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segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Ansiedade e depressão são as doenças mais comuns e acompanhamento contínuo é importante



As preocupações com a saúde mental se intensificaram nos últimos anos em razão do ritmo acelerado, das situações de estresse e de diversas dificuldades do dia a dia, o que fez com que muitas pessoas desenvolvessem transtornos mentais, sendo os mais comuns a ansiedade e a depressão. A Organização Mundial de Saúde estima que mais de 450 milhões de pessoas vivam com depressão, representando 5% da população mundial. Circunstâncias como a pandemia de covid-19 agravaram o quadro e trouxeram mais preocupações a respeito da doença.

“A ansiedade e a depressão são os transtornos mais vistos na sociedade hoje em dia, até por conta da sociedade em que vivemos, tendo relação com possíveis perdas, cobranças, algum cenário adverso no trabalho ou na vida cotidiana, como aconteceu no caso da pandemia, por exemplo. Ainda há possibilidade de se estar envolvidas questões genéticas, que podem concernir episódios traumáticos ou casos vindos da infância, por exemplo, ou até mesmo relacionado ao ambiente em que o indivíduo vive, viveu ou foi criado. São múltiplas as causas a estarem envolvidas”, explica Marina Balieiro, psicóloga do Hospital Edmundo Vasconcelos.

A especialista afirma que a adoção de hábitos saudáveis e um acompanhamento constante sobre as questões de saúde mental são essenciais para evitar o aparecimento da doença. “Se a pessoa tiver um hábito de vida saudável, praticar atividade física e conseguir expor e verbalizar as situações da vida e as dificuldades existentes, ainda que apenas com amigos, já é um primeiro passo importante. Mas é importante procurar um psicólogo e a terapia também pode ajudar muito nesse processo”, detalha.

Em alguns casos, um especialista, seja psicólogo ou psiquiatra, também poderão ficar atentos caso o quadro exija medidas mais severas. “No caso de diagnóstico da doença, o médico psiquiatra pode orientar e identificar se o uso de uma medicação e qual delas pode ser necessário”, explica.

Sobre o Hospital Edmundo Vasconcelos
Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Hospital Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.000 médicos. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 - Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o primeiro lugar no Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar na categoria Saúde - Hospitais, conquistado por três anos consecutivos, 2017, 2018 e 2019.

Foto: Freepik

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Janeiro Branco: saúde mental em foco

 


 A campanha Janeiro Branco tem como objetivo chamar a atenção para as questões e necessidades relacionadas à saúde mental e emocional das pessoas. Em um momento no qual a pandemia de Covid-19 está prestes a completar um ano de duração no Brasil, o incentivo ao cuidado mental se mostra cada vez mais necessário, seja entre os pacientes, seja entre seus familiares.

De acordo com Rodrigo Lancelote Alberto, médico psiquiatra e diretor técnico do CAISM-FR (Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental de Franco da Rocha), gerenciado pelo Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" (CEJAM) em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, a fase mais recente da pandemia tem gerado sentimentos de desgaste e desesperança, que levam as pessoas a procurarem por atendimento psiquiátrico ou psicológico na rede pública de saúde.

"O tempo decorrido desde o início da pandemia e do isolamento é grande, especialmente se consideramos as diversas modificações de hábitos que foram impostas de maneira abrupta às pessoas. Houve um rompimento das rotinas, um medo crescente e constante diante das notícias com os números de mortos e infectados, além dos impactos financeiros/sociais e da redução das práticas esportivas e de lazer por conta do isolamento", explica o especialista.

Nesse sentido, um dos objetivos da campanha Janeiro Branco é estimular a manutenção dos tratamentos daqueles que já os faziam antes da pandemia, e que, por algum motivo, reduziram as consultas e o acompanhamento, e também incentivar que novos pacientes procurem por auxílio profissional para tratar possíveis desordens mentais e emocionais.

"O tratamento psiquiátrico, basicamente, tem algumas fases: aguda, continuidade e manutenção. Ou seja, é necessário um seguimento de consultas para ajustes e avaliações clínicas com o objetivo de atingir a cura ou, pelo menos, o maior alívio do sofrimento e melhora da qualidade de vida possível", afirma o médico, ressaltando os possíveis prejuízos causados a quem interrompe os tratamentos de forma abrupta.

"Vale lembrar que nenhum tratamento deve ser interrompido por conta própria, independentemente da doença que se busque curar ou acompanhar. Interromper de forma abrupta ou antecipada o tratamento psiquiátrico ou psicológico pode trazer prejuízos como, por exemplo, os efeitos físicos e psíquicos da retirada de alguns tipos de medicamentos, assim como o retorno precoce dos sintomas. Isso facilita e intensifica uma possível recaída e/ou uma recorrência da doença", completa.

Ajuda familiar e tratamento

O apoio familiar para quem manifesta sintomas de desordem mental ou emocional é essencial, seja na pandemia ou fora dela. Alberto ressalta que, no dia a dia, familiares e amigos podem reconhecer os sintomas, quando a pessoa apresentar características como ansiedade, tristeza e falta de motivação sem qualquer motivo aparente ou de forma mais intensa e duradoura do que seria comum.

"A função da família e pessoas próximas é fundamental, pois, em muitos casos, o esforço contínuo e desmedido da pessoa em manter sua rotina é tão grande que não se percebe ou então não se observa a privação e os prejuízos que ela sofre em sua qualidade de vida. Ou seja, através de um esforço muito intenso, o paciente tende a esconder, de si e dos outros, os problemas mentais e emocionais que possa estar enfrentando, retardando a busca por tratamento", explica o médico.

O tratamento de transtornos psiquiátricos requer a adoção, em conjunto, de medicamentos e terapia. A individualização do tratamento faz com que o objetivo possa ser alcançado de forma mais rápida, eficaz, adequada e consistente.

"Portanto, jamais o paciente deve se automedicar ou tomar remédios de conhecidos ou familiares. Além disso, a terapia sempre deve ser realizada com profissional habilitado, pois vai muito além de uma simples conversa ou bate-papo. Por fim, e não menos importante, cada pessoa necessita manter as rotinas, alimentação saudável e reservar tempo para atividades de lazer e atividades físicas. Deve-se, ainda, evitar excessos de informações neste momento, reservar horas de sono suficientes e não consumir drogas", complementa.

Janeiro Branco

A campanha é realizada no primeiro mês do ano porque é nesse período que as pessoas, em termos simbólicos e culturais, procuram pensar e avaliar suas vidas, suas emoções e suas relações sociais.

A ideia da cor da campanha é promover o entendimento de que, como uma folha ou uma tela em branco, todos podem ser inspirados a (re) escreverem suas próprias histórias. E que, nesse sentido, o auxílio psiquiátrico e psicológico pode ser fundamental para enfrentar desordens de ordem emocional ou psíquicas.

Além de conscientizar, a campanha busca combater tabus e mudar paradigmas sobre a saúde mental, promovendo palestras, oficinas, cursos, materiais de divulgação e abordagem de pessoas em espaços públicos. Em 2021, por conta da pandemia de Covid-19, a ação tem priorizado espaços abertos e formatos online.


 

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Saiba quais são os transtornos mentais mais comuns na terceira idade


Segundo o mais recente relatório global da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 10 pessoas no mundo sofrem de algum distúrbio mental. Esse dado representa 10% da população mundial – aproximadamente 700 milhões de pessoas – que sofrem com a perda de uma parte da reserva funcional cerebral, o que os torna mais vulneráveis para lidar com o estresse, relacionamentos interpessoais e até mesmo a qualidade de suas escolhas.

De acordo com Edson Issamu, neurologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, não existe uma definição explícita para o termo saúde mental pelo fato de existirem diferenças culturais e julgamentos subjetivos que interferem neste conceito. Na verdade, segundo o especialista, essa expressão é usada para descrever o nível de qualidade cognitivo-emocional (capacidade de identificar sentimentos e emoções) de cada indivíduo, que interfere no nosso bem-estar emocional, psicológico e social, afetando também o modo como pensamos, sentimos e agimos.

No caso dos idosos, a geriatra Aline Thomaz explica que são muitos os fatores que influenciam na saúde mental, mas o processo biológico do envelhecimento, por si só, não vem associado a qualquer doença, mas sim à diminuição das nossas reservas funcionais. “Experiências de vida (trauma ou abuso), fatores biológicos e genéticos, fatores externos típicos da vida moderna (como o estresse), problemas familiares e luto por perdas de pessoas próximas, além da frustração por não poderem mais realizar algumas atividades que antes faziam parte do seu dia a dia, são alguns dos aspectos que podem favorecer o aparecimento das doenças psíquicas”, detalha a médica do Hospital São Camilo.

Entre as condições mentais que mais afetam a terceira idade, a geriatra destaca os casos de depressão, transtornos de ansiedade (pânico e transtorno de ansiedade generalizada), bipolaridade, esquizofrenia e demência – sendo que o principal tipo é a Doença de Alzheimer, seguida pela Demência Vascular.

A geriatra explica as condições mentais que mais afetam a terceira idade:

Depressão – A condição leva a pessoa a se sentir desanimada, triste, desamparada, desmotivada ou desinteressada pela vida em geral. Temos dois tipos de casos: a depressão reativa, ou seja, quando esses sentimentos duram por um curto período de tempo e os sintomas desaparecem com a resolução do problema que a ocasionou ou uma depressão maior, que perdura por mais de duas semanas e interfere nas atividades do dia a dia, como cuidar da família, da vida social, do desempenho profissional ou escolar, requerendo tratamento especializado.

Bipolaridade – Também conhecido como doença maníaco-depressiva, é um transtorno mental que causa mudanças incomuns no humor, nos níveis de atividade e na capacidade de realizar as tarefas do dia a dia. Ocorre alternância de episódios de euforia (mania) e de depressão, com intervalos de normalidade. Tanto um episódio quanto o outro envolvem mudanças claras no humor e nos níveis de atividade.

Esquizofrenia – Uma doença cerebral crônica que afeta cerca de 1% da população mundial. Ela apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico que podem incluir delírios, alucinações, problemas com o pensamento e concentração e falta de motivação.

Demência – Descreve um conjunto de sintomas que podem incluir perda de memória, dificuldades de linguagem e pensamento, além de incapacidade para resolver os problemas. Muitas vezes, estas mudanças são sutis na fase inicial da doença, mas irão progredir ao longo do tempo, afetando fortemente o seu cotidiano. A pessoa pode apresentar mudanças em seu humor e comportamento e chegar ao ponto de não mais conseguir cuidar de si mesma.

Aline também ressalta que a depressão e a ansiedade podem melhorar com tratamento e, em muitos casos, o paciente se recupera completamente, podendo obter a cura. “Há tratamentos com medicamentos específicos e psicoterapia que, especialmente juntos, são muito eficazes”, explica. “Já o Alzheimer e a esquizofrenia são doenças incuráveis que podem ser controladas, porém tem caráter progressivo e irreversível”.


Por isso, a geriatra alerta para vários sinais, sintomas e comportamentos suspeitos, como afastar-se das pessoas e das atividades usuais, ter pouca ou nenhuma energia (anedonia), dores frequentes e/ou dores inexplicáveis, sentir-se confuso, esquecido, irritado, chateado, preocupado ou com medo, apresentar mudanças de humor, pensamentos negativos e persistentes, ouvir vozes ou acreditar em coisas que não são verdadeiras, pensar em machucar a si mesmo ou aos outros e ser incapaz de executar tarefas cotidianas, como cuidar de seus filhos, da casa ou das atividades de trabalho.

As pessoas também devem manter uma saúde mental positiva como alternativa para evitar essas condições mentais durante o processo de envelhecimento. “É importante desempenhar todo o seu potencial, enfrentando as tensões do cotidiano, sendo produtivas no trabalho (incluindo o serviço voluntário) e fazendo contribuições significativas para as suas comunidades”. Entre as recomendações estão “uma vida social ativa, ser positivo em relação à vida e a si próprio, manter-se fisicamente ativo, ajudar os outros (o voluntariado é uma ótima opção), dormir o suficiente – sentir-se disposto no dia seguinte e não cansado ou sonolento durante o dia – e desenvolver habilidades para o melhor enfrentamento dos problemas”, aconselha a profissional.