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domingo, 2 de outubro de 2016

O cabelo também envelhece


Com o passar do tempo envelhecemos inexoravelmente, através de dois caminhos:  o chamado envelhecimento cronológico, pela idade, e também causado pelo sol, o fotoenvelhecimento.  Mas será que o cabelo também envelhece? Afinal, ele faz ciclos constantes e então nasce, cresce, morre e começa tudo de novo. Também sabemos que após a morte ele pode ficar muito tempo com a mesma aparência.
Apesar dessas considerações, os trabalhos mais atuais demonstram que o cabelo envelhece sim. Atualmente, está sendo conceituada a alopecia senescente, na qual o cabelo apresenta alterações como: afinamento, rarefação e cabelo branco.
Estamos acostumados a tratar e prevenir o envelhecimento do corpo e da pele, mas nem imaginamos quais seriam os fatores antienvelhecimento para o cabelo. As pesquisas têm mostrado que assim como a pele, a oxidação é responsável pelo envelhecimento e embranquecimento do cabelo.  Oxidação é o processo de formação de radicais livres que podem acumular e agredir as estruturas e células do cabelo.
Com o passar do tempo vamos sendo agredidos pelo sol, pelo fumo, por poluentes, entre outros. Sendo assim, a oxidação tende a aumentar. Porém, com a idade, o sistema de defesa tende a ficar menos competente e não consegue mais neutralizar as agressões com o sistema natural antioxidante, desta forma o circuito fecha. Mais oxidação e menos capacidade de neutralização e, sendo assim, o cabelo vai diminuindo, ficando branco, afinando, ou seja, envelhecendo.
A alopecia senescente é caracterizada hoje como um problema no qual ocorre afinamento do fio sem influência hormonal, em pessoas com mais de 60 anos. Ela é confundida com a calvície, principalmente nas mulheres. A diferença é que a calvície tem a influência genética e hormonal.
Os fatores principais que levam ao envelhecimento capilar são: radiação ultravioleta, fumo ativo e passivo, poluentes, químicas capilares, algumas medicações, deficiências nutricionais e também o estresse.
Outro fator agravante para as mulheres é a perda do estrógeno na época da menopausa.  O estrógeno é um hormônio positivo e estimulante para o cabelo e sua ausência também favorece o afinamento e embranquecimento do fio.
Trabalhos científicos recentes observam associação entre fumo e cabelo branco. O mecanismo de ação está relacionado ao aumento da oxidação. Em vista destes novos conhecimentos, é importante certas ações e tratamentos que ajudam a prevenir o envelhecimento capilar.
- Os cuidados diários devem ocorrer escolhendo um pente adequado, evitando o secador e chapinha de maneira exagerada e com temperaturas muito altas.
- O xampu deve ter o pH mais ácido, parecido com o do cabelo, que é de 3,5 e o surfactante que é o ativo de limpeza, precisa ser mais suave.
- O condicionador é importante, assim como as máscaras de reparação e hidratação. Esses produtos além de melhorar a qualidade da cutícula e ajudar na penteabilidade do cabelo, também podem ter substâncias antioxidantes como vitaminas.
- As tinturas permanentes e os processos de alisamento devem ser evitados dentro do possível. Escolher tinturas não permanentes, que são menos agressivas, e também com ativos a base de óleos, em vez de amônia. Dos procedimentos em geral, a descoloração ou as luzes, são as mais agressivas do que o tingimento sem descoloração.
- Uso constante de máscaras hidratantes e reparadoras e o filtro solar nos cabelos é fundamental para evitar o envelhecimento dos cabelos.
Também é apontado que complexos vitamínicos, como metionina e cisteína, além do complexo B, podem ajudar na prevenção do envelhecimento capilar, inclusive o cabelo branco.
Vamos então lembrar que o envelhecimento ainda é inevitável, mas como a expectativa de vida aumentou muito, podemos prevenir e evitar o desgaste precoce e ajudar o organismo a manter a qualidade dos órgãos, garantindo um envelhecimento saudável e gratificante.

Artigo de Denise Steiner, coordenadora do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Dermatologia


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Efeitos da radiação ultravioleta x câncer

O verão chrgou com a elevação das temperaturas e maior incidência de radiação ultravioleta, aumentando também a necessidade de atenção redobrada com a exposição excessiva da pele ao sol. A falta de conhecimento sobre proteção durante o verão pode levar a uma chance maior de desenvolvimento de câncer de pele, alerta a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Segundo o patologista membro da SBP, Gilles Landman, o brasileiro já possui uma cultura de proteção contra o sol no verão, mas está muito restrita à situação de férias. Ele lembra que a radiação ultravioleta exerce seu efeito por todo o ano. “Muito se fala sobre evitar a praia nos horários de exposição mais perigosa (entre 11h e 16h), mas devemos lembrar que em todos os dias os efeitos da radiação solar estão presentes, inclusive nas cidades. Muitas pessoas passam o dia inteiro na rua, expostas ao sol, por razões profissionais”, ressalta.
Os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que o câncer de pele do tipo não-melanoma segue como o mais frequente do Brasil, correspondendo a 25% de todos os tumores malignos registrados. No total, a entidade estima 175.760 novos casos da doença para 2016, sendo 80.850 homens e 94.910 mulheres.
“É o tipo de câncer mais comum em pessoas com mais de 40 anos e de pele mais clara, relativamente raro em crianças ou na população afro-descendente, com exceção daqueles que já apresentam doenças de pele anterior, que podem evoluir para o câncer. Sua mortalidade é baixa e o tratamento pode ser simples, desde que detectado precocemente”, explica o médico.
Melanoma
Landman ainda alerta que o melanoma (forma mais agressiva de câncer de pele) merece atenção especial. Apesar de apresentar a menor incidência (apenas 4% de todos os tumores cutâneos), a doença possui o maior índice de mortalidade, principalmente quando diagnosticada tardiamente. Ainda segundo o INCA, são esperados 5.670 novos casos para 2016.
“Por exemplo, se um melanoma tiver quatro milímetros de espessura quando diagnosticado, o paciente terá sobrevida de cinco anos em aproximadamente 54% dos casos, ou seja, 46% dos pacientes morrerão de disseminação da doença”, aponta o especialista, docente da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Além de mais agressivo, o diagnóstico de melanoma é frequentemente retardado por desconhecimento, dificuldades diagnósticas ou mesmo falta de prevenção secundária, atividade realizada para prevenir o desenvolvimento de um problema de saúde desde os estágios iniciais no paciente. Ele explica que os melanomas e seus subtipos são difíceis de serem descobertos por suas semelhanças com as lesões benignas, especialmente quando nos primeiros estágios.
Fatores de risco
O médico esclarece que as lesões na pele têm como fator predisponente a exposição à luz ultravioleta A e B, em especial em pessoas muito claras que se queimam e nunca se bronzeiam. No verão, essa concentração de luz tende a aumentar bastante, principalmente em cidades com maior altitude, que têm ar mais rarefeito e menos proteção atmosférica.
“Por outro lado, há famílias com propensão ao desenvolvimento de melanomas. Cerca de 10% dos pacientes diagnosticados com melanoma têm histórico familiar desse tipo de tumor. Nesses casos, é importante a avaliação com um oncogeneticista, que estabelecerá se é mesmo câncer hereditário e qual a probabilidade de desenvolvimento da doença”, aponta.
Há um tipo de melanoma, o acral, que ocorre com maior frequência em afrodescendentes e asiáticos e aparece especificamente nas plantas dos pés, palmas das mãos e unhas. Na população brasileira, a doença aparece com maior frequência onde houve grande miscigenação racial.
“Serviços públicos que atendem populações carentes, muitos de ascendência africana, têm encontrado maior frequência deste tipo de melanoma. Em Salvador e em Manaus, sua frequência respectiva é de 19% e 30% de melanomas acrais. Este dado indica a necessidade de não só pensar em melanomas induzidos pela radiação solar, mas também fazer campanhas de prevenção secundária para a observação de mãos e pés, frequentemente negligenciados. Afinal, além de caucasianos, os traços afrodescendentes e asiáticos também são uma marca da população brasileira”, diz o patologista.
Detecção precoce
O médico aponta que os avanços tecnológicos se tornaram importantes ferramentas no diagnóstico dos diversos tipos de câncer de pele. A dermatoscopia, por exemplo, usa uma espécie de lente de aumento semelhante à usada para observar o ouvido. “A técnica aumentou a precisão diagnóstica do melanoma e, em associação à digitalização das imagens, tem permitido monitorar lesões suspeitas que, reavaliadas num curto intervalo de tempo, podem crescer e permitir que o médico confirme a necessidade de retirada e avaliação com outros exames”, diz.
Outra tecnologia em desenvolvimento constante, apontada por Landman, é o uso da microscopia confocal in vivo. Ainda timidamente utilizada no Brasil, ela possibilita, através de raios laser, o exame de lesões com resolução de microscópio. “Nesse caso, é possível examinar o paciente com tecnologia de alta precisão para indicar se a lesão deve ou não ser retirada, além de demarcar as margens cirúrgicas para assegurar que toda a lesão foi retirada”, finaliza.