Se você está acompanhando os Jogos Olímpicos e assistiu o
nadador americano Michael Phelps levar para casa sua 21ª medalha de ouro
olímpica, deve ter estranhado as marcas roxas cobrindo suas costas e ombros.
Embora causem uma primeira impressão estranha, Michael Phelps, assim como todos
os outros competidores de ponta que utilizam da técnica, não estão tendo nenhum
problema com dores e locomoção.
A técnica utilizada chama-se ventosaterapia, ou cupping therapy. Segundo a
fisioterapeuta Ana Gil, a terapia com ventosas provém da medicina chinesa e
pode ser utilizada tanto para diagnosticar, quanto para tratar diversas
enfermidades. A prática consiste em utilizar copos de vidro com fogo ou
ventosas, aplicados diretamente sobre a pele, em áreas específicas do corpo ou
nos meridianos da medicina tradicional oriental. Pode ser aplicada de forma
fixa ou deslizante.
“O objetivo do tratamento é trazer o sangue para a periferia
da pele e músculos, para induzir a troca gasosa nas células dos tecidos”,
explica ela. Assim, libera-se a estagnação e permite um fluxo sanguíneo
enérgico, local e sistêmico. Através de uma desintoxicação no fluxo local,
elimina dores musculares, pós-exercícios, por diminuir consideravelmente a
concentração de ácido lático após o esforço muscular excessivo.
“É uma técnica preventiva muito utilizada nos esportes.
Ajuda a melhorar o desempenho do atleta, porque nutri as fibras musculares mais
solicitadas”, diz Ana Gil. Métodos mais atuais utilizam copos de plástico e uma
pistola apropriada para a sucção, que tem a vantagem de deixar menos marcas na
pele, ou mais suaves, mantendo os mesmos benefícios terapêuticos.
Segundo a fundadora do Espaço Ana Gil, esse método tem
eficácia comprovada e não somente no combate a dores de atletas. “O método é
indicado para desintoxicação em geral. Além de reduzir as dores nas costas e
promover relaxamento muscular, ajuda a combater reumatismos, enxaquecas,
diminui aparência de cicatrizes e até da celulite. Além disso, também alivia
ansiedade e stress”, afirma a fisioterapeuta.
A terapia com ventosas também tem seus riscos e certos
grupos não são aconselhados a fazê-la. Pacientes com suspeitas de hemorragias
de qualquer natureza, gestantes acima de sete meses, pacientes com dermatites –
psoríase, micoses, cortes e ferimentos recentes no local da aplicação -,
insuficiência cardíaca, quadros viróticos e osteoporose severa, devem procurar
outras fontes de tratamento.