Quantas vezes você se deparou com
odores de pessoas nas ruas, nos ônibus, em festas. O famoso "desodorante
vencido" muitas vezes não está ligado ao descuido com a higiene e, sim,
com um problema de saúde. O mesmo exemplo vale para aqueles que apresentam suor
excessivo nos pés e ao tirarem os sapatos afastam quem está por perto. O popular
"chulé" também está ligado à produção de suor que, ao ter contato com
fungos e bactérias, produz um cheiro forte.
O ser humano possui dois tipos de
glândulas sudoríparas, as écrinas e as apócrinas. A primeira está espalhada por
toda a derme e é responsável por manter a temperatura do nosso corpo em torno
de 36,5. Essa glândula é responsável pela produção do suor composto por água e
sais minerais, que é expelido pelos poros. Esse suor é inodoro, sem cheiro.
Já aquele suor que causa mau
cheiro é produzido pelas glândulas apócrinas, que estão localizados em pontos
específicos do corpo humano: axilas, mamilos, região genital, couro cabeludo e
planta dos pés. "O suor produzido por essas glândulas possui mais que água
e sais minerais. Na maioria das vezes, esse suor tem também restos celulares e
quando estão em contato com fungos e bactérias (microorganismos) ocorre uma
ação química e o inocente suor apresenta um odor fétido", relata o
cirurgião plástico Alexandre Kataoka, membro da SBCP.
Segundo ele, quem tem diabetes,
quem apresenta alterações hormonais, usa certos tipos de antibióticos e pessoas
que fazem uso excessivo do álcool ou abusam de alimentos como pimenta, alho e
cebola podem apresentar o quadro de bromidrose.
Quando iniciar o tratamento?O primeiro passo é fazer
corretamente o diagnóstico. Essa identificação deve ser feita por um médico que
irá prescrever o tratamento correto.
Higiene
Quem apresenta o quadro de
bromidrose não pode descuidar da higiene. Seja para evitar o mau cheiro nas
axilas ou na planta dos pés, a higienização deve ser redobrada principalmente no
verão. Utilizar produtos antissépticos e desodorantes antitranspirantes, trocar
o sapato e roupas diariamente e secar bem as axilas e os pés são algumas dicas.
Toxina ou
cirurgia?
Dependendo do quadro e estágio da
bromidrose, dois tratamentos são indicados. O uso da toxina botulínica após
avaliação médica é uma importante arma no combate da bromidrose, tendo uma taxa
de melhora em aproximadamente 60% dos pacientes. A aplicação deve ser feita a
cada seis meses. O objetivo é paralisar as glândulas, com a finalidade de
diminuir a sudorese e a produção de microorganismos locais.
"Em
casos que a toxina não foi efetiva, a opção é o procedimento cirúrgico. Dentre
as cirurgias, duas podem ser realizadas - a lipoaspiração superficial da região
afetada ou a retirada total da região, ou ainda a combinação da duas
técnicas", diz o cirurgião. Como todo procedimento cirúrgico, algumas
medidas têm que ser adotadas, com a finalidade de um procedimento seguro, como
exames pré-operatórios e realização do procedimento em local adequado. A
recuperação é rápida, cerca de 15 dias (variando de caso a caso).