Mostrando postagens com marcador exame. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador exame. Mostrar todas as postagens

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A importância da mamografia

Patrícia Pillar, Elba Ramalho, Arlete Salles, Joana Fomm, Sheryl Crow, Shannen Doherty, Brigitte Bardot, Jane Fonda, Costanza Pascolato e Joyce Pascowitch são alguns exemplos de profissionais que se destacam nas carreiras de atriz, cantora, apresentadora, jornalista ou ícone da moda. Entretanto, mais do que a fama, estas mulheres têm uma luta em comum: todas elas foram diagnosticadas com câncer de mama e venceram a batalha contra a doença.
Para muitas delas, o grande fator que contribuiu para o bom desempenho do tratamento foi o diagnóstico precoce da doença, que pode ser feito por meio de mamografia. O autoexame também é importante, mas não substitui a mamografia. Muitas mulheres ainda não criaram o hábito de fazer o acompanhamento anual com o ginecologista. 
Muitos podem ser os fatores que fazem com que as mulheres tentem evitar o exame: desde o receio de sentir dor na hora da mamografia até o medo de receber um diagnóstico positivo em relação à doença. Esses motivos levam-nas a retardar ou ignorar o exame, que é fundamental para o rastreamento do câncer de mama.
Para os especialistas, a questão da dor na hora de fazer a mamografia é relativa. “Existem mulheres que não sentem nada, nem dor nem desconforto. Já outras sentem apenas uma rápida pressão nas mamas; e ainda há aquelas mais sensíveis que podem sentir um pouco de dor”, explica a ginecologista Lilian Fiorelli. “Mas, esta dor é passageira e suportável. Mais do que isso: no caso das mulheres mais sensíveis, é importante ressaltar que é um pequeno desconforto que pode salvar a vida. E é isso que as mulheres precisam entender para superar o medo de realizar o exame.”
Ter um diagnóstico positivo em relação à doença é outra causa que amedronta. “Por mais assustador que seja receber esta notícia, em muitos casos, a doença é detectada no início, o que beneficia muito o tratamento. Ademais, a medicina está avançada e os casos de cura completa têm sido cada vez mais frequentes”, destaca Lilian.
Ressaltar a prevenção é importante uma vez que o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, depois do de pele não melanoma. Eles correspondem a cerca de 25% dos casos novos de câncer diagnosticados a cada ano. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que, em 2013, mais de 14 mil mulheres morreram por conta da doença no País. Para este ano, a estimativa é de 57.960 novos casos. “O trabalho ainda é grande para desmistificar algumas informações e reforçar a importância da prevenção, que deve ser feita de forma contínua”, avalia a ginecologista.
A especialista explica que a doença é mais rara antes dos 35 anos. “Acima desta idade, sua incidência cresce de maneira progressiva, especialmente após os 50 anos”, diz. Mas, mesmo fazendo parte do grupo de risco, muitas mulheres ignoram a prevenção. Segundo informações da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada no segundo semestre de 2015, quase 40% das mulheres entre 50 e 69 anos não fizeram mamografia em 2011 e 2012. O índice é maior quanto menor é o grau de escolaridade: entre as que não têm qualquer instrução ou têm o ensino fundamental incompleto, 49,1% deixaram de fazer o exame, já entre as que têm ensino superior completo, a taxa caiu para 19,1%.
A indicação é que mulheres a partir dos 40 anos comecem a fazer a mamografia todos os anos. “Mas as que têm histórico de câncer de mama na família, em parentes de primeiro grau (mãe, irmã e/ou filha), devem realizar o exame antes dessa idade, pois o risco de câncer de mama pode ser maior”, explica Lilian. Vale ressaltar que antes dos 35 anos a ultrassonografia de mamas pode ser mais indicada, já que a densidade das mamas dificulta a visualização de lesões na mamografia.
Exame
Para a realização do exame, existem dois tipos de aparelhos de mamografia: o convencional e o digital. Ambos utilizam o raio-X para a produção da imagem da mama. A diferença está na forma como ocorre a captação da imagem mamográfica. No primeiro, a imagem é armazenada em um filme e caso haja algum problema técnico com o filme, este terá que ser refeito. Já na digital, usa-se um detector que transforma o raio-X em sinal elétrico e transmite a informação para um computador. Assim, a imagem mamográfica pode ser armazenada e recuperada eletronicamente, além de permitir ao radiologista ajustar as imagens, no próprio monitor da estação de trabalho, realçando ou ampliando alguma área, para melhor analisá-la.
Lilian alerta também que o câncer de mama não é exclusividade das mulheres. “Embora representem apenas 1% do total de casos da doença, os homens também podem desenvolver o câncer. Para ambos casos, a melhor prevenção é fazer acompanhamento rotineiro com seu médico”.


domingo, 1 de novembro de 2015

Mulheres com mamas densas têm até cinco vezes mais chances de desenvolver câncer de mama

Além das mulheres com histórico de câncer de mama na família, aquelas que têm mamas densas também se encaixam no grupo de risco – devendo ser acompanhadas de perto como forma de prevenção da doença. No Reino Unido, por exemplo, foi identificado que o câncer de mama está numa escalada e deve aumentar até 2030 – em parte por causa do aumento da expectativa de vida das pacientes, em parte por causa do sedentarismo, da obesidade, do consumo elevado de álcool e até mesmo pelo fato de as mulheres adiarem a maternidade para depois dos 40 anos.  No Brasil, todos esses fatores também são observados. Especialistas dizem que acrescentar informações sobre a densidade mamária resulta em melhor modelo de prevenção, já que mulheres com mamas densas têm até cinco vezes mais chances de desenvolver câncer de mama em relação àquelas com baixa densidade mamária.
De acordo com a radiologista Vivian Schivartche, especialista em diagnóstico da mama do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, um dos grandes desafios da mamografia é que mamas densas (principalmente nos níveis três e quatro) podem dificultar a interpretação das imagens. Ela explica que na imagem mamográfica, o tecido denso aparece em branco, enquanto a gordura é caracterizada pelas áreas escuras. “Como os tumores também aparecem em branco nessas imagens, é mais difícil diferenciar o que é tecido altamente denso de um tumor. Os avanços da mamografia nos últimos anos, quando passou de um simples exame em filme para um exame digital e, mais recentemente, para um exame em três dimensões (tomossíntese), caminham na direção de aumentar a detecção de tumores cada vez menores. Ao lado disso, a ultrassonografia também auxilia a encontrar alterações no meio do tecido denso.”
Outro ponto que gera dúvidas de interpretação são as calcificações. Elas fazem parte de muitos processos da mama. Algumas são malignas, outras não. Por isso, muitas vezes é necessário realizar imagens adicionais na mamografia ou ainda uma biópsia para chegar a um diagnóstico definitivo. “A mamografia tomográfica, também chamada de mamografia 3D ou tomossíntese, costuma aumentar em até 30% a detecção do câncer de mama, já que permite enxergar o tumor numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas”, diz a médica. “Porém, em situações especiais, em pacientes de alto risco, ou quando persistirem dúvidas, esses outros exames devem ser realizados, como a ultrassonografia e a ressonância magnética.”
A especialista diz que as nuances que deixam dúvidas nos resultados da mamografia fazem com que as pacientes algumas vezes sejam chamadas para repetir o exame. Mas não é preciso sofrer por antecipação. Entre 5% e 15% das pacientes costumam receber uma chamada para imagens adicionais. Não significa que têm câncer de mama, mas que por algum motivo as imagens não estão bem claras. Estudos apontam que pacientes entre 40 e 49 anos têm 30% de chance de ter um resultado falso-positivo num período de dez anos – ou seja, serem chamadas para fazer imagens adicionais sem ter câncer. A especialista revela cinco boas dicas para quem vai fazer mamografia:
- Se a paciente puder optar pela mamografia digital em detrimento da convencional, é melhor. Mas, vale ressaltar que hoje em dia já é possível realizar a tomossíntese – ou mamografia 3D – em muitas cidades do Brasil, aumentando ainda mais o percentual de diagnóstico precoce”.
- Observe a reação do seu corpo durante o ciclo menstrual, evitando agendar a mamografia naqueles dias em que as mamas estão mais sensíveis e doloridas.
- Se puder escolher a clínica onde será realizada a mamografia, dê preferência àquelas que investem em novas tecnologias, já que os mamógrafos vêm sendo modificados para tornar o exame mais rápido e menos incômodo às pacientes. Outro ponto importante é a clínica contar com um radiologista especializado em imagem da mama para orientar a realização do exame.
- Durante o exame, procure seguir a orientação do profissional que está no comando, evitando movimentos que possam comprometer o resultado final. Tenha em mente de que se trata de um exame rápido, realizado somente uma vez ao ano, e que pode salvar a sua vida.
- Não se apavore se for chamada para uma repetição. Ao contrário, procure agendar o quanto antes esse novo exame e procure relaxar, permitindo a compressão necessária para a melhor imagem possível. Oito em cada dez nódulos encontrados não têm nada a ver com câncer.