Mostrando postagens com marcador pintas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pintas. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Saiba mais sobre o melanoma

O melanoma é o mais agressivo e mortal dos tumores de pele, pois tem grande capacidade de metástase e pode espalhar-se, rapidamente, para outros órgãos do corpo. O melanoma origin-se a partir dos melanócitos, células produtoras de melanina, pigmento que confere cor à pele. Mais comum em adultos de pele clara, a neoplasia pode manifestar-se mesmo em áreas do corpo não expostas ao sol ou em lesões pigmentadas pré-existentes. Confira na entrevista com o dermatologista Mauro Enokihara (CRM-SP 44.400), quais os fatores de risco, os sintomas e os tratamentos indicados para esta doença.
Existem diferentes tipos de melanoma. Como diferenciá-los?
A maioria dos melanomas é do tipo extensivo superficial, manchas com cores diferentes (heterocromia), bordas irregulares, tamanhos e formatos diversos, mais comuns nos membros inferiores no sexo feminino e no tronco, no sexo masculino. A doença tem esta apresentação, pois a disseminação é horizontal e geralmente se origina de nevos pré-existentes, diferente da forma nodular que são lesões sobrelevadas enegrecidas, que surgem sem pintas ou manchas anteriores.
Devemos ficar atentos a manchas acastanhadas ou enegrecidas que surjam nas extremidades, como mãos, pés e subungueais, predominantemente em negros e orientais. Todas estas formas são mais comuns em adultos jovens, em idosos que se expuseram muito ao sol, principalmente na face. De evolução lenta temos o melanoma lentigo maligno. Existe a apresentação sem pigmentação,  os melanomas amelanóticos, que não devem ser esquecidos e por esta dificuldade diagnóstica, muitas vezes são descobertos tardiamente. Além dos aspectos clínicos, a dermatoscopia pode nos auxiliar na suspeita e diferenciação do melanoma de outros diagnósticos. 
Quais os fatores de riscos que podem influenciar no aparecimento do melanoma?
Entre os principais fatores podemos destacar: pele clara e sensível ao sol, que se queima com facilidade; cabelos loiros ou ruivos, olhos azuis ou verdes; existência de muitas pintas espalhadas pelo corpo (100 ou mais); pintas com formatos incomuns ou irregulares, geralmente em tamanho maior; histórico de exposição excessiva ao sol ou utilização de bronzeamento artificial; existência de casos de melanoma na família; ocorrência prévia de melanoma e ter 50 anos ou mais. 
Quais os sintomas de um melanoma? Como diagnosticar?
Mudanças de cor, formato ou tamanho de uma pinta podem ser indícios de melanoma – normalmente, a neoplasia começa a se desenvolver nessa região. Outras mudanças que podem sinalizar o aparecimento da doença são pintas que sangram, doem ou coçam. No entanto, nem todos os melanomas se desenvolvem em ou próximos a uma pinta já existente. Em alguns casos, a doença aparece repentinamente na pele sadia. Portanto, é preciso ficar atento ao surgimento de pintas ou manchas.
Existe um perfil de quem é mais propenso a desenvolver o melanoma?
A exposição excessiva à radiação ultravioleta, ao ar livre ou em câmaras de bronzeamento, e qualquer histórico de queimaduras solares têm papel importante no desenvolvimento do melanoma, principalmente em pessoas de pele clara. Entretanto, nem todos os melanomas são decorrentes da radiação UV. Embora a maior parte desenvolva-se em áreas expostas do corpo, alguns casos da neoplasia podem ocorrer em regiões “cobertas”.
O melanoma é mais frequente que outros tipos de câncer? Por que é o mais letal?
O melanoma é menos frequente que outros tumores cutâneos, representando apenas 4% dos casos. O fundamental é o diagnóstico precoce, pois os melanomas quando diagnosticados tardiamente apresentam altos índices de metástases, tanto linfonodal quanto por via hematogênica.
Quais os tratamentos mais indicados?
O tratamento varia conforme as condições de saúde do paciente, localização, agressividade e extensão do tumor. O tratamento de escolha ainda é a cirurgia,  e podem ser empregadas as seguintes técnicas:
-Cirurgia excisional: exerese total do tumor com margens cirúrgicas de segurança, segundo protocolos internacionais orientados pela espessura de Breslow; em certas circunstâncias pode ser indicada a amputação de um dedo do pé ou da mão;
- Alguns cirurgiões preconizam a cirurgia micrográfica, em que  se retira o tumor e, em seguida, remove uma fina camada de tecido das margens laterais e profundas, que serão submetidas a um exame. O paciente aguarda enquanto estes fragmentos são processados por exame de congelação e examinados ao microscópio. Se houver alguma margem comprometida, é feita uma nova retirada de tecido das margens, até que todas elas estejam negativas. É um procedimento indicado para lesões recidivantes, ou seja, que foram tratadas e retornaram;
- Discute-se a indicação da pesquisa do linfonodo sentinela e, se houver o comprometimento linfonodal, faz-se a linfadenectomia.
Dependendo do estágio do câncer, a quimioterapia, radioterapia e imunoterapia são outras modalidades terapêuticas que podem ser empregadas. Nos casos em que há metástases, a neoplasia não tem cura na maioria das vezes, mas existem diversas estratégias que permitem melhorar a qualidade de vida do paciente.   
Uma pessoa que já fez o tratamento tem possibilidade de desenvolver novamente o melanoma? Por quê?
Existe a possibilidade de um mesmo individuo, devido aos seus fatores de risco, vir a desenvolver um novo melanoma, e há a possibilidade de recidiva ou de metástases. Por esta razão é de fundamental importância o acompanhamento do paciente por anos, com consultas regulares e  solicitação de exames complementares, tais como DHL, radiografia do tórax, ultrassom abdominal e outros, a depender do estádio deste paciente. Orientações sobre o auto-exame da pele  e  fotoproteção são indispensáveis.