sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Atleta x emoção


O emocional do atleta é tão importante quanto o condicionamento físico. Quem garante é o psicólogo e coach, Alessandro Vianna, que afirma que sem equilíbrio emocional o atleta pode acabar se tornando uma vítima de si próprio. “Todo atleta de alta performance é treinado e cobrado exaustivamente. Mas, é importante lembrar que ele também tem sua vida pessoal e isso, de alguma maneira, pode interferir em sua motivação e concentração. 

A importância do emocional equilibrado é justamente minimizar as chances das emoções o abalarem em momentos decisivos”, diz.
Hoje, uma boa preparação do atleta para competições de alto nível deve incluir não só alimentação balanceada e condicionamento físico adequado, mas, também, um acompanhamento psicológico individualizado que vise preparar esse atleta para enfrentar os momentos decisivos de uma competição. “Em todos os setores de nossas vidas, quanto maior nosso equilíbrio emocional, maior nosso rendimento”, explica o especialista.

O lado positivo da influência psicológica no rendimento atlético fica por conta de histórias de superação, como a da brasileira Rafaela Silva, medalha de ouro no judô, nos jogos olímpicos desse ano. A sua trajetória até a vitória mereceu destaque. Ela superou uma batalha contra a pobreza e o preconceito antes de brilhar no lugar mais alto do pódio. E mostrou como tristeza e decepção, se trabalhadas adequadamente, podem servir de combustível para melhorar o desempenho do atleta.

“Muitos treinadores utilizam a raiva como um aliado para promover uma explosão (positiva) de seu atleta. Não é por acaso que podemos observar a oscilação da expressão facial entre concentração e raiva quando estão competindo. Todos os sentimentos que temos, de forma equilibrada e treinada, podem servir como aliados para evoluirmos”, explica Alessandro.

Além de aprender a lidar com suas emoções, seja uma frustração por ter perdido uma disputa ou algo da vida pessoal, o atleta tem ganhos significativos quando é acompanhado por um psicólogo esportivo que pode otimizar ainda mais seu rendimento por meio de técnicas ligadas a motivação interior. Nos esportes coletivos a ideia é a mesma. Entretanto, o psicólogo adiciona mais um fator que pode influenciar o bom rendimento de um grupo. 

“Pensando em time, de uma forma simplista, cada um deve atuar de acordo com sua personalidade. Ou seja, existe a pessoa que tem um perfil de liderança, outro que funciona melhor sendo liderado. Se você colocar cada peça em seu lugar, o rendimento de uma equipe certamente será melhor”, conclui.


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Brincadeiras ajudam no desenvolvimento infantil


Em meio a constante exposição à tecnologia nos dias atuais, muitas brincadeiras tradicionais da infância acabam se perdendo. Porém, essas brincadeiras, normalmente feitas ao ar livre são importantes e trazem muitos benefícios para as crianças.

Segundo a especialista em desenvolvimento infantil e criadora do Projeto Filhos Brilhantes, Sheila Leal, além de tirar as crianças da rotina, as brincadeiras ao ar livre também trabalham o desenvolvimento e promovem melhorias em vários pontos, como criatividade, agilidade, concentração, raciocínio lógico, socialização e estratégia, eos benefícios não se limitam somente às crianças. “Incorporar a brincadeira ao ar livre também reforça os laços entre a família”, explica ela, que complementa aconselhando que os pais aproveitem esse momento para se desligar o celular e se dedicar realmente às crianças.

Pensando nisso, Sheila separou 10 brincadeiras divertidas que contribuem para o desenvolvimento infantil e deixam os pais mais próximos de seus filhos, relembrando os antigos jogos com as crianças.

1.   Ciranda
Para brincar, as crianças ficam em roda cantando e obedecendo aos comandos da música, ao final da canção uma criança entra na roda e deve dizer um verso, depois todos voltam a cantar a música até que todas entrem na roda. Esta brincadeira, além de trabalhar a imaginação para escolher a frase, estimula as crianças a terem mais noção de espaço, além do equilíbrio.

2.   Cabra-cega
Para brincar de cabra-cega, basta colocar uma venda nos olhos e encontrar as outras pessoas em uma sala. Segundo Sheila, essa brincadeira estimula os sentidos do olfato e principalmente a audição. “Como os olhos estão vendados, as crianças precisam se utilizar dos outros sentidos para encontrar os amigos”, aponta e ressalta que a brincadeira também estimula o equilíbrio e a noção de espaço.

3.   Esconde-esconde
Todos conhecem a brincadeira, que funciona da seguinte forma: uma pessoa fica de olhos fechados contando até determinado número, enquanto as outras se escondem. Quando ela termina de contar, vai em busca das outras crianças escondidas. “O esconde-esconde ajuda a trabalhar a coordenação motora e a agilidade, além de outros benefícios como pensamento estratégico”, explica Sheila.

4.   Amarelinha
Segundo a especialista, os benefícios da brincadeira já começam ao desenhar a amarelinha no chão. Quando as crianças desenham o caminho, elas precisam pensar no trajeto, desenhar os quadrados e os números. Os números podem ser trocados por letras ou desenhos. “Abuse da criatividade”, sugere. A brincadeira também ajuda muito a trabalhar o equilíbrio das crianças, salienta a especialista. “Além do equilíbrio, a brincadeira ajuda a fortalecer os músculos das pernas e ajuda na percepção de espaço.”

5.   Bolinha de gude
Existem várias formas de brincar, no entanto a mais conhecida consiste em desenhar um círculo no chão onde os jogadores devem, com um impulso do polegar, jogar a bolinha, e os próximos precisam acertar a primeira. Se conseguirem retirá-la do círculo, elas se tornam suas. Vence aquele que ficar com mais bolinhas de gude. “Essa brincadeira ensina a criança a respeitar os amigos e lidar com derrotas e vitórias” afirma Sheila.

6.   Pula corda
Essa brincadeira com certeza está presente na infância de todas as crianças. Para brincar, duas crianças devem bater a corda cantando, enquanto a outra pula. Segundo a psicopedagoga, a brincadeira traz diversos benefícios para a saúde e o desenvolvimento. “A brincadeira é considerada um exercício físico completo, e também ajuda na coordenação motora, equilíbrio, velocidade e agilidade”, explica, sugerindo que os pais invistam muito nela.

7.   Bambolê
O objetivo da brincadeira é dar o maior número de voltas ao redor do corpo. Embora um tanto simples, Sheila afirma que a brincadeira traz muitos benefícios. “Com diversão, as crianças trabalham fatores como agilidade e ritmo, além de ajudar na prática de exercícios físicos e ensinar as crianças a controlarem seu corpo.”

8.   Bolinha de sabão
Essa brincadeira leva as crianças a um mundo de fantasias. Conforme a especialista conta, é uma brincadeira simples e mágica que estimula a criatividade da criança e ajuda também em habilidades motoras. “A reação dos pequenos é correr atrás da bolha para estourá-la, então podemos considerar como uma brincadeira simples, que você pode fazer em casa com água e sabão”.

9.   Siga o mestre
A brincadeira é basicamente escolher uma pessoa que será o mestre e as outras terão que imitar todos os movimentos que ela faz. “Essa brincadeira é importante para estimular a liderança e imaginação nos pequenos” explica Sheila. Ela completa que as crianças ficam mais confiantes, trabalhando a capacidade de criatividade e fazendo movimentos diferentes.

10.Caça ao tesouro
Para brincar, basta esconder um prêmio em algum lugar e dar dicas para as crianças encontrarem o tesouro. Conforme conta a especialista, essa brincadeira ajuda em muitos aspectos. Estimula a agilidade, atenção, concentração, raciocínio lógico, cooperação e estratégia. São muitos os estímulos trabalhados com essa brincadeira.


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Em busca da saúde mental


Dia 10 de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental. A OMS estima que os transtornos mentais atingem cerca de 700 milhões de pessoas em todo o mundo, o que representa 13% do total de doenças. E entre elas estão as mais conhecidas como a depressão e os transtornos de ansiedade.
De acordo com os dados do INSS, os transtornos mentais têm sido a terceira causa de afastamento do trabalho por longos períodos no Brasil. Em 2014 o mesmo órgão pagou auxílios doença por conta de transtornos mentais e comportamentais para um pouco mais de 220 mil pessoas.
Muitos são os dados alarmantes sobre o crescimento significativo de doenças mentais, porém pouco tem sido discutido sobre o tema. Um estudo divulgado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico afirma que uma em cada duas pessoas irá sofrer algum distúrbio psicológico durante a vida.
Este panorama torna-se mais preocupante em grandes cidades onde o clima de tensão é maior. O relatório São Paulo Mega City Mental Health Survey, realizado em 2014, mostra que a região metropolitana de São Paulo possui a maior incidência de perturbações mentais do mundo. O estudo realizado pela OMS revela que 29,6% dos paulistanos, sofrem algum tipo de perturbação mental, entre os problemas mais comuns estão a ansiedade, as mudanças comportamentais e o abuso de substâncias químicas.
Uma das principais causas de afastamento no trabalho tem sido a depressão. Segundo a OMS até 2020 ela será a primeira causa de afastamento no mundo.
Sentir tristeza é algo normal que faz parte da vida, mas é bem diferente de um quadro depressivo. Por isso é importante ficar alerta aos principais sintomas desta doença, que podem se manter por semanas ou meses.

  • Tristeza, irritabilidade, ansiedade ou angústia.
  • Perda do prazer de realizar as atividades que gosta.
  • Pessimismo.
  • Baixa energia para fazer as coisas.
  • Pensamentos negativos e pessimistas, tudo é visto num tom cinzento.
  • Perda de esperança.
  • Isolamento social.
  • Dificuldade de concentração, o raciocínio fica mais lento.
  • Alterações no sono.
  • Mudanças no apetite.
  • Baixa libido.
Buscar apoio profissional (psicólogo e psiquiatra) para lidar com a depressão é crucial, afinal ela é uma doença que exige cuidados, pois se mal administrada pode levar em último caso ao suicídio.

O que fazer?

- procurar ajuda médica e psicológica
- buscar apoio social e familiar
- procurar encontrar um novo sentido para as coisas
- iniciar ou retomar um hobbie
- investir em atividades que distraiam a mente e tirem o foco da doença
- praticar atividades físicas

Artigo das psicólogas Rosalina Moura e Katia Martins


sábado, 8 de outubro de 2016

Câncer de mama x diagnóstico precoce


O movimento Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. O objetivo do movimento é chamar atenção para a realidade atual do câncer de mama e a importância do diagnóstico precoce. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), ele é o tipo de câncer que mais atinge as mulheres em todo o mundo e as estimativas indicam que em 2012 foram 52.680 casos. A cada ano, o Brasil registra em média 49.000 novos casos de câncer de mama, segundo dados do INCA.
“A melhor maneira de prevenir o câncer é realizar o exame clínico das mamas”, alerta o dr. Alberto Jorge de Sousa Guimarães. “A princípio, o exame das mamas é realizado pela própria mulher, apalpando os seios, que ajuda no conhecimento do próprio corpo; entretanto, esse autoexame não substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso a mulher observe alguma alteração, deve procurar imediatamente o serviço de saúde. Mesmo que não encontre nenhuma alteração no autoexame, as mamas devem ser examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde”, explica o médico.
Diagnóstico de câncer de mama
Toda mulher com 40 anos ou mais de idade deve procurar anualmente um ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas. Além disso, toda mulher entre 50 e 69 anos deve fazer uma mamografia, pelo menos, a cada dois anos. Independentemente disso, é importante sentir o próprio corpo e procurar um médico, caso apareça algum sintoma. “Se for possível e a mulher tiver algum fator de risco da doença, é importante fazer o exame antes de completar 40 anos”, ressalta o médico.
Exame clínico
É realizado por médico para essa atividade. Nesse exame, poderão ser identificadas alterações nas mesmas. Se for necessário, será indicado um exame mais específico, como a mamografia.
Mamografia
Exame muito simples e eficaz, que consiste em um raio-X da mama e permite descobrir o câncer quando o tumor ainda é bem pequeno.
Sintomas de câncer de mama
Mais fácil de ser percebido pela mulher é um caroço no seio, acompanhado ou não de dor. A pele da mama pode ficar parecida com uma casca de laranja. Também podem aparecer pequenos caroços embaixo do braço. Deve-se lembrar que nem todo caroço é um câncer de mama e, por isso, é importante consultar um profissional de saúde.
Prevenção
Ter uma alimentação saudável e equilibrada (com frutas, legumes e verduras), praticar atividades físicas (qualquer atividade que movimente seu corpo) e não fumar. Essas são algumas dicas que podem ajudar na prevenção de várias doenças, inclusive do câncer.
Mitos e verdades
O oncologista Antonio Cavaleiro de Macedo responde às principais dúvidas das mulheres sobre o que é mito ou verdade sobre o câncer de mama.
Apenas as mulheres podem ter câncer de mama
MITO. Embora o público feminino seja o mais atingido pelas ações de prevenção, 1% dos casos diagnosticados ocorre em homens.
O autoexame substitui a mamografia
MITO. É de suma importância que as mulheres realizem o autoexame, que pode indicar alterações na mama e, em alguns casos, alertar a paciente a procurar atendimento imediato. No entanto, o autoexame não substitui a mamografia, tampouco a consulta regular ao médico.
Excesso de peso ou gordura pode potencializar os riscos da doença
VERDADE. Pesquisa realizada pelo Hospital de Base de Brasília revela que mulheres com excesso de gordura e que estão acima de 10 quilos do peso ideal possuem 40% a mais de chances de desenvolver câncer de mama se comparadas às mulheres com alimentação saudável e peso proporcional. Isso acontece porque o tecido gorduroso aumenta os níveis de estrogênio.
Caso o tumor seja detectado, a mama é retirada por completa
MITO. Com os avanços da Medicina, alguns casos não requerem a retirada da mama por completa – ficando a cirurgia restrita às áreas afetadas. Hoje, há procedimentos cirúrgicos em que se retira somente o necessário, conservando e preservando o seio da paciente ao máximo. Em casos de tumores grandes, todavia, a opção mais utilizada ainda é a mastectomia (remoção total da mama). Por isso a importância de diagnosticar o quanto antes a doença.
Consumo excessivo de álcool pode influenciar no desenvolvimento do tumor 
VERDADE. Consumir bebidas alcoólicas em excesso pode potencializar, sim, o desenvolvimento do câncer de mama, já que aumenta a circulação dos hormônios femininos e altera a função hepática.
Menstruar cedo ou ser mãe após os 30 anos aumenta a probabilidade de desenvolver a doença
VERDADE. Mulheres que menstruam mais vezes no decorrer da vida ficam mais expostas aos hormônios estrogênio e progesterona, o que pode ser prejudicial à saúde e aumentar a probabilidade de desenvolver o câncer de mama. Com isso, o estrogênio estimula as células da glândula mamária a se reproduzirem.


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A importância da atividade física na terceira idade


Que todos devemos praticar alguma atividade física, independentemente da idade, isso todo mundo sabe. Mas qual a atividade ideal e eficiente para uma melhor qualidade de vida, especialmente no caso dos idosos?
A previsão é de que no ano de 2025 a população idosa chegará a 12,2%, consequência do avanço da expectativa de vida. Com estimativas assim, buscam-se formas de auxiliar o aumento da longevidade, com meios para retardar o processo de envelhecimento caracterizado por várias transformações progressivas e irreversíveis em função do tempo.
É importante trabalhar no objetivo de alcançar um melhor estilo e qualidade de vida aos idosos, e em posse do conhecimento acerca das atividades físicas, inserir uma rotina de exercícios para essa população. É de extrema importância a prática física para que haja uma manutenção efetiva dos sistemas garantindo assim o bem-estar e a qualidade de vida do idoso, contribuindo para um envelhecimento bem-sucedido e amenizando os efeitos mais severos dessa fase da vida.
O idoso que pratica exercícios, de acordo com Marcus Prado, educador físico da Planet Sport Academia, de SP, tem como benefícios a melhora do bem-estar geral, a melhora da condição da saúde física e, mais importante, a preservação da independência. “A atividade física é uma das intervenções mais eficientes quanto à melhora da qualidade de vida dos idosos, pois auxilia no controle das mudanças ocorridas pelo processo de envelhecimento, promovendo a independência e autonomia nas atividades do cotidiano”, diz ele.
O especialista conta que existe uma gama de atividades físicas para a terceira idade, mas algumas têm uma importância essencial durante o processo de envelhecimento, tais como a caminhada (atividade aeróbia), musculação (treinamento de força) alongamento e treinamento de agilidade e reflexo.
São muitos os benefícios das atividades físicas e a musculação é a principal delas. “Através da musculação, o idoso previne o desenvolvimento da osteopenia e osteoporose decorrente da desmineralização óssea ocorrida pela inatividade física, alimentação inadequada e disfunções hormonais”, explica Marcus. “A musculação ainda ajuda na manutenção da massa muscular, que com a idade vai sendo reduzida causando diminuição da força. Com a diminuição da força, as articulações ficam mais instáveis aumentando o risco de lesões por instabilidades ou quedas, aumenta a má postura por causa do enfraquecimento dos músculos posturais. Além disso, a perda da massa muscular ajuda na redução do metabolismo basal que é um dos responsáveis mais importantes controladores da obesidade.”
Já a atividade aeróbia, por sua vez, é de grande importância para a manutenção do sistema cardiovascular, controle do peso e ajuda no combate a osteoporose. Segundo o profissional, o alongamento ajuda no controle postural e redução das tensões musculares e proporcionam conforto e bem estar para o idoso. O trabalho de agilidade e reflexo ajudam na redução do índice de quedas e ainda trabalham de forma eficiente na atenção do indivíduo, melhorando a cognição do idoso.


terça-feira, 4 de outubro de 2016

Use fio dental: sua saúde agradece!



Em outubro, duas datas referem-se à saúde bucal: dia 3 foi comemorado o Dia Mundial do Dentista e no dia 25 a comemoração será pelo Dia Nacional do Dentista Dia Nacional da Saúde Bucal. O Brasil é o país com o maior número de dentistas, com cerca de 19% dos profissionais de Odontologia de todo o mundo – de acordo com o Conselho Regional de Odontologia, são cerca de 219.575 profissionais em atuação.
E quando o assunto é dentista e saúde bucal, um tema sempre vem á tona: o uso do fio dental. Ele é importante ou é um simples coadjuvante? O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) alerta para a importância da manutenção completa da saúde bucal e destaca fio dental como etapa importante e necessária. De acordo com IBGE, mais da metade dos brasileiros não realiza a higiene correta da boca.
A escova e a pasta de dente são fundamentais para higiene correta da boca e, portanto, devem fazer parte da rotina diária. No entanto, sozinhos, estes produtos não conseguem eliminar todos os agentes causadores de diversas doenças bucais. Por isso a importância do uso do fio dental, de acordo com o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).
O fio ou fita dental garantem a limpeza correta em locais da boca que a escova não consegue atingir, remove os restos de alimentos entre os dentes e também a placa bacteriana. Apesar do processo de limpeza mais completo ser tão importante, a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que para metade dos entrevistados nem mesmo o uso da pasta de dentes e da escova é regular. O fio dental também está na lista de cuidados que não são frequentes para este grupo de pessoas.
Uma pesquisa recente do Dietary Guideline for Americans pode criar novas justificativas e agravar esse comportamento. A publicação é considerada uma espécie de manual de políticas públicas da saúde americana e recentemente causou polêmica ao não recomendar o uso do fio dental para saúde bucal. Ao ser questionado sobre a polêmica pela Associação Dental Americana (ADA), o órgão responsável pelo documento afirmou: “uma vez que nem os Comitês Consultivos de 2010 e 2015 [para as orientações] revisaram os dados sobre escovação e uso do fio dental, os autores da edição atual decidiram não levar adiante as informações sobre escovação e uso do fio dental incluídos nas edições passadas do guia”. Ainda segundo o comunicado, “ao fazer isso, eles não estão afirmando que essas ações não são práticas de higiene bucal importantes.”
A polêmica da não citação repercutiu entre os profissionais e órgãos ligados à odontologia. Para o CROSP que, inclusive lançou neste ano uma campanha sobre a importância da higienização correta da boca e as visitas regulares ao cirurgião-dentista, o fio dental é de extrema importância para saúde bucal e, de forma alguma, deve ser descartado.
A Câmara Técnica de Periodontia do CROSP aponta ainda que todos os meios disponíveis para garantir a adequada higienização bucal – que gera de maneira inquestionável efetivo benefício à saúde geral do indivíduo – devem ser adotados pela população. “Os meios auxiliares de higiene oral são indicados pelo profissional. O cirurgião-dentista é que em sua avaliação inicial orienta o paciente sobre a escova, pasta, fio dental, e outros auxiliares como interdental, colutório etc”, aponta a secretária da CT de Periodontia do CROSP, Luciana Scaff Vianna. Ainda de acordo com ela, existem diferentes tipos de fio dental, por isso, a orientação deve ser feita caso a caso.
A falta de higiene correta da boca pode acarretar diversos problemas, que vão desde a cárie até a perda dos dentes. O fio de dental não pode ser considerado um mero coadjuvante no combate a esses problemas, mas sim parte essencial na manutenção da saúde bucal.

domingo, 2 de outubro de 2016

O cabelo também envelhece


Com o passar do tempo envelhecemos inexoravelmente, através de dois caminhos:  o chamado envelhecimento cronológico, pela idade, e também causado pelo sol, o fotoenvelhecimento.  Mas será que o cabelo também envelhece? Afinal, ele faz ciclos constantes e então nasce, cresce, morre e começa tudo de novo. Também sabemos que após a morte ele pode ficar muito tempo com a mesma aparência.
Apesar dessas considerações, os trabalhos mais atuais demonstram que o cabelo envelhece sim. Atualmente, está sendo conceituada a alopecia senescente, na qual o cabelo apresenta alterações como: afinamento, rarefação e cabelo branco.
Estamos acostumados a tratar e prevenir o envelhecimento do corpo e da pele, mas nem imaginamos quais seriam os fatores antienvelhecimento para o cabelo. As pesquisas têm mostrado que assim como a pele, a oxidação é responsável pelo envelhecimento e embranquecimento do cabelo.  Oxidação é o processo de formação de radicais livres que podem acumular e agredir as estruturas e células do cabelo.
Com o passar do tempo vamos sendo agredidos pelo sol, pelo fumo, por poluentes, entre outros. Sendo assim, a oxidação tende a aumentar. Porém, com a idade, o sistema de defesa tende a ficar menos competente e não consegue mais neutralizar as agressões com o sistema natural antioxidante, desta forma o circuito fecha. Mais oxidação e menos capacidade de neutralização e, sendo assim, o cabelo vai diminuindo, ficando branco, afinando, ou seja, envelhecendo.
A alopecia senescente é caracterizada hoje como um problema no qual ocorre afinamento do fio sem influência hormonal, em pessoas com mais de 60 anos. Ela é confundida com a calvície, principalmente nas mulheres. A diferença é que a calvície tem a influência genética e hormonal.
Os fatores principais que levam ao envelhecimento capilar são: radiação ultravioleta, fumo ativo e passivo, poluentes, químicas capilares, algumas medicações, deficiências nutricionais e também o estresse.
Outro fator agravante para as mulheres é a perda do estrógeno na época da menopausa.  O estrógeno é um hormônio positivo e estimulante para o cabelo e sua ausência também favorece o afinamento e embranquecimento do fio.
Trabalhos científicos recentes observam associação entre fumo e cabelo branco. O mecanismo de ação está relacionado ao aumento da oxidação. Em vista destes novos conhecimentos, é importante certas ações e tratamentos que ajudam a prevenir o envelhecimento capilar.
- Os cuidados diários devem ocorrer escolhendo um pente adequado, evitando o secador e chapinha de maneira exagerada e com temperaturas muito altas.
- O xampu deve ter o pH mais ácido, parecido com o do cabelo, que é de 3,5 e o surfactante que é o ativo de limpeza, precisa ser mais suave.
- O condicionador é importante, assim como as máscaras de reparação e hidratação. Esses produtos além de melhorar a qualidade da cutícula e ajudar na penteabilidade do cabelo, também podem ter substâncias antioxidantes como vitaminas.
- As tinturas permanentes e os processos de alisamento devem ser evitados dentro do possível. Escolher tinturas não permanentes, que são menos agressivas, e também com ativos a base de óleos, em vez de amônia. Dos procedimentos em geral, a descoloração ou as luzes, são as mais agressivas do que o tingimento sem descoloração.
- Uso constante de máscaras hidratantes e reparadoras e o filtro solar nos cabelos é fundamental para evitar o envelhecimento dos cabelos.
Também é apontado que complexos vitamínicos, como metionina e cisteína, além do complexo B, podem ajudar na prevenção do envelhecimento capilar, inclusive o cabelo branco.
Vamos então lembrar que o envelhecimento ainda é inevitável, mas como a expectativa de vida aumentou muito, podemos prevenir e evitar o desgaste precoce e ajudar o organismo a manter a qualidade dos órgãos, garantindo um envelhecimento saudável e gratificante.

Artigo de Denise Steiner, coordenadora do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Dermatologia