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sexta-feira, 28 de abril de 2017

Jogo da Baleia Azul: como alertar pais e jovens sobre os perigos?


O noticiário da última semana foi tomado com reportagens sobre a prática do “Jogo da Baleia Azul”, uma espécie de gincana disputada pelas redes sociais, que propõe desafios sinistros aos adolescentes, como fazer selfies assistindo a filmes de terror, atravessar a rua devagar e até se automutilar. A psicóloga Camila Cury, do programa educacional Escola da Inteligência, alerta que em casos mais graves, o jogo pode levar os jovens a cometerem suicídio e que o diálogo aberto entre pais, escola, crianças e adolescentes é imprescindível para evitar tragédias. 

De acordo com a psicóloga, é importante que todas as pessoas que convivem com crianças e adolescentes fiquem atentos a possíveis mudanças de comportamento. “Vivemos em uma sociedade em que os índices de depressão são muito altos. Os educadores, que fazem parte da formação destes jovens, devem trabalhar profundamente a educação das emoções e da inteligência. Isso irá refletir na melhoria dos índices de aprendizagem, na redução da indisciplina, no aprimoramento das relações interpessoais e também no aumento da participação da família na formação integral dos alunos”, explica. 

As evidências sobre a brincadeira são alarmantes: na Rússia (possivelmente o local no qual a prática surgiu), em 2015, uma jovem de 15 anos se jogou do alto de um edifício - dias depois, uma adolescente de 14 anos se atirou na frente de um trem. Depois de investigar a causa destes e outros suicídios cometidos por jovens, a polícia ligou os fatos a um grupo que participava de um desafio com 50 missões, sendo a última delas acabar com a própria vida.

 No Brasil, o jogo tem preocupado as autoridades. Em três Estados, pelo menos, já existem investigações abertas para apurar mortes e tentativas de suicídio. Para Camila Cury, jovens com habilidades para construir relações saudáveis e administrar conflitos terão segurança, autoestima, autocontrole, e por consequência ficariam fora de jogos que estimulem a automutilação e o suicídio. “Professores e pais devem estar sempre abertos ao diálogo. Os adolescentes sem laços familiares fortalecidos e com baixa estima estarão mais vulneráveis a este tipo de conduta autodepreciativa”, esclarece.

 Segundo a Organização Mundial da Saúde pelo menos 90% dos casos o suicídio pode ser prevenido, pois estão associados a psicopatologias diagnosticáveis e tratáveis, principalmente a depressão. “O desenvolvimento das habilidades socioemocionais, melhora a capacidade de trabalhar perdas e frustações. Deste modo, os jovens aprenderão a valorizar seu bem mais precioso: a vida”, finaliza Camila.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ansiedade na infância e a obesidade infantil



As ansiedades fazem parte da psique de qualquer indivíduo, seja ele crian­ça, adulto ou adolescente. Podemos entender as ansiedades como uma respos­ta da mente, um sinal de alerta de que al­go se passa a nível mental e não está bem e, em algumas circunstâncias, é vivido co­mo ameaça.
Existem expressões de ansiedade – um in­divíduo que, diante de uma entrevista de em­prego na sala de espera começa a ter sudo­rese, ou que em um congestionamento pas­sa a ficar tenso com palpitações –, mas o que diferencia se essa ansiedade é patológica ou não, se poderá causar sintomas, é como se li­da com ela, e a frequência com que esses epi­sódios de ansiedade aparecem.
Com uma criança não é diferente. As an­siedades fazem parte de seu mundo mental e se algo não está bem e sua capacidade de resolver as situações deixa a desejar, essa an­siedade pode gerar um problema. Situações muito primitivas podem favorecer o apare­cimento de patologias, como as de ordem psicossomática, as que têm origem em pro­blemas respiratórios, problemas intestinais e também as relacionadas a problemas ali­mentares, como a obesidade infantil.
A obesidade infantil não é algo novo. O que ocorre é que na atualidade ela vem receben­do maior atenção, pois a sociedade apresenta um nível de complexidade maior – as mães, em função da correria do dia a dia e pela pra­ticidade, muitas vezes adotam uma condu­ta do fast food, a comida rápida, além de que os apelos pelo sabor do prazer estão muito mais desenvolvidos do que há décadas atrás. Hoje, as crianças são muito mais sedentárias, o que muitas vezes as impede de ter noção de seu cor­po e suas possibili­dades de explorar os espaços.
O problema é quando isso sai do controle, a busca pelo prazer na co­mida passa a ser um fim em si e a co­mida vira um vício. A fome biológica não con­ta e sim só a fome psicológica – come-se para aliviar as angústias, preencher vazios, ocupar o tempo e obter satisfação e prazer na inges­tão de alimentos. Os pais conseguem identi­ficar isso, ao observar que a criança em ca­sa não consegue se entreter com nada e está o tempo todo comendo sem parar, tem sem­pre algo nas mãos (salgadinhos, chocolates e outras guloseimas), a ponto de ela própria não reconhecer a fome biológica.
É difícil reconhecer qual é a ansiedade pro­pulsora de tudo isso, mas é importante quan­do os pais conseguem se aperceber de que al­go não vai bem. É parecido, mais ou menos, quando uma criança apresenta febre – mui­tas vezes não se sabe o que provocou, mas nem por isso ela deixará de ser medicada.
A ajuda poderá vir de um pediatra ou um nutricionista. Depois de examinada a crian­ça e constatatadas que as dificuldades são de ordens emocionais, outro tipo de ajuda pode ser buscada, como a psicológica.
(Artigo da psicanalista Samira Bana - CRP 06-8.849)