quinta-feira, 11 de junho de 2015

Síndromes mielodisplásticas: mitos e verdades



As síndromes mielodisplásticas (SMD) são um grupo de doenças hematológicas malignas que se iniciam na medula óssea, nosso órgão hemoformador, responsável pela formação do sangue. Por ser pouco conhecida pela população, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) divulga informações de relevância sobre a doença, que afeta potencialmente pessoas acima dos 60 anos.
“A SMD tem como apresentação clínica mais comum a anemia. O indivíduo fica pálido e se queixa de fraqueza, cansaço aos esforços, peso nas pernas. A anemia no idoso é considerada um problema de saúde pública, pela sua alta prevalência. É necessária, portanto, uma avaliação criteriosa e especializada, para afastar outras causas de anemia nesse grupo populacional, como as anemias carenciais e a anemia por doença crônica para confirmação do diagnóstico”, explica Sílvia Magalhães, hematologista especializada no tratamento de SMD e diretora de comunicação da ABHH.
Confira os mitos e verdades sobre a SMD:
A SMD pode evoluir para outras doenças.
VERDADE.
 As células progenitoras acometidas podem sofrem sucessivos danos ao seu material genético,comprometendo sua proliferação e diferenciação, condição que pode, em um terço dos casos, evoluir para leucemia aguda.
A causa da doença é conhecida.
MITO
. Não se conhece a causa dessa doença em cerca de 90% dos casos (SMD primária). Em aproximadamente 10% dos casos a doença se desenvolve após exposição prévia a agentes quimioterápicos para tratamento de uma outra neoplasia prévia (SMD secundária).
Existe cura.
SIM. 
Porém o único tratamento com potencial curativo é o transplante de medula óssea. Infelizmente, a falta de doador, a idade avançada e a presença de outras comorbidades limitam muito a disponibilidade para esse tratamento.
O tratamento no Brasil é acessível como nos outros países.
MITO. 
Para os pacientes com o tipo de SMD chamado “deleção 5q” o tratamento considerado de primeira linha no mundo é a lenalidomida, com boa resposta em cerca de 70% dos casos. Essa droga, infelizmente, ainda não foi aprovada pela agência reguladora do Brasil, a Anvisa. Para pacientes com doença de mais alto risco de evolução para leucemia aguda está indicada uma droga da classe dos hipometilantes (azacitidina e decitabina), aprovados no Brasil, mas não disponíveis para pacientes no âmbito do Sistema Único de Saúde.
O transplante de medula óssea é procedimento essencial para o tratamento.
VERDADE. 
A indicação para o transplante de medula óssea deve ser sempre considerada, em especial para pacientes mais jovens e com doenças classificadas como de mais alto risco de evolução para leucemia aguda.
O paciente precisa realizar transfusão de sangue?
VERDADE.
 As transfusões de sangue (hemácias e plaquetas) são parte das medidas de suporte e fazem parte do tratamento de todos os pacientes. Um dos objetivos do tratamento é, além de melhorar a sobrevida, reduzir a necessidade transfusional e garantir melhor qualidade de vida aos pacientes.
Uma pessoa com SMD pode ter uma boa qualidade de vida, desde que tenha acesso ao tratamento adequado.
VERDADE. 
Com certeza não apenas qualidade de vida, mas também maior sobrevida. O ideal é que todos os pacientes tenham acesso a um centro especializado e ao tratamento melhor indicado para seu caso, em tempo hábil para se beneficiar.
Saiba mais: www.abhh.org.br

terça-feira, 9 de junho de 2015

ZíngaraFest: evento reúne tradições da cultura cigana

Foto: Dorival Pinheiro Filho

O Centro de Cul­tura Oriental by Sara Yacov promove no próximo dia 27 a ZíngaraFest, festa cigana que trará para a região de Jun­diaí um pouco dessa cultura. O evento será realizado das 15 ho­ras às 3 horas no Resort Paradies, na cida­de de Jarinu, SP.
Evento itinerante, que seguirá as cidades do Circuito das Frutas, a ZíngaraFest terá mú­sica, workshops de dança, gastronomia, bai­le e exposição, entre outras atrações. “Será uma grande reunião de pessoas, com mui­ta alegria regada à música e outras mani­festações artísticas”, diz a bailarina Sara Ya­cov, que promove o evento ao lado de Iolan­da de Oliveira.
Atrações
O local do evento estará totalmente am­bientado para abrigar as atrações, que pro­metem estender a festa até a madrugada. São elas:
- Duas atrações musicais: banda Fúria Cigana e dupla serta­neja Erik Dias e Mar­celinho;
- Workshops: dan­ça cigana do Rajastão (Índia), com Andrea Albergaria (bailarina e professora de Ati­baia), e rumba cigana e zambra (mistura de música árabe com ci­gana), com Alih Kalih (bailarino com reco­nhecimento interna­cional);
- Exposição de utensílios e fotos de famílias tradicionais;
- Cerimônia dedicada a Santa Sara, padro­eira dos ciganos;
- Baile;
- Gastronomia;
- Expositores.
Os convites custam R$ 60,00 e podem ser encontrados nas lojas LL Indiana (Maxi Sho­pping e Jundiaí Shopping, em Jundiaí), Franchitur (Caja­mar), Shopping Park Anhanguera, Rani Arti­gos Indianos (Atibaia) e Ali Kalih Dance Stu­dio (Guarulhos).

Mais informações: 11-94144-9718, 99820-4012, Facebook/ZíngaraFest

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Idosos devem realizar exercícios de proteção para prevenir lesões



Independentemente da faixa etária e das condições físicas, todos podem sofrer lesões nos músculos e articulações. Por isso, é cada vez mais comum a prática de exercícios considerados de proteção que, segundo o médico do esporte do Delboni Medicina Diagnóstica, dr. Luiz Augusto Riani, previnem lesões por meio do aumento da força, da resistência e da potência do sistema músculo esquelético, aumentando a amplitude dos movimentos e a estabilidade das articulações.
Os exercícios de proteção podem ser realizados por qualquer pessoa que queira prevenir possíveis lesões e degeneração das articulações. “Eles também têm sido indicados para quem sofre de obesidade, postura inadequada, desequilíbrios musculares e histórico de lesões musculoesqueléticas, como tendinite e lombalgia”, afirma o especialista. Nos idosos, estes exercícios podem proporcionar significativa melhora na sua qualidade de vida, já que aumentam o desempenho físico e reduzem as dores nas articulações. Para aqueles que sofrem de dor crônica musculoesquelética, degeneração articular e perda de força e flexibilidade, a prática destes exercícios também reflete em bons resultados.
É importante lembrar que cada pessoa deve ter seu plano de exercícios individualizado e adequado às suas necessidades específicas. “Devem ser respeitados os limites de cada pessoa, atentando-se às cargas excessivas, progressões muito rápidas e curtos intervalos de descanso. Isso vale principalmente aos idosos”, destaca Riani.
A principio, os exercícios de proteção devem ser feitos sob acompanhamento de um fisioterapeuta. Com o tempo, um professor de educação física pode avaliar a atividade em conjunto com um médico do esporte. Dependendo das condições e necessidades de cada pessoa, o médico pode também solicitar uma análise biomecânica.
Atletas de alto nível, com grande exigência mecânica corporal, também devem praticar estes exercícios com regularidade. Segundo o dr. Riani, além de prevenir lesões e dores, os exercícios de proteção podem aumentar a capacidade física e melhorar a performance, independentemente da atividade ou esporte praticado, promovendo efeitos positivos nas mais diferentes modalidades.
Como fazer
Existem diversos tipos de exercícios de proteção, que podem ser realizados tanto em academias quanto em casa. Geralmente são recomendados exercícios que buscam correção dos desvios e desequilíbrios de força, ajustes posturais, sincronização de músculos e ganho de amplitude de movimento.
Quando realizados em casa, os exercícios não necessitam de nenhum instrumento complementar, sendo utilizado o próprio peso corporal e posições e movimentos específicos. Estes são indicados principalmente para quem está no processo de recuperação de lesões, sem necessidade de cargas mais pesadas, mas sempre sob orientação adequada e cuidadoso controle da postura e do movimento conforme aprendido nas sessões com o profissional responsável, seja o fisioterapeuta ou o professor de educação física.
A realização frequente destes exercícios promete reduzir a fadiga na prática de atividades cotidianas. “É necessário frisar que os exercícios de proteção não substituem outras atividades físicas de maior intensidade e com estímulo específico em outras qualidades da aptidão física, mas sua prática deve ser adotada para evitar danos ao corpo com o passar dos anos”, conclui o médico.

domingo, 7 de junho de 2015

Dengue: tire suas dúvidas



Com a confirmação de mais de 200 mil casos de dengue em São Paulo, a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC) orienta a população sobre as principais dúvidas relacionadas à doença que pode ter seus sintomas confundidos com os de outras e deve ter diagnóstico precoce.
“Além da prevenção da doença, que se faz evitando a proliferação do mosquito, é importante reconhecer com rapidez os sinais e sintomas da doença, e procurar atendimento médico sempre que necessário”, reforça Rodrigo Lima, diretor de comunicação da SBMFC.
Confira os mitos e verdades sobre a doença:
1. Quem já teve dengue uma vez não terá mais a doença.
MITO. Existem quatro subtipos do vírus da dengue, e uma pessoa pode desenvolver a doença ao ser infectada com um subtipo com o qual não teve contato anteriormente.
2. Todas as pessoas precisam fazer exames de sangue para diagnosticar a doença.
MITO. O diagnóstico pode ser feito apenas pelo exame clínico, e os exames de sangue só são indicados para quadros suspeitos de potencial gravidade, ou quando há dúvida no diagnóstico.
3. O Aedes aegypti só circula durante o dia.
MITO. O inseto não tem hábitos específicos relacionados a períodos do dia para circular, e pode picar tanto durante o dia quanto à noite.
4. Só é preciso se preocupar com a proliferação do mosquito durante o período de chuvas.
MITO. O mosquito pode se reproduzir a partir de ovos depositados em água parada como garrafas, pneus, caixas d’agua, entre outros recipientes. Períodos de estiagem são particularmente perigosos pelo hábito de armazenamento de água.
5. Ao identificar sintomas como fortes dores no corpo, de cabeça, vômitos e náuseas constantes, é necessário procurar atendimento em uma Unidade de Saúde.
VERDADE. A dengue pode ser confundida com outras viroses como a gripe, e o diagnóstico é importante para definir o tratamento.
6. É possível evitar a dengue.
VERDADE. Manter a casa livre de possíveis focos de proliferação do mosquito e orientar vizinhos a fazer o mesmo pode evitar que o inseto esteja próximo de você. Repelentes também são indicados.
7. Se não for diagnosticada a tempo, a doença pode levar a pessoa à morte.
VERDADE. A doença, principalmente a dengue hemorrágica, pode agravar o quadro clínico do paciente se não diagnosticada e tratada a tempo.
8. O tratamento consiste basicamente na hidratação e no uso de sintomáticos.
VERDADE. A medida mais importante no tratamento é a ingestão de líquidos, que evita as complicações da doença, e o controle dos sintomas. Importante lembrar que o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) é contraindicado por aumentar o risco de sangramentos.
Mais informações: www.sbmfc.org.br

sábado, 6 de junho de 2015

Dormir faz bem pra saúde



O sono faz bem para a saúde. Noites bem dormidas proporcionam bem estar e evitam o aparecimento de doenças. É o que aponta estudo realizado pelo Centro de Transtornos do Sono da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. A pesquisa revelou que quem dorme cerca de sete horas por noite tem uma vida mais saudável do que aqueles que dormem muito tempo a mais ou a menos do que isso. Segundo os dados apresentados, aqueles que dormem mais ou menos estariam mais propensos a desenvolver doenças cardiovasculares.
Segundo o neurologista da Life Clínica, dr. Luis Eduardo Belini (CRM 135.815), é importante respeitar as necessidades fisiológicas de cada indivíduo. “O ideal são de sete a oito horas por dia, mas deve-se observar se as noites estão sendo suficientes para o descanso e qual a qualidade deste sono”, orienta.
De acordo com dr. Belini, a observação da qualidade do sono é importante pois uma noite bem dormida é fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso central, desde os primeiros anos de vida. É durante a noite também que gravamos as informações adquiridas, consolidando a memória. “Nesse período o organismo equilibra a produção de hormônios e substâncias químicas, prevenindo a obesidade, controlando a hipertensão e o diabetes, fortalecendo a memória, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares, além de melhoras do desempenho físico, trabalho e humor”, afirma.
Isso porque existem quatro fases do sono e uma dificuldade em qualquer uma delas pode trazer prejuízos a curto e longo prazo. “Nas três primeiras fases o corpo economiza energia promovendo a restauração dos tecidos, aumento da massa muscular e liberação do hormônio do crescimento. Na fase REM é que há a consolidação da memória e do aprendizado. Quando o sono é interrompido a pessoa volta à primeira fase e o processo fica comprometido”, explica Belini.
A fase 1 corresponde a 10% da noite, momento de transição entre a vigília e o sono. A fase 2 corresponde a 45% da noite, onde há diminuição do ritmo cardíaco, respiratório, a temperatura corporal baixa e os músculos relaxam. A fase 3 corresponde a 25% da noite, quando o corpo funciona lentamente, o coração bate em ritmo lento e a respiração é mais leve. Já a fase 4, chamada de REM (Rapid Eye Movement), corresponde a 20% da noite e é quando ocorrem as descargas de adrenalina, picos de batimentos cardíacos e pressão artéria. Também é a fase dos sonhos.
Ocasionalmente, o sono pode ser interrompido por diversos fatores, mas quando as noites mal dormidas são constantes é preciso observar as reações do corpo para diagnosticar se a pessoa possui algum distúrbio que provoque interrupções frequentes. Como consequência às noites mal dormidas, o indivíduo pode apresentar irritabilidade, queda de concentração e piora das doenças pré-existentes como, por exemplo,  pressão alta, diabetes e obesidade.
Entre os distúrbios de sono mais comuns estão a apneia e a insônia. “A apneia é caracterizada pela diminuição e interrupção da respiração por, no mínimo, 10 segundos, fazendo com que a pessoa acorde várias vezes durante a noite. Já a insônia é reconhecida pela dificuldade em iniciar ou manter o sono, acordando repentinamente ou até mesmo passando as noites em claro”, explica Belini. O médico ainda comenta que há diversos outros distúrbios, e que, em função disso, cada paciente deve ser analisado individualmente, de acordo com os sintomas apresentados.
Há, no entanto, algumas dicas para quem está procurando por noites mais tranquilas. “O ideal é estabelecer uma rotina com horário regular para deitar e levantar todos os dias, não comer perto da hora de dormir pois o metabolismo diminui durante o sono fazendo com que o alimento vire gordura, chegar em casa três horas antes de deitar, parar de trabalhar duas horas antes de dormir, tomar um banho e relaxar. Algumas atividades deixam a mente acelerada, dificultando a chegada do sono. Também é importante não ultrapassar os 30 minutos de cochilo durante a tarde e não cochilar a noite”, orienta o especialista.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Gestantes devem ter cuidados especiais com os cabelos



O período da gravidez é marcado por modificações em todo o organismo e muitas vezes a queda de cabelo não acontece apenas por alteração hormonal, mas pelas mudanças estarem combinadas com fatores externos no couro cabeludo que precederam o período gestacional como tinturas, químicas, uso de cosméticos agressivos, entre outros.
Segundo a terapeuta capilar Sônia Mesquita, fatores de agressão ao couro cabeludo como cosmética, estresse, poluição, entre outros, associados com o estresse do período pós-parto, podem proporcionar desnutrição proteico-vitaminosa (que pode ocorrer nas gestantes), estresse emocional (principalmente em mães de primeira viagem), e desregulação hormonal do pós-parto, gerando um fator de queda de cabelos semelhante à calvície masculina. “A falta de hormônios sexuais femininos e presença de hormônios de produção de leite materno que interrompem o ciclo menstrual normal podem ser parte desse processo”, explica.
Para evitar esse processo de queda de cabelo e manter ou recuperar os fios, Sônia dá dicas para a mulher grávida ou parturiente:
- O cuidado com o couro cabeludo não deve ser diferente, desde que já esteja sendo bem feito. Os níveis de oleosidade no couro cabeludo durante a gravidez aumentam, tanto pelo ganho de peso quanto pelas modificações hormonais. É necessário um controle diferenciado da oleosidade, respeitando o limite da resistência do fio, sem deixar os fios ressecarem.
 - Cuidado com os produtos de escovas progressivas e demais processos quimícos, principalmente os que contêm formol. Não utilizar tinturas de cabelo na gravidez, nem descolorantes. Evitar química pesada.
- Seguir à risca as recomendações do pré-natal, como o uso de ácido fólico.
- Lavar o cabelo todos os dias, pois na gravidez, quem já tem pré-disposição fica com o cabelo mais oleoso que o normal, e o acúmulo da oleosidade no couro cabeludo propicia acúmulo de fungos e bactérias, que pode resultar até em calvície.
- Manter uma alimentação saudável. A alimentação mais saudável para o couro cabeludo deve conter carotenoides (presentes em vegetais amarelados e alaranjados, como cenoura), bioflavonoides (tomate), vegetais verdes, carne magra e fígado (por aumentar as reservas de ferro e complexo B). Além disso, evitar refrigerantes e o ganho de peso exagerado.
- Dê preferência a produtos fitoterápicos e orgânicos. Por não ter química, o couro cabeludo e, consequentemente, os fios, que são o reflexo da saúde deste, absorvem melhor os componentes, eliminando os fungos que atacam as fibras capilares.
– Lavar o cabelo diariamente com movimentos circulatórios e nunca lavar com as pontas dos dedos, lavando toda a cabeça em todos os sentidos e utilizar as unhas, mas com cuidado para não se machucar. Assim haverá um aumento da circulação e oxigenação do couro cabeludo e uma remoção mais efetiva das placas de gordura. Pelo menos uma vez por dia, dar várias escovadas ao dia, em vários sentidos para ativar a musculatura. Esse procedimento ativa e estimula todo o sistema de circulação da cabeça e do couro cabeludo.
- Em caso de queda de cabelos mais acentuada procurar orientação profissional.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Dormir faz bem pra saúde



O sono faz bem para a saúde. Noites bem dormidas proporcionam bem estar e evitam o aparecimento de doenças. É o que aponta estudo realizado pelo Centro de Transtornos do Sono da Faculdade de Medicina da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. A pesquisa revelou que quem dorme cerca de sete horas por noite tem uma vida mais saudável do que aqueles que dormem muito tempo a mais ou a menos do que isso. Segundo os dados apresentados, aqueles que dormem mais ou menos estariam mais propensos a desenvolver doenças cardiovasculares.
Segundo o neurologista da Life Clínica, dr. Luis Eduardo Belini (CRM 135.815), é importante respeitar as necessidades fisiológicas de cada indivíduo. “O ideal são de sete a oito horas por dia, mas deve-se observar se as noites estão sendo suficientes para o descanso e qual a qualidade deste sono”, orienta.
De acordo com dr. Belini, a observação da qualidade do sono é importante pois uma noite bem dormida é fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso central, desde os primeiros anos de vida. É durante a noite também que gravamos as informações adquiridas, consolidando a memória. “Nesse período o organismo equilibra a produção de hormônios e substâncias químicas, prevenindo a obesidade, controlando a hipertensão e o diabetes, fortalecendo a memória, diminuindo o risco de doenças cardiovasculares, além de melhoras do desempenho físico, trabalho e humor”, afirma.
Isso porque existem quatro fases do sono e uma dificuldade em qualquer uma delas pode trazer prejuízos a curto e longo prazo. “Nas três primeiras fases o corpo economiza energia promovendo a restauração dos tecidos, aumento da massa muscular e liberação do hormônio do crescimento. Na fase REM é que há a consolidação da memória e do aprendizado. Quando o sono é interrompido a pessoa volta à primeira fase e o processo fica comprometido”, explica Belini.
A fase 1 corresponde a 10% da noite, momento de transição entre a vigília e o sono. A fase 2 corresponde a 45% da noite, onde há diminuição do ritmo cardíaco, respiratório, a temperatura corporal baixa e os músculos relaxam. A fase 3 corresponde a 25% da noite, quando o corpo funciona lentamente, o coração bate em ritmo lento e a respiração é mais leve. Já a fase 4, chamada de REM (Rapid Eye Movement), corresponde a 20% da noite e é quando ocorrem as descargas de adrenalina, picos de batimentos cardíacos e pressão artéria. Também é a fase dos sonhos.
Ocasionalmente, o sono pode ser interrompido por diversos fatores, mas quando as noites mal dormidas são constantes é preciso observar as reações do corpo para diagnosticar se a pessoa possui algum distúrbio que provoque interrupções frequentes. Como consequência às noites mal dormidas, o indivíduo pode apresentar irritabilidade, queda de concentração e piora das doenças pré-existentes como, por exemplo,  pressão alta, diabetes e obesidade.
Entre os distúrbios de sono mais comuns estão a apneia e a insônia. “A apneia é caracterizada pela diminuição e interrupção da respiração por, no mínimo, 10 segundos, fazendo com que a pessoa acorde várias vezes durante a noite. Já a insônia é reconhecida pela dificuldade em iniciar ou manter o sono, acordando repentinamente ou até mesmo passando as noites em claro”, explica Belini. O médico ainda comenta que há diversos outros distúrbios, e que, em função disso, cada paciente deve ser analisado individualmente, de acordo com os sintomas apresentados.
Há, no entanto, algumas dicas para quem está procurando por noites mais tranquilas. “O ideal é estabelecer uma rotina com horário regular para deitar e levantar todos os dias, não comer perto da hora de dormir pois o metabolismo diminui durante o sono fazendo com que o alimento vire gordura, chegar em casa três horas antes de deitar, parar de trabalhar duas horas antes de dormir, tomar um banho e relaxar. Algumas atividades deixam a mente acelerada, dificultando a chegada do sono. Também é importante não ultrapassar os 30 minutos de cochilo durante a tarde e não cochilar a noite”, orienta o especialista.