A incontinência
urinária atinge de 40 a 80% dos homens que realizam cirurgia para o câncer de
próstata. No entanto, esse quadro melhora espontaneamente ou com o auxílio de
fisioterapia em até um ano. Cerca de 5% dos pacientes que passam pela cirurgia,
no entanto, vão precisar de tratamento cirúrgico para corrigir a incontinência.
“O diagnóstico
precoce do câncer de próstata aumenta a chance de o paciente ter um melhor
prognóstico e evita as complicações mais comuns, como a incontinência e a
impotência”, afirma o urologista Luís Gustavo de Toledo, chefe do Serviço de
Urologia da Santa Casa de São Paulo e integrante do Comitê Científico da
Associação Brasileira Pela Continência B.C. Stuart. “As implicações da
incontinência chegam a ser mais significativas que as da impotência. O homem
incontinente enfrenta impactos não apenas na vida sexual, mas também no âmbito
social, profissional e psicológico”, ressalta o médico.
O urologista defende
a realização do rastreamento para câncer de próstata, com a realização dos
exames de PSA e toque retal, a partir dos 50 anos. “É importante ressaltar que
o rastreamento evita o diagnóstico tardio e, com o auxílio de ressonância e, em
breve, testes genéticos, ampara a decisão de fazer ou não a biópsia da
próstata. O urologista deve ponderar junto ao paciente e sua família os prós e
contras da biópsia, com o objetivo de evitar o diagnóstico de tumor indolente e
não deixar passar um tumor clinicamente significante”, acrescenta Toledo. É
importante esclarecer que é a biópsia, e não o rastreamento, que faz o
diagnóstico do câncer de próstata. Assim, sua indicação deve ser criteriosa, na
suspeita de tumor clinicamente significante, aquele que realmente necessitará
tratamento.
O urologista
Júlio Geminiani, professor assistente da Unifesp e também integrante da
Associação Brasileira Pela Continência B.C. Stuart, destaca que assim que
realizado o diagnóstico podem-se adotar tratamentos individualizados para
o câncer de próstata, dependendo dos diferentes estágios da doença: se é
inicial, localmente avançada ou metastática (já tendo se espalhado para outros
órgãos). “A avaliação inicial ocorre com a realização dos exames já conhecidos,
como o PSA e o toque retal. Eles são uma espécie de triagem e ajudam a definir
quais pacientes devem realizar biópsia ou exames complementares”, diz. Com a
biópsia positiva, exames de imagem e a análise microscópica da biópsia
ajudam a avaliar o tamanho e a agressividade da doença e optar pelo melhor
tratamento.
Dados da Sociedade
Brasileira de Urologia mostram que, ainda hoje, cerca de 20% dos pacientes com
câncer de próstata ainda são diagnosticados em estágios avançados. Entre
diversos fatores de risco, a idade, a raça e a história familiar apresentam-se
como os mais importantes.
Associação
Brasileira Pela Continência B. C. Stuart
A Associação
Brasileira pela Continência B. C. Stuart é uma entidade sem fins lucrativos,
cujo maior objetivo é de prestar assistência às pessoas que sofrem de
incontinência urinária e/ou fecal.
A ideia de se criar
esta associação aqui no Brasil nasceu do sonho de um empresário canadense, Sr.
Raymond Laborie. Juntamente com um pequeno grupo de profissionais envolvidos na
causa da incontinência, fora então criada a Associação Brasileira pela
Continência usando o modelo de outras fundações já existentes no mundo, tais
como a “Canadian Continence Foundation” e a norte-americana “Simon Foundation”.
Pensando nas
dificuldades econômicas, sociais e emocionais que as disfunções miccionais
causam às pessoas, que vislumbramos apoiar e orientar pessoas de todo o Brasil
a encontrarem ajuda, oferecendo informações sobre os problemas específicos;
sobre as possibilidades de tratamentos; encaminhamentos para profissionais que
possam ajudar; orientações e indicações de acesso a medicações e produtos
necessários ao manejo das disfunções miccionais.
Mais informações: http://www.incontinenciaurinariabcs.org/