Todos nós consideramos a leitura como
uma habilidade natural e automática, porque a realizamos sem esforço algum.
Entretanto, para muitas crianças e adultos, o ato de ler é um verdadeiro
pesadelo, e essa é a realidade para aproximadamente 15% da população mundial.
Como psicóloga escolar e orientadora educacional há anos, tento exercer a
empatia e me colocar diariamente no lugar dos pais que peregrinam,
acertadamente, em consultórios dos profissionais da saúde e educação, em busca
de uma melhoria para os filhos que apresentam dificuldades de aprendizagem,
principalmente na leitura e na escrita.
Dentre as
várias possibilidades diagnosticadas, como o TDHA, a alteração do processamento
auditivo, a dislexia, os distúrbios de atenção, surge também a Síndrome de
Irlen, que se caracteriza por distúrbios de aprendizagem relacionados à visão,
ocasionados por dificuldades no processamento cerebral das informações visuais.
É uma distorção não detectada nos exames normais feitos pelo médico
oftalmologista, e está diretamente ligada à sensibilidade que cada um de nós
tem à luz. Qualquer déficit no processamento visual terá um impacto direto no
modo como aprendemos, pois 90% da informação do ambiente nos atinge pela via
visual.
Alguns
sintomas da Síndrome de Irlen são: leitura insuficiente, problemas com a velocidade
e clareza da leitura, desconforto e cansaço ao ler, dores de cabeça frequentes,
tontura, acompanhamento da leitura com o dedo ou outro marcador. O ritmo da
leitura é lento. A pessoa inclina a cabeça durante a leitura, tem coceira ou
ardência nos olhos, pula palavras ou mistura as linhas, tem uma caligrafia
ruim. Na escrita, o tamanho das letras e os espaços entre elas são desiguais.
Para detectar
a presença da Síndrome de Irlen é possível ser submetido a um teste feito por
um screener, que é um
profissional habilitado pelo Hospital de Olhos de Belo Horizonte. Após a
aplicação do teste, o screener vai
colocando sobre o texto as overlays, que são lâminas coloridas transparentes, e o
paciente verifica se houve ou não a mudança da percepção visual através das
diferentes cores das lâminas.
Em muitos casos, a melhora da leitura é
instantânea e, em casos mais severos, há necessidade da colocação de filtros
espectrais nos óculos ou lentes, e o paciente será encaminhado para o Hospital
de Olhos de Belo Horizonte, que possui um trabalho único e diferenciado sobre
o assunto no Brasil.
Se você quer
saber mais sobre a Síndrome de Irlen, acesse o site: www.fundacaoholhos.com.br.
Artigo
de Maria Isabel Gut, psicóloga, orientadora educacional e screener habilitada
pelo Hospital de Olhos de BH.
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