quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Mau hálito tem solução



O mau hálito (halitose) atinge mais de 40% dos brasileiros e causa incômodo tanto para a pessoa que o tem quanto para as outras que estão por pertoComo o nariz se acostuma com o cheiro, a chamada fadiga olfatória, quem tem mau hálito não o sente, e quem sente – o namorado, o marido, o amigo-, nem sempre se sente confortável em abordar o assunto.
 O mau hálito pode ser a causa de mais de 50 doenças, entre elas distúrbios do fígado, estômago, inflamações na garganta e até mesmo estresse,  e que pode ser tratado.  Para quem quer descobrir se tem halitose, o dr. Salomão Carui, especialista em Halitose e Medicina do Sono, apresenta algumas  questões que, ao serem respondidas afirmativamente, podem indicar a presença do mau hálito :
- Bebo pouco líquido
- Sou fumante
- Tenho intestino preso
- Fico muitas horas sem me alimentar
- Respiro pela boca
- Costumo roncar
- Tenho diabetes
- Sinto minha boca seca com frequência
- Tenho tártaro
- Uso aparelho ortodôntico ou prótese dentária
- Minha gengiva sangra quando passo fio dental ou escovo os dentes
- Placa esbranquiçada no fundo da língua
- Às vezes percebo pequenos flocos de cor amarelada ou branca de odor desagradável expelidos da minha garganta
- Bebo bebidas alcoólicas com frequência (mais de duas vezes por semana)
- Costumo mascar chicletes ou chupar balas
Outro teste sugerido pelo especialista é passar a língua no punho, aguardar 30 segundos, e cheirar o local. Se notar um aroma desagradável e tiver assinalado  dois ou mais itens é melhor procurar ajuda profissional. 
A halitose crônica, que está geralmente associada a algum tipo de disfunção ou patologia,   requer o tratamento com um profissional qualificado e especializado. A boa notícia é que tem solução.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Visão também precisa check-up



A prevenção é a maneira mais eficaz de se manter longe dos problemas de saúde. Avaliar as condições da visão anualmente para mantê-la no melhor índice e garantir plena produtividade é uma boa providência a ser tomada. A dica é do oftalmologista Canrobert Oliveira, que orienta sobre o que avaliar na visão nas diferentes fases da vida.
Infância
A visão, como o restante do organismo, sofre alterações ao longo do tempo e deve ser acompanhada desde o berçário. A primeira avaliação deve ocorrer ainda na maternidade, com o teste do olhinho. Trata-se de um exame rápido em que o pediatra observa a visão do bebê através do feixe de luz emitido pelo oftalmoscópio refletido na retina. Quando não há nenhum obstáculo à visão, a luz chega até a retina e, ao ser refletida, faz com que o examinador perceba um reflexo vermelho. Sua ausência indica possível obstrução à passagem da luz e as suas causas precisam de investigação apurada. Nesse caso, a criança deve ser encaminhada a um oftalmologista com urgência.
Antes de completar um ano, a criança deve visitar o oftalmologista para averiguar se está com todas as condições para desenvolver sua visão com qualidade, uma vez que o olho humano completa o desenvolvimento funcional definitivo em torno de seis ou sete anos de idade. Se não houver nenhum impedimento à saúde ocular (estrabismo ou má-formação congênita) e nenhum sinal indicativo de problema, a volta ao oftalmologista deverá ser marcada para antes da alfabetização, a fim de garantir plenas condições de aprendizado e desenvolvimento intelectual. A partir daí, como é pelos olhos que recebemos cerca de 90% das informações, o ideal é visitar o oftalmologista anualmente, orienta o médico.
Adolescente
Na pré-adolescência e antes da fase adulta, entre os 13 e os 20 anos de idade, as pessoas estão mais sujeitas ao aparecimento de irregularidades visuais como o ceratocone, que acomete uma a cada duas mil pessoas. O ceratocone é uma irregularidade não inflamatória, às vezes estimulada pelo hábito de coçar os olhos em excesso, levando a córnea a sofrer mudanças em sua estrutura, obtendo o formato de cone.
Os sintomas do ceratocone muitas vezes não são percebidos, porque o adolescente não sente dor ou sequer lacrimeja, mas apresenta uma forte sensibilidade à luz e uma baixa qualidade de visão, mesmo utilizando óculos. O ceratocone não tem cura nem a córnea volta a seu estado original, mas os tratamentos disponíveis conseguem corrigir os elevados graus de astigmatismo, estabilizar o problema e reduzir a deformidade corneana.
Na área refrativa, a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo são frequentes nesta faixa etária.
Aos 40 anos
Os textos precisam ficar mais distantes e a iluminação mais intensa quando chegam os 40 anos de idade. A visita ao oftalmologista, nesta fase, é uma busca para eliminar as dificuldades de visão decorrentes da presbiopia, popularmente chamada de vista cansada.
A partir dos 40 anos, o cristalino – a lente natural do olho por onde passam os raios de luz que formarão as imagens – perde elasticidade e o processo de autoacomodação visual para focar objetos de perto e de longe começa a apresentar dificuldades para acontecer. Primeiro, fica mais difícil enxergar longe, depois fica muito complicado atender as exigências de ver bem de perto, o que é percebido inicialmente na hora de ir a um restaurante e ter que decidir pelo cardápio o prato desejado, ou, no supermercado, quando é preciso ler mais atentamente as embalagens dos produtos antes de fazer a escolha sobre o que levar.
A oftalmologia evoluiu e a variedade de soluções para corrigir a presbiopia é extensa e eficaz.
Na maturidade
De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a cada ano, cerca de 600 mil brasileiros recebem um diagnóstico de catarata e, com ele, o risco de cegueira. Trata-se de cegueira reversível a partir de uma cirurgia que consiste no implante de lente intraocular e permite o retorno de boa visão, concedendo autonomia e, a depender da lente implantada, até livrar-se dos óculos.
A catarata é a opacificação do cristalino, lente natural dos olhos e que ao amarelar, em consequência do envelhecimento do organismo, a partir dos 60 anos de idade, impede a passagem da luz para a formação nítida das imagens na retina e consequentemente no cérebro. O único tratamento existente para remoção da catarata é cirúrgico.
Diagnosticada a catarata, paciente e médico vão decidir pela substituição do cristalino opaco por uma lente artificial com capacidade monofocal ou multifocal.
Geral
Independente da faixa etária o check-up da visão é simples. Consiste em uma avaliação clínica normal no consultório do oftalmologista, seguida de uma aferição da pressão ocular e de um exame de fundo de olho. Feitos anualmente são exames suficientes para quem não tem nenhuma dificuldade diagnosticada e não está sentindo nenhuma alteração visual.
Esta avaliação pode detectar várias anomalias que, quando tratadas em tempo, não encontram espaço para se desenvolverem e se transformarem em grandes problemas
Há situações especiais que precisam de visitas mais frequentes além do simples check-up anual. São casos, por exemplo, dos usuários de lentes de contato, de alguns pacientes que realizaram cirurgia refrativa, em especial os alto-míopes, dos glaucomatosos de difícil controle, ou ainda de portadores de diabetes que apresentam retinopatia diabética ou degeneração macular relacionada à idade (DMRI). Esses dois últimos devem consultar o oftalmologista a cada três meses.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Tratamento do ronco com aparelho intraoral

De acordo com a literatura científica, Cistulli e colaboradores (2004) apontaram alguns pontos práticos do tratamento de ronco e apneia com aparelho intraoral (AIO):
- O uso do AIO está cada vez mais sendo usado no tratamento de ronco e SAOS.
- O AIO é indicado como tratamento de primeira linha para ronco.
- O AIO é eficaz em uma proporção substancial dos pacientes com apneia leve a moderada e em menor proporção com SAOS grave.
- A maioria dos pacientes com apneia melhora com tratamento com o AIO, com retorno à normalidade.
- Os pacientes que dormem de barriga para cima que roncam mais e têm apneias parecem ter maior sucesso com o AIO.
- Recomenda-se uma abordagem multidisciplinar, envolvendo colaboração entre médicos e a Odontologia do Sono para o correto diagnóstico e tratamento.
- Os efeitos colaterais de curto prazo com AIO são comuns, mas geralmente pequenos e transitórios, e geralmente podem ser tratados com acompanhamento odontológico apropriado.
- Alterações dentárias podem aparecer com o uso do AIO a longo prazo, mas são geralmente pequenas.
- É essencial acompanhamento médico e odontológico a longo prazo a fim de trocar ou ajustar o aparelho ou recomendar outro tratamento em pacientes que aumentam o peso ou sentem aumento dos sintomas.
A eficácia do tratamento com o AIO pode variar conforme o modelo de aparelho empregado. 
Artigo da cirurgiã-dentista Denise Fernandes Barbosa é cirurgiã-dentista (CROSP 38756)

domingo, 24 de agosto de 2014

Lábios sensuais e macios, mesmo no inverno



Os lábios são, sem dúvida, uma das áreas do rosto feminino que mais expressam a sensualidade e beleza. Mas, nem sempre damos a eles o mesmo cuidado e atenção com que tratamos outras partes do rosto e do corpo. Resultado: aquelas rachaduras indesejáveis que comprometem o visual e que nenhuma maquiagem consegue esconder.
Segundo a consultora de estilo Camila Gutnik, a preocupação com a hidratação da pele dos lábios deve ser constante, mas ainda maior durante os períodos de temperaturas extremas, como o inverno e verão, em que aumentam as chances de ressecamento.
Mas depois que o problema já se instalou, o que fazer se você precisa ir a uma festa ou reunião de trabalho e quer uma solução rápida? Passar batom por cima dos lábios rachados, para tentar esconder os efeitos do ressecamento, não funciona. "O resultado é simplesmente horrível”, diz Camila.
Ela alerta também quanto a um hábito que as mulheres costumam ter quando há ressecamento dos lábios: passar a língua para umedecê-los. Isso dá momentaneamente uma sensação de alívio, só que devido à acidez da saliva pode causar mais irritação.
Mas é possível melhorar o visual. Basta aplicar técnicas simples para retirar a pele solta que se acumulou nos lábios.
Esfoliação caseira
Para fazer uma esfoliação suave nos lábios, pode-se utilizar uma escova de dentes macia. Após molhar os lábios, passa-se a escova sobre eles delicadamente para não machucar, em movimentos circulares. Se desejar, em vez da escova use uma toalha umedecida em água morna. Com isso, a pele que estiver solta sai e os lábios ficam lisinhos e prontos para receber o batom.
A esfoliação também pode ser feita com uma mistura de açúcar com algumas gotas de azeite. A forma de aplicar é sempre a mesma: movimentos circulares e delicados.
Qualquer uma dessas técnicas pode ser utilizada uma vez por semana, regularmente, para prevenir futuras escamações dos lábios.
Hidratação rápida
Passar hidratante labial e, logo em seguida, o batom, também produz um efeito desastroso. Isso porque o hidratante não deixa o batom fixar corretamente. O melhor é aplicar o hidratante, no mínimo meia hora antes e deixá-lo agir. Depois, remover o excesso com um papel absorvente, de forma suave, sem esfregar, e só então passar o batom.
Lábios perfeitos, sempre 
Mas para ter lábios perfeitos em qualquer ocasião é preciso dedicação e alguns cuidados diários.
Camila sugere as seguintes dicas, que são práticas e eficientes:
. Usar batons hidratantes com protetor solar
. Fazer, semanalmente, a esfoliação caseira
. Usar manteiga de karité ou de cacau
. Aplicar óleos minerais e vaselina
. Aplicar rodelas de pepino
. Não fumar em excesso, pois o tabaco agrava o ressecamento
. Consumir alimentos com vitamina A e D
. Manter uma boa alimentação e beber bastante água é bom para a saúde de todo o corpo e, é claro, também dos lábios.

sábado, 23 de agosto de 2014

O poder do não



A cada dia mais atendemos no consultório problemas relativos a essa palavrinha pequenina, mas com um poder enorme. Seja por ouvir “não” demais, seja por ouvir “não” de menos ou, ainda, por não conseguir dizer a si próprio e aos outros essa tão conhecida palavra.
Pais não conseguem dizer “não” aos filhos com medo de frustrá-los e frustrar a si próprios, temorosos por não serem mais amados pelos pequenos. Professores evitam pronunciar a palavra para os alunos por medo da represália dos pais. Profissionais não ousam dizer “não” aos colegas e chefes, com medo de perder o emprego.
O outro lado também gera idas aos consultórios. Como lidar com os “nãos” da vida? Não ser chamado a uma vaga de emprego, não receber o amor dos pais, não ser correspondido pelo paquera, não ser tão belo ou magro como gostaria, não ter tanto dinheiro para gastar, não poder sumir quando chega um problema que não sabemos resolver… Mas que palavrinha pirracenta! Como ela atrapalha a vida das pessoas, você poderia dizer!
Mas calma, essa palavra pode ser de muita ajuda! Ao receber um “não” a um desejo que você tem, você aprende a reprogramar suas estratégias e objetivos, praticando a habilidade de esperar, traçar novos caminhos, repensar como fará para chegar lá, analisar o que deu certo e errado no seu caminho de vida. O “não” permite às pessoas conhecer seu lugar no mundo, sabendo o que é certo ou errado e entendendo o que é aceito ou não no local em que vive.
Muitos problemas, nos dias de hoje, se dão pela falta dessa palavrinha na vida das pessoas. Crianças e jovens têm dificuldades de lidar com as regras e as vicissitudes da vida, pois escutaram pouco essa palavra de seus pais e cuidadores. Para eles, esperar sua vez, escutar uma orientação que contrarie sua vontade ou não ganhar o que quer lhes parece um fardo pesado demais para carregar.
Adultos não suportam o fato de imaginar que podem não ser aceitos por receber um “não” de seus parceiros, chefes e amigos, e por isso sofrem tanto quando precisam negar algo aos seus filhos. É como se revivessem o sentimento ruim que as negativas da vida causam neles e se recusam a pensar no “sofrimento” que isso pode gerar no seu filhote. Porém, obviamente que a criança não gostará de não ter seus desejos atendidos, mas isso não fará com que ela deixe de amar os pais ou ainda sucumba de uma terrível depressão e dor ao lidar com as dificuldades. Pelo contrário, ela aprenderá e esperar, rever, negociar, viver!
O “não” estrutura as pessoas. Organiza dentro e fora delas. Faz com que eu me conheça, saiba como minha família, minha cidade, minha empresa e meu mundo funcionam. O “não” liberta. Mostra nossos limites e os limites do mundo que nos cerca. Permite-nos enxergar o que podemos fazer sem prejudicar a nós mesmos e aos outros.
Não tenha medo de escutar ou dizer “não” a alguém.
Conheça seus nãos e os nãos do mundo e aprenda a lidar com eles, já que é impossível viver sem as negativas em nosso dia a dia. Faça terapia!
Artigo da psicóloga e psicopedagoga Camila Khazrik 

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Saiba a diferença entre lipoescultura e lipoaspiração



Lipoescultura e lipoaspiração: os nomes são parecidos, mas cada procedimento exerce uma função diferente. Segundo o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, a lipoescultura é um processo um pouco mais complexo. A lipoaspiração é a retirada de parte da gordura localizada, enquanto a lipoescultura é uma forma de refinamento da lipoaspiração convencional: pode se aproveitar a gordura aspirada e usá-la como preenchimento (enxerto) em áreas que necessitem de projeção – como os glúteos ou a face, por exemplo. Por meio do enxerto, a gordura que seria desprezada é reaproveitada oferecendo ao cirurgião a oportunidade de melhorar a silhueta do corpo, deixando-a mais harmoniosa.
Ambas as cirurgias não apresentam grandes restrições: podem ser feitas por homens, mulheres, jovens, pessoas mais velhas etc. Não existe regra que determine a ‘idade ideal’ ou ‘momento certo’ para a realização de uma cirurgia plástica. O que existe é a indicação e aconselhamento do médico.
É de suma importância uma boa avaliação pré- operatória, com exames básicos – que podem ser complementados de acordo com cada paciente e muitas vezes em conjunto com outras especialidades como cardiologia, mastologia, anestesiologia etc. Além disso, deve-se procurar um bom médico, que faça parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Afinal, de nada adianta fazer a cirurgia dos seus sonhos se o médico que vai realizá-la não possui experiência ou formação necessária para isso.
Além dos cuidados do pré-operatório, como escolher um bom médico, fazer os exames corretos etc., a cirurgia não acaba quando o paciente sai do hospital: os cuidados após o procedimento são extremamente importantes para que o bom resultado seja conquistado e mantido.
Segundo o médico, o paciente é o responsável por cuidar da sua alimentação pós-cirurgia, de marcar as drenagens linfáticas e de seguir as recomendações médicas, como não fazer esforço físico por determinado tempo. Essas são atitudes que devem ser tomadas e respeitadas pelos pacientes.
E, por mais banal que a cirurgia possa parecer ser, sempre existem riscos que devem ser levados em consideração. A partir do momento em que a pessoa entra em uma sala de cirurgia, ela sabe que corre riscos. São pequenos, mas existem. Portanto, é de extrema importância levar os conselhos médicos a sério. 

Futebol e manias


Lia nos jornais mais uma dessas intermináveis, além de inúteis discussões sobre o tamanho das torcidas dos times de futebol brasileiros. Dessa vez a discussão se dava devido a um comentário do Ronaldo Fenômeno em um programa esportivo. Ele dizia ter dúvidas sobre a “verdade incontestável”, por estar suportada por pesquisas de institutos sérios, de que a torcida do Flamengo é a maior do Brasil. Para o Ronaldo, a do Corinthians seria maior.
O problema dessas pesquisas é que até hoje nunca vi uma que, antes de tudo, definisse o que vem a ser o torcedor de futebol.
Sim, meu ponto é o seguinte, para se fazer uma pesquisa eleitoral, sabe-se que o eleitor é aquele cidadão com direito a voto, assim, o percentual de intenção de votos do candidato A é a soma das intenções de votos de todos os eleitores pesquisados que declararam o voto no candidato A. Simples assim, e no entanto, quantas vezes as pesquisas se mostram totalmente equivocadas após a apuração dos votos. Para a pesquisa de preferência de marca, a soma de todos os consumidores (compradores) da categoria de produtos pesquisados e que disseram preferir determinada marca ao comprar. Bem definido o critério, mas também sujeitas a erros.
Pois o que dizer sobre pesquisas de torcidas de futebol? Quem deve ser considerado torcedor de um clube? Todo aquele que ao ser perguntado para que time torce, responder Clube X ou Y? Já não é tão simples assim. Será esse torcedor, torcedor mesmo? E se não frequenta estádios? Bem, ele pode não morar na cidade de seu time e não é menos torcedor por isso. Certo, mas acompanha seu time pela TV? Não, não tem renda para a TV a cabo. Então sua condição econômica o faz menos torcedor? De fato, não.
Estão vendo como é complicado definir o verdadeiro torcedor por algum critério válido? Assim, que podemos dizer sobre a confiabilidade desses números?
Pois, acho que tenho a solução. O critério definitivo para se definir um torcedor de verdade.
O que realmente diferencia um torcedor de futebol do simpatizante, que definitivamente não deveria ser contabilizado.
E esse critério é a mania. Pois não há torcedor de verdade no mundo, que ao acompanhar seu time durante uma partida, não tenha certeza de que determinada mania, tique ou superstição tem a capacidade sobrenatural de ajudar o seu time.
Já vi de tudo, do tradicional traje da sorte; camisa, calça, roupa íntima ou qualquer peça sempre utilizada em todos os jogos, ou ainda o uso de determinados amuletos no pescoço ou nos bolsos. Já vi torcedores que não tomam banho antes dos jogos.
Na verdade, eu achava que já tinha visto tudo, até que entre as inúmeras razões apontadas por um torcedor para a derrota de seu time, ouvi a do saudoso Antenor, torcedor fanático da Ponte Preta, a macaca de Campinas. Mas essa, na verdade não tinha a ver com superstição, a questão era puramente técnica.
Foi há uns anos atrás, a Ponte Preta vivia uma fase brava, assistíamos no bar a mais um vexame da Macaca numa dessas televisões gigantes – a epidemia do Plasma e do LCD começava – então, lá pelos 40 minutos do segundo tempo, após o quinto gol do adversário e a décima pinga, o Antenor solta a pérola: “- Eu sabia, Mauricinho, não devíamos ter vindo a esse bar, não tem jeito, a Macaquinha não consegue achar seu jogo nessas televisões enormes!”
O Antenor era um torcedor de verdade!

Crônica do e 
conomista e consultor na área de Saúde Maurício Quintas Grimoni