e/ou com desidratação. As pessoas com pressão alta podem sofrer também ao saírem na rua se estiver muito calor, já que a pressão costuma aumentar um pouco quando se está num lugar muito quente, segundo a médica de família e comunidade.
Em ambientes com ar condicionado, é importante manutenção para conservá-lo sempre limpo, a fim de evitar as poeiras que causam as doenças. Vale lembrar que o ar condicionado diminui ainda mais a umidade do ambiente. O ideal seria utilizá-lo em associação a um umidificador. Além disso, a umidade baixa proporciona desidratação, o que também ocorre com pessoas que trabalham na rua. Sendo assim, aumentar a ingestão de líquidos é primordial.


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