Segundo dados divulgados pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), em 2020 a estimativa é que 80 milhões de pessoas no
mundo tenham glaucoma. Por ser uma doença silenciosa, que raramente causa dor,
as pessoas não costumam procurar o oftalmologista para identificar se estão
saudáveis.
Diante dos seus riscos, é importante
esclarecer que o glaucoma é uma doença ocular caracterizada por alteração do
nervo óptico, que causa um dano irreversível das fibras nervosas e, como
consequência, a perda de campo visual. Erroneamente, as pessoas associam o
glaucoma com a pressão dos olhos, assim, é importante esclarecer que esse é um
dos principais fatores de risco, porém, não é o único, uma vez que, embora
existam pacientes diagnosticados com a doença, alguns têm a pressão normal.
Vale destacar ainda que o glaucoma
pode ser hereditário, por isso, quem tem casos da doença na família precisa
investigar, pois aumenta o risco de desenvolver a efemeridade. Existem ainda
outros fatores de risco tais como: uso crônico de corticosteroides – tanto via
oral, nasal quanto na forma de colírios. Quem tem doenças como diabetes e
problemas cardíacos também está mais propenso.
O glaucoma é mais comum após os 60
anos de idade, contudo, vale a ressalva que indivíduos em outras faixas também
podem ser surpreendidos, especialmente, se tiverem histórico de trauma ocular,
quem faz uso excessivo de corticoide, histórico familiar e doença inflamatória
ocular (Uveites). Nem mesmo as crianças estão livres. Há bebês que nascem com o
aumento da pressão intraocular e com perda visual grave logo nos primeiros anos
de vida, se não tratado. A partir de um ano já é indicado à
realização de avaliações dos olhos, neste caso, não apenas para essa doença,
mas para garantir também a saúde ocular completa.
Existe ainda uma forma congênita,
quando os recém-nascidos já apresentam uma lesão no nervo óptico e, nesses
casos, precisam de tratamento cirúrgico. Essa é uma doença genética rara,
herdada pelas mães durante a gestação.
Por sua vez, o glaucoma crônico de
ângulo aberto é o mais comum e, neste caso, o paciente apresenta aumento da
pressão intraocular e déficit do campo visual.
Já o glaucoma de ângulo fechado é o
mais emergencial, uma vez que pode causar a perda visual irreversível
rapidamente e, por fim, o glaucoma do tipo secundário pode acontecer devido a
alguma complicação médica, seja pelo uso excessivo de corticoides ou até mesmo
por conta de cirurgias como cataratas.
Para finalizar, é fundamental
ressaltar que a melhor prevenção é a consulta anual ao oftalmologista, pois
esse profissional é apto para avaliar se há suspeitas da doença e, caso o
diagnóstico seja positivo, realizar o tratamento adequadamente com colírios e,
ou até mesmo se for preciso, indicar a cirurgia. Com o avanço da medicina
e dos recursos de diagnóstico, hoje a identificação do glaucoma é muito
precisa.
Por dr. Alexandre K. Misawa, oftalmologista do HSANP, centro hospitalar localizado na zona Norte de São
Paulo