segunda-feira, 27 de abril de 2015

A importância do assoalho pélvico na gestação



Pouco ouvimos falar dos músculos do assoalho pélvico na nossa vida: pri­meiro, porque são músculos que não enxergamos e, segundo, por se tratar de mús­culos que compõem o períneo feminino e ain­da ser um tabu conversar com as pessoas so­bre o assunto – desde crianças as meninas são praticamente proibidas de falar sobre va­gina, e que conhecer seu corpo é errado.
Segundoa fisioterapeuta Laura Ezequiel Rodrigues, o assoalho pélvico é composto por cinco músculos profundos: pubococcígeo, ileococ­cígeo, isquiococcígeo e puborretal. Eles for­mam o “chão” que sustenta todos nossos ór­gão e vísceras abdominais e todos se inserem na nossa pelve. E também temos os múscu­los superficiais: bulboesponjoso, isquiocavernoso e transverso su­perficial do pe­ríneo, responsá­veis pela sensibi­lidade externa da vagina. Durante a gestação, com o aumento de pe­so corpóreo e au­mento do útero, esses músculos passam a ter uma sobrecar­ga muito maior que o de costume e isso po­de acarretar algumas consequências.
A Incontinência Urinária de Esforço (per­da de urina com o aumento da pressão intra-abdominal, tosse, espirro, levantar peso) é a queixa mais comum entre as gestantes, po­rém muitas acham ser um problema passa­geiro e não procuram ajuda. Mas caso essa musculatura não seja trabalhada para torná-la forte, o problema pode continuar após o parto. Futuramente, principalmente as mul­típaras (mulheres que passaram por mais de um parto), se não cuidarem dos seus mús­culos do assoalho pélvico, têm a chance au­mentada de ter algum tipo de prolapso (“be­xiga ou útero caído”).
Um músculo fraco, por estar muito tenso, incapacitado de se alongar, tem mais chan­ce de sofrer lacerações no período expulsi­vo no trabalho de parto. Essas lacerações maiores podem causar o que chamamos de fibrose, que é inelástica e futuramente tra­zer problemas sexuais para a mulher (dor na relação sexual).
Como prevenir e cuidar do assoalho pélvico?
Após o terceiro trimestre de gestação e com a autorização do seu médico de confian­ça a mulher já pode iniciar um programa de exercícios adequados para cada fase da ges­tação, com conscientização do períneo, exer­cícios de fortalecimento para fibras de sus­tentação e explosão, realizados juntamente com a respiração correta.
A partir da 34ª semana deve iniciar a massagem peri­neal (que é feita na musculatura superficial e pro­funda do períneo) para alongar a es­sa musculatura e prepará-la para o parto, evitando lacerações. Pode ser feita pela ges­tante, parceiro ou pelo seu fisiotera­peuta de confiança.
A gestante também pode, a partir da 34ª semana, utilizar o Epi-No (No Episiotomia), aparelho que possui um balão inflável que é introduzido em sua vagina e é insuflado até antes de sentir dor. Ele faz com que os mús­culos se tornem mais flexíveis para a passa­gem do bebê. É de extrema importância que a utilização do Epi-No seja ensinada correta­mente por um profissional capacitado para não causar nenhum dano à mulher.
"É fundamental que a mulher comece a atentar-se para seu períneo, pois, tendo-o forte e saudável, os riscos de problemas fu­turos são bem menores", ressalta a fisioterapeuta.

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