Estudo
da Associação Brasileira pela Continência B. C. Stuart indica que o paciente
com incontinência urinária gasta de 25 a 40% da renda média mensal de R$ R$
2.116,84 com medicamentos e sondas uretrais. Os dados foram apresentados
no Fórum Público: A realidade da
Incontinência Urinária no Brasil durante o 2º Congresso Internacional da
Associação Latino-Americana de Assoalho Pélvico, realizado este mês em São
Paulo.
“Os
médicos que tratam a incontinência no Brasil não encontram dados para análise,
levando à dificuldade de definir política de saúde adequada, voltada para o
problema. Já os pacientes têm os gastos elevados com o tratamento”, afirma o
médico urologista Valter Honji, membro voluntário da associação.
No
Datasus (2016), os dados traduzem o número de cirurgias. Só no ano
passado, na região Sudeste, foram realizados 2627 procedimentos via vaginal. Os
números são bem diferentes de uma região para outra. No Norte foram 176. No
Sul, 1143, no Nordeste 762 e no Centro-Oeste 723. No total, foram 5.429.
Para
a médica uroginecologista Márcia Dias, também membro voluntário da associação,
no Brasil o tratamento é basicamente cirúrgico. “Se formos avaliar pelo número
de pessoas com a condição, há demanda reprimida em relação aos variados tipos
de tratamento”, destaca.
A
incontinência urinária é uma condição que afeta grande número de pessoas, de
todas as idades, de ambos os sexos e poucos procuram ou tem acesso aos
tratamentos. Causa impacto direto na qualidade de vida, autoimagem, trabalho,
vida sexual, levando à depressão, vergonha e timidez. A doença atinge mais as
mulheres.
A
perda involuntária de urina atinge cerca de 10 milhões de brasileiros e traz um
grande prejuízo na qualidade de vida do indivíduo. Existem diferentes tipos de
incontinência urinária. Um dos mais comuns é a incontinência urinária de
esforço, que ocorre quando a pessoa perde urina ao rir, tossir, espirrar,
exercitar-se, subir escadas, levantar peso ou exercer alguma outra forma de
pressão sobre o assoalho pélvico.
Em
muitos casos, esse tipo de incontinência pode ser ocasionado por alguma lesão
nos esfíncteres (músculos) da uretra. Obesidade, menopausa, gravidez e partos,
prisão de ventre, entre outras, podem ser a causa da doença.
O
tratamento irá depender do tipo e da gravidade, além das causas subjacentes,
podendo muitas vezes haver a necessidade de uma combinação de abordagens
interdisciplinares. O paciente pode fazer exercícios para fortalecer a
musculatura pélvica, aprender técnicas e treinamentos para a bexiga, perder
peso e fazer dieta alimentar. Outros tipos da doença devem ser tratados com
medicamentos e até cirurgia.
Associação
Brasileira Pela Continência B. C. Stuart
A Associação
Brasileira pela Continência B. C. Stuart é uma entidade sem fins lucrativos,
cujo maior objetivo é de prestar assistência às pessoas que sofrem de
incontinência urinária e/ou fecal.
A ideia de se criar
esta associação aqui no Brasil nasceu do sonho de um empresário canadense, sr.
Raymond Laborie. Juntamente com um pequeno grupo de profissionais envolvidos na
causa da incontinência, fora então criada a Associação Brasileira pela
Continência usando o modelo de outras fundações já existentes no mundo, tais
como a Canadian Continence Foundation
e a norte-americana Simon Foundation.
Pensando nas
dificuldades econômicas, sociais e emocionais que as disfunções miccionais
causam às pessoas, que vislumbramos apoiar e orientar pessoas de todo o Brasil
a encontrarem ajuda, oferecendo informações sobre os problemas específicos;
sobre as possibilidades de tratamentos; encaminhamentos para profissionais que
possam ajudar; orientações e indicações de acesso a medicações e produtos
necessários ao manejo das disfunções miccionais.