O aumento de casos de microcefalia em
bebês recém-nascidos em certas regiões do Brasil tem deixado o governo e
população preocupados. Ainda não é possível afirmar o motivo para esse aumento,
apesar de que especialistas liguem casos de Zika vírus, que tem atingido
principalmente o Nordeste, com esse surto de microcefalia nessas regiões.
O
desconhecimento dessa doença na população em geral, apesar de ser bem
debatida no meio médico, tem contribuído para disseminar um certo pânico
entre gestantes e futuros pais. Dr. Paulo Breinis, neuropediatra do Hospital
São Luiz Jabaquara, explica um pouco sobre a microcefalia.
O que é a microcefalia?
A microcefalia
é condição patológica em que existem volume e peso encefálico muito menor do
que o normal. A microcefalia é decorrente dessa lesão cerebral e isso pode
ocasionar comprometimento cognitivo e motor.
Quais são as causas da
microcefalia?
A lesão
cerebral ocorre em algum momento durante a gestação, principalmente no primeiro
e no segundo trimestre, por causa de algum fator que provoca um processo
destrutivo ou mal formativo do encéfalo. Esses processos podem estar
relacionados com fatores genéticos (má formação), ou algum fator externo
destrutivo que tenha interferido no desenvolvimento do feto.
Os fatores
externos podem estar relacionados ao uso de alguma substância (drogas, álcool e
radiação) ou também pela interferência de alguma doença que a mãe tenha
adquirido durante a gestação.
Quais são alguns exemplos de
doenças que podem provocar a Microcefalia?
Um bom exemplo
é a rubéola. A rubéola é causada por um vírus transmitido por tosse e contato
que, fora da gravidez, é relativamente fácil de ser tratada e não representa
grande perigo. Porém, essa doença é muito perigosa para mulheres na gestação,
podendo ocasionar abortamentos ou danos ao feto como catarata e microcefalia. A
sífilis, toxoplasmose e citomegalovírus são outros exemplos disso.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico
é feito na consulta médica, exames complementares, e neuroimagem, por
meio do ultrassom morfológico ou ressonância magnética fetal, por exemplo. O
diagnóstico é feito medindo o perímetro cefálico.
E tem tratamento?
A microcefalia
é decorrente da patologia de base. Essa patologia costuma não ter tratamento
medicamentoso, e é simplesmente uma constatação de que alguma coisa patológica
ocorreu no cérebro do bebê. A doença de base (o que causou a microcefalia) deve
ser sempre procurada e diagnosticada.
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