Caracterizada pela perda de
massa óssea e deterioração da estrutura dos ossos, a osteoporose é considerada
uma doença silenciosa. Isto porque, em suas fases iniciais, ela não costuma
causar sintomas óbvios, fazendo com que muitos só descubram que são portadores
da condição quando sofrem uma fratura. De acordo com o Ministério da Saúde, 10
milhões de brasileiros apresentam a doença, e a estimativa é que cerca de 50%
das mulheres e 20% dos homens, com 50 anos de idade ou mais, sofrerão uma
fratura osteoporótica ao longo da vida.
Tendo em vista a dimensão da osteoporose no Brasil, no mundo e
seu caráter insidioso, posto que demora para se revelar, torna-se premente
falar da doença. Nesse sentido, a médica intervencionista em dor e autora do
livro “Existe vida
além da dor”, dra. Amelie Falconi, aborda a seguir as
principais causas da osteoporose, sintomas, tratamentos da doença e da dor
atrelada a ela, medidas de prevenção, entre outros temas relacionados à doença.
Dra. Amelie destaca que as principais causas da osteoporose são:
envelhecimento, deficiência de estrogênio, histórico familiar, sedentarismo,
alimentação deficiente em cálcio e vitamina D, tabagismo, excesso de álcool, e
outras doenças. Entre as doenças ou condições de saúde que estão ligadas direta
ou indiretamente à osteoporose estão: doença endócrinas; doenças
gastrointestinais; alguns tipos de câncer e quimioterapia; artrite reumatoide;
distúrbios neuromusculares; doenças pulmores crônicas; síndromes genéticas,
como a osteogênese imperfeita; e o uso prolongado de medicamentos, entre os
quais corticosteroides e anticogulantes.
Ao contrário do que diz o senso comum, a doença não atinge
exclusivamente mulheres, embora acometa mais elas do que os homens. Conforme
dra. Amelie, os fatores de risco costumam ser diferentes de acordo com o
gênero. “Para as mulheres, o principal fator de risco é a menopausa, já para os
homens as principais causas são distúrbios hormonais, uso crônico de
cortiscoteroides, condições médicas subjacentes e envelhecimento”, relata.
Como se trata de uma doença que
pode passar despercebida por anos, dra. Amelie ressalta a importância de as
pessoas em risco, especialmente mulheres pós-menopáusicas e idosos, adotarem um
estilo de vida saudável e realizarem exames de densiotometria óssea, para
calcular a densidade do osso e, dessa forma, diagnosticarem a osteoporose antes
de uma fratura ocorrer. “É fundamental que pessoas que apresentem fatores de
risco significativos para a osteoporose passem por uma avaliação médica para desenvolver
um plano de prevenção e tratamento adequado”, afirma.
No que tange à prevenção da doença, as recomendações mais
atuais, de acordo com a médica intervencionista em dor, enfatizam uma abordagem
integral, que consiste em praticar exercícios físicos regularmente, incorporar
um dieta rica e balanceada, com ingestão adequada de cálcio e vitamina D,
suplementar, tomar sol, evitar a automedicação, e adotar uma estilo de vida
saudável, em que a pessoa evite fumar e consumir bebidas alcólicas em excesso.
O tratamento da osteoporose pode incluir várias classes de
medicamentos. “Além dos tradicionais, que contribuem para fortalecer os ossos,
aumentar a densidade óssea e reduzir o risco de fraturas, estão sendo
desenvolvidos tratamento direcionados, visando abordar as causas subjacentes à
doença, como terapias de antiressorção, que ajudam a preservar a massa óssea”,
explica. A médica intervencionista em dor ressalta que os tratamentos evoluiram
nos últimos anos, proporcionando opções cada vez mais seguras e eficazes.
A dor em pacientes com osteoporose
A dor na osteoporose, explica dra. Amelie está intimamente
relacionada à fratura óssea, uma de suas complicações mais comuns. Isto porque,
explica a dra. Amelie, uma fratura costuma causar instabilidade e compressão de
nervos, ocasionando desconforto e dor. “Além disso, precisamos lembrar que os
fatores de risco para osteoporose são os mesmos que para dores crônicas, entre
eles sedentarismo, tabagismo e alimentação com deficiência de nutrientes”, diz.
Segundo dra. Amelie, para controlar de maneira eficaz a dor
relacionada à osteoporose, recomenda-se uma abordagem multidisciplinar que
combine medidas de prevenção, tratamento da osteoporose subjacente e manejo da
dor. “Entre as ações que podem ser adotadas estão: combate ao sedentarismo, com
dieta rica e balanceada e prática regular de exercícios físicos, prevenção de
fraturas, tratamento da osteoporose, reabilitação, medicamentos para controle
da dor e procedimentos intervencionistas para alívio da dor”, destaca.
Considerando que a osteoporose está relacionada a hábitos
nocivos à saúde, como consumo excessivo de álcool, tabagismo, dieta pobre em
nutrientes e sedentarismo, que por sua vez estão associados ao desenvovimento
de dor crônica, a médica intervencionista em dor reitera, no Dia Mundial e
Nacional da Osteoporose, a importância de a população em geral adotar um estilo
de vida saudável como forma de prevenir a osteoporose, a dor crônica e outras
doenças.