sexta-feira, 13 de agosto de 2021

3 passos para o skincare diurno

 


Principalmente durante o inverno, com a umidade do ar baixa e as temperaturas mais frias, as peles sofrem com uma diminuição na transpiração corporal, resultando em uma pele mais seca e confirmando a importância da adoção de uma rotina de skincare adequada. Segundo o dr. Rafael Soares, especialista em dermatologia, ter cuidados com a pele irá prevenir o forte ressecamento que acontece durante a estação. "Os benefícios causados pelo skincare podem aparecer em curto ou longo prazo, além de contribuir para uma melhor autoestima e saúde mental", diz o médico.

O que muitas pessoas pensam é que para ter uma pele bonita e saudável é necessário investir muito tempo e dinheiro na aquisição dos produtos, mas o dr. Rafael conta que para um cuidado básico não é preciso ter muitos produtos. "O primeiro ponto a ser destacado é a limpeza de pele e, para isso, é ideal um sabonete específico para o rosto, que inclusive podem ser adquiridos em mercados sendo assim de fácil acesso", explica o especialista.

Em segundo lugar, o médico indica o uso da água micelar, pois ela ajuda ainda mais a remover as impurezas da face. "É de extrema importância a pessoa nutrir e hidratar após a limpeza, com o uso de uma vitamina C que é antioxidante, antienvelhecimento e ajuda a clarear a pele e de um hidratante facial", conta o profissional.

Dr. Rafael ainda complementa informando que o terceiro passo é a proteção que, segundo ele, é o ponto principal do processo de skincare. "Esse final é indispensável, pois não adianta ter os outros cuidados e não usar o filtro solar para se proteger de toda a radiação a que somos expostos diariamente. Além de que ajuda também a proteger contra o câncer de pele".

terça-feira, 10 de agosto de 2021

Cuide bem do seu pet!



Você sabe como cuidar do seu pet? Sabia que no inverno cuidados específicos devem ser tomados? O banho em cães, por exemplo, deve ser evitado em dias sem sol, já para os gatos, o banho não é recomendado. Pensando nisso, a médica veterinária Natália Lopes traz dez dicas e curiosidades sobre os animais neste período de frio.

 • Visita a uma clínica veterinária

É importante uma visita ao médico veterinário no início da estação para uma avaliação geral do pet. Com a queda nas temperaturas, o sistema imunológico dos animais pode ficar mais suscetível. Então, aproveite a estação mais fria e veja se seu pet está com as vacinas anuais em dia e faça aqueles exames de rotina anual.

 • Cheque se a vacinação está em dia

"Os pets podem pegar gripe?" Sim! Inclusive, é essencial garantir que todas as vacinas estejam em dia: os cães podem tomar a vacina contra gripe canina. Já para os gatos, a vacina mais importante no inverno é a quádrupla felina.

 • Sensação térmica

"Assim como nós, os pets sentem mais frio no inverno?" Precisamos ficar atentos aos sinais de que o cão pode estar sendo afetado negativamente pelo frio no inverno. O que fica aparente são tremores visíveis, encolhimento, patas levantando repetidamente ou tentativa constante de recolhê-las. Uma boa regra geral é: se a temperatura estiver muito fria para você, o mesmo valerá para o pet.

 • Uso de roupinhas

"Precisamos vesti-los com roupinhas o tempo todo ou há momentos certos para isso?" Dependendo das características do seu pet, o uso de roupinhas de frio poderá sim amenizar a sensação térmica das baixas temperaturas. Mas é importante ficar atento à reação do seu pet. Gatos, por exemplo, dificilmente ficam confortáveis com o uso de roupas. Nesses casos, respeite o conforto do animal e busque por alternativas de aquecimento. Outro ponto importante sobre o uso de roupas é manter os pelos do seu pet livres de nós que podem aparecer com o atrito. Portanto, nada de uso contínuo. Escove seu pet diariamente e aproveite este momento para estreitar seus laços com ele.

• A caminha ideal
"Devemos trocar a caminha por uma diferenciada, mais quente?" É importante que o pet possa escolher o ambiente que ele se sente mais confortável. Portanto, mantenha a caminha que ele está acostumado e ainda adicione uma coberta ou mantinha que possa manter o ambiente mais aquecido e aconchegante.

 • O cuidado com os pets idosos

"Os cuidados entre filhotes e pets mais velhos têm diferença no inverno?" Independente da fase de vida, os cuidados com os pets devem ser regulares, com check-ups periódicos e cuidados preventivos como a vacinação. Garanta um ambiente com o conforto térmico necessário e observe qualquer mudança de comportamento.

 • Hora do rango

Sabe aquela sensação de mais fome no inverno? Essa máxima não vale para os pets. Nutricionalmente eles não precisam de mudanças na alimentação, por isso, não é necessário aumentar a quantidade de alimento. Respeite sempre a recomendação do médico-veterinário ou as orientações da embalagem do fabricante.

 • Exercício é bom e eles gostam

Não deixe de fazer os tradicionais exercícios com seu pet, mesmo que ele pareça mais preguiçoso. Exercício é também o momento de lazer e a manutenção do peso dos animais é super importante. Evite dar petiscos e alimentos de consumo humano para não interferir na dieta e não haver riscos de sobrepeso ou até mesmo intoxicações alimentares.

 • Água abastecida

Ofereça água e também a deixe sempre disponível. Mesmo com um clima mais frio, é importante incentivar os animais a beberem água para garantir a hidratação. Espalhe bebedouros ou tigelas pela casa e inclua na dieta do pet alimentos úmidos como os tradicionais sachês, que garantem que eles tenham uma boa ingestão hídrica ao mesmo tempo que nutricional, e deixam o alimento ainda mais atrativo

 • Nada de fugir do banho

É recomendado diminuir a frequência de banhos durante essa estação. Opte por banhar o animal apenas nos dias ensolarados, em que a temperatura está mais quente. Durante o inverno, a lavagem deve sempre ser feita com água morna e seguida de secagem.

 

sábado, 7 de agosto de 2021

Oscilação de temperatura pode aumentar doenças de pele

 


O inverno tem sido marcado por muitas oscilações na temperatura, que leva à diminuição na transpiração corporal e com a pele mais fina e mais seca, os problemas cutâneos podem aparecer. Por isso, a médica dra. Adriana Vilarinho, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Academia Americana de Dermatologia (AAD), reforça que cuidados com a pele devem ser tomados para se proteger.

Ela lembra que a limpeza não é demais em nenhuma estação do ano, e agora também é hora de dar atenção para as lavagens com água e sabão para remover resíduos como maquiagem, oleosidade e sujeira natural que se instala nos poros, evitando sempre água muito quente e sempre usar o sabonete específico para cada tipo de rosto - que nunca deve ser o mesmo usado no corpo.

A mudança brusca de temperatura também vai aumentar o ressecamento da pele. "A dica básica nesses dias beber bastante água e investir no uso de hidratantes ou de um óleo corporal, antes do último enxague do banho além de abusar de hidratante labiais", avisa.

É também durante o inverno que algumas doenças podem aparecer por causa do ressecamento da pele. "Os cuidados não são apenas estéticos, a dermatite seborreica, a dermatite atópica, a psoríase e a ictiose são doenças comuns que merecem atenção nessa época do ano", finaliza a médica.

 

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Acne na vida adulta: como tratar o problema?



Entre todas as mudanças causadas pelos hormônios da adolescência, a acne é a que traz mais desconforto. Isso porque o impacto de cravos e espinhas na aparência da pele afeta a autoestima de milhares de meninos e meninas. No entanto, o problema da acne também pode surgir na vida adulta.

 

"A acne é uma lesão causada pelo aumento da produção de sebo vinda das glândulas sebáceas. Esse excesso de oleosidade obstrui os poros e aumenta a proliferação de bactérias. Quando resultam em comedões, chamamos de 'cravos'. Quando estão inflamadas, nascem as 'espinhas'", explica Karla Lessa, médica pós-graduada em Dermatologia Clínica e Cirúrgica.

 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que 56% da população convive com o problema depois dos 25 anos – especialmente mulheres – e não é incomum que a acne persista mesmo após os 40. A maioria dos casos é de pessoas que tiveram o problema na adolescência e permaneceram com ele.

 

"O fator genético influencia bastante: metade dos pacientes tem algum parente de primeiro grau com acne. As espinhas também podem ocorrer na gestação ou estarem associadas a algumas alterações hormonais, como síndrome do ovário policístico ou distúrbios da glândula suprarrenal", cita a profissional.

 

No caso da acne adulta, a relação entre espinhas e alimentação também pode impactar a saúde da pele.

 

"O aumento de insulina no sangue estaria ligado à piora da pele. Quando ingerimos açúcar, a insulina também aumenta em nosso organismo e isso pode estimular a síntese de hormônios androgênicos, como a testosterona, por diversos tecidos do corpo. Esse fenômeno aumenta a liberação de sebo, e, consequentemente, a inflamação da acne", enfatiza.

 

Tratamentos para a acne

De acordo com a especialista, é essencial descobrir a causa antes de iniciar qualquer tratamento. Também é preciso avaliar fatores como uso de produtos e maquiagens, estresse, resposta imunológica e inflamatória do organismo.

 

"O tratamento ainda varia conforme a gravidade, a localização das lesões e o tipo de pele de cada paciente. Porém, de forma geral, é muito importante manter a pele limpa e lavar o rosto corretamente, com um sabonete indicado pelo seu dermatologista, além de adotar um uso regular de filtro solar", ensina.

 

O uso das medicações tópicas é outra solução eficiente para combater as espinhas que já nasceram e evitar o nascimento de novas. "A máscara de LED e a luz pulsada , associados ao drug delivery podem em muitos casos, tratar a acne inflamatória através do controle da produção excessiva de queratina e sebo", acrescenta.

 

"Para cicatrizes e acnes profundas, podem ser usados metódos como a, radiofrequência, microagulhamento, laser fracionado CO2 e ácido polilático como bioestimulador de colágeno. Manchinhas escuras, por sua vez, conseguem ser tratadas, podem ser tratadas com microneedling e peeling químico."

 

Quando o quadro não evolui bem com essas técnicas, o tratamento por via oral pode ser a melhor solução. "É possível utilizar antibióticos, e, ao mesmo tempo, manter o tratamento local, com retinoides, peróxido de benzoíla ou ácido azeláico, por exemplo", descreve. Outra solução que vem ganhando bastante popularidade é o uso da isotretinoína, medicamento conhecido como roacutan. Segundo Karla, é um tratamento que traz excelentes resultados –  contudo, necessita ser utilizado com cautela.

 

"A substância é derivada da vitamina A e impede a produção de óleo. Assim, diminui a inflamação local e a possibilidade de proliferação bacteriana. Existem alguns efeitos colaterais, porém, são temporários. Dentre eles, podemos citar pele e lábios ressecados e sangramento nasal. Por todos esses motivos, é fundamental ter o acompanhamento médico durante todo o tratamento. Não deve ser a primeira nem segunda opção, mas é um ótimo tratamento quando bem indicado e minuciosamente acompanhado", ressalta.

  

terça-feira, 3 de agosto de 2021

É possível evitar as varizes?

 


Doença que acomete mais as mulheres na proporção de três mulheres para cada homem, as varizes são veias, dilatadas e tortuosas, que surgem nos membros inferiores e podem ser facilmente observadas. Além de afetarem a parte estética também causam dor, cansaço e peso nas pernas.

O cirurgião vascular dr. Josualdo Euzébio (CRM-MG 26.128)relata que é uma doença multifatorial, não podendo ser atribuído apenas uma causa. Os fatores de risco mais conhecidos para o surgimento das varizes são pessoas acima da terceira década de vida, sedentarismo, gravidez, permanência por longos períodos na posição de pé, obesidade, histórico familiar, fístulas arteriovenosas e passado de trombose venosa profunda.

Além da aparência incômoda, as varizes trazem consigo uma série de sintomas, como ardência, dormência, sensação de peso e inchaço nas pernas, mudanças na cor da pele e até coceira na região sobre a veia varicosa. "Ao contrário do que se pensa, o problema das varizes não é apenas a aparência ou o mal estar. Estas veias doentes podem se romper e causar hemorragia em casos avançados", esclarece o médico.

 É importante buscar a ajuda de um especialista para avaliação, diagnóstico e tratamento adequado e minimizar o desconforto e evitar complicações.

Dr. Josualdo Euzébio enfatiza que uma alimentação balanceada e a prática de atividade física, são muito importantes. A atividade física melhora a bomba muscular da panturrilha, melhorando o retorno venoso, o uso de meias de compressão graduada com indicação médica também é um grande aliado.

Em relação ao tratamento, o cirurgião vascular informa que cada paciente precisa ser avaliado com exame físico e se necessário exames auxiliares para complementar o diagnóstico. Existem várias modalidades de tratamento sendo escleroterapia, escleroterapia a laser, escleroterapia com espuma, cirurgia com retirada de varizes, endolaser, radiofrequência.

Além disso, existem alguns medicamentos que podem apresentar alivio dos sintomas e sempre lembrando que as meias de compressão são um grande aliado.

O especialista lembra que é fundamental seguir algumas recomendações importantes para que o tratamento tenha eficácia e consultar um cirurgião vascular ou angiologista para uma avalição e orientação especifica para cada pessoa.

 

domingo, 1 de agosto de 2021

A importância da comida "de verdade"

 


 A profa. Maria Claudia H. Gomes dos Santos, coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Anhembi Morumbi, desmistifica mitos relacionados com a comida e à forma como lidamos com ela nos dias de hoje. Desfazendo pré-conceitos e resgatando significados que muitas vezes descartamos, afinal de contas, quando o bolo, aquele da avó, virou vilão?

Já faz um tempo que comer se tornou um desafio. Recebemos informações sobre nutrientes e nutrição a todo momento e por todos os meios de comunicação. Não conseguimos mais comer comida, somos influenciados a consumir "superalimentos", aqueles ricos em vitaminas, minerais, compostos bioativos, entre outros, além de nos desencorajarem a consumir alimentos ricos em açúcares, gorduras e até carboidratos.

"Isso fica bem claro quando paramos para pensar sobre nossas atitudes em relação aos alimentos", diz Maria Claudia. "Eu, por exemplo, como nutricionista, ouço muito as pessoas falarem que tem vergonha de dizer o que comeram, que eu não ficarei feliz com o que ela comeu ou simplesmente evitam comer ao meu lado, com medo do julgamento. Tudo bem, sou nutricionista e talvez conheça mais a composição nutricional dos alimentos - talvez mesmo, porque tem muitos ´leigos` que sabem mais sobre nutrientes do que eu - porém, o julgamento também vem de pessoas que não são profissionais e que se acham no direito de julgar o que as pessoas comem ou deixam de comer".

Tudo isso é um reflexo de como vemos atualmente o comer. Comer virou simplesmente uma forma de fornecer combustível para o nosso corpo. Abandonamos fatores importantes relacionados à alimentação e comida. Comer é um ato que vai além do biológico. Precisamos saber que comer é um ato cultural, econômico, familiar, social e, também, biológico.

Quem não lembra da comida da mãe, do bolo da avó? E o arroz com feijão, a feijoada? Pratos que vão muito além do valor nutricional. Essas comidas têm história, sabor, lembrança. Sim, comida é mais que alimento, é o alimento simbolizado. A partir do momento que comer virou obrigação ou uma forma de nos nutrir, paramos de nos permitir sentir prazer em comer e quando sentimos prazer trazemos junto a culpa, pois se traz prazer não deve ser bom para a saúde.

O bolo da vovó é muito mais que um alimento, é uma comida. Traz além de nutrientes (sim, bolo tem nutrientes), lembranças, prazer e nos leva para outro momento, outro lugar. Para estimular especialistas e leigos de todas as regiões, a chef Taila Siqueira, do curso de Gastronomia da Universidade Anhembi Morumbi, compartilha uma deliciosa receita de bolo de fubá, com gosto de infância e cheiro de casa de vó. Pré-aqueça o forno e mãos a massa!

Bolo de Fubá

Ingredientes:

2 xícaras (chá) de leite

2 ovos

1 colheres (sopa) de manteiga

1 xícara (chá) de açúcar

1/2 xícara (chá) de queijo parmesão ralado

3/4 de xícara (chá) de fubá

1 colher (sopa) de farinha de trigo

1/2 colher (sopa) de fermento em pó

Modo de preparo:

Bata em um liquidificador o leite, os ovos, a manteiga e o açúcar até obter uma massa homogênea.

Em uma vasilha, coloque o queijo parmesão, o fubá e a farinha de trigo. Adicione o conteúdo do liquidificador e misture bem.

Acrescente o fermento em pó e termine de misturar. Unte uma forma com manteiga e polvilhe com fubá. Asse em forno pré-aquecido a 170°C por aproximadamente 60 minutos. Depois de assado, desenforme e polvilhe com açúcar e canela a gosto.

Vamos voltar a comer o bolo da vovó?

 

quinta-feira, 29 de julho de 2021

Você conhece a medicina Ayurvédica?

 


Uma experiência de imersão para detoxificação do corpo, da mente e da alma chamada de Panchakarma. É a chamada medicina Ayurvédica, conhecida também como medicina dos Vedas, esta talvez tenha sido a mãe de todas as medicinas ou sistemas de saúde, e abriga conhecimentos integrativos resgatados nos dias de hoje. A médica e pesquisadora Ana Carolina Rocha, professora de cosmiatria desde 2005, doutoranda e palestrante internacional explica mais sobre isso.

Considerada uma medicina milenar pré-ciência iniciada há cerca de 6 mil anos, ela hoje se respalda cientificamente e apoia a medicina alopática com tratamentos fitoterápicos eficazes e que buscam o reequilíbrio e vai muito além de uma proposta de cura pessoal a partir da boa alimentação e da fitoterapia.

A Ayurveda é uma filosofia de vida. Ela se assemelha à vida de um yogue, que busca o auto-cuidado regular, exercícios para o corpo, a mente e o espírito (meditação), horários de atividade de acordo com o nosso ciclo circadiano, ponderação e a prática da não-violência.

Ayurveda é a medicina milenar da índia, onde o autocuidado e a cura acontecem de forma natural. Na ayurveda a alimentação também é divida em três aspectos, gunas: Sattva, Rajas e Tamas. Esses gunas estão presentes em cada um de nós e nos alimentos, e por esse motivo podem ser enfatizados ou reduzidos com base no consumo de certos alimentos. Dada a natureza mutável do ser humano, os gunas também mudam constantemente e é possível que um dos três domine os demais em um determinado período da vida.

A Ayurveda foi a primeira medicina a revelar a importância da flora intestinal para todos os nossos sistemas e como o nosso trato digestivo se relaciona com o cérebro. Muitos estudos recentes, assim como um deste ano (sobre a capacidade do intestino de modular uma neuroproteção (defendendo ou prejudicando o tecido cerebral) demonstram esta relação intestino e cérebro que a Ayurveda tanto aborda. Segundo ela, a maioria das nossas doenças têm origem em toxinas alimentares que afetam nossa flora intestinal (disbiose), e depois afetam outros órgãos e sistemas, como o cérebro (afetando o humor e predispondo a doenças neurodegenerativas, por exemplo).

Para melhorar isso, ela trata o indivíduo individualmente através de métodos de detoxificação com ghee e ervas medicinais (pelas vias excretórias), e, depois desta limpeza, uma dieta leve, com muitos vegetais frescos e orgânicos, muito chá, morno ou quente, e diversas especiarias de ação digestiva. Ela também propõe evitar alimentos incompatíveis (que fazem estas toxinas, ou "ama", se acumularem no organismo, "colarem" no trato digestivo e outros órgãos, dificultando a digestão e causando empazinamento, distensão e outros sintomas, a princípio). A dieta "anti-ama" ou preventiva destas toxinas, é, aos olhos da medicina integrativa, conhecida como uma modulação epigenética, parte do estudo da Genômica Nutricional.

De acordo com a Ayurveda, somos vistos como um todo, mente, corpo e alma, e em constante interação com a natureza e as estações do ano. Portanto, a dieta que comemos em uma estação deve ser diferente das demais, e a dieta de um indivíduo nunca será igual ao de outro. Além disso, nunca se deve comer a mesma coisa sempre, pois o que te faz bem hoje pode fazer mal amanhã, e vice-versa. Outra verdade pregada pela Ayurveda é que a diferença entre o remédio e o veneno está apenas na dosagem (Paracelso - Médico do século XVI).

Com cursos de fitoterapia ayurvédica e alimentação funcional segundo a Ayurveda, a médica dra. Ana Carolina, com formação, mestrado e doutorado (em curso) na área de dermatologia, conta que mudou a sua vida após adquirir conhecimentos desta área médica fitoterápica, e explica como a mesma a auxilia também nos tratamentos de seus pacientes.

"A visão diagnóstica da ayurveda é bem mais ampla que a alopática, e nos auxilia em casos complexos, quando pacientes não respondem a um tratamento ou possuem um quadro inflamatório crônico, e precisam reduzir o número de medicamentos em uso. Temos precisado muito de uma visão holística e integrada nos dias de hoje, em que as pessoas estão estressadas, ansiosas, fadigadas, impacientes, "doentes da alma", com ritmos de vida totalmente diferentes daquele ideal, de acordo com o nosso ciclo circadiano e hormonal (que vai de encontro à presença ou ausência da luz solar)", explica.

Ela conta que a Ayurveda auxiliou sua compreensão do paciente quando diante de questões como alergias e urticárias crônicas, a partir da visão dos doshas (tipo de "temperamento" de cada indivíduo, segundo este sistema de saúde) e também dos gunas (as três "tendências" - sattva, rajas e tamas - que caracterizam um comportamento ou estado mental, que pode ser mais proativo, mais relapso, instável ou até depressivo).

"Como estamos em constante transição de momentos, etapas pessoais e profissionais, estações do ano etc, estas influências comportamentais se alteram ou se desequilibram, trazendo alguns transtornos ao paciente, como irritabilidade, insônia, perda de memória, alterações do humor e síndromes disabsortivas (dentre outros) que alteram a qualidade de vida do paciente. Com esta compreensão ampliada, conseguimos prever o comportamento do paciente quanto ao uso das prescrições a partir dos "doshas", pois alguns são tipicamente indisciplinados para seguirem (ou não) uma rotina de medicamentos e cuidados".

Se a médica já sabe que aquele paciente é Kapha (elemento terra), ele tende a não ter disciplina no tratamento homecare, e é melhor partir para procedimentos no consultório, e destes com menos necessidade de regularidade de sessões. Este paciente também tende a reter liquidos, com maior chance de ter celulite (mulheres), gordura localizada e sobrepeso. Suplementos e chás à base de gengibre e ativos de ação digestiva são recomendados para estes pacientes.

Alguns pacientes, por exemplo os Vata, tendem a ter a pele, cabelos e unhas mais secos que os demais, e são mais refratários aos tratamentos convencionais. Precisam de fitocosméticos mais gordurosos e pesados, como manteigas vegetais (e o ghee se torna um ótimo aliado para eles, tanto nos alimentos quanto em cremes manipulados individualmente). Sendo ele os elementos éter e ar, também pode sofrer com inchaço, e fitoterápicos adaptógenos (que auxiliam na resposta do organismo ao estresse) são excelentes auxiliares na sua qualidade de vida e bem-estar.

"Este tipo de paciente também tende a sofrer mais com gases, edema, constipações (segundo a medicina indiana, por excesso do ar em seus sistemas). Por outro lado, quem é Pitta (elementos fogo e água) tem um estilo de vida dinâmico, com muitos horários pré-determinados, gosta de se programar, mas costuma ter mais risco de ter gastrite, refluxo, irritações intestinais e questões inflamatórias crônicas. Na medicina integrativa é visto como um "paciente inflamado". Estes pacientes merecem uma atenção especial quanto à inflamação para o resto da vida, lançando mão de alimentos ou suplementos contendo cúrcuma, hortelã, camomila", fala.

Em tempos em que todos buscam acolhimento, esta milenar medicina ainda prega as massagens regulares com óleos. Elas, associadas ao yoga e alimentos digestivos, auxiliam muito nos gases e prisão de ventre. Pode ser uma auto-massagem ou uma massagem profissional, e os óleos podem ser aqueles indicados para o seu dosha, que, uma vez equilibrado, alivia seu estresse e promove bem-estar. O óleo podem ser uma combinação de gergelim com tais ervas medicinais, ou um óleo pronto ou manipulado para aliviar o desequilíbrio dos seus doshas. Muitas vezes são usados patchuli, hortelã-pimenta, gengibre, sândalo, alecrim, anis, cardamomo, laranja doce e laranja amarga (esta é muito empregada na dermatologia de uso oral e tópico, para tratar gordura localizada e celulite. As massagens nos reconectam com o nosso corpo, assim como o yoga, promovendo grande bem-estar.

Interessante como a ayurveda ressurge científica e oportunisticamente, também com a busca atual das pessoas por tratamentos naturais e alimentação orgânica, vegetariana ou vegana. Ela advoga por um tratamento holístico integrado, que complementa a medicina alopática em diversos aspectos. Com o auxílio da fitoterapia (que a Dra.. Já emprega em seus tratamentos há 20 anos, combinado com nanotecnologia), o diagnóstico auxiliar dos doshas e uma percepção mais ampla do que o paciente necessita de acordo com seu estilo de vida e estação do ano, o tratamento fica mais completo e a chance de o paciente não aderir ao tratamento reduz incrivelmente.

Na ciência Ayurveda, repleta de estudos científicos na atualidade, a nossa alimentação interfere na saúde da pele. Percebemos que um organismo inflamado e com muitas toxinas tende a ter mais melasma, hidra.denite, foliculite e acne, por exemplo (assim como a medicina alopática convencional). Mas há vezes em que o tratamento da medicina alopática sozinho não consegue eliminar estes problemas recorrentes, e uma terapia ayurvédica associada pode ajudar a detoxificar o organismo, desinflamar o paciente e melhorar enormemente a pele. Para o melasma, chá verde, açafrão, alcaçuz e o ativo indiano Masoor dal são ótimos aliados. E, assim como estes, outros ativos formidáveis ampliam nosso arsenal terapêutico, seja via oral ou tópica, promovendo bem-estar e aliviando o estresse do paciente, melhorando resultados clínicos.

Segundo a Ayurveda "a gente não é o que a gente come, mas o que a gente digere", o que nos faz refletir se estamos mesmo com saúde plena, absorvendo todos os nutrientes que recebemos dos alimentos, ou se estamos acumulando toxinas no organismo... O que irá nos fazer apresentar sintomas digestivos, e até sistêmicos, em algum momento da vida, conforme nossa propensão invidiual e o estilo de vida (sobretudo alimentar e de sono) que estamos levando.

A Ayurveda se baseia nos ensinamentos milenares dos espirituais védicos. O nome vem do Sânscrito Ayur = Vida e Veda = Conhecimento ou Verdade. É o conhecimento que permite viver em harmonia, para preservar a vida, com longevidade. É interessante observar o quão bem cuidadas e rejuvenescidas as pessoas seguidoras deste estilo de vida são.

Para dra. Ana, a Ayurveda, inclusive, possui vários tratamentos de regeneração celular que têm ação rejuvenescedora comprovada. "É mais que um ramo da ciência médica, mas um estilo de vida, uma forma de se viver integrado e em harmonia com a natureza, onde a saúde significa equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Seus tratamentos permitem a eliminação de toxinas do corpo e da mente, promovem o rejuvenescimento do organismo e do fortalecimento do sistema imunológico", finaliza.