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quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Verão exige cuidado com a pele para evitar o câncer mais comum no Brasil



Dezembro chega trazendo o colorido do verão no laço do mês para alertar sobre o carcinoma, o tipo de câncer mais comum entre os brasileiros. O laço laranja reforça a importância do cuidado sistemático com a pele não apenas na estação mais quente e ensolarada do ano, mas também nas demais. O carcinoma é responsável por 31,3% dos casos de câncer no Brasil e é um dos tipos que podem ser evitados por meio da prevenção. Bem por isso, o dezembro laranja vem para marcar alguns hábitos necessários no nosso dia a dia, como o uso de protetor solar e óculos escuros.

Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele é a exposição ao sol. No Brasil, onde a radiação ultravioleta atinge índices altíssimos, é mais do que necessário pensar numa proteção diária, independentemente da exposição durante um momento de lazer, por exemplo, como explica Vinícius Conceição, oncologista clínico e sócio do Grupo SOnHe. “Estamos expostos ao sol a todo momento, não apenas quando estamos de férias na praia. Perdemos tempo no trânsito e, enquanto isso, estamos expostos”, alerta o médico.

O câncer de pele é mais comum em pessoas de pele clara, com mais de 40 anos. Além da exposição ao sol, a baixa imunidade e o histórico familiar podem ser fatores de risco. As áreas de maior exposição, segundo Débora Curi, oncologista do Grupo SOnHe, precisam ser monitoradas com frequência e qualquer alteração na pele precisa ser analisada. “Identificar o câncer de pele no estágio inicial é fundamental para garantir o sucesso do tratamento”, explica Débora.

Até 2025, o Brasil deve diagnosticar 704 mil novos casos de câncer por ano, sendo o carcinoma responsável por 30% dos casos, o que representa mais 220 mil casos da doença por ano. O câncer de pele é mais comum entre os homens, respondendo por 51% dos casos, por isso, vale o alerta para que esse público tenha mais atenção à própria saúde. “O homem também precisa cuidar da pele, proteger a cabeça e os olhos. A informação ajuda a quebrar o preconceito”, afirma Vinícius Conceição. Ainda segundo o médico, observar o próprio corpo é fundamental para que possamos protegê-lo. No caso das pintas, que podem indicar um tipo de câncer de pele, vale a regra do ABCDE. Se a pinta for assimétrica, tiver a borda irregular, apresentar dois tons ou mais, tiver a dimensão superior a seis milímetros e evoluir de tamanho ou apresentar alteração de cor, é muito provável que seja um tumor maligno, caso contrário, é considerado benigno. O médico reforça que são vários os tipos de câncer de pele, sendo o carcinoma o mais comum e o mais simples de ser tratado. No entanto, o apelo da prevenção deve ser feito o ano todo e não apenas no mês de dezembro. “Vivemos num país tropical, com alta incidência de radiação ultravioleta. Portanto, o cuidado com a pele deve ser permanente”, alerta.

O tratamento para o câncer de pele costuma apresentar mais de 90% de chance de cura do paciente, que pode ser submetido à quimio, radioterapia ou até mesmo à cirurgia. 

Cuidados básicos para evitar o câncer de pele

Proteger a pele é uma necessidade diária. Sendo assim, é essencial evitar a exposição prolongada ao sol no horário de maior incidência da radiação, entre 10 e 16 horas. Também é importante fazer uso de filtro solar, óculos escuros, chapéu ou boné. De acordo com a oncologista Débora Curi, manter uma rotina de exames também é fundamental para identificar possíveis alterações. “Estamos falando não apenas dos exames laboratoriais, mas também dos exames clínicos, em que podemos diagnosticar qualquer tipo de alteração na pele do paciente”, finaliza a médica.


Foto: Freepik

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Inverno não dispensa protetor solar



Os cânceres de pele são os mais incidentes no Brasil, representando cerca de 30% de todos os casos da doença – um número que chega a 165 mil novos casos por ano, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer). Por isso, o verão é marcado por intensas campanhas de conscientização sobre a doença, mas isso não significa que as estações mais frias do ano não representam risco para a pele.

Em geral, as pessoas tendem a relacionar o câncer de pele exclusivamente ao melanoma. Contudo, 95% dos casos de tumores cutâneos identificados no Brasil são classificados como não melanoma, um índice que está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol. O sol durante o inverno, apesar de parecer mais "fraco", continua emitindo radiação, que possui um efeito cumulativo na pele.

De acordo com o dr. Bernardo Garicochea, oncologista e especialista em genética da unidade do Grupo Oncoclínicas em São Paulo - Centro Paulista de Oncologia (CPO) -, é importante a avaliação frequente de um dermatologista para acompanhamento das lesões cutâneas. "As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o que qualificamos como 'ABCD'- assimetria, bordas irregulares, cor e diâmetro. A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce".

Evitar a exposição excessiva e constante aos raios solares sem a proteção adequada é a melhor medida – e isso vale desde a infância. Vale lembrar que, mesmo áreas não expostas diretamente ao sol e menos visíveis – como o couro cabeludo - podem apresentar manchas suspeitas.

Imunoterapia e o melanoma

O melanoma é o tipo de câncer que apresenta o maior número de mutações genéticas no DNA do tumor. Essas mutações podem confundir o sistema imunológico do paciente e dificultar a ação de terapias tradicionais. Por isso, a imunoterapia é uma das grandes aliadas no tratamento da doença.

"A imunoterapia é o tratamento que promove a estimulação do sistema imunológico por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica. Em resumo, trata-se de um grupo de drogas que, ao invés de mirar o câncer, ajuda as nossas defesas a detectá-lo e agredi-lo", explica o dr. Bernardo.De acordo com ele, 3% dos melanomas são hereditários. O especialista indica alguns pontos de atenção que podem indicar propensão à doença:
  • Pessoas que possuem uma grande quantidade de pintas escuras espalhadas pelo corpo;
  • Incidência de melanoma em algum parente muito jovem (menos de 35 anos);
  • Mais de dois casos de melanoma na família (em qualquer idade).


segunda-feira, 18 de junho de 2018

Protetor solar deve ser usado também no inverno




Os cânceres de pele são os mais incidentes no Brasil, representando cerca de 30% de todos os casos da doença – um número que chega a 165 mil novos casos por ano, segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer). Por isso, o verão é marcado por intensas campanhas de conscientização sobre a doença, mas isso não significa que as estações mais frias do ano não representam risco para a pele.

Em geral, as pessoas tendem a relacionar o câncer de pele exclusivamente ao melanoma. Contudo, 95% dos casos de tumores cutâneos identificados no Brasil são classificados como não melanoma, um índice que está diretamente relacionado à constante exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol. O sol durante o inverno, apesar de parecer mais “fraco”, continua emitindo radiação, que possui um efeito cumulativo na pele.

De acordo com o dr. Bernardo Garicochea, oncologista e especialista em genética da unidade do Grupo Oncoclínicas em São Paulo – Centro Paulista de Oncologia (CPO) -, é importante a avaliação frequente de um dermatologista para acompanhamento das lesões cutâneas. “As alterações a serem avaliadas como suspeitas são o que qualificamos como ‘ABCD’- Assimetria, Bordas irregulares, Cor e Diâmetro. A análise da mudança nas características destas lesões é de extrema importância para um diagnóstico precoce”.

Evitar a exposição excessiva e constante aos raios solares sem a proteção adequada é a melhor medida – e isso vale desde a infância. Vale lembrar que, mesmo áreas não expostas diretamente ao sol e menos visíveis – como o couro cabeludo – podem apresentar manchas suspeitas.

Imunoterapia e o melanoma

O melanoma é o tipo de câncer que apresenta o maior número de mutações genéticas no DNA do tumor. Essas mutações podem confundir o sistema imunológico do paciente e dificultar a ação de terapias tradicionais. Por isso, a imunoterapia é uma das grandes aliadas no tratamento da doença.

“A Imunoterapia é o tratamento que promove a estimulação do sistema imunológico por meio do uso de substâncias modificadoras da resposta biológica. Em resumo, trata-se de um grupo de drogas que, ao invés de mirar o câncer, ajuda as nossas defesas a detectá-lo e agredi-lo”, explica o dr. Bernardo.De acordo com ele, 3% dos melanomas são hereditários. O especialista do Grupo Oncoclínicas indica alguns pontos de atenção que podem indicar propensão à doença:

·         Pessoas que possuem uma grande quantidade de pintas escuras espalhadas pelo corpo;
·         Incidência de melanoma em algum parente muito jovem (menos de 35 anos);
·         Mais de dois casos de melanoma na família (em qualquer idade).




sábado, 7 de janeiro de 2017

Previna-se contra o câncer de pele


O verão chegou e, com ele, a preocupação com a exposição excessiva aos raios solares e os riscos do câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a doença pode ter atingido mais de 180 mil pessoas em 2016, sendo 1.440 apenas na região de São Paulo.

Rafael Caparica, oncologista da Central Clinic, clínica do Grupo Oncologia D’Or em São Paulo, fala sobre a doença que corresponde 30% de todos os tumores malignos registrados no país, porém, com grande chance de cura se diagnosticado precocemente.

Quais são os tipos mais comuns da doença?
A neoplasia que acomete a pele se divide em dois tipos: não melanoma e melanoma. Dentre os cânceres não melanoma, há o carcinoma basocelular (CBC) que é o mais frequente, menos agressivo e causado pela exposição inadequada ao sol; e o carcinoma espinocelular ou epidermoide (CEC), mais agressivo e de crescimento mais rápido. Já o melanoma é o mais grave dos tumores de pele devido à sua alta possibilidade de metástase.

Qual a importância do uso do filtro solar?
O risco de câncer de pele é aumentado pela exposição da pele ao sol e à radiação ultravioleta. O filtro solar (preferencialmente com fator de proteção 30 ou superior) é capaz de formar uma barreira na pele que reduz a penetração de radiação ultravioleta, reduzindo assim as chances de dano celular para a pele.

O filtro solar deve ser usado apenas no verão?
Não. É recomendado o uso de filtro solar diariamente em áreas foto expostas (por exemplo: quando utilizamos calça e camisa para sair, os braços, face e pescoço estão expostos). É válido lembrar que mesmo em dias chuvosos ou nublados existe luz solar e radiação, portanto o uso diário e contínuo é recomendado para prevenção. Na primavera e verão, a incidência de radiação solar aumenta, sendo recomendado cuidado maior nesta época do ano. O filtro deve ser renovado a cada 2 ou 3 horas idealmente para que se mantenha uma proteção uniforme ao longo do dia.

Como é feito o tratamento do câncer de pele?
O tratamento do câncer de pele depende do estágio em que a doença se encontra quando diagnosticada. Se for diagnosticado precocemente e a doença se encontrar restrita ao local de origem, ou com acometimento dos gânglios linfáticos, a cirurgia para remoção do tumor tem grandes chances de cura a longo prazo, mesmo para tumores mais agressivos como o melanoma. Quando existe presença de lesões distantes do ponto onde a doença se originou, ou seja, metástases, é menos provável que o tratamento promova a remissão completa da doença. Entretanto, existem diversas opções de tratamento para a doença com metástases, que podem promover bom controle de sintomas, melhoria de qualidade de vida e controle das lesões tumorais.

Quais são as novidades no tratamento do melanoma no Brasil?
Dentre as novidades neste cenário, valem destacar a imunoterapia (terapia que utiliza a imunidade do próprio indivíduo contra o tumor) e as terapias-alvo (medicamentos desenvolvidos especialmente para atingir uma determinada alteração presente somente no tumor e ausente nas células normais), estratégias que vêm adquirindo importância crescente no tratamento dos tumores de pele, especialmente no melanoma. A prevenção é fundamental, e o diagnóstico precoce aumenta muito as chances de cura.

Falando em prevenção, quais são os fatores de riscos para a doença?
Além das pessoas que tomaram muito sol ao longo da vida sem a proteção adequada, indivíduos com a pele, cabelos e olhos claros têm mais chances de sofrer o tipo carcinoma basocelular (CBC), assim como aqueles que têm albinismo ou sardas pelo corpo. Outros fatores de risco como, história prévia de câncer, histórico familiar de melanoma, pintas escuras, doenças congênitas que se caracterizam pela intolerância total da pele ao sol, queimaduras externas, lesões crônicas e tumores múltiplos, além de lesões escuras da pele com alterações celulares pré-cancerosas, também precisam de atenção.

E quais são os sintomas da doença?
Alguns dos sintomas da doença envolvem o aparecimento de manchas, bolinhas que sangram facilmente, feridas que não cicatrizam. Crescimento ou aparecimento de pintas são os principais sintomas do câncer de pele. É recomendado que um especialista seja procurado, imediatamente, após a identificação destes sinais, para verificação.

Conheça algumas medidas simples que ajudam a prevenir o câncer de pele:
- Usar chapéus, camisetas e protetores solares;
- Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10h e 16h (horário de verão);
- Usar filtros solares diariamente com fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicá-lo a cada duas horas, a cada mergulho no mar ou piscina, ou ao secar o corpo com toalha;
- Ao observar o crescimento ou mudança de forma das pintas, procurar imediatamente um especialista.


sexta-feira, 29 de abril de 2016

Câncer de pele, o mais comum em homens e mulheres no Brasil


No Brasil, o câncer de pele é o tipo mais comum, tanto em homens quanto em mulheres.  A doença é provocada pelo crescimento anormal e sem controle de células que compõem a pele. Embora corresponda a 25% de todos os tumores malignos registrados no País, apenas 4% são do tipo mais grave.
“Os tipos de câncer de pele mais comuns são os carcinomas basocelulares (CBC) e espinocelulares (CEC), que são menos agressivos e têm alta taxa de cura, especialmente com a detecção precoce do problema. O tipo melanoma, que é realmente o mais grave, felizmente é o menos frequente também”, afirma a dermatologista Christiana Blattner, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Para noções de comparação, a estimativa do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) para novos casos de câncer de pele em 2016 é de cerca de 175 mil do tipo não melanoma e pouco mais de 5600 novos casos de câncer de pele tipo melanoma.
Prevenção e esclarecimentos sobre os filtros solares
A radiação ultravioleta decorrente da exposição excessiva ao sol é a principal responsável pelo desenvolvimento dos tumores de pele do tipo não melanoma. “A correta prevenção contra os raios solares, é uma arma importante de prevenção, por isso o uso dos filtros protetores precisa virar um hábito”, alerta a dermatologista.
A capacidade de proteção dos filtros solares depende da sua eficiência de ser espalhado pelo corpo. “Os mais eficientes são creme-gel ou loção, pois seus componentes são dissolvidos em substâncias mais oleosas, formando um filme mais regular na pele”, explica a médica. “O protetor em gel pode formar um fenômeno chamado rolling (esfarelamento do gel e formação de “bananinhas”), e se não for bem aplicado, perde sua eficiência, assim como os protetores em spray, que são em base aquosa ou oleosa. O maior problema é que se não forem passados em toda superfície, não proporcionam a fotoproteção adequada. Além disso, o spray sai rápido da pele, e não é possível ver onde exatamente está sendo aplicado”, acrescenta a especialista.
Os filtros devem ser aplicados a cada 2 ou 3 horas, quando estiver em áreas expostas ao sol, se houver muito suor ou longos períodos em imersão na água.  A aplicação deve ser realizada cerca de 20 minutos antes da exposição.
Proteção solar e a utilização de repelentes
Mas como proteger a pele do sol e também de outras ameaças, como picadas de mosquitos? Em tempos de alerta contra o mosquito Aedes Aegypti, que pode transmitir o vírus da febre amarela, dengue, zika e chikungunya, muita gente fica em dúvida sobre que produto utilizar primeiro: repelente, ou protetor solar?
A resposta: “use primeiro o protetor solar. Espalhe-o em todas as áreas expostas e, cerca de 15 minutos depois, quando a pele já o tiver absorvido, utilize o repelente”, orienta a dra. Christiana.
Novas descobertas para tratar o melanoma
Embora menos frequente, o câncer de pele do tipo melanoma é o que causa mais preocupação, por ser mais grave. Mais resistente aos tratamentos tradicionais de combate ao câncer, ele é a forma da doença com maior risco de se espalhar para outros órgãos além da pele (metástase).
Nos últimos anos, a ciência tem avançado bastante e já existem alguns medicamentos que conseguem evitar que o melanoma se espalhe. Outra linha de atuação para controlar o melanoma é o uso de medicamentos que reforçam o sistema imunológico. “Quando há um agente agressor no corpo, seja um vírus ou uma bactéria, por exemplo, nosso sistema imunológico ‘acorda’ para atacá-lo, e depois se desliga naturalmente. Muitas vezes, os tumores ‘desligam’ o sistema imunológico antes que ele consiga combatê-los.  O que esses medicamentos fazem é fortalecer o sistema imunológico para evitar isso. Essa é uma linha de atuação que ainda demanda estudos, mas tem se mostrado promissora para tratar vários tipos de câncer”, conclui a especialista.



segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Efeitos da radiação ultravioleta x câncer

O verão chrgou com a elevação das temperaturas e maior incidência de radiação ultravioleta, aumentando também a necessidade de atenção redobrada com a exposição excessiva da pele ao sol. A falta de conhecimento sobre proteção durante o verão pode levar a uma chance maior de desenvolvimento de câncer de pele, alerta a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Segundo o patologista membro da SBP, Gilles Landman, o brasileiro já possui uma cultura de proteção contra o sol no verão, mas está muito restrita à situação de férias. Ele lembra que a radiação ultravioleta exerce seu efeito por todo o ano. “Muito se fala sobre evitar a praia nos horários de exposição mais perigosa (entre 11h e 16h), mas devemos lembrar que em todos os dias os efeitos da radiação solar estão presentes, inclusive nas cidades. Muitas pessoas passam o dia inteiro na rua, expostas ao sol, por razões profissionais”, ressalta.
Os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que o câncer de pele do tipo não-melanoma segue como o mais frequente do Brasil, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados. No total, a entidade estima 175.760 novos casos da doença para 2016, sendo 80.850 homens e 94.910 mulheres.
“É o tipo de câncer mais comum em pessoas com mais de 40 anos e de pele mais clara, relativamente raro em crianças ou na população afro-descendente, com exceção daqueles que já apresentam doenças de pele anterior, que podem evoluir para o câncer. Sua mortalidade é baixa e o tratamento pode ser simples, desde que detectado precocemente”, explica o médico.
Melanoma
Landman ainda alerta que o melanoma (forma mais agressiva de câncer de pele) merece atenção especial. Apesar de apresentar a menor incidência (apenas 4% de todos os tumores cutâneos), a doença possui o maior índice de mortalidade, principalmente quando diagnosticada tardiamente. Ainda segundo o INCA, são esperados 5.670 novos casos para 2016.
“Por exemplo, se um melanoma tiver quatro milímetros de espessura quando diagnosticado, o paciente terá sobrevida de cinco anos em aproximadamente 54% dos casos, ou seja, 46% dos pacientes morrerão de disseminação da doença”, aponta o especialista, docente da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Além de mais agressivo, o diagnóstico de melanoma é frequentemente retardado por desconhecimento, dificuldades diagnósticas ou mesmo falta de prevenção secundária, atividade realizada para prevenir o desenvolvimento de um problema de saúde desde os estágios iniciais no paciente. Ele explica que os melanomas e seus subtipos são difíceis de serem descobertos por suas semelhanças com as lesões benignas, especialmente quando nos primeiros estágios.
Fatores de risco
O médico esclarece que as lesões na pele têm como fator predisponente a exposição à luz ultravioleta A e B, em especial em pessoas muito claras que se queimam e nunca se bronzeiam. No verão, essa concentração de luz tende a aumentar bastante, principalmente em cidades com maior altitude, que têm ar mais rarefeito e menos proteção atmosférica.
“Por outro lado, há famílias com propensão ao desenvolvimento de melanomas. Cerca de 10% dos pacientes diagnosticados com melanoma têm histórico familiar desse tipo de tumor. Nesses casos, é importante a avaliação com um oncogeneticista, que estabelecerá se é mesmo câncer hereditário e qual a probabilidade de desenvolvimento da doença”, aponta.
Há um tipo de melanoma, o acral, que ocorre com maior frequência em afrodescendentes e asiáticos e aparece especificamente nas plantas dos pés, palmas das mãos e unhas. Na população brasileira, a doença aparece com maior frequência onde houve grande miscigenação racial.
“Serviços públicos que atendem populações carentes, muitos de ascendência africana, têm encontrado maior frequência deste tipo de melanoma. Em Salvador e em Manaus, sua frequência respectiva é de 19% e 30% de melanomas acrais. Este dado indica a necessidade de não só pensar em melanomas induzidos pela radiação solar, mas também fazer campanhas de prevenção secundária para a observação de mãos e pés, frequentemente negligenciados. Afinal, além de caucasianos, os traços afrodescendentes e asiáticos também são uma marca da população brasileira”, diz o patologista.
Detecção precoce
O médico aponta que os avanços tecnológicos se tornaram importantes ferramentas no diagnóstico dos diversos tipos de câncer de pele. A dermatoscopia, por exemplo, usa uma espécie de lente de aumento semelhante à usada para observar o ouvido. “A técnica aumentou a precisão diagnóstica do melanoma e, em associação à digitalização das imagens, tem permitido monitorar lesões suspeitas que, reavaliadas num curto intervalo de tempo, podem crescer e permitir que o médico confirme a necessidade de retirada e avaliação com outros exames”, diz.
Outra tecnologia em desenvolvimento constante, apontada por Landman, é o uso da microscopia confocal in vivo. Ainda timidamente utilizada no Brasil, ela possibilita, através de raios laser, o exame de lesões com resolução de microscópio. “Nesse caso, é possível examinar o paciente com tecnologia de alta precisão para indicar se a lesão deve ou não ser retirada, além de demarcar as margens cirúrgicas para assegurar que toda a lesão foi retirada”, finaliza.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Saiba mais sobre o melanoma

O melanoma é o mais agressivo e mortal dos tumores de pele, pois tem grande capacidade de metástase e pode espalhar-se, rapidamente, para outros órgãos do corpo. O melanoma origin-se a partir dos melanócitos, células produtoras de melanina, pigmento que confere cor à pele. Mais comum em adultos de pele clara, a neoplasia pode manifestar-se mesmo em áreas do corpo não expostas ao sol ou em lesões pigmentadas pré-existentes. Confira na entrevista com o dermatologista Mauro Enokihara (CRM-SP 44.400), quais os fatores de risco, os sintomas e os tratamentos indicados para esta doença.
Existem diferentes tipos de melanoma. Como diferenciá-los?
A maioria dos melanomas é do tipo extensivo superficial, manchas com cores diferentes (heterocromia), bordas irregulares, tamanhos e formatos diversos, mais comuns nos membros inferiores no sexo feminino e no tronco, no sexo masculino. A doença tem esta apresentação, pois a disseminação é horizontal e geralmente se origina de nevos pré-existentes, diferente da forma nodular que são lesões sobrelevadas enegrecidas, que surgem sem pintas ou manchas anteriores.
Devemos ficar atentos a manchas acastanhadas ou enegrecidas que surjam nas extremidades, como mãos, pés e subungueais, predominantemente em negros e orientais. Todas estas formas são mais comuns em adultos jovens, em idosos que se expuseram muito ao sol, principalmente na face. De evolução lenta temos o melanoma lentigo maligno. Existe a apresentação sem pigmentação,  os melanomas amelanóticos, que não devem ser esquecidos e por esta dificuldade diagnóstica, muitas vezes são descobertos tardiamente. Além dos aspectos clínicos, a dermatoscopia pode nos auxiliar na suspeita e diferenciação do melanoma de outros diagnósticos. 
Quais os fatores de riscos que podem influenciar no aparecimento do melanoma?
Entre os principais fatores podemos destacar: pele clara e sensível ao sol, que se queima com facilidade; cabelos loiros ou ruivos, olhos azuis ou verdes; existência de muitas pintas espalhadas pelo corpo (100 ou mais); pintas com formatos incomuns ou irregulares, geralmente em tamanho maior; histórico de exposição excessiva ao sol ou utilização de bronzeamento artificial; existência de casos de melanoma na família; ocorrência prévia de melanoma e ter 50 anos ou mais. 
Quais os sintomas de um melanoma? Como diagnosticar?
Mudanças de cor, formato ou tamanho de uma pinta podem ser indícios de melanoma – normalmente, a neoplasia começa a se desenvolver nessa região. Outras mudanças que podem sinalizar o aparecimento da doença são pintas que sangram, doem ou coçam. No entanto, nem todos os melanomas se desenvolvem em ou próximos a uma pinta já existente. Em alguns casos, a doença aparece repentinamente na pele sadia. Portanto, é preciso ficar atento ao surgimento de pintas ou manchas.
Existe um perfil de quem é mais propenso a desenvolver o melanoma?
A exposição excessiva à radiação ultravioleta, ao ar livre ou em câmaras de bronzeamento, e qualquer histórico de queimaduras solares têm papel importante no desenvolvimento do melanoma, principalmente em pessoas de pele clara. Entretanto, nem todos os melanomas são decorrentes da radiação UV. Embora a maior parte desenvolva-se em áreas expostas do corpo, alguns casos da neoplasia podem ocorrer em regiões “cobertas”.
O melanoma é mais frequente que outros tipos de câncer? Por que é o mais letal?
O melanoma é menos frequente que outros tumores cutâneos, representando apenas 4% dos casos. O fundamental é o diagnóstico precoce, pois os melanomas quando diagnosticados tardiamente apresentam altos índices de metástases, tanto linfonodal quanto por via hematogênica.
Quais os tratamentos mais indicados?
O tratamento varia conforme as condições de saúde do paciente, localização, agressividade e extensão do tumor. O tratamento de escolha ainda é a cirurgia,  e podem ser empregadas as seguintes técnicas:
-Cirurgia excisional: exerese total do tumor com margens cirúrgicas de segurança, segundo protocolos internacionais orientados pela espessura de Breslow; em certas circunstâncias pode ser indicada a amputação de um dedo do pé ou da mão;
- Alguns cirurgiões preconizam a cirurgia micrográfica, em que  se retira o tumor e, em seguida, remove uma fina camada de tecido das margens laterais e profundas, que serão submetidas a um exame. O paciente aguarda enquanto estes fragmentos são processados por exame de congelação e examinados ao microscópio. Se houver alguma margem comprometida, é feita uma nova retirada de tecido das margens, até que todas elas estejam negativas. É um procedimento indicado para lesões recidivantes, ou seja, que foram tratadas e retornaram;
- Discute-se a indicação da pesquisa do linfonodo sentinela e, se houver o comprometimento linfonodal, faz-se a linfadenectomia.
Dependendo do estágio do câncer, a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia são outras modalidades terapêuticas que podem ser empregadas. Nos casos em que há metástases, a neoplasia não tem cura na maioria das vezes, mas existem diversas estratégias que permitem melhorar a qualidade de vida do paciente.   
Uma pessoa que já fez o tratamento tem possibilidade de desenvolver novamente o melanoma? Por quê?
Existe a possibilidade de um mesmo individuo, devido aos seus fatores de risco, vir a desenvolver um novo melanoma, e há a possibilidade de recidiva ou de metástases. Por esta razão é de fundamental importância o acompanhamento do paciente por anos, com consultas regulares e  solicitação de exames complementares, tais como DHL, radiografia do tórax, ultrassom abdominal e outros, a depender do estádio deste paciente. Orientações sobre o auto-exame da pele  e  fotoproteção são indispensáveis.