Ao
atingir a maioridade, por volta dos 21-22 anos, a mulher já desenvolveu até 90%
de sua massa óssea – que continua se formando até os 30 anos, mas de modo muito
mais lento. Desse ponto até chegar à menopausa, geralmente não há mudanças
significativas. Mas, assim que os níveis de estrogênio começam a baixar, tem
início também uma fase de perda óssea muitas vezes relevante. “Por isso é tão
comum que a mulher que já passou pela menopausa fique tão suscetível à
osteopenia, que é um estágio anterior à osteoporose. Apesar de a osteopenia não
ser tão grave quanto a osteoporose, o risco de fraturas é maior do que antes”,
diz Fernando Fachini, médico radiologista do CDB
Medicina Diagnóstica.
Na
opinião do médico, nunca é cedo demais para proteger os 206 ossos do corpo.
“Alimentação adequada e exercícios físicos são fundamentais durante toda a vida
para manter os ossos sadios. Mas a maioria das pessoas não se dá conta disso
até que os problemas de saúde apareçam. Daí se matriculam numa academia,
começam a correr no parque e, invariavelmente, se queixam de dores que nunca
sentiram antes – principalmente numa fase pré ou pós- menopausa. É preciso
estar sempre ciente de que atividade física regular é uma das formas de
combater a osteoporose, já que os exercícios físicos não contribuem somente
para o fortalecimento muscular, mas também para a formação e o aumento da
densidade mineral óssea”, explica ele.
Fernando
afirma que a influência genética para osteoporose gira em torno de 70%. Mas os
outros 30% estão relacionados a fatores ambientais e estilo de vida, podendo
ser modificados. “Os fatores mais comumente associados a maior risco de
fraturas, em inúmeras populações estudadas no exterior e no Brasil, são: sexo
feminino, raça branca, idade acima de 60 anos, peso corporal abaixo de 55
quilos, fratura prévia por baixo impacto depois dos 40 anos de idade (como
exemplo, queda da própria altura), história familiar de fratura após os 50 anos
de idade em parentes de primeiro grau, tabagismo atual, uso prolongado de
corticoides, consumo regular de bebidas alcoólicas e sedentarismo”.
O
radiologista aponta cinco informações importantes sobre os ossos:
No climatério, é importante se submeter
a um exame de densitometria óssea. Apesar de a Sociedade Brasileira de
Densitometria (SBDens) recomendar o exame para mulheres com
idade igual ou superior a 65 anos, nessa fase de transição da menopausa é
preciso analisar cuidadosamente a estrutura óssea das pacientes. O exame
implica na avaliação de dois segmentos ósseos: coluna e fêmur. Caso seja
necessário, também poderá ser avaliado o rádio (osso do antebraço) ou ainda ser
realizado um estudo do corpo inteiro – pela densitometria para avaliação da
composição de gordura (massa magra e massa gorda).
Sobrepeso e obesidade são inimigos dos
ossos. Até
pouco tempo atrás, acreditava-se que um pouco de gordura a mais acabava
protegendo os ossos. Mas essa crença caiu por terra. Hoje, sabe-se que o excesso
de peso é prejudicial também aos ossos, principalmente quando a gordura está
localizada no entorno da cintura. Pesquisadores de Harvard descobriram que
mulheres na fase pré-menopausa e que tinham mais gordura visceral também tinham
diminuição da densidade mineral óssea. Estudos indicam, também, que mulheres
com sobrepeso são mais propensas à deficiência de vitamina D – o que pode
aumentar o risco de fratura.
Hormônios afetam os ossos. Primeiramente, vale a pena
revelar que a mulher costuma ter perda óssea durante a gravidez, mas isso é
reposto logo em seguida. Recomenda-se espaçar um pouco uma gestação da outra,
já que gestações muito próximas aumentam os riscos de osteoporose. Também
durante a amamentação costuma haver uma pequena perda de massa óssea,
possivelmente por causa da necessidade que o bebê tem de cálcio, para o
fortalecimento dos seus ossos. Novamente, isso se recupera. Por fim, a queda
nas taxas de estrogênio durante a perimenopausa e a menopausa costuma aumentar
bastante o risco de fraturas. Num período de cinco a sete anos, a mulher pode
perder até 20% de sua massa óssea”.
É comum ‘encolher’ um pouco. Numa visita de rotina, ao
conferir peso e altura, a paciente pensa que o médico não fez sua medida
direito, porque está mais baixa. Mas isso acontece e é mais comum do que se
pensa. Uma das explicações é que os discos intervertebrais se tornam cada vez
mais desidratados e comprimidos. Também pode haver um encurvamento da coluna
vertebral. Agora, se uma paciente nota que perdeu cerca de 3 ou 4 centímetro de
altura em curto período, pode haver uma fratura na coluna e ainda indicar
osteoporose em estágio avançado. Por isso é importante fazer todos os exames
indicados.
Suplementos podem ser necessários. “Estudos têm relacionado
ingestão de cálcio com redução do risco de fraturas em pessoas com mais de 50
anos. Também há evidências que suplementos de vitamina D sejam necessários para
várias mulheres acima dessa faixa etária. O ideal, nesse caso, é fazer todos os
exames solicitados e seguir orientações do seu médico caso ele conclua que
tomar esses suplementos poderá resultar em ossos mais fortes. Mas vale lembrar
que a automedicação é sempre desaconselhada.
Ainda de
acordo com a SBDens, seguem indicações para avaliação de densidade óssea:
- Mulheres
de idade igual ou superior a 65 anos;
- Mulheres
na pós-menopausa, ainda que abaixo de 65 anos, e homens entre 50 e 70 anos, com
fatores de risco;
- Homens
com idade igual ou superior a 70 anos;
- Adultos
com história de fratura por fragilidade;
- Adultos
com doença ou condição associada à baixa massa óssea ou à perda óssea;
- Adultos
usando medicamentos associados à baixa massa óssea ou perda óssea.
- Pessoas
para as quais são consideradas intervenções farmacológicas para osteoporose;
- Indivíduos
em tratamento para osteoporose, para monitorar a eficácia do tratamento;
- Pessoas
que não estejam realizando tratamento, nas quais a identificação de perda de
massa óssea possa determinar a indicação do tratamento.
A
entidade faz mais uma observação: mulheres interrompendo a terapia de reposição
hormonal devem ser consideradas para densitometria de acordo com as indicações
acima. Mais informações: www.cdb.com.br