Em tempos em que a prática de esportes
tem sido cada vez mais valorizada e recomendada para a saúde e o bem-estar das
pessoas, vale também lembrar de alguns cuidados que muitas vezes não são
tomados na hora de praticar exercícios físicos, especialmente no que diz
respeito à pele dos pés, que fica meio esquecida nos cuidados gerais com a
pele.
Para quem
pratica exercícios ao ar livre, a exposição a temperaturas muito altas, ou
muito baixas, pode trazer alguns problemas. De acordo com a médica
dermatologista dra. Christiana Blattner, membro da Sodade Brasileira de
Dermatologia, o primeiro alerta é: atividades ao ar livre exigem uso de filtro
solar, que é essencial no combate dos efeitos dos raios ultra violetas
(fotoenvelhecimento) e na prevenção contra o câncer de pele. “Além
disso, o filtro solar minimiza alguns efeitos imediatos e incômodos como
vermelhidão, inchaço, indução ao aparecimento de herpes labial, manchas e até
formação de bolhas de queimaduras”,
explica ela, que indica também uma boa hidratação após qualquer atividade
física para minimizar o esgotamento da pele.
Em dias muito
quentes, a transpiração aumenta e a umidade contribui para a reprodução de
micro-organismos na pele, como bactérias que podem causar diversos problemas,
entre eles, a foliculite. “A foliculite é um tipo de infecção que provoca
lesões parecidas com espinhas, de cor vermelha ou amarelada, e pode atingir
qualquer região do corpo, especialmente face e nuca”, ressalta a médica.
Manter a
limpeza facial é importante para que o fluxo natural fique equilibrado. Assim,
os poros não são obstruídos e, consequentemente, evita-se também o aparecimento
da acne simples. “A limpeza, no
entanto, deve ser moderada, no máximo duas vezes ao dia, de forma que não
elimine o manto lipídico, que é a barreira natural de proteção da nossa pele”, destaca
a dra. Christiana.
Para quem se
exercita em academias ou lugares onde há compartilhamento de aparelhos e
acessórios, além de muita transpiração, os problemas mais comuns são as
micoses, lesões descamativas que podem provocar coceira e incômodo de maior ou
menor intensidade, afetando o couro cabeludo, pescoço, axilas, virilhas, mãos e
pés.
Pés
e unhas
De acordo com
a dermatologista, os pés e as unhas são os mais ‘castigados’ entre os
esportistas. “O uso dos calçados
fechados, como os tênis, especialmente para pessoas que transpiram muito, acaba
gerando um ambiente úmido, propício para os fungos causadores da micose. Nestes
casos, a unha fica frágil e quebradiça”,
comenta a especialista.
O diagnóstico
da micose de unha, ou onicomicose, pode ser confirmado através de análise da
amostra de resíduos da unha, e o quanto antes a pessoa buscar ajuda médica,
mais fácil será o tratamento, pois a unha ainda não vai estar tão danificada. “Nos
casos mais leves, quando o problema da micose não atingiu a lúnula (início da
unha), podemos optar por tratamentos com o uso de laser do tipo ND-Yag, que
ajuda a combater a infecção, com cinco sessões mensais. Se a infecção chegar ao
início da formação da unha, é necessário tomar medicamento via oral e, nestes
casos, é fundamental que o médico faça o diagnóstico do fungo causador da
doença, já que existem vários tipos, com respostas variadas aos diferentes
medicamentos”, explica a
dermatologista.
“Importante também, manter a hidratação
da pele dos pés com produtos adequados. Existem várias substâncias, como ureia,
ácido glicólico e lactato de amônia que hidratam, ajudando a pele a suportar os
impactos causados na prática de alguns esportes, além de evitar rachaduras nos
pés”, complementa a
dra. Christiana.