Atualmente, o número de mulheres que não consegue engravidar naturalmente está aumentando. Isso se dá não somente pela infertilidade, mas também porque o tema deixou de ser tabu e as mulheres conversam sobre isso e vão atrás de informações. Estima-se que hoje existam 80 milhões de pessoas inférteis no mundo. Em 40% dos casos, a infertilidade é da mulher, de 40% a 50 % é do homem, e de 15% a 20 % são de ambos. Assim, a procura por ajuda para ser mãe vem aumentando.
Percebe-se que esse momento de descoberta da infertilidade e aceitação dessa dificuldade é um processo doloroso e complicado. Quando os pais planejam ter um filho, já estão prontos para essa responsabilidade e para os papéis parentais, porém com a demora da chegada do filho, aparecem as frustrações e as angústias de não conseguir gerar esse filho. Mulheres começam a se sentir incapazes de gerar uma vida e perdem a feminilidade e o interesse sexual. Os homens perdem a libido pela mulher, que se foca num filho e esquece seu papel de esposa por um momento.
Os conflitos conjugais nessa fase são comuns e chegam a beirar a separação. Não é tão fácil ter relação com a esposa com hora marcada, ou ter que ir num consultório para introduzir espermatozoides em seus óvulos.
Quando o casal busca essa ajuda, o diálogo é muito importante, pois a vida fica focada em ter um filho e não mais na intimidade do casal e na troca dos dois. Os casais devem estar sólidos, com cumplicidade, solidariedade amorosa e muita dedicação em relação ao outro. Os homens devem entender que o processo da maternidade assistida para a mulher é doloroso física e psiquicamente. É uma busca por um papel que ainda está vazio em sua vida, e essa dificuldade traz questões emocionais duras e difíceis de serem ultrapassadas. Já as mulheres devem entender o homem, que também deve expor sua sexualidade e sua vida íntima, o que para eles é muito mais difícil do que para as mulheres.
Hoje, existem clínicas especializadas, tratamentos e profissionais competentes para ajudar na busca pela maternidade e paternidade, mas não se esqueçam da relação conjugal. Busquem ajuda nesse processo, façam terapia de casal, individual, olhem para os papéis de esposa e marido, pois após se tornarem pais, serão o marido e a mulher que vão se ajudar e continuar cúmplices. O importante de tudo isso é se amar, amar seu parceiro ou parceira, e estar disposto a passar por todo processo juntos, por ter sido uma decisão conjunta.
Pelo momento ser difícil, deve-se procurar uma ajuda especializada de psicólogos, médicos, grupos terapêuticos, grupos de mulheres tentantes e casais. É importante o casal e a mulher estarem preparados para esse momento, e perceberem seus conflitos emocionais, cuidando desses aspectos também.
A ajuda nesses momentos é necessária, e de preferência especializada. Assim, você poderá se olhar e perceber esses aspectos da parentalidade.
(Artigo da psicóloga Raquel Benazzi)
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