Entre as condições da
coluna sobre a qual mais ouvimos falar está a escoliose. Porém, nem sempre
sabemos ao certo o que é a condição e o que há causa. Ainda, há dúvidas sobre
formas de identificar o problema e de tratamento. Por isso, junho foi
determinado como o mês de conscientização sobre a Escoliose, para que seja
disseminado conhecimento sobre esse mal da coluna.
A escoliose é
caracterizada por uma curvatura anormal da coluna, determinada pela rotação das
vértebras. Dessa forma, a coluna vertebral, em vez de reta, fica com uma
aparência de "C" ou de "S". Existem três principais tipos
de escoliose, como explica o ortopedista dr. José Thiago Portela Kruppa,
especialista em deformidades da coluna vertebral da Clínica SO.U:
• Idiopática:
responsável por cerca de 80% dos casos, não tem causa definida. Afeta
principalmente crianças e adolescentes e, majoritariamente, meninas jovens,
entre 10 e 15 anos.
• Neuromuscular: um
efeito colateral de condições que debilitam os músculos de forma que esses não
consigam sustentar a espinha.
• Congênita: é o tipo
menos comum e causada por uma falha na formação da coluna vertebral ainda no
desenvolvimento antes do nascimento.
Estima-se que mais de
6 milhões de brasileiros tenham escoliose idiopática e que cerca de 2% a 4% da
população mundial tenha a condição diagnosticada. Alguns desses desvios podem
ser assintomáticos, porém, os sintomas mais comuns incluem:
• Ombros desiguais/
desnivelados
• Cabeça não centrada
diretamente acima da pélvis
• Um lado do quadril,
ou ambos, mais alto
• Costela mais
saliente
• Linha da cintura
desigual
• Textura ou aparência
da pele sobre a espinha com alterações
• Corpo pendente para
um lado
"Ainda, devido às
alterações no tamanho e formato do tórax, é possível haver complicações
respiratórias. Também é possível em casos mais severos haver danos nos nervos
das pernas e/ou causar desconfortos na bexiga ou intestino", diz o médico.
A escoliose pode ser
tratada e em casos de crianças, o diagnóstico prematuro é essencial. O
tratamento varia de acordo com a gravidade da condição, que varia de leve a
severa, dependendo do ângulo da curvatura da coluna. "Em casos mais
brandos, podem ser indicados, a princípio, apenas a observação do
desenvolvimento do quadro, o uso de colete e fisioterapia para fortalecimento
dos músculos da região. Ainda, pode ser recomendada cirurgia, para situações
nas quais é observado o progresso da curvatura, principalmente em crianças, e,
para adultos, quando o grau da curvatura for superior a 50°", explica Dr.
José Thiago.
É importante que, ao
suspeitar da possibilidade de escoliose, um médico seja procurado para
realização dos exames necessários para diagnóstico, como raio-x, tomografia ou
ressonância. Se constada, é importante o início de tratamento e monitoramento
especializado, para que problemas futuros sejam evitados.