A
somatização pode ocorrer inclusive em crianças, aliás, muitos cientistas
afirmam que muitas doenças têm sua origem nos fatores emocionais. Existem
reações físicas provocadas por causas psicológicas, e reações psicológicas
provocadas por causas físicas.
Um bebê
mostra seus desejos, seus sentimentos, sua dor ou desconforto, assim como os
seus prazeres, com o corpo. Quando uma criança aprende a falar, começa, quase
sem perceber, a diminuir a expressividade dos seus gestos, principalmente do
corpo como um todo, porque os adultos não são muito bons para entender a linguagem
corporal, mas continua “falando” com a expressão do rosto e do resto do corpo,
coerente com o que diz, pensa e sente.
Por isso,
a criança tem mais reações físicas que o adulto quando alguma coisa a assusta
ou faz com que fique ansiosa. Como a criança pequena ainda não tem muitos
meios de entender e agir diante das coisas que a afligem, seu corpo responde e
ela pode ficar doente, ou mostrar sintomas de doença. A isso se dá o nome de
somatização.
Quando o
adulto percebe uma criança abatida, com febre, adoentada, logo imagina que a
causa é física. Mães experientes, no entanto, estão acostumadas a perceber
quando a criança tem emoções fortes demais, quando está angustiada, com medo ou
ansiosa. Se o relacionamento dos pais com os filhos é bom e a criança tem confiança,
pode ser que ela consiga falar a respeito. Quase sempre basta conversar para
que ela se recupere rapidamente. Quanto mais a criança for compreendida e
quanto mais o adulto entender o que seu corpo quer comunicar, mais depressa e
melhor ela aprenderá a lidar com seus problemas sem ficar doente.
Fazer a
criança falar sobre seus problemas, mesmo que seja por meio de gestos e expressões,
sempre ajudará a criança a colocar para fora suas angústias. Isso evita que
elas somatizem e tenham problemas físicos.
Existem
crianças que só de olhar para o pai ou a mãe percebem se eles estão ou não
aprovando o que elas estão fazendo. Dessa mesma forma, aprendendo a fazer a
leitura do comportamento da criança, o adulto poderá evitar muitas situações
difíceis.
Em muitos
casos é preciso fazer acompanhamento com um profissional especializado para
poder ajudar.
Artigo
da psicóloga clínica Glaucia Kraide (CRP
06/72743).