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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Perda de peso acentuada é sinal de alerta para a hiperglicemia


Atualmente, milhares de pessoas estão na luta contra a balança, não somente pela questão estética, mas também porque o excesso de peso é um fator para o surgimento de diversas doenças. Na contramão dessa realidade existem também aqueles que, involuntariamente, emagrecem com facilidade. Ainda que essa condição pareça “sorte” para algumas pessoas, a perda de peso excessiva também é uma questão de saúde: quando o emagrecimento acontece sem razão aparente, sem que o indivíduo faça mudanças severas na dieta ou esforços físicos além do habitual, é preciso ficar alerta.
O emagrecimento não-intencional seguido de alguns sintomas como sede em excesso, apetite exacerbado e desejo de urinar constante podem indicar que a glicemia está muito acima do normal. Esse quadro, além de representar um risco à saúde, é um dos principais indícios da diabetes descompensada. Por se tratar de uma doença silenciosa, esses sinais podem passar desapercebidos num primeiro momento e só despertar a preocupação dos que convivem com o problema quando os sintomas já estão críticos. É de suma importância que a hiperglicemia seja detectada e tratada, não somente para se recuperar o peso do paciente, mas também para garantir sua saúde, uma vez que este quadro pode levar a complicações severas no organismo.

Como ocorre a hiperglicemia?

Obtida por meio da metabolização dos alimentos, a glicose tem um papel substancial no organismo: é a principal fonte de energia rápida das células, funcionando como um combustível para que o corpo possa desenvolver suas funções normalmente. Porém, para que esse nutriente entre nas células é preciso que a insulina – um hormônio produzido pelo pâncreas – “sinalize” a presença da glicose, somente então é possível sua absorção e posterior transformação em energia. Porém, quando o organismo sofre alguma alteração nesse processo, as células não conseguem captar a glicose, resultando no acúmulo do açúcar circulante no sangue – a hiperglicemia. Tanto a ineficiência na produção de insulina (diabetes tipo 1) quanto à resistência ao hormônio (diabetes tipo 2) podem acarretar em episódios de hiperglicemia.
Ainda que um dos principais fatores para o surgimento da diabetes seja a dupla, obesidade e sedentarismo, isso não implica que somente pessoas acima do peso estejam sujeitas a doenças. Fatores genéticos, histórico familiar e, principalmente, o estilo de vida podem acarretar no desenvolvimento da disfunção metabólica mesmo em pessoas magras – e quando o indivíduo passa a perder peso de forma involuntária somada à sintomas como tontura, cansaço, fome e sede constantes, seguidos da necessidade de urinar frequente, é preciso ligar o alerta: esses sintomas podem ser sinal de que o indivíduo está com alta concentração de glicose na corrente sanguínea.

Porque acontece a perda de peso?

De acordo com a nutricionista Joanna Carollo, da Nova Nutrii, quando se trata da perda de peso relacionada à diabetes isso ocorre pois, sem energia, o organismo precisa recorrer à outras fontes como as reservas de gordura - levando a perda de peso não intencional, ou seja, mesmo que o indivíduo continue se alimentando normalmente, ou até mais, e continuará perdendo peso devido à disfunção metabólica. “O indivíduo come, mas a glicose não chega às células, devido ao baixo nível de insulina no organismo,  levando à uma série de sintomas relacionados ao aumento da glicose no sangue e à falta de energia”, explica ela.
O apetite exacerbado é, inclusive, outra consequência da hiperglicemia: sem energia, o corpo acionará os mecanismos de fome, aumentando o desejo por alimentos especialmente ricos em glicose, como carboidratos simples. Contudo, este sintoma é também uma armadilha - se não houver um controle da glicemia e da dieta, a alimentação pode até mesmo agravar o problema, aumentando ainda mais a glicose circulante.
Joana diz que, além de sintomas como mal-estar, fraqueza e enjoos pela falta de energia, o indivíduo com hiperglicemia passa a apresentar uma necessidade frequente de urinar, conhecida como poliúria. Isso ocorre, pois o organismo precisa eliminar o excesso de glicose e passa a produzir mais urina para excretar o nutriente, esforço que, consequentemente, leva à desidratação. Logo, o indivíduo também passa a sentir uma sede intensa, denominada polidipsia.

Como evitar a hiperglicemia e recuperar o peso?

A perda de peso não intencional deve ser sempre investigada, especialmente quando acompanhada por sintomas relacionados à diabetes. “Ainda que a princípio os sinais da hiperglicemia pareçam brandos, o grande risco por trás do diagnostico tardio é que o descontrole da glicemia acarrete em problemas renais, da visão, circulação, doenças cardíacas e leve, até mesmo, ao coma”, ressalta a nutricionista.
Para identificar a razão por trás da perda de peso involuntária é fundamental o acompanhamento médico. Quando decorrente da hiperglicemia, atestada por exames laboratoriais, o indivíduo deverá adotar um novo estilo de vida e novos hábitos alimentares para manter a glicemia sob controle. “Pacientes diabéticos devem seguir uma dieta específica, que permita o controle glicêmico, tanto para evitar os altos níveis de glicose quanto a queda brusca do nutriente na corrente sanguínea”, explica Joanna. Algumas medidas serão indispensáveis para tal: além de eliminar o uso do açúcar, o paciente deverá incorporar hábitos como alimentar-se a cada 3 horas, ter um cardápio balanceado e saudável – preferencialmente livre de alimentos industrializados –, controlar o consumo de carboidratos e dar preferência pelos integrais.
Porém, a nutricionista complementa que quando se trata da recuperação da perda de peso causada pelo diabetes, é preciso que a dieta contemple o estado nutricional do indivíduo “Neste caso, a alimentação deve ser reforçada com nutrientes que ajudem a recompor este peso através de um cardápio específico, de acordo com o caso do paciente, ou até mesmo da suplementação”, diz ela. “É possível aumentar a oferta calórica e proteica e, ao mesmo tempo, fazer o controle glicêmico.”
Segundo Joanna, não se deve recorrer aos alimentos gordurosos ou carboidratos refinados para ganhar peso, justamente porque estes alimentos podem levar a novos episódios de hiperglicemia. O acompanhamento de um nutricionista é indispensável para que as mudanças necessárias no cardápio sejam identificadas e prescritas.

Fique alerta!

A diabetes é conhecida como uma doença silenciosa, pois o indivíduo pode conviver por longos períodos sem ao menos desconfiar da doença. Muitos, inclusive, só descobrem que possuem a disfunção metabólica quando os sintomas já estão críticos. Dados recentes da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estimam que dos cerca de 14 milhões de brasileiros diabéticos, metade não sabe que possui a doença.
Além de sintomas como a sede, fome, urina em excesso e a própria perda de peso involuntária, outros sinais podem indicar que o nível glicêmico está acima do normal: dores de cabeça, vômitos, sonolência, cansaço, visão turva, comichão e hálito cetônico (com cheiro adocicado, semelhante ao de uma fruta) também estão relacionados à hiperglicemia.
A adoção de um estilo de vida saudável, apoiado pela prática de exercícios e uma alimentação balanceada são as principais armas para o controle dos níveis de açúcar no sangue. Consultar-se regularmente com um médico e realizar exames periódicos também é uma forma de prevenir e manter a diabetes sobre controle. Seguindo os cuidados essenciais à risca, é totalmente possível ter qualidade de vida e conviver com a doença sem grandes complicações.


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Diagnóstico precoce e hábitos saudáveis: principais aliados contra o diabetes

Um exame simples realizado em laboratório de análises clínicas para medir o nível de glicose no sangue, chamada glicemia (aleatória ou de jejum), é uma das mais importantes armas para diagnosticar o diabetes mellitus. Caso se detecte valores fora dos padrões, é sinal de que o paciente está pré-diabético ou com diabetes.
O teste da glicemia capilar feito a partir de uma gota de sangue tirada da ponta de dedo, muito comum em mutirões ou em serviços de pronto atendimento, é um procedimento ainda mais simples e permite medir instantaneamente o nível de glicose no sangue.
Diabetes é uma doença crônica, que não tem cura, mas que pode ser controlada por meio de medicamentos, alimentação balanceada e atividade física. Por isso, o acompanhamento médico e a realização de exames periódicos – principalmente para quem tem histórico familiar da doença ou apresenta excesso de peso – são fundamentais para um diagnóstico precoce e tratamento adequado desde o início, visando a prevenção das complicações.
Não controlado e em estado avançado, o diabetes pode levar à cegueira, acidente vascular cerebral (AVC), infarto do miocárdio, insuficiência renal e à amputação de membros. Os adultos com diabetes têm risco de morte 1,5 vez maior que os demais na mesma faixa etária.  “A prevenção é fundamental”, diz Vivian Estefan, endocrinologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos. Segundo ela, além do risco de morte provocado pela doença, o seu impacto na qualidade de vida dos pacientes é enorme em função de todas as possíveis complicações.
Existem dois tipos de diabetes: tipo 1, que aparece normalmente na infância ou adolescência, em função de uma falha do sistema imunológico, que passa a entender a insulina como uma ameaça ao organismo e destrói as células que produzem o hormônio, originando uma deficiência total deste.
A tipo 2 (que corresponde a cerca de 90% dos casos), também chamada de familiar ou hereditário, aparece em geral após os 40 anos, em decorrência de obesidade, da falta de hábitos saudáveis de alimentação e sedentarismo. Neste caso, a produção de insulina encontra-se aumentada, porém existe uma resistência do organismo à sua ação.
De acordo com a especialista, há um aumento acelerado na incidência do diabetes tipo 2 na maioria dos países do mundo, inclusive no Brasil, devido principalmente ao estilo de vida pouco saudável e ao envelhecimento da população. Segundo dados IBGE de 2013, 6,2% da população com 18 anos ou mais tinham diabetes diagnosticada.


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Diabetes não tira férias



De acordo com publicações recentes, três em cada quatro portadores de Diabetes Tipo 2 no Brasil estão fora de controle e a maioria está acima do peso. Manter o controle glicêmico não é uma tarefa fácil para pacientes com Diabetes Tipo 2, e pode se tornar um grande desafio no período de férias.
“Apesar do aumento das tentações nos cardápios e da mudança na rotina, é possível manter o diabetes controlado com pequenos cuidados diários”, afirma a médica Maithê Pimentel, endocrinologista do Hospital Beneficência Portuguesa e também do setor de síndrome metabólica do Hospital das Clínicas.
A especialista dá algumas dicas para que os pacientes com Diabetes Tipo 2 consigam manter as taxas de glicose equilibradas durante as férias:
  • Para compensar a falta de exercício regular, procure utilizar escadas, ao invés de escadas rolantes e elevadores. Além disso, opte por fazer os trajetos sempre a pé ou de bicicleta. Vale a pena também pegar o caminho mais longo e aproveitar para conhecer melhor o lugar, a paisagem e a vizinhança.
  • Tente fazer boas escolhas na hora da refeição. As novidades nos cardápios são grandes, mas se esforce para pedir alimentos saudáveis, balanceado a quantidade de proteínas, carboidratos e gorduras.
  • Tire o foco da comida. Se estiver na cidade, aproveite para curtir a agenda cultural, museus e parques. Se a viagem for para a praia ou para o campo, aproveite o contato com a natureza para praticar atividades físicas como a caminhada.
  • Tomar os medicamentos logo ao acordar ou antes de dormir são ótimas opções para evitar o esquecimento quando se está fora da rotina.
  • Atualmente há medicamentos orais que auxiliam no controle diário da glicemia, como é o caso do inibidor do SGLT2, uma proteína transportadora que atua na reabsorção da glicose filtrada pelos rins, permitindo assim a eliminação do açúcar em excesso pela urina. Ao impedir essa reabsorção, os medicamentos dessa classe, como a empagliflozina, eliminam o excesso de açúcar que seria reabsorvido pelo rim, permitindo que, diariamente, haja a eliminação de 78 gramas de glicose, em média, o que equivale a cerca de seis colheres de sopa de açúcar e a 312 calorias.
  • Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas, pois essas atitudes também contribuem muito para manter o controle glicêmico.