A prática
de atividades físicas traz diversos benefícios para a saúde. Ela é reconhecida
na prevenção e tratamento de várias doenças, como hipertensão, diabetes,
obesidade, doenças cardíacas, depressão, entre outras. A boa notícia é que
também vem sendo relacionada com a menor incidência de câncer, conforme indicam
vários estudos publicados.
“O câncer
de mama e o câncer de cólon têm sido mais estudados em relação à atividade
física e tem, por sua vez, sua incidência reduzida em pacientes que fazem
exercício regularmente”, afirma o oncologista do Hospital Nossa Senhora das
Graças (HNSG), Lucas Dan Yuasa. Esses estudos avaliam, por exemplo, se a pessoa
faz exercício, qual a intensidade, e se há no decorrer dos anos seguintes algum
diagnóstico positivo para a doença.
Um dos
trabalhos mostra uma redução mais significativa quando o exercício regular foi
iniciado dos 12 aos 20 anos de idade. “Ou seja, quanto mais cedo começa, maior
o efeito benéfico do exercício na prevenção do câncer”, diz o médico. O efeito
foi observado no seguimento de longo prazo de pessoas, avaliando-se a prática
ou não de atividades físicas regular, mas sem avaliar possíveis causas. “Há
várias hipóteses sem comprovação definitiva”, esclarece o especialista.
Outro
fator importante, destacado pelo médico, é do ponto de vista da intensidade do
exercício. É melhor para a saúde uma hora de exercício, durante três dias da
semana, do que três horas uma vez por semana. “Regularidade e constância são
melhores a longo prazo do que a intensidade esporádica”, garante.
A
Sociedade Americana de Câncer incluiu em suas diretrizes a prática de
exercícios físicos como medida preventiva contra o câncer ao lado de outras
recomendações, tais como: consultar um médico a respeito dos exames de
prevenção, realizar exercícios físicos pelo menos 30 minutos cinco ou mais
vezes por semana, controlar o peso através de dieta bem balanceada contendo
muitas frutas, vegetais e grãos e limitar o consumo de carnes, principalmente
as com alto teor de gorduras e não fumar.
Durante
o tratamento de câncer
Para quem
já está em fase de tratamento do câncer, o ideal é consultar o oncologista para
saber se há indicação de atividades e para quais, além de consultar o
cardiologista, se houver algum tratamento ou acompanhamento com o mesmo. “Antes
da indicação, alguns fatores são considerados, como o tipo de cirurgia, tempo
de tratamento, qual o tratamento, e também de qual forma de atividade física
está sendo escolhida, caso o paciente já chegue com uma sugestão”, conta.
O
oncologista ressalta que o exercício será sempre benéfico para o paciente,
desde que respeitados os limites pessoais e bom senso. “Não tenho conhecimento
de pesquisa que tenha relacionado o exercício e a reincidência do câncer, mesmo
porque há outros fatores que influenciam diretamente essa reincidência, tais
como o tipo de câncer, estágio por ocasião do diagnóstico, tipo de tratamento.
Porém o exercício será sempre benéfico, física, mental e emocionalmente”.
O
que a prática do exercício proporciona ao organismo
Segundo o
médico, durante a prática o corpo libera endorfinas, substâncias bioquímicas
analgésicas que ajudam a aliviar a dor e trazem relaxamento para o corpo
inteiro, dando a sensação de prazer e bem-estar. Além disso, libera o GH
(hormônio do crescimento), considerado um agente anabólico que estimula o
crescimento tecidual, cartilaginoso e ósseo, e também as catecolaminas, um
grupo de substâncias em que estão presentes a adrenalina e a noradrenalina, que
aumentam a taxa de metabolismo, liberam glicose e ácidos graxos livres na
corrente sanguínea e aumentam o gasto energético do corpo, ideal para quem quer
perder peso.