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terça-feira, 21 de novembro de 2023

Diabetes não tratada pode causar a retinopatia diabética e levar à cegueira



O Brasil é o 5º país no mundo com a maior população diabética. Hoje, são mais de 16 milhões de brasileiros e de acordo com o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), esse número pode chegar a 21,5 milhões de pessoas em 2030.  

O diabetes é uma síndrome metabólica, cujo o corpo não produz insulina - hormônio produzido pelo pâncreas e responsável pelo metabolismo da glicose - ou não consegue utilizar adequadamente a que produz. 
 
Uma das doenças oculares relacionadas ao diabetes é a retinopatia diabética, que atinge a retina - área dos olhos onde se formam as imagens antes de serem enviadas ao cérebro. Por isso, o oftalmologista Fernando Naves, do Hospital Santa Casa de Mauá, alerta que a doença pode levar à cegueira irreversível, inclusive de ambos os olhos. “Os diabéticos precisam cumprir o tratamento à risca, pois a possibilidade de perder a visão é muito maior do que as pessoas que não possuem a doença”, orienta.
 
Para tornar urgente as medidas de conscientização e prevenção da doença, no próximo dia 25 de novembro, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) promoverá a campanha 24h pelo Diabetes, uma mobilização multidisciplinar on-line, que reunirá as sociedades de especialidades, entidades de saúde e profissionais de diferentes áreas em prol da saúde coletiva. Mais informações podem ser obtidas em 24hpelodiabetes.com.br .
 
Existem duas formas da doença e uma delas é a retinopatia diabética não proliferativa - primeiro nível da doença, a qual causa hemorragia e vazamento de líquido na retina. O outro tipo é a retinopatia diabética proliferativa, quando as chances da perda de visão são grandes e provocam a formação de vasos anormais com sangramento e o descolamento da retina.
 
No estágio inicial, a retinopatia diabética não apresenta sintomas e, por essa razão, as visitas ao especialista são extremamente importantes. Com o tempo, o paciente passa a ter visão borrada, fotofobia, distorção das imagens, manchas ou pontos na visão, dificuldade na visão noturna e perda progressiva da visão.
 
O diagnóstico é comprovado por meio de exame clínico, da angiografia por fluoresceína, por tomografia de coerência óptica e por exame de fundo de olho.
 
Os cuidados com o diabetes são primordiais para o sucesso do tratamento, o qual tem a finalidade de retardar a sua evolução e dependerá do estágio da doença. O especialista poderá recomendar medicação anti-inflamatória, fotocoagulação - aplicação de laser, injeções intra-vítreas, terapia anti-VEGF ou as cirurgias de vitrectomia.
 
“Assim como em todo controle e prevenção de doenças, na retinopatia diabética é importante ter hábitos saudáveis, praticar exercícios, ter boa alimentação e melhorar os níveis glicêmicos”, orienta o oftalmologista Fernando Naves.
 


Foto: Freepik

terça-feira, 20 de abril de 2021

Glaucoma é principal causa de cegueira no mundo

 


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo. Quanto a prevalência, estima-se que de 2 a 3% da população é afetada pelo glaucoma e esse número aumenta com a idade.

 
Glaucoma é o termo geral que denomina uma série de condições que podem causar danos ao nervo óptico. O principal fator de risco para desenvolver a patologia é o aumento da pressão intraocular (PIO).
 
Há vários tipos de glaucoma. Porém, o mais prevalente é o Glaucoma Primário de Ângulo Aberto (GPAA).
 
Segundo a dra. Maria Beatriz Guerios, oftalmologista especialista em Glaucoma, para entender essa classificação, glaucoma de ângulo aberto, é preciso compreender melhor as estruturas dos olhos e suas funções.  
 
“O globo ocular é composto de várias camadas. A córnea é a camada da frente do olho, cuja principal função é focar a luz que entra pela pupila e vai para a retina. A pupila fica no centro da íris, a parte colorida dos olhos, localizada abaixo da córnea”, explica a médica.
 
“Quando essas duas estruturas se juntam, forma-se um ângulo. Esse ângulo é uma espécie de espaço livre que permite o escoamento do humor aquoso por meio da malha trabecular, uma rede porosa que fica na parede ocular. Esse tecido possui canais interconectados que permitem a drenagem do humor aquoso. O perfeito funcionamento dessas estruturas é o que permite a regulação da pressão intraocular (PIO), diz Dra. Maria Beatriz.
 
Portanto, quando a pressão intraocular aumenta, é preciso investigar se há alguma alteração nas estruturas responsáveis pela drenagem do humor aquoso, líquido que preenche o globo ocular, cuja função é nutrir a córnea e o cristalino.
 
Um dos exames que são feitos quando há suspeita do glaucoma é a gonioscopia. Nesse teste, o oftalmologista consegue avaliar o ângulo entre a íris e a córnea. Uma vez que o ângulo esteja aberto, é diagnosticado o glaucoma de ângulo aberto.
 
Pressão intraocular descontrolada
A drenagem do humor aquoso deve ser constante para manter a pressão intraocular (PIO) equilibrada. Entretanto, quando há alguma alteração no escoamento da substância, ela se acumula e leva ao aumento da pressão intraocular (PIO).
 
“A consequência de uma PIO alta é a destruição das células do nervo óptico. Esse processo é irreversível. Portanto, a cegueira causada pelo glaucoma é definitiva”, comenta Dra. Maria Beatriz.

Além da pressão intraocular
 
Outros fatores de risco para o desenvolvimento do glaucoma já foram identificados. Para o glaucoma primário de ângulo aberto, além da PIO aumentada e da idade acima de 40 anos, podemos citar o fator racial, ter histórico familiar da doença e alto grau de miopia
 
A idade é um importante fator de risco. Há um aumento considerável na incidência e prevalência do glaucoma com aumento da idade.
 
A história familiar também é relevante no risco do glaucoma. Parentes de primeiro grau têm nove vezes mais chance de desenvolver a doença do que pessoas sem histórico familiar.

Tratamento
Inicialmente, o GPAA é tratado clinicamente, com colírios para controlar a pressão intraocular. Cada paciente terá uma indicação de tratamento, que irá variar de acordo com a evolução do caso.
 
“A meta é sempre impedir a progressão da doença e, como consequência, a perda total da visão”, finaliza Dra. Maria Beatriz.

domingo, 15 de novembro de 2015

Pupila branca indica doenças oftalmológicas




 Ao tirar uma foto e a pupila ficar branca, como se fosse um reflexo, é necessário ficar alerta: pode ser um indício de leucocoria, conhecida como “pupila branca”, que indica problemas de saúde. “A leucocoria não é em si uma doença mas, pode ser um indicativo de catarata congênita ou retinoblastoma, tumor maligno da retina, que pode levar a retirada do olho comprometido e até à morte”, revela a oftalmologista da Clínica Canto, dra. Ana Paula Canto. “Quando a ‘menina dos olhos’ tem coloração branca e não preta, como deve ser, é hora de procurar um especialista.” 
 De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o retinoblastoma é o câncer mais comum na infância: atinge uma em cada 20 mil crianças e tem maior incidência em menores de cinco anos. “É um tumor altamente maligno, mas quando diagnosticado precocemente, tem 90% de chance de cura, porém, quando o diagnóstico é tardio, pode haver complicações”, explica a oftalmologista. 
O diagnóstico precoce pode impedir a cegueira e, caso haja um tumor, salvar a vida da criança. A leucocoria pode ser detectada apenas ao olhar a pupila do paciente. Para os recém-nascidos, há o ‘teste do reflexo vermelho’ (o conhecido ‘teste do olhinho’) realizado antes de sair da maternidade. “Outros indícios que podem indicar o problema é quando, em ambientes escuros, quando ocorre o aumento de tamanho da pupila ou em fotos com flash, a coloração da pupila fica branca ao invés de vermelha”, esclarece a médica. “Se na fotografia foi percebido reflexo branco, estrabismo ou qualquer outro sinal de anormalidade ocular a criança deve ser examinada por um oftamologista.”
Outras possibilidades de causa da leucocoria em crianças são retinopatia da prematuridade, má-formação ou anomalia vascular da retina, infecções e tumor intraocular. “Em adultos, a causa mais comum é a catarata avançada”, explica ela. 
Exames e tratamento
No consultório, o especialista avaliará o paciente por meio de um exame oftalmológico completo, incluindo o de fundo de olho com as pupilas dilatadas, utilizando o oftalmoscópio, pelo qual é possível uma melhor visualização da retina. “Nesses casos, o exame com dilatação da pupila é obrigatório, pois permite uma análise mais aprofundada do caso”, diz a especialista. De acordo com a oftalmologista, outros exames podem ser solicitados. “O paciente pode ser submetido a um utrassom ocular, tomografia ou ressonância de crânio e órbita, se for necessário”, acrescenta. 
Ao ser diagnosticado com retinoblastoma, será preciso avaliar o grau em que o tumor se encontra para optar por um tratamento. Os estágios podem ser: dentro do olho apenas (intraocular), afetando o nervo óptico, em um ou nos dois olhos ou apresentar metástase. “O objetivo será sempre preservar a vida e a visão do paciente”, salienta a dra. Ana Paula. 
As modalidades terapêuticas para o tratamento do tumor são: enucleação, ou retirada do olho; termoterapia transpupilar, uma radiação infravermelha que provoca hipertermia do tecido do tumor; crioterapia, substâncias que rebaixam a temperatura do tecido; braquiterapia, terapia aproximação ou inserção da fonte de radiação no paciente; radioterapia externa, laser ou quimioterapia. “A sobrevida com retinoblastoma tem melhorado muito nos últimos anos, graças aos avanços com diagnósticos precoces e melhores opções terapêuticas”, finaliza a médica. 


quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Tire suas dúvidas sobre o diabetes


Apesar de o diabetes ser comumente abordado, há algumas dúvidas frequentes que precisam de esclarecimento, principalmente quando se leva em consideração o futuro da doença no Brasil. De acordo com a International Diabetes Federation (IDF), o problema já atinge 12 milhões de pessoas no país e, até 2035, a estimativa é de mais de 19 milhões de pacientes.
Para ajudar a entender um pouco mais sobre o diabetes, a dra. Priscilla Mattar, endocrinologista e gerente médica da Novo Nordisk no Brasil, responde algumas das perguntas mais abordadas sobre a doença.
O que é pré-diabetes?
É um estágio anterior da doença, que mostra um risco alto de desenvolê-la. Isto é, quando o indivíduo tem um valor de glicemia alterado que não chega a confirmar a doença, mas também não é normal. Os pacientes com o quadro de pré-diabetes devem mudar o estilo de vida, principalmente no que diz respeito aos hábitos alimentares e à prática de atividades físicas. Alguns fatores de risco também podem contribuir para o desenvolvimento da doença, tais como idade acima dos 45 anos, excesso de peso, sedentarismo, hipertensão, entre outros.
Como diagnosticar o diabetes?
A doença pode ser diagnosticada por meio de diferentes exames de sangue:
Glicemia de Jejum – É o mais comum e realizado quando o paciente fica pelo menos oito horas sem se alimentar. Se o resultado for menor que 100 mg/dl, a pessoa não tem a doença. Acima de 126 mg/dl é considerado quadro de diabetes.
Teste Oral de Tolerância à Glicose (Curva Glicêmica) – É feito, normalmente, para confirmar o diagnóstico sugerido nos outros tipos de exame. Feito em diversas etapas, o especialista coleta amostras de sangue em tempos determinados após o paciente ingerir um xarope de glicose. Após 2 horas dessa ingestão, se a glicemia estiver ≥200 mg/dL é confirmado o diagnóstico de diabetes e entre 140 e 199 considera-se pré-diabetes.
Glicemia ao acaso – Uma glicemia medida ao acaso ≥200 mg/dL, em paciente que tenha sintomas típicos de diabetes também é diagnóstico.
Hemoglobina glicada (HbA1c) – Esse exame estima quão alta ficou a glicose no sangue nos últimos meses. Se o resultado for ≥6,5% indica diabetes e entre 5,7% e 6,4%, pré-diabetes.
Pacientes com diabetes têm restrições alimentares?
Sim. O paciente deve ter uma dieta individualizada, mas, via de regra, com o controle da ingestão de carboidratos, sobretudo os simples. O ideal é ter o acompanhamento de um nutricionista especializado na doença que poderá orientar da melhor forma.
Diabetes causa cegueira?
A cegueira, que neste caso decorre de um estágio avançado da retinopatia diabética, é uma das complicações ocasionadas pelo não controle da doença. Há também outros problemas como dificuldade de foco, catarata, glaucoma e outros danos na retina. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, até 40% dos pacientes portadores da doença podem ter esses tipos de complicações por falta de informação e ausência dos sintomas.  Na prática, a retinopatia diabética ocorre quando os vasos sanguíneos da retina são danificados. A retina é o nervo responsável por projetar imagens e enviar ao cérebro. Quando o nível de glicose está elevado, o sangue fica denso, provocando problemas na circulação. Essa situação faz com que os vasos da retina sejam lesionados. Se chegar ao ponto de rompê-los, pode causar cegueira.
Quais são as complicações do diabetes?
As complicações crônicas principais podem ser divididas em dois grupos, as microvasculares, que causam danos nos vasos sanguíneos pequenos, e as macrovasculares, que atingem os grandes vasos. As complicações microvasculares podem levar a problemas nos olhos (retinopatia), rins (nefropatia) e nervos (neuropatia). As complicações macrovasculares ocorrem devido à aterosclerose – acúmulo de gordura e outras substâncias nas artérias, restringindo a passagem do sangue – podendo levar a infarto (doença arterial coronariana), derrame (acidente vascular cerebral) e doença vascular periférica.
Quais são os tipos de diabetes?
Os tipos principais de diabetes são conhecidos como 1, 2 e gestacional.
O diabetes tipo 1 é quando a produção de insulina é pequena ou ausente.
O diabetes tipo 2 é quando há produção de insulina, mas não o suficiente para retirar o açúcar do sangue.
Já o diabetes gestacional é desenvolvido durante a gravidez. Na maioria dos casos, após o nascimento do bebê, a doença desaparece.
Quais são as principais diferenças entre o diabetes tipo 1 e tipo 2?
O paciente de diabetes tipo 1 produz pouca ou nenhuma insulina, enquanto no tipo 2 essa produção não se dá nas quantidades necessárias. No tipo 1 é necessário o uso de insulina, que é um medicamento injetável. No tipo 2, além das mudanças no estilo de vida como alimentação balanceada, prática de atividades, pode ser necessário o uso tanto de medicamentos orais como injetáveis.
Quais são os principais sintomas?
Os principais sintomas do diabetes são sede excessiva, maior volume de urina, perda de peso, fome excessiva, cansaço e visão embaçada. Na América Latina, a estimativa é que metade das pessoas tem a doença, mas ainda não foi diagnosticada. Muitas vezes, isso acontece porque os sintomas não são exclusivos do diabetes, tornando mais imperceptíveis e fáceis de confundir com outros fatores. Exemplo: sede com o calor, cansaço com excesso de trabalho, entre outros. Por isso a importância de fazer exames periódicos garantindo que está tudo bem e, caso contrário, ter a oportunidade de tratar da maneira e tempo certo.
Açúcar causa diabetes?
O consumo de açúcar isoladamente não pode ser apontado como causa da obesidade, diabetes ou outras doenças graves.
Quando o paciente tem de fazer a aplicação de insulina?
Geralmente, a insulina é aplicada em pacientes com diabetes tipo 1 e é uma entre as diversas opções de tratamento para controlar a doença no diabetes tipo 2. Há vários tipos de insulina no mercado e o especialista vai indicar a melhor de acordo com cada caso.