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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Suicídio: que dor é essa?



Na nova geração de adolescentes e jovens o suicídio, como tema, tomou conta do cotidiano desde filmes, séries e o pior, a vida dos adolescentes. De acordo com pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma morte é registrada por suicídio. Com isso, após a trágica notícia e estatística, diversos questionamentos são levantados, como:
  • O que leva um adolescente com inúmeras possibilidades fazer isso com sua vida?
  • Que dor é essa que nem pais, nem psicólogos ou psiquiatras estão dando conta de resolver?
  • O que fazer para ajudar?
  • Estamos fazendo algo errado para esta geração?
  • A culpa é da tecnologia?
  • Seria dos pais?
  • Seriam essas relações líquidas?
  • Seria a falta de pertencimento?
  • É a pressão do vestibular?
  • Será que só conseguimos perceber essa dor quando esse jovem atenta contra a própria vida?
Segundo a terapeuta e coach familiar e criadora da Filhosofia, Valéria Ribeiro, são muitas as perguntas e nenhuma resposta. "Os adolescentes e jovens se veem perdidos em meio há um mundo de mudanças muito rápidas, onde não se pode perder nenhuma novidade e acompanhá-las em tempo real é algo que tem exigido muito desses seres que ainda estão em formação física, emocional e neuronal, isto é, em meio a um cenário tecnológico, obrigam os jovens a serem diferentes do que eles realmente querem", diz ela.
De acordo com a terapeuta, os adolescentes têm muitas opções na vida, mas nessa geração o suicídio passou a ser uma opção também. É a opção para se curar de uma dor que os adultos não estão conseguindo acessar e nem ajudar. "A opção do suicídio é uma realidade na sociedade, com isso, as conversas entre pais e filhos, é reduzida ao nada", alerta Valéria.
Para a coach familiar, o problema não é somente dos responsáveis pelo adolescente, mas de toda a sociedade. "Isso se torna uma dor na sociedade, pois está se tornando um problema social, onde a solução não passará somente pelos consultórios de psicólogos e psiquiatras, mas pelo pátio da escola, nas salas de aulas, nas mesas de refeição em casa, no almoço na casa da avó”.
Para ajudar no diálogo entre os pais e adolescente, a criadora da Filhosofia apresenta dicas de como é possível realizar uma conversa franca e sensata.
  • Eles precisam ser ouvidos. Ser ouvidos significa deixarmos nossos preconceitos, crenças e mesmo aquilo que vivemos, pois os tempos mudaram.
  • Precisamos dar voz a esses que sofrem, sem dizer: que isso é errado, ou frescura, ou que você é fraco ou “no meu tempo...”. A dor é real e eles estão usando um mecanismo definitivo para se livrar de uma dor temporária.
  • Não invalidem nem desqualifiquem a dor de seu filho, ele pode estar pedindo socorro.
Com isso, a terapeuta alerta para os pais estarem atentos, pois alguns, apesar de estar sofrendo, se revestem de uma couraça, na qual não se transpõe e não se acessa, o que piora mais ainda, pois o tratamento pode não chegar para esse adolescente. "O jovem não revela o sofrimento, nem a causa dele, por isso, a atenção e o carinho sem preconceito é fundamental para ajudar na fase em que esta passando", ressalta.
Além de estar atento, segundo a terapeuta, outros fatores devem estar em alerta: “reconheça a dor, a angústia, a ansiedade, os medos, as inseguranças que o filho possa ter e, principalmente, se coloque como uma pessoa em que ele possa confiar e contar, que você o ama, independentemente de quem ele seja ou será, e que ele pertence ao principal grupo da sociedade, a família", finaliza ela.