terça-feira, 3 de agosto de 2021

É possível evitar as varizes?

 


Doença que acomete mais as mulheres na proporção de três mulheres para cada homem, as varizes são veias, dilatadas e tortuosas, que surgem nos membros inferiores e podem ser facilmente observadas. Além de afetarem a parte estética também causam dor, cansaço e peso nas pernas.

O cirurgião vascular dr. Josualdo Euzébio (CRM-MG 26.128)relata que é uma doença multifatorial, não podendo ser atribuído apenas uma causa. Os fatores de risco mais conhecidos para o surgimento das varizes são pessoas acima da terceira década de vida, sedentarismo, gravidez, permanência por longos períodos na posição de pé, obesidade, histórico familiar, fístulas arteriovenosas e passado de trombose venosa profunda.

Além da aparência incômoda, as varizes trazem consigo uma série de sintomas, como ardência, dormência, sensação de peso e inchaço nas pernas, mudanças na cor da pele e até coceira na região sobre a veia varicosa. "Ao contrário do que se pensa, o problema das varizes não é apenas a aparência ou o mal estar. Estas veias doentes podem se romper e causar hemorragia em casos avançados", esclarece o médico.

 É importante buscar a ajuda de um especialista para avaliação, diagnóstico e tratamento adequado e minimizar o desconforto e evitar complicações.

Dr. Josualdo Euzébio enfatiza que uma alimentação balanceada e a prática de atividade física, são muito importantes. A atividade física melhora a bomba muscular da panturrilha, melhorando o retorno venoso, o uso de meias de compressão graduada com indicação médica também é um grande aliado.

Em relação ao tratamento, o cirurgião vascular informa que cada paciente precisa ser avaliado com exame físico e se necessário exames auxiliares para complementar o diagnóstico. Existem várias modalidades de tratamento sendo escleroterapia, escleroterapia a laser, escleroterapia com espuma, cirurgia com retirada de varizes, endolaser, radiofrequência.

Além disso, existem alguns medicamentos que podem apresentar alivio dos sintomas e sempre lembrando que as meias de compressão são um grande aliado.

O especialista lembra que é fundamental seguir algumas recomendações importantes para que o tratamento tenha eficácia e consultar um cirurgião vascular ou angiologista para uma avalição e orientação especifica para cada pessoa.

 

domingo, 1 de agosto de 2021

A importância da comida "de verdade"

 


 A profa. Maria Claudia H. Gomes dos Santos, coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Anhembi Morumbi, desmistifica mitos relacionados com a comida e à forma como lidamos com ela nos dias de hoje. Desfazendo pré-conceitos e resgatando significados que muitas vezes descartamos, afinal de contas, quando o bolo, aquele da avó, virou vilão?

Já faz um tempo que comer se tornou um desafio. Recebemos informações sobre nutrientes e nutrição a todo momento e por todos os meios de comunicação. Não conseguimos mais comer comida, somos influenciados a consumir "superalimentos", aqueles ricos em vitaminas, minerais, compostos bioativos, entre outros, além de nos desencorajarem a consumir alimentos ricos em açúcares, gorduras e até carboidratos.

"Isso fica bem claro quando paramos para pensar sobre nossas atitudes em relação aos alimentos", diz Maria Claudia. "Eu, por exemplo, como nutricionista, ouço muito as pessoas falarem que tem vergonha de dizer o que comeram, que eu não ficarei feliz com o que ela comeu ou simplesmente evitam comer ao meu lado, com medo do julgamento. Tudo bem, sou nutricionista e talvez conheça mais a composição nutricional dos alimentos - talvez mesmo, porque tem muitos ´leigos` que sabem mais sobre nutrientes do que eu - porém, o julgamento também vem de pessoas que não são profissionais e que se acham no direito de julgar o que as pessoas comem ou deixam de comer".

Tudo isso é um reflexo de como vemos atualmente o comer. Comer virou simplesmente uma forma de fornecer combustível para o nosso corpo. Abandonamos fatores importantes relacionados à alimentação e comida. Comer é um ato que vai além do biológico. Precisamos saber que comer é um ato cultural, econômico, familiar, social e, também, biológico.

Quem não lembra da comida da mãe, do bolo da avó? E o arroz com feijão, a feijoada? Pratos que vão muito além do valor nutricional. Essas comidas têm história, sabor, lembrança. Sim, comida é mais que alimento, é o alimento simbolizado. A partir do momento que comer virou obrigação ou uma forma de nos nutrir, paramos de nos permitir sentir prazer em comer e quando sentimos prazer trazemos junto a culpa, pois se traz prazer não deve ser bom para a saúde.

O bolo da vovó é muito mais que um alimento, é uma comida. Traz além de nutrientes (sim, bolo tem nutrientes), lembranças, prazer e nos leva para outro momento, outro lugar. Para estimular especialistas e leigos de todas as regiões, a chef Taila Siqueira, do curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, compartilha uma deliciosa receita de bolo de fubá, com gosto de infância e cheiro de casa de vó. Pré-aqueça o forno e mãos a massa!

Bolo de Fubá

Ingredientes:

2 xícaras (chá) de leite

2 ovos

1 colheres (sopa) de manteiga

1 xícara (chá) de açúcar

1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado

3/4 de xícara (chá) de fubá

1 colher (sopa) de farinha de trigo

1/2 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de preparo:

Bata em um liquidificador o leite, os ovos, a manteiga e o açúcar até obter uma massa homogênea.

Em uma vasilha, coloque o queijo parmesão, o fubá e a farinha de trigo. Adicione o conteúdo do liquidificador e misture bem.

Acrescente o fermento em pó e termine de misturar. Unte uma forma com manteiga e polvilhe com fubá. Asse em forno pré-aquecido a 170°C por aproximadamente 60 minutos. Depois de assado, desenforme e polvilhe com açúcar e canela a gosto.

Vamos voltar a comer o bolo da vovó?

 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Você conhece a medicina Ayurvédica?

 


Uma experiência de imersão para detoxificação do corpo, da mente e da alma chamada de Panchakarma. É a chamada medicina Ayurvédica, conhecida também como medicina dos Vedas, esta talvez tenha sido a mãe de todas as medicinas ou sistemas de saúde, e abriga conhecimentos integrativos resgatados nos dias de hoje. A médica e pesquisadora Ana Carolina Rocha, professora de cosmiatria desde 2005, doutoranda e palestrante internacional explica mais sobre isso.

Considerada uma medicina milenar pré-ciência iniciada há cerca de 6 mil anos, ela hoje se respalda cientificamente e apoia a medicina alopática com tratamentos fitoterápicos eficazes e que buscam o reequilíbrio e vai muito além de uma proposta de cura pessoal a partir da boa alimentação e da fitoterapia.

A Ayurveda é uma filosofia de vida. Ela se assemelha à vida de um yogue, que busca o auto-cuidado regular, exercícios para o corpo, a mente e o espírito (meditação), horários de atividade de acordo com o nosso ciclo circadiano, ponderação e a prática da não-violência.

Ayurveda é a medicina milenar da índia, onde o autocuidado e a cura acontecem de forma natural. Na ayurveda a alimentação também é divida em três aspectos, gunas: Sattva, Rajas e Tamas. Esses gunas estão presentes em cada um de nós e nos alimentos, e por esse motivo podem ser enfatizados ou reduzidos com base no consumo de certos alimentos. Dada a natureza mutável do ser humano, os gunas também mudam constantemente e é possível que um dos três domine os demais em um determinado período da vida.

A Ayurveda foi a primeira medicina a revelar a importância da flora intestinal para todos os nossos sistemas e como o nosso trato digestivo se relaciona com o cérebro. Muitos estudos recentes, assim como um deste ano (sobre a capacidade do intestino de modular uma neuroproteção (defendendo ou prejudicando o tecido cerebral) demonstram esta relação intestino e cérebro que a Ayurveda tanto aborda. Segundo ela, a maioria das nossas doenças têm origem em toxinas alimentares que afetam nossa flora intestinal (disbiose), e depois afetam outros órgãos e sistemas, como o cérebro (afetando o humor e predispondo a doenças neurodegenerativas, por exemplo).

Para melhorar isso, ela trata o indivíduo individualmente através de métodos de detoxificação com ghee e ervas medicinais (pelas vias excretórias), e, depois desta limpeza, uma dieta leve, com muitos vegetais frescos e orgânicos, muito chá, morno ou quente, e diversas especiarias de ação digestiva. Ela também propõe evitar alimentos incompatíveis (que fazem estas toxinas, ou "ama", se acumularem no organismo, "colarem" no trato digestivo e outros órgãos, dificultando a digestão e causando empazinamento, distensão e outros sintomas, a princípio). A dieta "anti-ama" ou preventiva destas toxinas, é, aos olhos da medicina integrativa, conhecida como uma modulação epigenética, parte do estudo da Genômica Nutricional.

De acordo com a Ayurveda, somos vistos como um todo, mente, corpo e alma, e em constante interação com a natureza e as estações do ano. Portanto, a dieta que comemos em uma estação deve ser diferente das demais, e a dieta de um indivíduo nunca será igual ao de outro. Além disso, nunca se deve comer a mesma coisa sempre, pois o que te faz bem hoje pode fazer mal amanhã, e vice-versa. Outra verdade pregada pela Ayurveda é que a diferença entre o remédio e o veneno está apenas na dosagem (Paracelso - Médico do século XVI).

Com cursos de fitoterapia ayurvédica e alimentação funcional segundo a Ayurveda, a médica dra. Ana Carolina, com formação, mestrado e doutorado (em curso) na área de dermatologia, conta que mudou a sua vida após adquirir conhecimentos desta área médica fitoterápica, e explica como a mesma a auxilia também nos tratamentos de seus pacientes.

"A visão diagnóstica da ayurveda é bem mais ampla que a alopática, e nos auxilia em casos complexos, quando pacientes não respondem a um tratamento ou possuem um quadro inflamatório crônico, e precisam reduzir o número de medicamentos em uso. Temos precisado muito de uma visão holística e integrada nos dias de hoje, em que as pessoas estão estressadas, ansiosas, fadigadas, impacientes, "doentes da alma", com ritmos de vida totalmente diferentes daquele ideal, de acordo com o nosso ciclo circadiano e hormonal (que vai de encontro à presença ou ausência da luz solar)", explica.

Ela conta que a Ayurveda auxiliou sua compreensão do paciente quando diante de questões como alergias e urticárias crônicas, a partir da visão dos doshas (tipo de "temperamento" de cada indivíduo, segundo este sistema de saúde) e também dos gunas (as três "tendências" - sattva, rajas e tamas - que caracterizam um comportamento ou estado mental, que pode ser mais proativo, mais relapso, instável ou até depressivo).

"Como estamos em constante transição de momentos, etapas pessoais e profissionais, estações do ano etc, estas influências comportamentais se alteram ou se desequilibram, trazendo alguns transtornos ao paciente, como irritabilidade, insônia, perda de memória, alterações do humor e síndromes disabsortivas (dentre outros) que alteram a qualidade de vida do paciente. Com esta compreensão ampliada, conseguimos prever o comportamento do paciente quanto ao uso das prescrições a partir dos "doshas", pois alguns são tipicamente indisciplinados para seguirem (ou não) uma rotina de medicamentos e cuidados".

Se a médica já sabe que aquele paciente é Kapha (elemento terra), ele tende a não ter disciplina no tratamento homecare, e é melhor partir para procedimentos no consultório, e destes com menos necessidade de regularidade de sessões. Este paciente também tende a reter liquidos, com maior chance de ter celulite (mulheres), gordura localizada e sobrepeso. Suplementos e chás à base de gengibre e ativos de ação digestiva são recomendados para estes pacientes.

Alguns pacientes, por exemplo os Vata, tendem a ter a pele, cabelos e unhas mais secos que os demais, e são mais refratários aos tratamentos convencionais. Precisam de fitocosméticos mais gordurosos e pesados, como manteigas vegetais (e o ghee se torna um ótimo aliado para eles, tanto nos alimentos quanto em cremes manipulados individualmente). Sendo ele os elementos éter e ar, também pode sofrer com inchaço, e fitoterápicos adaptógenos (que auxiliam na resposta do organismo ao estresse) são excelentes auxiliares na sua qualidade de vida e bem-estar.

"Este tipo de paciente também tende a sofrer mais com gases, edema, constipações (segundo a medicina indiana, por excesso do ar em seus sistemas). Por outro lado, quem é Pitta (elementos fogo e água) tem um estilo de vida dinâmico, com muitos horários pré-determinados, gosta de se programar, mas costuma ter mais risco de ter gastrite, refluxo, irritações intestinais e questões inflamatórias crônicas. Na medicina integrativa é visto como um "paciente inflamado". Estes pacientes merecem uma atenção especial quanto à inflamação para o resto da vida, lançando mão de alimentos ou suplementos contendo cúrcuma, hortelã, camomila", fala.

Em tempos em que todos buscam acolhimento, esta milenar medicina ainda prega as massagens regulares com óleos. Elas, associadas ao yoga e alimentos digestivos, auxiliam muito nos gases e prisão de ventre. Pode ser uma auto-massagem ou uma massagem profissional, e os óleos podem ser aqueles indicados para o seu dosha, que, uma vez equilibrado, alivia seu estresse e promove bem-estar. O óleo podem ser uma combinação de gergelim com tais ervas medicinais, ou um óleo pronto ou manipulado para aliviar o desequilíbrio dos seus doshas. Muitas vezes são usados patchuli, hortelã-pimenta, gengibre, sândalo, alecrim, anis, cardamomo, laranja doce e laranja amarga (esta é muito empregada na dermatologia de uso oral e tópico, para tratar gordura localizada e celulite. As massagens nos reconectam com o nosso corpo, assim como o yoga, promovendo grande bem-estar.

Interessante como a ayurveda ressurge científica e oportunisticamente, também com a busca atual das pessoas por tratamentos naturais e alimentação orgânica, vegetariana ou vegana. Ela advoga por um tratamento holístico integrado, que complementa a medicina alopática em diversos aspectos. Com o auxílio da fitoterapia (que a Dra.. Já emprega em seus tratamentos há 20 anos, combinado com nanotecnologia), o diagnóstico auxiliar dos doshas e uma percepção mais ampla do que o paciente necessita de acordo com seu estilo de vida e estação do ano, o tratamento fica mais completo e a chance de o paciente não aderir ao tratamento reduz incrivelmente.

Na ciência Ayurveda, repleta de estudos científicos na atualidade, a nossa alimentação interfere na saúde da pele. Percebemos que um organismo inflamado e com muitas toxinas tende a ter mais melasma, hidra.denite, foliculite e acne, por exemplo (assim como a medicina alopática convencional). Mas há vezes em que o tratamento da medicina alopática sozinho não consegue eliminar estes problemas recorrentes, e uma terapia ayurvédica associada pode ajudar a detoxificar o organismo, desinflamar o paciente e melhorar enormemente a pele. Para o melasma, chá verde, açafrão, alcaçuz e o ativo indiano Masoor dal são ótimos aliados. E, assim como estes, outros ativos formidáveis ampliam nosso arsenal terapêutico, seja via oral ou tópica, promovendo bem-estar e aliviando o estresse do paciente, melhorando resultados clínicos.

Segundo a Ayurveda "a gente não é o que a gente come, mas o que a gente digere", o que nos faz refletir se estamos mesmo com saúde plena, absorvendo todos os nutrientes que recebemos dos alimentos, ou se estamos acumulando toxinas no organismo... O que irá nos fazer apresentar sintomas digestivos, e até sistêmicos, em algum momento da vida, conforme nossa propensão invidiual e o estilo de vida (sobretudo alimentar e de sono) que estamos levando.

A Ayurveda se baseia nos ensinamentos milenares dos espirituais védicos. O nome vem do Sânscrito Ayur = Vida e Veda = Conhecimento ou Verdade. É o conhecimento que permite viver em harmonia, para preservar a vida, com longevidade. É interessante observar o quão bem cuidadas e rejuvenescidas as pessoas seguidoras deste estilo de vida são.

Para dra. Ana, a Ayurveda, inclusive, possui vários tratamentos de regeneração celular que têm ação rejuvenescedora comprovada. "É mais que um ramo da ciência médica, mas um estilo de vida, uma forma de se viver integrado e em harmonia com a natureza, onde a saúde significa equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Seus tratamentos permitem a eliminação de toxinas do corpo e da mente, promovem o rejuvenescimento do organismo e do fortalecimento do sistema imunológico", finaliza.

 

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Por conta da pandemia crianças têm mais doenças oculares

 


O isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 tem acelerado tendências e trazido mudanças nas formas de trabalho, estudo e relacionamentos. Tarefas antes praticadas presencialmente passaram a ser realizadas por intermédio de telas de computadores, tablets e smartphones, e esta mudança está trazendo grandes danos à saúde dos olhos.

De acordo com o dr. Flávio Gaieta Holzchuh, médico oftalmologista do Hospital Geral de Carapicuíba (HGC), gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", apesar de as mudanças representarem um avanço tecnológico, elas representam também um risco à saúde ocular.

"Quando existe uma exposição prolongada ao que chamamos de vídeo terminal, notamos alterações na musculatura ocular responsável pela acomodação, bem como a diminuição da frequência do piscar. Consequentemente, o fato acarreta o surgimento de sintomas como sensação de olho seco, dificuldade de mudança de foco, cansaço ocular e cefaleia", explica o especialista.

Com dados da China, um estudo publicado recentemente pelo Journal of the American Medical Association (JAMA) revela que a miopia, entre crianças de 6 e 8 anos, aumentou cerca de três vezes em 2020, quando comparada ao mesmo período entre 2015 e 2019.

O uso intenso das telas pode estar relacionado também à hipermetropia - dificuldade em ver de perto -, e ao astigmatismo, um defeito na curvatura da córnea que tende a manifestar-se com a sensação de borrões e de visão duplicada em objetos.

"Essas doenças acometem indistintamente a população mundial em todas as faixas etárias e podem ser facilmente corrigidas com a prescrição de lentes corretivas", complementa o especialista.

Além das patologias oculares, existem também aquelas que atingem uma faixa etária específica ou que são decorrentes de outras doenças de base, como a presbiopia, degeneração macular relacionada à idade; as retinopatias diabética e hipertensiva; e a catarata, entre outras.

O médico alerta que muitas destas doenças são insidiosas. Por esse motivo, a população tende a negligenciá-las. Dois grandes exemplos são as manifestações oculares em decorrência do mau controle do diabetes e do glaucoma, que estão entre os principais causadores da cegueira no mundo.

Prevenção

A melhor forma de prevenir as doenças oculares é por meio da realização de consultas anuais de rotina com o médico oftalmologista. Dr. Flávio recomenda que elas sejam feitas ao menos uma vez ao ano.

"O oftalmologista é o único profissional habilitado para cuidar da saúde ocular em todos os seus aspectos e que pode prescrever correções ópticas, medicamentos ou outros tratamentos necessários a cada caso específico", afirma.

O médico também alerta para a importância de campanhas que incentivem a visita ao especialista, pois elas têm suma relevância no que diz respeito à informação e à conscientização da população.

"Muitas pessoas só passam a ter ciência de determinados problemas de saúde após a leitura de notícias ou campanhas publicitárias alusivas a estas causas específicas."

Tratamento

Pessoas que sofrem de miopia, hipermetropia e astigmatismo podem ter os danos à visão reduzidos por meio do uso dos óculos de grau e das lentes de contato corretivas, que devem ser prescritos pelo médico oftalmologista.

Em alguns casos, ainda é possível obter um resultado permanente graças à cirurgia a laser. Porém, cada caso deve ser avaliado de forma individual pelo especialista.

Segundo o médico, caso apresente algum sintoma de visão embaçada, turva, dores na região dos olhos ou dores de cabeça frequentes, é recomendado marcar um oftalmologista.

"Quanto antes a causa do problema for identificada, mais eficaz será o tratamento para a melhoria da visão e da qualidade de vida do paciente."

 

sábado, 24 de julho de 2021

Por que ganhamos peso no inverno?



O ganho de peso durante o inverno é um problema comum. Não é preciso dizer que todos nos sentimos muito menos motivados a ir à academia e que preferimos comer alimentos como massas, molhos cremosos, chocolate quente, vinhos etc.

Além disso, os dias são mais curtos, nublados e sombrios. E com a luz solar reduzida, pode ocasionar desequilíbrios de substâncias químicas cerebrais chamadas neurotransmissores (serotonina) que alteram o humor, o sono e a disposição. Essa queda nos níveis de serotonina também pode resultar em Transtorno Afetivo Sazonal resultando em desejo por alimentos mais palatáveis com alto teor de açucares e gorduras.

Para a nutricionista Adriana Stavro, outro fator é a temperatura corporal. A medida que o frio aumenta, nosso metabolismo acelera a fim de estabilizar a temperatura corporal, com isso precisamos de mais energia para atender a demanda extra. Outro fator é a falta de vitamina D. Pesquisas indicam que a deficiência desencadeia ganho de peso. Nos meses de verão, 90% da vit. D é sintetizada pela exposição solar, essa taxa cai muito no inverno devido à ausência de sol.

Como podemos evitar o ganho de peso?

Quando olhamos para as principais razões do ganho de peso, percebemos que consumimos mais e gastamos menos energia nesta estação. Este desequilíbrio pode promover aumento de gordura corporal, principalmente se for mantido por muito tempo. Por isso é importante observar quanto, como, quando e o que comer durante os meses de frio.

Confira algumas sugestões da nutricionista:

Avalie a sua fome e fique atento ao tamanho das porções - Quando o estômago está vazio, ele pode conter cerca de uma xícara de chá de comida e é capaz de esticar para acomodar até quatro. Mas apenas porque seu estômago pode se adaptar com mais quantidades, não significa que você precise. Familiarizar-se com o tamanho das porções é um bom começo para controlar o peso. É possível ajustar sua ingestão, com base nas suas necessidades pessoais e fisiológicas.

Pensem nessas três perguntas: Estou com fome ou estou com sede? Estou com fome ou entediado? Estou com fome ou apenas cansado dos dias mais curtos, escuros e frios?

Beba mais chás - Não há nada mais reconfortante que uma xícara de chá bem quente em um dia frio de inverno. Uma xícara de chá não só aquece o corpo, mas também aumenta a imunidade, ajuda a tratar resfriados e mantem o intestino saudável. Os chás são, sem dúvida, uma fonte de aromas únicos e vitaminas importantes.

Outro ponto importante é o tipo de nutrição. A mudança da estação não significa que sua alimentação deve ser baseada em carboidratos refinados, açúcares e gorduras. Sopas de abóbora e de feijão, legumes assados e proteínas magras e grelhadas são boas opções. Experimente um chocolate quente sem açúcar e com leite magro. Um café da manhã equilibrado e com boas fontes de proteína (ovos, queijo branco), ajuda a manter a fome durante o dia.

Como em outras épocas do ano, é importante manter a prática de exercícios físicos diários. Tente encontrar uma atividade que goste, para permanecer ativo durante os meses de inverno.

Não beber água pode ser outro problema. Estar um pouco desidratado pode imitar a sensação de fome, fazendo com que você procure comida quando realmente é água que seu corpo precisa. Mas o baixo consumo de água não causa apenas ganho de peso, como também provoca fadiga.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Como combater o sedentarismo?

 


O início dos Jogos Olímpicos de Tóquio se tornou o foco de parte da população que adora acompanhar as competições de diferentes categorias esportivas. Entretanto, o assunto chama atenção para outro tema bastante relevante: o sedentarismo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 25% dos adultos em todo o mundo são sedentários e, entre os adolescentes, essa taxa piora, chegando a 81% de jovens que não praticam exercícios.

Porém, a prática de atividade física é essencial e, além dos benefícios que oferece em qualquer tempo, tanto para a saúde física quanto mental, ela é especialmente importante neste momento, devido a pandemia da Covid-19.

"De acordo com os dados divulgados pela OMS, mais de 5 milhões de pessoas morrem anualmente em razão do sedentarismo. Por isso, em tempos de pandemia e UTIs lotadas, os exercícios físicos são de extrema importância para combater tanto a Covid-19, quanto o sedentarismo", alerta o educador físico e membro da DoctoraliaWerico Rodrigues .

Além disso, a longo prazo, a prática frequente diminui os riscos de desenvolver diversas doenças, que vão da gripe ao câncer, passando por diabetes, hipertensão, depressão e doenças articulares. As atividades físicas rotineiras também deixam o corpo mais saudável, ou seja: elas resultam na melhora da aptidão muscular e cardiorrespiratória, além da redução do risco de queda e de fratura de quadril e vertebral.

E como começar?

Werico explica que para aqueles que desejam iniciar do zero, sem experiência prévia na prática de atividade física, a melhor coisa a se fazer é buscar por um profissional de educação física para ter um atendimento personalizado. "Provavelmente, ele irá te orientar de forma individualizada, considerando sua realidade e condição física, o que é bastante importante", detalha. No entanto, para aqueles que não possuem problemas de saúde e buscam começar aos poucos, uma caminhada leve, de meia hora, é o suficiente para o início de uma rotina mais ativa.

"A melhora na qualidade de vida e na saúde começa com pequenos passos. Se achar necessário, busque por um profissional que possa te orientar, mas outra opção interessante é investir em caminhadas ou passeios de bicicleta, por exemplo. Dessa forma, estará ao ar livre, fazendo algo leve e até mesmo divertido, que também pode ser uma oportunidade para relaxar e espairecer a mente", completa.

Alongue-se!

O alongamento geralmente está relacionado ao início ou ao final de algum exercício, isso porque essa prática prepara a musculatura para determinada ação que irá ocorrer e, também, pode ser utilizada como um trabalho de resfriamento para acalmar o corpo. Trata-se de uma atividade física que tem como objetivo aumentar a amplitude articular, então não deixe de incluí-la pelo menos antes de iniciar algum exercício!

Além disso, o alongamento também pode ser o exercício principal da sua rotina, sabia? "Pessoas com dores articulares no quadril, por exemplo, ou até mesmo com dores na lombar, podem aderir a prática como atividade diária, uma vez que o exercício promove a sensação de alívio, trabalhando a mobilidade e fazendo com que as dores sejam menos intensas", explica Werico.

Foque na constância

Há quem diga que é necessário praticar exercícios todos os dias para ter uma vida realmente saudável, mas, todos sabem que, entre a correria do trabalho e a vida pessoal, nem sempre sobra espaço para a prática diária. Segundo a OMS, o ideal é que se pratique atividades físicas no mínimo três vezes por semana, dando preferência para os exercícios aeróbicos e neuromusculares. "Tente definir um horário no dia que será destinado ao exercício físico escolhido, mantendo a constância de pelo menos três vezes na semana. Caso não consiga ir no dia X, tente repor no dia seguinte e assim por diante. O importante é não desanimar!", completa o educador físico.

 

terça-feira, 20 de julho de 2021

A importância dos exercícios físicos para os diabéticos

 


De acordo com o Atlas de 2019 da International Diabetes Federation (IDF), o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking de países com o maior número de casos de diabetes, ficando atrás da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Os dados também apontam que, do total de 16,8 milhões de brasileiros, 95 mil portam diabetes tipo 1.

Medicações e mudanças nos hábitos alimentares são os principais tratamentos contra a doença, mas praticar exercícios físicos regulares também favorecem muito. "Qualquer atividade física pode e deve ser praticada pelo paciente com diabetes, pois ajuda muito no controle da glicemia e assim será possível reduzir as doses de insulina ou das medicações", disse Bruna Manes Laudano, médica especializada em endocrinologia.

E o ideal é seguir as recomendações estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS): praticar 150 minutos de exercícios semanais, intercalando entre treinos anaeróbicos (musculação) e aeróbicos (corrida, caminhada). "Se o paciente estiver com a glicemia controlada, o exercício vai ajudar a manter o controle. Porém, se ela estiver descompensada, o paciente pode entrar em cetoacidose", alerta.

Não exagere nos treinos

Mencionado pela doutora Bruna, a cetoacidose diabética é um quadro de descompensação de diabetes por falta da ação de insulina, que, se não tratado, pode levar ao coma. Os sintomas incluem sede, micção frequente, náuseas, dor abdominal, fraqueza, hálito cetônico (odor característico, similar ao de frutas envelhecidas) e confusão mental.

Assim, ela alerta os pacientes com diabetes tipo 1, pois eles "devem ter mais cuidado com a hipoglicemia, que pode aumentar durante o treino. Eles devem sempre avaliar a glicose no pré-treino e se alimentar corretamente para praticar a atividade física", ressaltou.

Segundo a especialista, uma observação é muito importante: "NÃO podem realizar qualquer atividade física os pacientes com glicemia maior que 250NG/DL e que apresentem sinais de cetose, e indivíduos o qual a glicemia for maior que 300NG/DL, seja com ou sem cetose".