Atualmente, uma das grandes questões pessoais são os relacionamentos, sejam eles amorosos, profissionais, familiares ou entre amigos. Muitos se queixam da falta de empatia do outro, da falta de respeito às opiniões divergentes.
O respeito é básico quando se pretende ter um bom relacionamento com alguém, pois quando ele falta, torna-se impossível qualquer relação saudável, as palavras serão usadas para atingir de maneira negativa, magoando, entristecendo, podendo surgir sentimentos de raiva. Dessa forma geralmente começa uma discussão que pode levar até mesmo a uma agressão física.
Os seres humanos são singulares e desse modo muitas concordâncias podem existir entre duas pessoas, mas não serão completamente iguais em todos os seus entendimentos. Não é raro, nos dias de hoje, discussões sobre religião e política. São esses temas muito comuns, em que sempre os envolvidos tentam convencer o outro que sua ideia é a correta, como se existisse uma verdade absoluta, esquecendo que há várias verdades e que tudo depende de sua história de vida, de seus conceitos, de sua afinidade, do meio ambiente em que se vive, ou seja, de sua singularidade.
Por essas questões é que temos de desenvolver a empatia, a capacidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa, sem necessariamente concordar com ela, mas respeitar suas opiniões e diferenças. E não é porque a opinião do outro é diferente que não devemos escutá-las, tentar entender seus argumentos e mostrar os nossos pontos de vista e fazer questionamentos. É dessa forma que adquirimos e criamos conhecimento. Não podemos ser cristalizados a ponto de acreditar que já sabemos tudo de um determinado assunto.
Mas e quando as opiniões são divergentes e afetam ambas as partes? Tomar uma decisão em conjunto com outras pessoas diferentes de nós nem sempre é fácil, mas sempre tem que haver bom senso, não dá para ser do jeito que todos querem. É necessário, então, conversar e chegar a um consenso. Para isso, precisamos deixar de lado o orgulho, a arrogância, e sermos mais flexíveis para tentar adaptar as exigências de cada um em uma que seja satisfatória para os envolvidos. Ainda assim nem sempre conseguiremos um acordo, e alguém precisa ceder. Abdicar parece algo negativo, como se alguém estivesse perdendo a discussão, mas é algo digno para se fazer em situações extremas, podendo a cada dificuldade encontrada alternar quem cede. Porém, muitos não têm a maturidade emocional para isso, o que dificulta cada vez mais o relacionamento com pessoas diferentes, ocasionando cada vez mais discussões desnecessárias, em que todos querem falar, mas ninguém quer ouvir.
(Artigo da psicóloga clínica Cintia Tonetti)
Nenhum comentário:
Postar um comentário