terça-feira, 5 de setembro de 2023

Setembro Amarelo: 4 potenciais contextos de risco suicida

 



Durante muito tempo, o tema suicídio foi encarado como um tabu de grandes proporções. Embora continue sendo um assunto extremamente delicado, hoje em dia, observamos um aumento na sua discussão, principalmente no mês de setembro, quando é destacada a importância da conscientização sobre o suicídio. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada 40 segundos ocorre um caso de suicídio em todo o mundo. Geralmente, uma pessoa em risco de suicídio perdeu a esperança na vida, tornando-se crucial o apoio. O dr. Ariel Lipman, médico psiquiatra e diretor da SIG Residência Terapêutica, destaca que o suporte nos momentos difíceis causados pelo desejo de morrer é fundamental, mas não substitui a necessidade de acompanhamento especializado, como o de psicólogos e psiquiatras." O suicídio é ainda um tabu, pois muitas pessoas não o compreendem e há muito preconceito que envolve a problemática, fato que faz com que os pacientes não procurem ajuda, pois muitos deles sentem vergonha ao falar sobre o assunto", acrescenta o especialista. 

A prática é frequentemente censurada porque muitas pessoas a associam a um ato egoísta, o que gera desconforto e resulta na exclusão do tema. "Não discutir o suicídio não o fará desaparecer; pelo contrário, é fundamental debater a questão para combater a desinformação, mas isso deve ser feito de maneira sensata, sem romantizar ou banalizar o problema", completa o médico. 

Sendo assim, o psiquiatra discute alguns sinais que podem ser indício de que alguém possa estar inserido em um contexto suicida. "Cada caso é um caso e a generalização de ações é impossível, porém, algumas características se assemelham em múltiplas circunstâncias. Lembrando que a análise deve ser feita sempre por um especialista e que, em todos os cenários sérios, é preciso acompanhamento médico", comenta Lipman.

  • Atenção às palavras - não é só o corpo que fala

Devido à psicofobia e também à romantização de obstáculos problemáticos à saúde mental, é comum nos deparamos com brincadeiras que envolvem frases como "quero me matar", "não suporto mais viver". Por causa dessa banalização, palavras como essas podem passar despercebidas pela sociedade e, em muitos casos, envolvem uma questão séria e são invalidadas. Portanto, como diferenciar ações verbais que se referem ao suicídio de uma "brincadeira", mesmo que de mau gosto? 

Nas palavras do especialista: "A maneira como o indivíduo fala, a entonação de suas palavras e o cenário atual em que a pessoa está inserida deve ser avaliado. De todo modo, quando alguém diz "quero morrer", seja como piada ou não, a frase refere-se sempre a um desconforto. A diferença é que depende de como a pessoa lida com a situação: pode estar elaborando bem, o que é visivelmente colocado, ou há a possibilidade de estar insuportável sustentar a vida", resume o psiquiatra.

  • O que antecede a situação atual da pessoa?

O psiquiatra defende a necessidade de atenção ao que precede a atual vivência de um possível indivíduo suicida. "Ao estudar sua história, é possível identificar raízes de problemas que podem vir a desencadear pensamentos suicidas ou até mesmo a ação. Por isso, mais uma vez falo sobre a importância do acompanhamento profissional. É necessária a compreensão de que uma reação suicida é um sintoma que, como qualquer outro, pode ser driblado a partir da melhora do quadro como um todo - o foco há de ser o problema, nunca o resultado. É uma consequência", esclarece o dr. Lipman. 

Para que possa ser enfrentado de maneira adequada, é necessária a atenção a partir do que causa o efeito suicida. Se, por exemplo, o paciente está deprimido e por isso encontra se em um cenário de possível suicídio, normalmente, o quadro da depressão melhorando, melhora também a situação em relação ao suicídio.

  • Observe o cenários que envolvem o indivíduo em questão

Como dito anteriormente, não existe nenhuma ação especial e geral que sinalize comportamentos suicidas, a não ser que seja voltada para o ato - por exemplo, é sabido que, após uma tentativa de tirar a própria vida mal sucedida, a chance de que a situação ocorra novamente é alta. 

Entretanto, pessoas enfrentando momentos difíceis e desconfortáveis estão fragilizadas. "Dificuldades existem na vida de todos os seres humanos, sem exceção, o que difere é como as pessoas a enfrentam e, portanto, suas capacidades de superação", cita o dr. Ariel. Assim, o cenário pode vir a ser um aspecto importante para a compreensão de possíveis cenários suicidas e, principalmente, como o indivíduo age perante as circunstâncias.

  • Alerte-se a mudanças comportamentais repentinas

"Mudanças bruscas de comportamento, um discurso entristecido constantemente desesperançoso, frases como 'queria desaparecer' ou 'gostaria de não existir mais' são indicativos que algo pode estar errado", explica o psiquiatra. 

A alteração rápida de conduta é uma das principais evidências que envolve indivíduos suicidas. Como antes evidenciado, os motivos para que alguém se enquadre no contexto podem ser muitos e diferem entre si, ao depender da realidade. "Existe um debate filosófico sobre se todo paciente no cenário de tirar a própria vida possui algum tipo de transtorno mental: nem todos, mas a larga maioria. Psicopatologias como a depressão, transtornos bipolares, esquizofrenia, TOC e até mesmo a dependência química grave são situações que podem levar o paciente a cometer ou ter pensamentos suicidas", cita o médico. 

A partir da discussão, as mudanças de comportamento podem ocorrer devido a transtornos, ou não. "Sendo assim, é importante classificar cada situação como singular, cada paciente é único e necessita de atenção de um cuidado individualizado", finaliza o psiquiatra.


Foto: Pixabay

 

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Quais são os direitos do aposentado que continua trabalhando?

 


 Inicialmente, é importante esclarecer que o aposentado, ao optar por continuar trabalhando, deve continuar realizando contribuições para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

 No entanto, esse segurado não terá direito a uma nova aposentadoria e nem à revisão de seu benefício com base nas contribuições realizadas após a Data de Início do Benefício (DIB) de sua aposentadoria.

 O Supremo Tribunal Federal (STF) adotou o entendimento de que não é possível realizar a revisão do benefício por meio da reaposentação ou desaposentação. Isso significa que o aposentado que continuar contribuindo não terá direito ao aumento do valor do benefício que está recebendo.

 Diante disso, surge a pergunta: quais são os benefícios aos quais um segurado aposentado que continua trabalhando e contribuindo tem direito? Confira:

- Continuidade do recebimento da aposentadoria: o aposentado que continua trabalhando tem o direito de continuar recebendo normalmente sua aposentadoria, sem qualquer redução ou suspensão do benefício.

- Direito a benefícios previdenciários adicionais: o aposentado que continua trabalhando tem direito a receber outros benefícios previdenciários, como auxílio-doença, salário-maternidade, pensão por morte, entre outros, caso preencha os requisitos específicos para cada benefício.

- Proteção previdenciária: o aposentado que continua trabalhando mantém a proteção previdenciária em relação a eventos como acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e outros eventos cobertos pelo sistema previdenciário.

- Salário-Família: trata-se de um auxílio financeiro destinado a segurados de baixa renda que possuem filhos menores de 14 anos de idade.

- Reabilitação profissional: oferece assistência para o retorno ao trabalho após enfrentar alguma dificuldade relacionada à saúde.

É fundamental compreender essas condições para que o segurado aposentado que deseja continuar trabalhando possa fazer escolhas conscientes sobre sua contribuição e os benefícios aos quais tem direito.



Para dúvidas ou saber mais sobre o tema acesse: www.mariaangelica.adv.br ou entre em contato pelo telefone: (11) 93036-5568 (WhatsApp).

 

domingo, 3 de setembro de 2023

Saiba como diminuir a oleosidade dos cabelos

 


Muitas pessoas sofrem diariamente com fios oleosos e, na maioria das vezes, não sabem que podem estar ajudando a aumentar essa oleosidade com alguns hábitos. De acordo com o hairstyle Well Farias, a produção de óleo no couro cabeludo é um processo natural do nosso organismo e tem a sua função. "Para começar, você precisa entender que a oleosidade não é algo ruim quando ela está em uma quantidade normal em nosso cabelo. Afinal, este óleo é produzido por nosso couro cabeludo e sua finalidade é proteger os fios, evitando a perda de água e nutrientes. Consequentemente, ele ajuda a manter o cabelo sem ressecamento, quebra, frizz e outros problemas", explica

O problema, de acordo com o hairstyle, acontece quando essa produção fica desequilibrada. "No entanto, quando este óleo está presente em excesso , além de passar uma aparência ruim, pode ocasionar diversas complicações como dermatites, caspa e até queda de cabelo", destaca

Well indicou alguns cuidados para que você consiga se libertar desse problema e exibir fios lindos.

"Se você tem os fios oleosos, não pode se descuidar da lavagem! Afinal, lavar pouco aumenta a oleosidade, mas lavar em exagero pode ter o mesmo efeito. O apropriado é lavar os cabelos em dias alternados, mas é claro que isso é uma recomendação. Cada cabelo é único e você pode testar e encontrar qual a melhor frequência de lavagem para você".

Ele elencou mais 5 dicas:

.Use shampoo específico para cabelos oleosos
. Não tome banhos muito quentes
. Não abuse no condicionador e máscara hidratante, use apenas nas pontas
. Use shampoos antirresíduos com cuidado
. Cuidado com os cremes sem enxágue



 



Foto: Freepik

 

sábado, 2 de setembro de 2023

Seis hábitos para incluir na rotina e tornar o planeta mais sustentável

 


As atitudes individuais presentes no dia a dia impactam no futuro do planeta e deixar um legado positivo para as futuras gerações é dever de todos. Com o compromisso de conscientização, a Simple Organic, marca de cosméticos com matérias-primas naturais e orgânicas, preparou uma lista com seis passos para incluir na rotina que ajudarão a democratizar a sustentabilidade e promover a responsabilidade social e ambiental. 

Valorize o produtor local

Uma das mudanças de comportamento do consumidor que ajudou a equilibrar o meio ambiente está na preferência por comprar e consumir produtos locais. Além de diminuir o impacto ambiental gerado durante a locomoção dos produtos até as prateleiras dos supermercados, também é possível evitar a perda de nutrientes e de frescor dos alimentos. 

Evite o desperdício de comida

Além de reduzir a produção de lixo orgânico, o reaproveitamento de alimentos prolonga a vida útil da comida e um grande exemplo a ser seguido é a substituição das frutas por suas cascas para o preparo de geleias caseiras. 

Pesquise mais sobre cada marca que consome

Ao optar por qualquer produto, busque por marcas que possuam em seu DNA responsabilidade social e ambiental. Legitimar valores como sustentabilidade, respeito a padrões morais, ecológicos e o não teste em animais, além de quais matérias-primas são utilizadas para linhas de produção e também apoiar ou integrar causas e projetos sociais, eleva a preocupação do consumidor não somente na qualidade do produto e sua eficácia, mas sim qual impacto ambiental e social causado pela marca. 

Opte por produtos de embalagens reutilizáveis

Já ouviu falar sobre logística reversa? É um processo que diminui o impacto gerado pelas embalagens dos produtos e investe na coleta e encaminhamento de produtos e seus resíduos à reciclagem após o descarte do consumidor final. Além de repensar em quais marcas investir em consumo, opte por produtos que são embalados em materiais reutilizáveis ou que estarão disponíveis em embalagem refil posteriormente. 

Tenha uma garrafa para chamar de sua

A cada um minuto, 1 milhão de garrafas plásticas são vendidas no mundo. Uma maneira de ajudar a reduzir a quantidade de plástico produzido é adotar uma garrafa reutilizável para o consumo de água diariamente. 

Economize o tempo no chuveiro

Apesar de ser um momento relaxante, o banho deve ser rápido, é possível economizar cerca de 90 litros de água ao diminuir o tempo de 15 para 5 minutos.

 

 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Aprenda a escolher a calça jeans que combina com você

 


Muitas vezes, é importante revisitar o básico e prestar atenção na hora de escolher o jeans ideal para o seu corpo. Afinal, a calça jeans é uma peça valiosa no guarda-roupa, sempre pronta para oferecer praticidade, conforto e facilidade no dia a dia. A consultora de moda Camile Stefano oferece orientações para investir na calça perfeita, considerando tanto o formato do corpo quanto a imagem desejada.

A calça skinny se ajusta ao corpo em sua totalidade, acentuando a região do quadril. As variações com cintura mais alta possuem a habilidade de criar um efeito alongador na silhueta. Camile explica que esse estilo de calça destaca a forma do corpo, o que requer um equilíbrio na escolha das peças que a acompanham. "Em geral, é uma ótima escolha como peça central ao acrescentar um terceiro item, como um casaco ou blazer", diz ela.

A calça flare tem um corte justo até o joelho e, depois, se abre em direção à barra, sendo um estilo perfeito para valorizar a silhueta. Além disso, é uma peça versátil que se adequa a diferentes tipos de corpo. Ela combina especialmente bem com calçados mais altos, como botas ou sapatos de salto. "Se você está em busca de uma calça que sirva tanto para o ambiente de trabalho, combinada com uma camisa social, como para a noite, junto a uma blusa, um cinto e acessórios, essa pode ser a opção ideal", sugere a especialista.

A calça wide leg apresenta uma largura ampla nas pernas, ao mesmo tempo em que possui uma cintura bem definida. Ela ganhou notoriedade com a ascensão da tendência de moda confortável, já que não marca áreas específicas do corpo. Essa peça harmoniza muito bem com partes de cima mais ajustadas, como croppeds e blusas justas. "Esse modelo pode servir como uma alternativa à alfaiataria, sendo uma escolha acertada para criar um visual profissional", ressalta a consultora.

A calça estilo mom é um modelo de corte reto, que se ajusta ao corpo sem ser excessivamente justo. Geralmente, ela tem uma cintura média a alta, proporcionando um contorno definido ao corpo, ao mesmo tempo em que pode criar a ilusão de alongamento. Devido à sua modelagem que não é tão solta quanto outros estilos de calça, ela se torna uma escolha estratégica para uso diário. Tipicamente confeccionada em jeans mais espesso, essa peça possui uma estrutura que valoriza o visual. Camile explica: "Ela é marcante por si só, o que a torna ideal para complementos mais simples", finaliza. 



Foto: Freepik

 

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Posso congelar frutas sem perder os nutrientes?

 


Congelar frutas é uma prática cada vez mais comum para quem deseja prolongar a vida útil desses alimentos, garantindo praticidade e economia. Mas a grande questão que muitos se perguntam é: será que ao congelar as frutas, perdemos os valiosos nutrientes que elas oferecem? De acordo com a médica dra. Lorena Balestra, a resposta para essa pergunta não é tão simples. A retenção dos nutrientes nas frutas após o congelamento depende de fatores como a demora para congelar. "É verdade que, em geral, a colheita das frutas no auge da maturação e o congelamento rápido podem preservar os benefícios nutricionais, ou seja, devemos congelar assim que compramos o alimento", explica.

Segundo ela, frutas congeladas têm a vantagem de durarem por vários meses, o que pode ser uma opção econômica e prática para quem busca ter sempre frutas à disposição mesmo fora de época. Além disso, ao comprar frutas já congeladas e preparadas, como fatias de morango prontas para um delicioso smoothie, você economiza tempo na preparação das refeições em um dia corrido. As frutas frescas são ricas em nutrientes também, mas devem ser consumidas mais rapidamente se desejamos aproveitar suas vitaminas.

O importante é entender que, de forma geral, os benefícios para a saúde ao consumir frutas frescas e congeladas são muito semelhantes. Cada opção possui suas particularidades e, dependendo da fruta e da forma como será utilizada, ambas podem ser benéficas para a nutrição. A Dra. Lorena destaca que é importante tomar cuidado com a higiene das frutas para evitar contaminações por germes nocivos, como salmonela e E. coli. Lavar bem as frutas antes do consumo, especialmente as frescas, é uma medida simples que pode ajudar a reduzir os riscos de doenças transmitidas por alimentos.

É importante seguir algumas orientações para garantir que o processo seja eficiente:

 

1.   -  Escolha frutas frescas e maduras: Frutas em seu ponto de maturação ideal têm maior conteúdo de nutrientes.

 

2.   -  Lave bem as frutas: Antes do congelamento, é essencial lavar as frutas para remover resíduos de pesticidas e sujeira.

 

3.    - Remova sementes e caroços: Algumas frutas têm sementes e caroços que podem comprometer a textura após o congelamento.

 

4.   -  Corte em pedaços pequenos: Frutas grandes podem congelar de maneira desigual, por isso é recomendável cortá-las em pedaços menores e uniformes.

 

5.    - Utilize recipientes adequados: Armazene as frutas em sacos ou potes próprios para congelamento, retirando o máximo de ar possível.

 

6.    - Evite a formação de cristais de gelo: Quanto mais rápido o processo de congelamento, menor a formação de cristais de gelo que podem afetar a qualidade nutricional.

 

7.  - Consuma em prazo razoável: Apesar do congelamento ajudar a preservar os nutrientes, com o tempo, alguns ainda podem se deteriorar. Tente consumir as frutas congeladas dentro de um prazo razoável para obter o melhor valor nutricional.

Congelar frutas pode ser uma ótima opção para preservar sua qualidade e prolongar sua disponibilidade durante o ano todo. No entanto, é fundamental compreender que a escolha entre frutas frescas e congeladas dependerá do tipo de fruta e da forma como ela será consumida. Sempre consulte um profissional de saúde qualificado para obter orientações personalizadas e seguras sobre a melhor abordagem nutricional para suas necessidades individuais.



 



Foto: Freepik

 

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Cuidar da visão é fundamental para bom desempenho em atividades físicas

 


Problemas de visão podem atrapalhar o desempenho de praticantes de atividades físicas e de atletas de diferentes calibres (amadores e profissionais). A conclusão é de preparadores físicos, técnicos e médicos do esporte. Segundo eles, problemas de performance ou mesmo a dificuldade de introdução ao esporte podem ser um alerta para mais atenção à saúde ocular. Especialistas no preparo e treinamento de atletas apoiam o projeto do CBO. Na percepção desses profissionais, a saúde daqueles que praticam atividades físicas deve ser considerada de forma integral, o que inclui os cuidados com a visão. Diante disso, lembram que cada modalidade esportiva traz particularidades técnicas que podem provocar questionamentos relacionados às condições de visão dos praticantes. 

Protocolo - De acordo com Sérgio Campolina, médico do Cruzeiro Esporte Clube e do Sada Cruzeiro de Vôlei, a avaliação dos atletas (amadores ou profissionais) deve seguir um protocolo cuidadoso para que todos os aspectos da saúde sejam considerados. "Pequenos detalhes podem pesar no desempenho, tanto daqueles que almejam bem-estar, como daqueles que querem resultados de performance. Nesse sentido, um perfil de avaliação oftalmológica é fundamental", comenta. 

Na avaliação dos especialistas, problemas de acuidade visual costumam ser os mais percebidos entre os esportistas. Os jogadores e competidores com erros refrativos (miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia) precisam de acompanhamento oftalmológico periódico, mas nem sempre sabem da sua condição. 

"Em vários momentos vivenciei situações em que problemas visuais influenciaram diretamente nos resultados. Certa vez, um dos atletas sob minha supervisão observou uma perda em seu desempenho e que foram confirmados pelas estatísticas do time. Por atuar em posição de defesa, o jogador tinha queixas relacionadas a bolas aéreas, levantando a possibilidade de a dificuldade estar relacionada a iluminação da quadra", relata Campolina. 

O médico detalhou que esse atleta, cujo nome mantém em sigilo, só conseguia enxergar a bola quando já estava muito próxima, o que comprometia o tempo de reação em campo. A suspeita de que a baixa no seu desempenho estaria relacionada a problemas na visão foi constatada após ele ser encaminhado para uma avaliação oftalmológica, onde foi diagnosticado um déficit visual considerável. "Não foi um diagnóstico precoce, pelo contrário, o problema foi identificado durante um campeonato. No entanto, com a orientação do oftalmologista, o atleta passou a utilizar lentes corretivas associadas a óculos de proteção, sendo eleito o melhor jogador do campeonato", revela. 

Dificuldades -- Além da acuidade visual, outras habilidades que dependem dos olhos podem ser comprometidas. Percepção de profundidade, tempo de reação visual e visão periférica são exemplos de capacidades que podem ser reduzidas devido a problemas nos olhos, gerando dificuldades em ações durante as partidas. 

O tênis, por exemplo, é um esporte rápido, dinâmico e de muita precisão, o que exige do atleta sua capacidade máxima de visão. Daniel Melo, treinador do campeão mundial Marcelo Melo, explica que tenistas, principalmente aqueles que possuem erros refrativos, devem cumprir um acompanhamento oftalmológico de forma periódica. 

"A acuidade visual é essencial para distinguir altura, profundidade e velocidade da bola, por isso, é fundamental estar com a saúde ocular em dia. Os tenistas com problemas de visão podem adotar várias formas de correção visual, já acompanhei jogadores que usam lentes ou realizaram cirurgias refrativas. Também é comum a utilização de óculos escuros com grau para treinos e partidas sob o sol", comenta o técnico. 

O preparador físico Chriszogno Bastos, que também atua com jogadores profissionais de tênis, assim como atletas de categorias de base e amadores nessa modalidade, explica que as dificuldades expressas pelos atletas não podem ser ignoradas. "Quando é pedido para o atleta executar uma tarefa simples e ele apresenta dificuldades para executá-la, investigamos se existe algum problema. Às vezes, nem ele mesmo sabe, mas pode estar com perda visual", esclarece. 

Para Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do CBO, "os preparadores, técnicos e médicos do esporte são importantes aliados dos oftalmologistas na melhoria da saúde ocular dos atletas. No mesmo sentido, os educadores físicos costumam ser os primeiros a perceberem as dificuldades do público que está se inserindo numa modalidade esportiva, ou mesmo daqueles que buscam exercitar o corpo pelo bem da sua saúde".



 



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