Estima-se que a cada 3 mamães duas sofram com diástase após a gestação. A condição, caracterizada pelo excesso de afastamento dos músculos abdominais, está entre as queixas mais comuns das mulheres nas consultas pós-parto. Enquanto umas relatam aparência de grávida, mesmo após meses de vida do bebê, outras sofrem com incontinência urinária e dores na lombar.
Segundo a especialista em reabilitação da diástase, Verônica
Motta, conhecida como Vevê Fit e criadora do programa Adeus Diástase, da plataforma de exercícios online, Queima Diária, o problema ocorre na gravidez,
mas pode afetar também ex-obesos, inclusive homens. Para evitar a piora da
diástase, a expert alerta que é preciso ter cautela ao executar tarefas domésticas
e conta que o segredo da cura está em fazer os exercícios específicos para
reabilitar a diástase, que são os hipopressivos e o RAP. A seguir, confira o
que não fazer e como tratar a diástase, por meio desses exercícios indicados
por ela.
Como
identificar a diástase, em casa?
Vevê
Fit diz que o processo é bem simples e pode ser feito através de autoexame.
Basta deitar
de barriga para cima, contrair o abdômen como se fosse realizar um exercício
abdominal e pressionar os dedos (indicador e médio) acima e abaixo do umbigo,
apalpando a barriga. Veja se existe um afastamento entre essa musculatura. Se
existir, é possível medir com os dedos, se ela tem um, dois ou mais dedos de
diâmetro.
Atenção aos movimentos do dia a dia
Após
identificada a diástase, Vevê Fit indica ter disciplina nas atividades simples
da rotina. Mas antes, ela explica: a parede abdominal é composta por quatro
músculos: transverso (camada mais profunda ou cinturão natural), obliquo
interno, obliquo externo e reto abdominal, que são os músculos mais aparentes.
"Todos os músculos da parede abdominal são interligados pela linha alba,
que fica entre os retos. A frouxidão da linha alba deixa um espaço entre os
músculos e é aí que acontece a diástase. Qualquer movimento que se fizer que vai
empurrar ou fazer uma força mecânica de dentro para fora, vai piorar a diástase
ou atrasar o processo de reabilitação", explica.
Varrer
a casa, passar pano no chão, carregar o filho, tirar um galão de água da mesa e
colocar no chão, arrastar um móvel, levantar-se do chão, são atividades que
merecem atenção, de acordo com a treinadora. "Ao realizar qualquer tarefa,
é preciso ter consciência de movimento e conectar o abdômen. Para isso, é
preciso imaginar uma faixa elástica amarrada na cintura. Antes de fazer
qualquer esforço é necessário apertar esse cinturão natural", explica.
Na
contramão da indicação de alguns profissionais, Vevê afirma que o tratamento da
diástase "não é levar o umbigo nas costas ou segurar o xixi. Na
reabilitação, é preciso manter uma boa postura o tempo todo. Coluna reta,
sentir o músculo abraçar a coluna e aí sim fazer a tarefa, seja ela qual
for".
Nada de cinta
Segundo
Vevê Fit, o uso de cinta modeladora é um erro e prejudicial à saúde.
"Muita gente fala que a cinta vai ajudar. Temos uma cintura natural
chamada de transverso abdominal. Ele é um músculo bem profundo, localizado ao
redor da cintura. Usar cinta modeladora vai deixar esse músculo sem função, ou
seja, vai perder tônus e outros problemas como dores nas costas irão aparecer.
Para quem tem diástase é necessário trabalhar uma musculatura profunda e não é
a cinta que vai fazer o músculo se reaproximar", esclarece.
Não estufe o abdômen na hora do
exercício
"Quando
for fazer qualquer exercício durante a rotina de treino, seja abdominal ou
agachamento, tome cuidado para a barriga não estufar. Contenha o abdômen para
não piorar a diástase. Ressalto que não é o exercício que vai piorar a
diástase, mas sim a fraqueza e a falta de tônus dos músculos".
Como tratar?
De
acordo com a especialista, há somente duas formas de recuperar a diástase:
através de exercícios específicos ou, em poucos casos, por meio de cirurgia.
"De 100 mulheres que atendo apenas duas precisam de cirurgia para reverter
o quadro. São casos, geralmente, de gravidez gemelar ou engordou muito e o
músculo afastou mais de seis centímetros", explica.
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