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segunda-feira, 26 de abril de 2021

Depressão no idoso

 


A depressão é um dos transtornos mentais que mais atinge os idosos, sendo um quadro de adoecimento que inclui alteração de humor e que pode afetar qualquer indivíduo em qualquer momento da vida.

Desânimo, apatia, irritabilidade, perda de memória, alteração de sono e alimentação, esses são alguns dos sinais importantes para identificar a depressão.

Algumas mudanças que chegam com a idade são consideradas normais pelos olhos da maioria das pessoas. Não é incomum ouvirmos comentários sobre “como aquele senhor está cada vez mais ranzinza”, “este senhor não gasta energia, por isso está comendo tão pouco”, “minha mãe era tão ativa quando nova, agora com a idade não quer fazer mais nada”.

Sim, existem algumas alterações físicas, cognitivas e no comportamento que são esperadas com a passagem do tempo, afinal ocorrem transformações no processo de envelhecimento. Porém, existe uma diferença entre o envelhecer saudável e os sintomas depressivos, os quais exigem atenção especial nessa fase da vida.

Clinicamente, as queixas mais comuns são as físicas: dores pelo corpo, falta de apetite, insônia, isolamento e apatia. O componente hereditário, as dificuldades trazidas pelo envelhecimento em si, a perda das funções sociais e limitações das doenças físicas são fatores relevantes na identificação do processo depressivo.

Tratando-se dos sintomas depressivos, aqueles que afetam a cognição merecem atenção especial, pois podem ser facilmente confundidos com alterações típicas do processo de envelhecimento, como alterações da atenção, memória, linguagem, planejamento, organização e execução das tarefas cotidianas. De acordo com a neuropsicologia (o estudo da relação entre mente, cérebro e funções cognitivas), existem padrões a serem avaliados e comparados com as referências de cada faixa etária.

Como diferenciar os processos da limitação associados à passagem do tempo daqueles advindo do adoecimento depressivo?

É importante ter conhecimento sobre aquele indivíduo, pois a principal referência é: quem é aquela pessoa. Ou seja, como viveu, o jeito de ser, os impactos que a vida teve sobre aquele sujeito e como ele sempre reagiu a eles.

Embora as pessoas mudem ao longo do tempo, elas preservam a sua essência, então mudanças bruscas que afetam sua maneira de se comportar precisam de atenção redobrada. Destacamos aqui a importância de familiares ou pessoas de convivência diária do idoso para a identificação dessas alterações.

Problemas de memória, que são bastante comuns nessa fase, podem, por exemplo, vir de quadros demenciais, lesões ou da depressão, pois o quadro depressivo está associado ao rebaixamento das funcionalidades cognitivas do indivíduo.

Por isso, é importante ser acompanhado por um especialista, para que ele faça um diagnóstico diferencial e um planejamento de atividades de estimulação dos mais variados interesses.

Por Eliete Celi Martini Orsi, psicóloga (CRP 06-15998-1) e Giovana Martini Orsi, psicóloga e neuropsicóloga (CRP 06/131199)