segunda-feira, 15 de março de 2021

Consumo de peixes: cuidados na compra e armazenamento

 


No último ano, o preço da carne bovina teve alta de 17,97%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e seu consumo, no Brasil, caiu cerca de 5%, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Para tentar driblar a crise, ainda mais em tempos de pandemia, o brasileiro vem buscando alternativas para o preço do cardápio ficar menos “salgado”. Entre elas, muitos vêm variando a alimentação com peixes, que além de ter espécies com valores mais acessíveis, é uma rica fonte de proteína.

Perto da Páscoa, então, o consumo de pescado tem um aumento significativo. Mas e o risco de contaminação alimentar com os peixes? O biólogo Fábio Portella, coordenador da pós-graduação em vigilância sanitária e controle de qualidade de alimentos da Faculdade IDE explica que o peixe estraga com muita facilidade porque tem uma quantidade de água alta e pH neutro, o que favorece sua deterioração. “Por isso, na hora de armazenar, devemos colocar numa temperatura mais baixa, entre 2ºC a 4ºC, no máximo. Mais que isso potencializa a proliferação microbiana”, diz. Para o especialista em segurança dos alimentos, o primeiro passo é ter cuidado com a fonte do peixe, saber de ontem ele veio e como foi acondicionado.

“Se for comer o peixe cru, então, é ainda mais importante saber a procedência desse alimento. O ideal seria optar pelas preparações cozidas, fritas ou assadas, pois são mais seguras, já que o calor mata a maioria do microrganismos”, sugere o especialista. Sobre o congelamento e descongelamento dos peixes, Fábio Portella diz que deve ser sempre na geladeira, em até 24h, nunca em temperatura ambiente. Pode-se também descongelar em microondas, se o consumo for imediato.

Já aquele truque de colocar o peixe na água para descongelar mais rápido ou até descongelar pra tratar e congelá-lo de volta não é recomendado. “Dessa forma, favorece a proliferação microbiana. E não é porque congelou de volta que vai ‘matar’ as bactérias, por exemplo. Ela permanece lá. Ao descongelar de novo e consumir, a pessoa corre sérios riscos de ter uma intoxicação alimentar”, alerta Fábio.

Outra dica importante para quem preferir o peixe fresco é notar o cheiro dele. O peixe fresco deve ter odor de peixe, bem característico. A carne deve estar firme e as escamas bem aderidas. As guelras devem estar avermelhadas. Bom também seria tocar nas guelras, pois alguns comerciantes de má fé colocam temperos, como colorau, para disfarçar as guelras de peixes que não estão frescos.

 

sábado, 13 de março de 2021

Como evitar e tratar pontas duplas dos cabelos

 


As pontas duplas são umas das principais inimigas dos nossos cabelos. Além de comprometer a aparência dos fios, deixando-os com aspecto de “palha”, elas fazem com que as madeixas fiquem mais frágeis e propensas à quebra. Entenda como prevenir esse problema e manter seu cabelo bonito e saudável!

Como surgem as pontas duplas

De acordo com a tricologista Viviane Coutinho, os grandes responsáveis pelas pontas duplas são os desgastes físicos e químicos do cabelo. 

“As pontas duplas podem ter várias origens. Podem surgir da maneira como se usa secador, chapinha e babyliss, ao realizar alisamentos e aplicar tinturas, quando se lava o cabelo com água muito quente, entre outras situações onde os fios ficam expostos sem nenhum tipo de proteção”, explica.  

Ela afirma que o problema é super comum, mas os cabelos cacheados costumam apresentar pontas duplas mais visíveis. “Isso acontece por conta do formato em espiral dos fios. Assim, é mais difícil que a oleosidade natural do couro cabeludo chegue às pontas, deixando-as mais ressecadas e quebradiças.”

Como solucionar o problema

É difícil evitar que pelo menos alguma ponta dupla surja no cabelo, mas existem cuidados práticos que podem evitar que o problema se torne maior. 

Quando os fios estão extremamente danificados, é difícil conseguir recuperá-los. Nesses casos, o mais indicado a se fazer é cortar a parte dos cabelos que foi afetada. “Para quem não quer mexer no comprimento, existe, além do corte comum, o corte terapêutico. Ele elimina pontas duplas sem alterar o tamanho das madeixas”, indica Viviane. Além disso, o corte não é a única solução para as pontas duplas. 

A falta de umidade dos fios resulta na aparência seca do cabelo e no surgimento das pontas duplas. Por isso, é importante investir em máscaras potentes de hidratação e nutrição, que podem ser aplicadas uma vez por semana ou a cada quinze dias, a depender do nível dos danos. 

“Tratamentos específicos são fundamentais para devolver a saúde capilar. Sempre recomendo um cronograma que envolve reposição hídrica, lipídica e proteica, para devolver a emoliência, brilho e resistência do cabelo.”

Além disso, minimizar possíveis danos no dia a dia é sempre uma boa opção. O protetor térmico, por exemplo, pode ser um grande aliado no combate às pontas duplas. “Antes de ligar o secador ou a prancha, aplique o protetor em toda a extensão dos fios. O calor excessivo emitido por esses aparelhos causa um desgaste desnecessário nos fios, que pode ser evitado com um simples produtinho. Esse hábito pode diminuir o número de pontas duplas e ainda ajudar quem sofre com frizz.”

Para potencializar ainda mais a rotina de cuidados, a especialista também recomenda a consulta com profissionais especializados em saúde capilar. “O tricologista faz uma avaliação detalhada da estrutura capilar para que, a partir disso, um tratamento personalizado seja seguido. Esse respeito às necessidades específicas de cada caso faz toda a diferença”, completa Viviane.

 

quinta-feira, 11 de março de 2021

Aprenda a se proteger dos maiores inimigos dos rins

 


Mais de 140 mil brasileiros, neste momento, não possuem mais seus rins funcionando normalmente e sobrevivem apenas por terem acesso a um tratamento que substitui a função renal: a diálise. O número de pacientes com doença renal crônica vem aumentando consideravelmente a cada ano e neste 11 de março, Dia Mundial do Rim, autoridades de saúde do mundo todo estão apelando: cuidem melhor dos seus rins e previnam-se das doenças renais no futuro.

De acordo com a nefrologista Ana Beatriz Barra, o aumento da doença renal se justifica pelo envelhecimento da população e pela crescente prevalência de obesidade, diabetes e hipertensão em grande parte da população.

"Na maioria dos casos, são os maus hábitos no dia a dia que indiretamente estão relacionados ao desenvolvimento da doença renal no longo prazo. A má alimentação - com alta ingestão de gorduras, açúcares e sal e poucos líquidos -, o sedentarismo, o tabagismo, a automedicação - sobretudo com drogas nefrotóxicas, como os anti-inflamatórios - e a falta de acompanhamento médico são inimigos dos rins", alerta a nefrologista.

Os rins têm muitas funções, dentre elas: filtrar o sangue, eliminando as toxinas do corpo, manter a normalidade da composição corporal, como os níveis de potássio e o pH, controlar a quantidade de sal e água do organismo, regular a pressão arterial, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras. De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, a doença renal crônica (DRC) se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências à medida que a doença progride. Já a Doença Renal Aguda é a que aparece repentinamente, normalmente em hospitalizados, como ocorreu em até 30% dos pacientes atingidos pela Covid em estado grave.

Exame de creatinina - Um simples exame de sangue com dosagem de creatinina, pode indicar se os rins estão falhando e em que estágio da doença renal o indivíduo está. "Mas se as pessoas não fazem checkup, principalmente aquelas de maior risco, que são os diabéticos, os hipertensos, os idosos e os que têm história familiar de doença renal, elas nem ficam sabendo. E a doença renal não costuma dar muitos sinais, principalmente nos estágios mais precoces, onde seria possível evitar a progressão para a diálise. Quando a pessoa descobre, muitas vezes, infelizmente já está tarde para recuperar seus rins", alerta.

A taxa de mortalidade de doentes renais ainda é muito elevada, cerca de 20% ao ano no Brasil. "A doença renal não é simples. E no Brasil, a condição se agrava por falta de acesso tanto à hemodiálise, sobretudo para pessoas que vivem em cidades pequenas, onde muitas vezes não há clínicas especializadas, como pela dificuldade em se oferecer no país as melhores terapias existentes no mundo atualmente. A hemodiafiltração online, por exemplo, já é utilizada pela grande maioria dos pacientes em Portugal, no Japão e em outros países. Mas no Brasil, a terapia ainda não estava no rol dos tratamentos obrigatórios que os planos de saúde devem cobrir, determinado pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Felizmente, acabou de entrar, na semana passada", relata a médica.

Diálise Peritoneal - Outra terapia que poderia aumentar o acesso dos pacientes que vivem longe de clínicas, seria a diálise peritoneal, que é feita em casa, pelo próprio paciente, sob orientação, já que a imensa maioria dos municípios brasileiros não têm clínicas de diálise. Mas seu uso ainda é muito restrito por conta das dificuldades logísticas de distribuição e dos custos dos insumos utilizados e pelo subfinanciamento deste tratamento pelo SUS. 

Transplante Renal - O transplante de rim é considerado a melhor opção de tratamento para os pacientes com falência renal, desde que tenha condições para este procedimento. Os pacientes transplantados têm melhor qualidade de vida e uma sobrevida mais longa do que aqueles que permanecem em diálise. Porém, o número de novos pacientes inscritos anualmente na lista de espera é muito maior do que o número de órgãos doados e o tempo de espera por um rim compatível pode ser de anos.

"Nossa luta é para mostrar que hoje é possível viver melhor com a doença renal. Uma parte depende do paciente e de seus cuidadores, para se alimentar adequadamente, fazer atividades físicas, tomar os medicamentos corretamente, fazer acompanhamento médico e os exames solicitados. E a outra, depende mesmo dos planos de saúde e do governo para ofertarem os melhores tratamentos existentes. Por exemplo, na Europa, se usa um dialisador uma única vez, enquanto no Brasil, pode reutilizar até 20 vezes. Claro que isso impacta na qualidade do tratamento, no dia a dia e na sobrevida dos pacientes", afirma a médica nefrologista Ana Beatriz.

Dicas para manter os rins saudáveis

1 - Cuide da sua alimentação

Líquidos - Os rins funcionam como filtros, retirando do sangue que passa por ele o excesso de líquidos e de substâncias nocivas ao organismo. Para isso, deve-se garantir que a pessoa esteja ingerindo líquidos adequadamente, pois os rins são bastante sensíveis à desidratação, principalmente em quem já tem alguma doença renal.

O volume de líquido necessário para a pessoa se manter bem hidratado depende de vários fatores, como a temperatura ambiente e o nível de atividade física. Nos dias mais quentes e em plena atividade física, haverá necessidade de ingerir muito mais para se manter bem hidratado. Uma boa dica é ver a cor e o volume de urina. Se estiver com a cor muito concentrada (escura) e com volume reduzido é sinal de que o rim está se esforçando para poupar água, sendo sugestivo que a pessoa está precisando de ingerir mais líquido. Mas cuidado, ingerir além da necessidade, também pode ter consequências negativas para o organismo. Tome a quantidade ideal e dê preferência à agua, que é sem açúcares e sem sal

Sal, açúcar e gorduras - Alimentos ultraprocessados são muito atrativos e de fácil acesso, mas geralmente têm excesso de sal, açúcar e gorduras. A combinação destes alimentos com o sedentarismo parece ser o caminho fácil para o surgimento das comorbidades que mais tarde levarão à doença renal crônica. Reduza o sal nos seus alimentos feitos em casa também.

Lembre-se: Mais de 60% dos pacientes entrando em diálise já eram diabéticos e/ou hipertensos.

2 - Pratique atividades físicas

Abandone o sedentarismo - O bom funcionamento dos rins também depende do bom funcionamento do coração e do sistema circulatório e vice-versa. Ambos atuam na regulação da pressão sanguínea. A falta de atividades físicas prejudica a eliminação das calorias ingeridas em excesso, favorece o ganho de peso, o desenvolvimento do diabetes, a piora no controle da pressão arterial e do colesterol. Suar a camisa faz bem!

3 - Jamais se auto medique

Tomar medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios, analgésicos e aqueles para controle da acidez do estômago, desnecessariamente ou em excesso, pode danificar os seus rins. Jamais tome remédios sem orientação médica.

4 - Evite fumar

As partículas tóxicas do tabaco inaladas são prejudiciais aos rins e às artérias, podendo ainda interferir na pressão arterial.

5 - Vá ao médico uma vez por ano

Nem sempre os rins dão sinais de que não estão funcionando bem. Exames de sangue, para a dosagem da creatinina e de urina, para investigar a presença anormal de proteína, podem indicar o estado da saúde renal do indivíduo. O ideal seria que os indivíduos com maior risco de desenvolver doença renal crônica, isto é, os diabéticos, hipertensos, idosos e aqueles com história familiar da doença, fizessem avaliação pelo menos uma vez por ano.

 

terça-feira, 9 de março de 2021

Alimentos que combatem a insônia

 


Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a insônia afeta 40% dos brasileiros. A privação do sono pode prejudicar a saúde, uma vez que afeta o sistema imunológico e aumenta os riscos de desenvolver doenças como hipertensão, diabetes, depressão e obesidade. 


A alimentação é uma forte aliada na produção de substâncias importantes, como vitamina B6, magnésio e triptofano, indispensáveis para a qualidade do sono. "O triptofano, assim que reconhecido pelo nosso cérebro, estimula a produção de um neurotransmissor chamado serotonina, que é responsável pela regulação do sono, bom humor e sensação de bem-estar. A ingestão de vitamina B6 e magnésio ajuda na produção do triptofano em nosso corpo", explica Bettina Del Pino, nutricionista da Dietbox. 

A especialista ainda esclarece que não é só a alimentação que interfere no sono, mas ao contrário também. "Noites mal dormidas afetam diretamente as escolhas alimentares durante o dia. Não dormir por tempo suficiente ou ter uma noite de má qualidade leva ao aumento da ingestão de opções ricas em gordura, como uma forma de recompensa para o cérebro", pondera Bettina Del Pino. 

A nutricionista lista alguns alimentos que contribuem para noites de sono revigorantes. Confira: 

Grãos integrais: grandes fornecedores de carboidrato, contêm vitaminas e minerais que podem auxiliar numa melhor absorção de triptofano. 

Castanhas e sementes: são fontes ricas em triptofano. Além disso, são fornecedoras de magnésio, que auxilia no combate dos efeitos do hormônio do estresse.  

Aveia: é fonte de melatonina, conhecida popularmente como hormônio do sono. A substância auxilia a adormecer mais facilmente. 

Grão-de-bico, ervilha, feijão, lentilha e soja: fontes ricas de triptofano, além de vitaminas do complexo B, que ajudam no bom funcionamento do sistema nervoso. 

Banana: rica em triptofano, carboidratos e magnésio, responsáveis pelo auxílio na produção de hormônios como a serotonina e melatonina, que contribuem para a qualidade do sono. 

Frutas vermelhas e kiwi: são ricas em antioxidantes, que favorecem o controle e o tratamento dos distúrbios do sono. 

Maracujá: o maracujá tem propriedades calmantes, que atuam diretamente no sistema nervoso central, produzindo efeito analgésico e relaxante muscular. 

Bettina Del Pino ainda lembra que alguns alimentos devem ser evitados durante a noite, pois deixam o corpo em alerta ou são de difícil digestão. "Deve-se evitar bebidas com cafeína, como chá preto, chá mate, chá verde, café e energético, alimentos gorduroso, frituras, refrigerante e bebidas alcoólicas", orienta a profissional da Dietbox. 

"Uma alimentação saudável e balanceada é forte aliada no combate à insônia, mas é aconselhável que as pessoas procurem acompanhamento médico", finaliza. 

sábado, 6 de março de 2021

Março Lilás: conscientização sobre o câncer do colo do útero

 


Segundo dados do INCA, divulgados na Estimativa de Câncer no Brasil em 2020, o câncer do colo do útero continua sendo o terceiro tipo de câncer que mais atinge mulheres no Brasil. Foram 16.710 novos casos no ano.

Hoje, o movimento Março Lilás busca conscientizar sobre a importância dos exames preventivos no diagnóstico precoce das lesões precursoras do câncer de colo uterino e enfatizar, também, a importância da vacina do HPV (Papilomavírus humano) na sua erradicação.

"A grande maioria dos casos de câncer do colo do útero está associada a infecção pelo HPV. A evolução para câncer é lenta, por isso que o rastreamento e a prevenção são tão importantes, já que os exames permitem a detecção precoce de lesões que podem evoluir para câncer se não tratadas adequadamente.", explica a dra. Daniela Franco Leanza, ginecologista e obstetra do Grupo NotreDame Intermédica.

Como a doença é assintomática em seu estado inicial, é fundamental passar com o ginecologista anualmente para avaliação e para fazer os exames de rastreamento, que devem ser iniciados a partir dos 25 anos de idade e repetidos conforme orientação médica. "O Papanicolau é um exame simples, de fácil acesso, e de extrema importância na vida da mulher. Mediante alterações no Papanicolau, o médico vai solicitar um exame mais específico para visualização e análise do colo do útero, que se chama colposcopia, com a realização de biópsia da região alterada", explica.

Quando a paciente apresenta sintomas como sangramento entre as menstruações, dor ou desconforto pélvico, sangramento ou dor após a relação sexual ou corrimento persistente, a dra. Daniela Leanza explica que o câncer já pode estar em estado avançado.

"O vírus do HPV causa lesões no colo do útero, sendo que muitas se resolvem espontaneamente, sem necessidade de intervenção médica. As lesões pré-neoplásicas são preocupantes e precisam de tratamento, pois a evolução destas lesões leva ao câncer de colo uterino. O Papanicolau permite o diagnóstico precoce dessas alterações que podem ser tratadas com procedimentos de menor complexidade, com a retirada de uma porção do colo do útero através da conização ou CAF (cirurgia de alta frequência). O exame preventivo evita a doença grave e o tratamento agressivo, preservando inclusive a capacidade reprodutiva da mulher", acrescenta a doutora.

Em condições mais graves, quando é diagnosticado o câncer, a ginecologista explica que é preciso uma cirurgia mais radical e pode ser necessário realizar radioterapia e/ou quimioterapia. O tratamento depende muito do estadiamento da doença (grau de invasão), podendo ser necessário realizar uma traquelectomia, que é a retirada total colo uterino, ou a histerectomia total, que é a retirada total do útero e do colo do útero.

Sobre a possibilidade de prevenção da doença com a vacina do HPV, a dra. Daniela explica que a imunização contra o vírus já faz parte do calendário vacinal do Ministério da Saúde desde 2014, sendo aplicada em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14. A vacina do HPV previne as lesões genitais causadas pelo HPV do tipo 6, 11, 16 e 18. O HPV 16 e 18 está relacionado ao câncer de colo de útero, vagina e vulva nas mulheres e ao câncer de pênis no homem. O HPV do tipo 6 e 11 está relacionado às verrugas genitais em ambos os sexos.


quinta-feira, 4 de março de 2021

Obesidade e suas consequências para a saúde

 


A obesidade é uma das doenças que mais cresce no Brasil e no mundo e suas consequências para a saúde estão envolvidas na incidência cada vez maior de diversas condições crônicas, como diabetes, problemas cardiovasculares, câncer e hipertensão, entre outras. A última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ministério da Saúde, mostrou que 96 milhões de pessoas são obesas ou estão acima do peso no país, o que corresponde a seis em cada dez brasileiros. E quando considera-se apenas a população adulta, a incidência da obesidade mais do que dobrou entre 2002 e 2019, indo de 12,2% para 26,8%.

São dados preocupantes, principalmente considerando que esses índices tendem a continuar crescendo nos próximos anos. "O cenário se agrava ainda mais quando levamos em conta o impacto da pandemia sobre a população. Boa parte das pessoas passou por meses de isolamento, o que aumentou a prevalência do sedentarismo e o consumo de alimentos como forma de aliviar a ansiedade", pontua o nutricionista ortomolecular Rafael Félix, da Via Farma. E assim como a pandemia tem impactado no peso da população, o excesso de peso também tem influenciado o cenário da Covid-19 no Brasil. "Como tem sido observado, a obesidade é um fator de risco importante para o desenvolvimento de formas graves da doença, mesmo quando o excesso de peso não é acompanhado de comorbidades. Já quando estão presentes quadros de diabetes e hipertensão, o risco torna-se ainda maior", diz Félix.

Os impactos da obesidade

É inegável que a crise sanitária e econômica que o mundo atravessa mudou os hábitos de vida e trouxe impactos importantes para a saúde mental de boa parte da população. O estresse e a ansiedade crescentes trazem diversas repercussões para a saúde, e uma delas é a mudança no apetite e na qualidade da alimentação. "É nesses momentos que as pessoas passam a buscar alimentos que prejudicam a composição corporal, como os ultraprocessados, refinados e doces, entre outros alimentos de alto valor calórico", alerta o nutricionista. Assim, é preciso atentar-se aos gatilhos da má alimentação para evitar que quadros de sobrepeso ou obesidade de instalem ou se agravem nesse período.

Na prática, podemos dizer que as origens da obesidade são multifatoriais, já que ela não está exclusivamente relacionada ao estilo de vida. Além de contar com a genética como fator importante, a doença ainda está ligada ao estresse crônico, distúrbios do sono e até mesmo à exposição prolongada a toxinas ambientais, que agem como disruptores endócrinos, prejudicando o equilíbrio hormonal do organismo. "No entanto, é preciso ter em mente que o estilo de vida ainda é o maior determinante no desenvolvimento da obesidade. Por isso, as mudanças de hábito são essenciais para combater a doença, junto de outras estratégias que podem ser indicadas pelo médico e nutricionista", destaca.

O melhor tratamento, aliás, é aquele multidisciplinar, já que que a doença é complexa e traz implicações que demandam o envolvimento de diversas especialidades da saúde. "A obesidade é uma doença endócrina e metabólica, de caráter inflamatório. O desequilíbrio que ela causa no organismo intensifica o estresse oxidativo, causando disbiose intestinal e alterações que afetam a ação da insulina, cortisol, hormônios sexuais e tireoidianos" elenca o nutricionista. De acordo com ele, o excesso de peso ainda bagunça o relógio biológico e interfere nos mecanismos de detoxificação do fígado, aumentando a pré-disposição a problemas hepáticos. "Com o corpo em desarmonia, também aumentam os riscos de comorbidades como diabetes tipo 2, doenças do coração, pressão alta, colesterol elevado e alguns tipos de câncer", afirma Félix.

Mas não é só o Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 30 que representa riscos para a saúde. O sobrepeso também vem crescendo no país e sua predominância passou de 43,3% para 61,7% nos últimos 17 anos, representando, segundo o IBGE, quase dois terços da população brasileira. "Esse dado também é muito preocupante, pois nos leva a concluir que boa parte da população pode ter acúmulo de gordura na região abdominal, o que já é fator de risco para diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares", aponta o nutricionista. Isso acontece porque quando a gordura abdominal é do tipo visceral, acaba se acumulando entre os órgãos, prejudicando seu funcionamento e a circulação sanguínea. Por isso, ao mínimo sinal de que o tamanho da barriga está passando dos limites saudáveis, já é indicado buscar ajuda para reverter o quadro e evitar que doenças crônicas se instalem.

Devido a tantas consequências que a obesidade pode trazer para a saúde e para a qualidade de vida, é preciso contar com a orientação de um endocrinologista e, se possível, de outros especialistas para lutar contra o excesso de peso. "O acompanhamento médico, nutricional e até mesmo psicológico é essencial para que o emagrecimento aconteça de forma saudável e efetiva. Dentre as opções terapêuticas, podemos citar as abordagens medicamentosas, fitoterápicas e até mesmo a intervenção cirúrgica, em último caso. Independente de qual seja a estratégia escolhida pelo médico, a dieta equilibrada e os exercícios físicos regulares devem estar sempre presentes", afirma. "Muitas vezes, é possível ajudar o paciente apenas com uma reorganização dos hábitos de vida e a prescrição de fórmulas fitoterápicas personalizadas, como o blend entre Alchemilla vulgaris LOlea europaea L, Mentha piperita e Cuminum cyminum L, que tem se mostrado seguro e eficaz no combate à obesidade. Tudo vai depender do grau da doença e das características de cada perfil", finaliza.

 

segunda-feira, 1 de março de 2021

Tire suas dúvidas sobre direito previdenciário

 


A advogada previdenciária Maria Angélica esclarece algumas dúvidas que as pessoas têm sobre Direito Previdenciário. Confira:

Pensão por morte – Portaria altera idade para pagamento

 A Portaria ME nº 424, de 29 de dezembro de 2020, alterou o tempo de duração do benefício de pensão por morte para companheiros e cônjuges. As novas regras entraram em vigor para óbitos ocorridos a partir de 1 de janeiro de 2021.

 Confira os novos períodos:

 1- Três anos, com menos de 22 anos de idade;

 2- Seis anos, entre 22 e 27 anos de idade;

 3- Dez anos, entre 28 e 30 anos de idade;

 4- Quinze anos, entre 31 e 41 anos de idade;

 5- Vinte anos, entre 42 e 44 anos de idade;

 6- Vitalícia, com 45 ou mais anos de idade.

 Prova de vida – Pagamentos não serão suspensos até o fim de março

Os aposentados e pensionistas do INSS que não fizeram a prova de vida entre março de 2020 e  fevereiro desse ano não terão seus benefícios bloqueados. A Portaria 1.266, publicada no Diário Oficial da União, em 20/01/2021, prorroga a interrupção do bloqueio de pagamentos de benefícios até o fim de março.

De acordo com a Portaria, a rotina e obrigações contratuais estabelecidas entre o INSS e a rede bancária que paga os benefícios permanecem e a comprovação da prova de vida deverá ser realizada normalmente pelos bancos. Em situações normais, a prova de vida é feita pelo segurado anualmente para comprovar que ele está vivo e garantir que o benefício continue sendo pago.

Quer saber mais sobre o assunto? Mande sua dúvida para dra. Maria Angélica pelo email: contato@mariaangelica.adv.br