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sábado, 12 de março de 2016

Como identificar se seu filho está usando drogas?


Sabemos que o uso de álcool e outras drogas está ca­da vez mais dissemina­do entre os jovens, sen­do o terror para os pais que, sem saber qual ati­tude tomar, acabam por se sentir desampara­dos ou até mesmo deses­perados em relação ao uso pelo filho ou por um amigo(a), namorado(a) ou esposo(a). E a procura por ajuda aumenta. Mas como identificar se seu filho ou ente querido está realmente fa­zendo uso de drogas?
Segundo a psicóloga e especialista em dependência química Natalia de Genova, a observação de sinais comportamentais pode ajudá-lo a identificar o uso, tais como:
- Isolamento
- Irritação e intolerância
- Impaciência
- Mudança radical no grupo de amizade
- Dificuldades na escola (como repetên­cia, abandono dos estudos)
- Começar a passar o dia ou a noite fora de casa sem motivo
- Estado depressivo
- Perda de interesse por atividades fa­voritas
- Modificações nos hábitos alimentares e sono
- Olhos vermelhos ou pupilas dilatadas
- Apresentar frequen­tes mentiras e falta de objetos de valor dentro de casa
- Necessidade constan­te de dinheiro
- Conversas telefônicas escondidas
- Sangramento e/ou co­riza constantes no nariz
- Manchas amareladas entre as pontas dos dedos polegar e indicador
Para ilustrar, a especialista fala sobre um ca­so que atendeu, em que a a mãe, sem informação nenhuma, procurou sua ajuda relatando que o filho estava andando com pessoas es­tranhas, diferentes das que conhecia, que fi­cava muito tempo fora de casa e que quan­do voltava ficava agressivo com todos. “Per­cebi que aquela mãe não estava conseguin­do lidar com aquilo, e então, dentro do aten­dimento, ela foi identificando alguns com­portamentos e até levantando hipóteses do que poderia ter causado o uso de drogas do filho. O mais bacana desse atendimento e de todos os outros é o quanto os pais conse­guem fazer a identificação dos sinais e esta­rem abertos à procura de ajuda especializada”, diz ela.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Adolescência: algumas intercorrências

Engana-se quem pensa que a ca­racterística de problemas na adoles­cência esteja só relacio­nada a drogas, bebidas, comportamento inade­quado, como crises de agressividade, impul­sividade sem controle etc. Aquele jovem bon­zinho, bom aluno, que não arruma brigas, não experimenta drogas nem bebidas pode es­tar apresentando difi­culdades tão graves ou maiores que o adoles­cente que externaliza em comportamentos inadequados.
Ser quieto, bonzinho, cordato, educado etc não atesta sanidade mental a ninguém. Mui­tas vezes, por trás de comportamentos muito introvertidos podem estar escondidas pato­logias sérias, como quadros depressivos pró­prios do período da adolescência, patologias mais graves como as esquizofrenias, quadros graves obsessivos e inibições .
Normalmente, são indivíduos que não chamaram a atenção em seus primeiros anos de vida e infância propriamente dita, mas no auge da adolescência muitas vezes se caracterizam por uma grande inibição do comportamento, não se relacionam social­mente, têm grande dificuldade em interagir com o meio que frequentam e passam gran­de parte de seu tempo encerrados em seus quartos ou em um outro cômodo da casa, muitas vezes trocan­do o dia pela noite, as­sim como seu único in­teresse são jogos virtu­ais, ou seja, atividades que tenha contato só com ele próprio.
A adolescência sem­pre se caracterizou com um período de crise, desde que o mundo é mundo. O que muda são os estereótipos de comportamento, pois o importante é com­preender que assim como um automóvel às vezes precisa de re­call logo após a fabrica­ção, a criança também muitas vezes neces­sita de uma intervenção. Da mesma forma, quando nasce um bebê, ele passará por to­do um desenvolvimento e conforme sua he­rança genética, condicões de seu ambiente, sua constituição familiar, isso poderá gerar ou não um problema.
As causas importantes que podem incre­mentar a adolescência são situações de risco como abandono, drogadição da mãe, carên­cia de atenção e afeto, ambientes de grandes conflitos em que o bebê conviva, enfim uma série de condições que já apontam para um caminho mais comprometido que a criança terá que elaborar no transcorrer de seu de­senvolvimento.
(Artigo da psicanalista Samira Bana - CRP 06-8849)

sábado, 28 de novembro de 2015

Dependência química, um grave problema de saúde pública


Atualmente, o consumo de drogas não é considerado apenas um prejuízo para quem faz o uso, mas um com­plexo e grave proble­ma de saúde pública. Para tratar do assunto de drogadição, é neces­sário distinguir o pro­cesso de saúde/doen­ça com base nos mo­delos mais atuais pa­ra compreensão e es­tratégias de intervenção estabelecidas na ci­ência atual. Para discutir a dependência quí­mica, deve-se refletir como a droga foi enca­rada ao longo da história, levando em consi­deração os paradigmas que esse tema tam­bém engloba.
Apresentaremos aqui, brevemente, as ba­ses teórico-conceituais dos três eixos do pro­cesso (saúde, doença e dependência química), bem como proporcionar uma reflexão crítica sobre a questão da promoção de saúde frente à dependência de substâncias, de acordo com os modelos de trabalhos e intervenções biop­sicossocial presentes na atualidade.
Com base nas referências históricas, foi a partir do século XX que foram constatadas transformações no que se diz respeito ao processo de saúde/doença, sendo que o uso de substâncias psicoativas assumiu propor­ções alarmantes e, então, falar sobre drogas não é apenas falar da questão biológica, é fa­lar de um indivíduo integral (completo, sem diminuição), para o qual o uso das drogas possui uma representação específica.
O diagnóstico de uma dependência quí­mica exige a avaliação de diversos aspec­tos, uma vez que os padrões de consumo de drogas na atualida­de são diversificados, sendo a dependência o último estágio. Além disso, o tratamento da drogadição é algo pro­longado. Entretanto, romper o ciclo de de­pendência é algo mui­to difícil e delicado, pois os indivíduos que se tornam dependen­tes vivenciam um so­frimento físico e psíquico intenso, tendo sua vida afetada, bem como as suas famílias, ami­gos e a comunidade de uma forma geral.
É necessário pontuar que o atendimen­to a dependentes químicos envolve dois as­pectos centrais: primeiro, a desintoxicação com a finalidade de retirada da droga e seus efeitos, e segundo, a manutenção, ou seja, a reorganização da vida do indivíduo sem o uso da droga.
Para os profissionais de saúde, esse é um tema em constante estudo e desafio, e uma das ferramentas e métodos de trabalho uti­lizados na área da Psicologia é o psicodra­ma, em que as técnicas psicodramáticas são utilizadas para que o indivíduo perceba a sua relação com a dependência da droga, seu papel na família, adquirindo, assim, um novo padrão de consciência de seus confli­tos e sua vida.

(Artigo do psicólogo clínico e social Bruno Macedo Pedro)