terça-feira, 28 de agosto de 2018

Mau hálito pode ser um aviso sobre outras doenças



Ao pensar em mau hálito, os primeiros pensamentos são relacionados à carie, tártaro e doenças periodontais. No entanto, o que muitos não sabem é que o odor desagradável vindo da boca pode acontecer devido a diversos fatores. Além da má higienização da boca, infecções na gengiva e doenças periodontais, a halitose pode ser sinal de disfunções mais sérias que surgem no organismo.

Alguns problemas corriqueiros das estações mais secas e frias do ano, como a bronquite, sinusite e laringite, afetam o hálito. Segundo o cirurgião dentista Carlos Cordeiro, as doenças respiratórias podem produzir secreções nos brônquios e laringe, que é possível notar através da fala por conta do odor exalado. “Ao resfriar ou ser afetado por um desses problemas o ideal é aliar o tratamento da patologia, com os cuidados com a boca. Escovar os dentes após cada refeição, usar fio dental e gargarejar com um enxaguante bucal são passos fundamentais para controlar o mau hálito nessa fase”, alerta. 

A halitose também pode ser indício de doenças mais graves, provenientes de deficiências ou complicações em partes do organismo. Nesse âmbito, são diversos os motivos pelos quais o corpo reage em forma de mau hálito bucal, como exemplo doenças renais, estomacais e diabetes.

No caso das doenças renais, o corpo acumula grandes quantidades de ureia e creatina no organismo, pois a função de filtrar do rim está comprometida. Essas substâncias se acumulam na corrente sanguínea e são expelidas via pulmonar. “O ar expelido possui um odor bem característico, semelhante à amônia ou urina. Por isso conseguimos desconfiar da doença e encaminhar o paciente para a especialidade a ser consultada”, afirma Carlos. 

Já os diabéticos também possuem um hálito característico. Devido a alteração na glicose, a pessoa é capaz de produzir um hálito cetônico, semelhante a frutas envelhecidas. Outro caso que merece atenção especial é o câncer de estômago, no qual o avanço do tecido canceroso provoca um hálito necrótico.

“A halitose, na maioria dos casos, é uma resposta do organismo para indicar o mau funcionamento de determinada parte do corpo. No caso dos problemas bucais, o tratamento pode ser facilmente realizado por tratamento odontológico indicado”, explica Carlos. Em todos os casos, a halitose é um aviso vital para que o paciente dê uma atenção redobrada ao funcionamento de seu corpo, haja visto que o mau hálito só é natural do organismo quando se passam horas sem comer, sem ingerir líquidos ou após a noite de sono.


domingo, 26 de agosto de 2018

Ceratocone: sintomas e tratamentos



O ceratocone é uma doença na qual a córnea passa por um processo de mudança da curvatura e pode ser confundida com outras alterações oculares, porque afeta a qualidade visual. Além da consulta oftalmológica de rotina, um dos exames básicos para seu diagnóstico é a topografia corneana com disco de Plácido.

Essa doença envolve três aspectos críticos: é bilateral, assimétrica e progressiva, ou seja, costuma acometer os dois olhos, mas não evolui da mesma forma em cada um dos olhos com o passar dos anos e piora quando não é tratada ou fica sem acompanhamento especializado. O aparecimento desta doença inicia-se, geralmente na adolescência, afeta um pouco mais as mulheres do que os homens e evolui comumente até 30 ou 35 anos, quando geralmente ocorre uma estabilização natural.

"A combinação dessas características é importante para entender que um paciente pode viver muito tempo com um dos olhos muito bom, enquanto a doença vai avançando de maneira mais significativa no outro olho. É fundamental a consulta anual desde criança no oftalmologista, para evitar que, ao chegar em uma primeira consulta aos 16 anos, por exemplo, a doença já esteja em um nível muito avançado. Ao aparecer na adolescência, o ceratocone pode comprometer o desenvolvimento de uma pessoa que tem a vida inteira ainda pela frente", alerta Walton Nosé, doutor em oftalmologia, Prof. Adjunto Livre Docente da UNIFESP-EPM e presidente da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa (ABCCR-BRASCRS).

Causas e fatores de risco

Algumas literaturas científicas relatam que ainda não se conhece a causa exata da doença e que, possivelmente, as alterações na superfície da córnea sejam resultado de inúmeros fatores que contribuem para a perda de elementos estruturais dessa membrana e vão desde o decréscimo no aporte de colágeno até o ato de esfregar ou coçar os olhos com frequência. Entretanto, sabe-se que o ceratocone é uma doença que tem um componente de transmissão genética, mas isso não quer dizer que todos os filhos, cujos pais têm ceratocone, manifestarão o problema. Esse tipo de doença familiar deve ser informado ao oftalmologista por se tratar de um fator de risco. O médico deverá ressaltar a importância de consultas mais frequentes e a realização de outros exames, além da topografia da córnea, como a tomografia e a paquimetria, ainda na infância. Desta forma, o oftalmologista consegue intervir para que o paciente não apresente problemas mais graves de visão ou sofra de uma perda visual significativa.

A alergia ocular também é um fator associado ao ceratocone. "No consultório, frequentemente vemos pacientes com ceratocone que apresentam quadro de conjuntivite alérgica e com o hábito de coçar os olhos, ato este muito relacionado à progressão da doença. Por isso, é necessário orientar pais e responsáveis a levarem a criança a uma consulta quando ela coça muito os olhos, especialmente se tem algum caso de ceratocone na família", completa  o dr. Walton.

Estudos mostram que o ato de coçar pode aumentar de maneira significativa a pressão intraocular, afastando ainda mais as fibras de colágeno da córnea, liberando citocinas inflamatórias, e ainda promovendo um ambiente favorável à colagenase (digestão das fibras de colágeno) e, consequentemente, a diminuição de resistência da córnea, que fica mais suscetível a mudar sua curvatura.

Fotofobia, comprometimento da visão noturna, visão dupla (diplopia), formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz são outros sintomas da doença.

Tratamentos atuais

Nas fases iniciais, quando a deformação da córnea não é grave, o uso de óculos é suficiente para recuperar a acuidade visual. No entanto, à medida que o ceratocone evolui, os óculos precisam ser substituídos por lentes de contato que ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea e a corrigir o astigmatismo irregular provocado pela deformidade.

No Brasil, o ceratocone ainda é responsável pela maioria dos transplantes de córnea realizados. Cerca de 80% dos casos de transplante de córnea são decorrentes de ceratocone avançado, que não pode mais ser beneficiado pelas técnicas menos invasivas, como implante de anéis e crosslinking.

O crosslinking é uma forma de tratamento que interrompe a progressão do ceratocone, com taxa de eficiência de 98%. "Quando o paciente tem menos de 20 anos, é usual indicar este procedimento cirúrgico que detém a progressão, que se chama crosslinking da córnea, pois os estudos científicos mostram que esta cirurgia interrompe a progressão da doença. Se o paciente tem mais de 20 anos, é importante documentar se ele apresenta uma progressão acelerada do ceratocone, manifesto por aumento de curvatura, afinamento da córnea, baixa visual ou aumento do grau de miopia presente, entre outros fatores", explica o médico.

Quando o ceratocone é considerado estável, o foco do tratamento pode ser melhorar a qualidade visual da pessoa com o uso de óculos corretivos ou de lentes de contato especiais. Além disso, se o paciente tem uma alteração de visão significativa, uma alternativa é o implante de um anel corneano intraestromal que, por meio de uma ação mecânica, promove um aplanamento da curvatura da córnea.

"Em situações nas quais não se opta pelo crosslinking de imediato, é primordial manter o acompanhamento próximo do paciente com ceratocone, principalmente naqueles menores de 30 anos de idade, com consultas a cada 6 meses, a fim de se documentar se há ou não a progressão da doença. É importante avaliar caso a caso com o oftalmologista compartilhando as informações com a família. Além disto, atualmente temos várias opções de correção óptica, sendo o transplante de córnea muitas vezes postergado e até evitado", esclarece o especialista.

Na maior parte dos pacientes que não realiza algum tratamento ou acompanhamento do ceratocone, a doença vai progredindo num ritmo que varia de pessoa para pessoa. Nesta progressão, a córnea fica fina e abaulada, como um cone, podendo apresentar opacidade central, um estágio que não é reversível – a solução passa a ser apenas o transplante corneano.

O especialista lembra, ainda, que uma pessoa com ceratocone não deve realizar cirurgias refrativas com laser, porque este procedimento pode fragilizar ainda mais uma córnea já delicada.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Alimentação é aliada fundamental no combate ao câncer



Uma pesquisa recém-divulgada pela revista científica Immunity indica que a ingestão de alguns vegetais como couve, repolho e brócolis podem prevenir o câncer de intestino. Isso porque as substâncias químicas produzidas por esses alimentos são capazes de reduzir as inflamações no intestino e no cólon. O estudo realizado pelo Francis Crick Institute, centro de pesquisa biomédica, em Londres, levou em conta a análise de camundongos geneticamente modificados.

Apesar de este ser um resultado baseado em análises de animais, é mais um passo que relaciona hábitos alimentares a incidência de câncer e sua evolução.

Para o dr. Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista de Oncologia CPO (www.grupooncoclinicas.com), é preciso lembrar que um dos grandes vilões relacionados ao aumento da incidência de câncer entre a população mundial é uma alimentação pobre em consumo de fibras e com alto índice de ingestão de gordura. Além disso, o incentivo à prática constante de exercícios físicos é essencial para frear os índices aumentados da doença e também como forma de potencializar o processo de tratamento para pessoas com câncer.


"Uma série de outros estudos científicos sugerem que indivíduos que praticam atividade física e seguem uma dieta equilibrada têm melhores respostas às terapêuticas e, portanto, apresentam taxa de sobrevivência maior ao câncer cinco anos após o diagnóstico. Frutas, peixes, grãos e azeite estão entre os aliados nesse processo", afirma o especialista.
O médico ressalta que a dica principal tanto para quem está em tratamento quanto para quem deseja reduzir os riscos de incidência do câncer é evitar excessos na alimentação. "Não é necessário parar de comer carne ou qualquer outro alimento. A palavra de ordem é bom senso, já que tudo que é consumido em grande quantidade pode trazer danos à saúde", completa o dr. Daniel.

80% dos casos de câncer no mundo estão relacionados ao nosso modo de vida

Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), a maioria dos casos da doença está relacionada ao sobrepeso, hábitos alimentares poucos saudáveis e falta de rotina de exercícios físicos. Por isso, a recomendação da entidade é que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem pelo menos 150 minutos de exercícios moderados por semana – ou, em média, pouco mais de 20 minutos por dia. Isso significa que pequenos ajustes na rotina, como caminhar pequenas distâncias, aderir à bicicleta como opção de transporte ou subir e descer escadas ao invés de usar o elevador, podem colaborar para o afastamento da grande maioria dos fatores de risco que levam ao surgimento do câncer.

"Sedentarismo, sobrepeso/obesidade e consumo excessivo de gorduras podem ser classificados como 'vilões' que respondem, em especial, pela elevação no risco de desenvolvimento de tumores que afetam intestino, endométrio, próstata, pâncreas e mama", finaliza o dr. Daniel.

Vale lembrar que a má alimentação é apenas um dos hábitos evitáveis que podem causar o aparecimento de um tumor. Tabagismo e exposição excessiva ao sol também fazem parte dessa lista. Ao sinal de qualquer sintoma suspeito a recomendação é buscar aconselhamento médico especializado e lembrar que a realização de exames de rotina permite um diagnóstico precoce, aumentando em grande escala as chances de bons resultados do tratamento.


quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Cuidados com a depilação durante a gestação



Para algumas mulheres a depilação é algo essencial, inclusive durante a gestação. Mas, por causa das mudanças hormonais, emocionais e físicas que a gravidez causa no corpo, alguns cuidados extras devem ser tomados na hora de escolher o método de depilação. Para esclarecer estas questões, Fernanda Pereira, dermatologista parceira da Philips Brasil e sócia efetiva da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), fala sobre os principais cuidados para as gestantes que desejam manter a depilação em dia, durante a gravidez.

Durante a gestação a pele da mulher fica mais suscetível à hiperpigmentação, ou seja, as mudanças hormonais que ocorrem no corpo em decorrência da gravidez favorecem o aparecimento de manchas. Por conta disso, cuidados com a proteção solar após a depilação são muito importantes. É por esse motivo também, que o laser é contraindicado nesse período! Então, se a mulher vinha fazendo depilação a laser, ela deve suspender esse tratamento, substituindo-o por um método que não seja invasivo.

O uso de cremes depilatórios também é contraindicado. Além de serem substâncias potencialmente irritantes para a pele, não há trabalhos que comprovem a segurança do uso dessas substâncias durante a gestação. Portanto, evite-os!

A depilação com cera, linha, lâminas ou com aparelhos elétricos é a mais recomendada, por ser menos traumática. No caso do procedimento realizado com cera e linha, a desvantagem é o desconforto ou dor que a mulher pode sentir, principalmente, se estiver mais sensível durante a espera do bebê. Para as mulheres que optam pela lâmina, é preciso redobrar os cuidados com a limpeza da pele antes e depois da remoção dos pelos, pois, microtraumas podem favorecer infecções locais e, na gravidez, isso pode se tornar um problema.

Durante esta fase, vale optar pelo método que remova os fios da forma mais segura e que não provoque irritações ou escoriações na pele da mãe. Por isso, o mais indicado é o uso dos aparadores ou removedores de pelos elétricos. Além disso, eles facilitam o dia a dia da mulher, inclusive, nos estágios finais da gestação, permitindo que a depilação mesmo nas áreas íntimas, seja feita por ela mesmo, em casa, de forma prática e rápida.


segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Vantagens e desvantagens dos cosméticos orgânicos



Produtos livres de substâncias sintéticas, os cosméticos orgânicos têm feito sucesso e a cada momento surgem novas marcas que apresentam novidades da limpeza da pele à maquiagem. “Os cosméticos considerados orgânicos não podem ter na sua formulação silicone, parabenos ou propilenoglicol, fragrâncias, pigmentos ou preservativos artificiais, derivados da indústria petroquímica ou de animais, não podem ser transgênicos ou irradiados, conter lauril sulfato de sódio, quartenários de amônio, polietilenoglicois e devem conter como fragrância apenas o uso de óleos essenciais, utilizando assim a aromaterapia como forma de tratamento natural para a pele”, afirma a dra. Claudia Marçal, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Existem no mercado inúmeros trabalhos sobre o uso de produtos cosméticos orgânicos e naturais, assim como a enumeração de suas propriedades e benefícios. O Brasil é um grande consumidor deste tipo de produtos, além de ser exportador de matérias-primas provenientes da flora da floresta amazônica. “Há um crescimento notório deste tipo de produto no mundo, assim como as grandes marcas de cosméticos que cada vez mais se preocupam na elaboração de fórmulas que estejam condizentes com a busca de produtos menos agressivos, que não interfiram na composição natural da pele, conferindo hidratação, elasticidade, tônus e proteção, porém levando em consideração o tipo de extração, plantio e comercialização de forma sustentável sem causar danos ao ecossistema”, afirma a médica.

Os cosméticos orgânicos se diferenciam tecnicamente dos cosméticos naturais, segundo a dermatologista. “O cosmético natural é aquele desenvolvido 100% à base de ingredientes naturais e vegetais e no mínimo 5% de seus ingredientes têm de possuir a certificação orgânica. Já o cosmético orgânico é aquele que, além de ser desenvolvido 100% à base de ingredientes naturais e vegetais, vem com uma porcentagem mínima de 75% de ativos orgânicos certificados”, esclarece. Alguns ativos como o Sculptessence (da Biotec Dermocosméticos), derivado da semente do linho e que promove uma remodelagem facial, tem certificado ECOCERT, que indica um cuidado em relação à sustentabilidade por toda a cadeia produtiva. O ativo é encontrado em farmácias de manipulação e em produtos industrializados.

Vantagens
A dermatologista explica que as vantagens dos cosméticos orgânicos contemplam desde a consciência ambiental até os benefícios para a pele. “Esses produtos tratam a epiderme e devolvem a ela suas condições naturais e, principalmente, vitalidade. Isso acontece por conta da ação de ingredientes naturais diretamente no tecido cutâneo sem a interferência de outros componentes sintéticos que podem, algumas vezes, apresentar potencial irritativo”, afirma. “Os benefícios são inquestionáveis, com muitas pesquisas já realizadas, principalmente para utilização nas peles hipersensíveis e para evitar o contato muitas vezes com produtos que apresentam pigmentos, conservantes e ativos extraídos de forma quimicamente causadora de danos à pele, assim como risco potencial de carcinogenese em pacientes que apresentam predisposição, confirmada inclusive no mapeamento genético do DNA. Uma forma saudável, segura e politicamente correta nos cuidados com a pele e seus anexos em qualquer idade”, afirma.

Desvantagens
Em relação às desvantagens, a médica cita que nem sempre os cosméticos orgânicos conseguem trazer todos os benefícios que cosméticos, como os produtos anti-idade, por exemplo, proporcionam.

Indicação dos produtos orgânicos e uso
Os produtos orgânicos são indicados para quem tem pele sensível, pessoas alérgicas e quem sofre com contato a determinados ingredientes de produtos convencionais, os quais podem provocar reações indesejadas. A médica destaca que os produtos orgânicos podem ser usados por todas as pessoas que buscam consumir produtos de forma sustentável. “Não há restrições, mas a indicação e prescrição de produtos devem ser feitas sempre pelo dermatologista, para que ele avalie o tipo de pele e as necessidades de cada paciente, a fim de buscar o melhor tratamento que aquela pele precisa”, finaliza.


sábado, 18 de agosto de 2018

Será que você está com esgotamento mental?




Cada vez mais comum em diversos aspectos da vida pessoal e no ambiente de trabalho, o esgotamento mental tem causado cada vez mais impactos emocionais e físicos. Infelizmente, muitas vezes ele é um conceito associado à frescura ou a uma fragilidade pessoal, no entanto, o esgotamento mental tem raízes concretas no funcionamento do organismo.

O fundador da Febracis, Paulo Vieira, explica que o esgotamento mental é fruto do excesso de demanda das atividades químicas que são realizadas no cérebro e da falta de substâncias neurotransmissoras capazes de sintetizar essas atividades, resultando em estafa mental, bloqueio, ansiedade e estresse, que nem sempre recebem a devida importância. "Muitas pessoas sequer sabem que estão passando por um processo de esgotamento mental. As situações de estresse e o cansaço são normalizados, e o ciclo do esgotamento continua sendo reproduzido. O perigo dessa continuidade é o aprofundamento dos sintomas, de maneira a causar situações graves para o indivíduo, impactando na vida pessoal e profissional", explica Vieira.

De acordo com o especialista, o esgotamento pode ser desencadeado por fatores como autocobrança, desemprego, situação financeira e sobrecarga de responsabilidades. "No âmbito do trabalho é comum ele ser desencadeado por excesso de trabalho, o que, junto com a falta de eficiência e de recursos, gera um estresse enorme. Com isso, o colaborador se sente desmotivado e sobrecarregado, perdendo todo e qualquer prazer em trabalhar. Isso pode atingir qualquer membro da empresa, seja ele o colaborador ou o gestor", avalia.

Vieira ainda acrescenta que é importante ficar atento aos sinais listados abaixo para evitar o esgotamento mental.

Sensação constante de cansaço (cansaço crônico)
É normal se sentir cansado após alguma atividade que exija muito esforço (físico ou mental), ou depois de uma sequência intensa de trabalho ou afazeres. No entanto, quando o cansaço é constante, e você se sente sempre esgotado e no seu limite, esta é uma situação que deve receber a sua atenção.

Imunidade baixa
O nosso corpo físico está diretamente interligado com o nosso emocional. Quando estamos sobrecarregados e esgotados a nossa imunidade baixa e o nosso corpo físico fica debilitado. Estar constantemente com algum problema de saúde por baixa de imunidade pode ser um sintoma de esgotamento mental.

Perda de memória
O esgotamento mental dificulta as ações neurotransmissoras, que também são responsáveis pela nossa memória. Esquecer constantemente obrigações, compromissos ou até nomes das coisas e pessoas pode estar ligado à estafa mental e não a uma questão da idade.

Baixa qualidade do sono e insônia
O estresse e a ansiedade são efeitos típicos. Com isso, nosso cérebro não consegue se desligar, trabalha intensamente e incessantemente, gerando um ciclo vicioso de esgotamento. Esse processo, muitas vezes, atrapalha a nossa capacidade de dormir e relaxar para reestabelecer as nossas funções neurotransmissoras, o que agrava ainda mais a estafa mental.

Apatia constante e generalizada
A falta de motivação e de interesse é um sintoma típico dessa situação. O que antes era razão de entusiasmo e prazer, passa a não ter mais significado. Com isso, a pessoa se torna apática, não sente vontade de se dedicar às tarefas.

Perfeccionismo
O perfeccionismo costuma ser muito valorizado, principalmente no ambiente de trabalho. No entanto, não aceitar que errar é humano e ter medo constante de cometer erros pode ser um sintoma de esgotamento mental. O perfeccionismo e o produtivismo exagerados demandam muita energia, o que pode causar ou aprofundar a estafa mental.

Descontrole
O esgotamento mental torna toda e qualquer tarefa mais difícil do que o normal, e as reações ficam exacerbadas. É normal a pessoa que está passando por esse processo se tornar reativa e perder o controle das suas emoções.

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

Menopausa x insônia



Mais de metade das mulheres acima de 40 anos tem insônia ou má qualidade de sono. Dentre mais de 6 mil mulheres estudadas em artigo publicado na revista internacional ‘Maturitas’ (acesse em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22717489), 56,6% têm insônia, má qualidade de sono ou ambos.

As que já passaram pela menopausa têm uma prevalência ainda maior de insônia e de sono não reparador. A principal queixa é acordar no meio da noite, o que caracteriza a insônia tardia (ou seja, o começo da noite vai bem, mas a partir das 3h da manhã fica acordada).

Não bastasse a menopausa causar insônia, a insônia também é capaz de acentuar a severidade dos sintomas da menopausa e piorar muito a qualidade de vida.
Se você sofre de insônia ou se sua qualidade de sono é pior desde a menopausa, o ajuste de fatores na casa, como o controle da iluminação e de ruídos (desligar o celular!) é o primeiro passo. Também é importante manter uma alimentação saudável e evitar alimentos estimulantes perto da hora de dormir, como refrigerantes de cola, café, chá preto ou mate, shoyo, ajinomoto etc.

Existem algumas terapias não-medicamentosas adjuvantes, como a prática da ioga (por 4 meses ou mais), receber massagem e até o uso do extrato de valeriana. Entretanto, se você já tentou e nada disso melhorou o seu sono, o uso de medicamentos é indicado. Procure seu médico!

Por Renata Bonaccorso Lamego é especialista em Ginecologia e Obstetrícia, em Medicina Fetal, e em Patologia do Trato Genital Inferior. Contato: bonamego@gmail.com