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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Mieloma múltiplo: diagnóstico precoce melhora qualidade de vida

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer de sangue raro e acomete geralmente pessoas acima de 60 anos. Atualmente, atinge 30 mil pessoas no Brasil e 700 mil no mundo. Os sintomas mais comuns são fortes dores nos ossos e anemia, além de fraqueza; com frequência é confundido com osteoporose, o que prejudica o tratamento inicial e a potencialização da qualidade de vida.
A doença pode ser identificada, sobretudo, por meio do exame de eletroforese de proteína, responsável por detectar a proteína monoclonal no sangue, referente à anomalia. Há diversas formas de terapias, de acordo com o estágio da doença.
O tratamento padrão do mieloma múltiplo em nível mundial é associado ao uso de três substâncias: bortezomibe, talidomida e lenalidomida, que podem ser utilizadas no mesmo momento ou separadamente. Esse trio, além de retardar os efeitos da doença, como dores ósseas, anemias e infecções por repetição, impede por um determinado período seu avanço e proporciona aumento da sobrevida de três para 10 anos.
Um dos impedimentos no Brasil para um bom resultado no tratamento da doença é a falta de registro da lenalidomida no País. A Anvisa negou o registro, e em audiência pública realizada em 2013 no Senado Federal alegou que não há estudo comparativo entre a lenalidomida e o bertozomibe. O medicamento é utilizado em mais de 80 países, entre eles Estados Unidos e outros 16 na América Latina.
Porém, o médico hematologista da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) Angelo Maiolino alega que a fomentação desse estudo seria antiética, pois os dois medicamentos são usados em fases diferentes do tratamento ou até mesmo associados em determinados momentos. “Uma substância não substitui a outra, por isso não há como compará-las”, expõe o especialista, que também é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Caso o médico, por meio de diagnóstico e análise clínica, identifique que o uso da lenalidomida beneficiará o paciente, será necessária uma ação judicial para que o tratamento seja realizado. Porém, não são todos os pacientes que conseguem a liberação do medicamento, mesmo com intervenção do Ministério Público.
O transplante de células-tronco hematopoéticas autólogo também é alternativa, ao utilizar as células-tronco (CTs) do próprio paciente após tratamento médico. As CTs são coletadas antes do início da quimioterapia, que causa lesões tóxicas na medula. Estas são coletadas, congeladas até 178 graus negativos em refrigerador apropriado e, no dia da intervenção, são descongeladas e aplicadas via intravenosa no paciente. “Em países onde o uso da lenalidomida é liberado, a substância aumenta a eficácia do transplante”, explica o hematologista.